por DaBoa Brasil | ago 15, 2016 | Política
A agência federal antidrogas dos Estados Unidos (DEA) informou que vai continuar rejeitando solicitações para autorizar o uso da maconha com fins medicinais.
Esta decisão implica um conflito entre um número crescente de estados americanos e as normas federais, visto que quase a metade deles aprovaram leis autorizando o acesso à maconha com propósitos medicinais.
No entanto, o governo federal aprovará a ampliação das pesquisas sobre a erva, de modo que as organizações poderão pedir autorização para cultivá-la e usá-la em estudos.
Atualmente, apenas a Universidade do Mississippi está autorizada a fazer tais pesquisas.
A maconha é normalmente prescrita para tratar dores e outros mal-estares crônicos, como as náuseas.
O diretor da DEA, Chuck Rosenberg, disse que a proibição da maconha continuará devido à “falta de segurança para seu uso sob supervisão médica”.
Ao justificar a medida, a DEA citou uma avaliação científica e médica realizada pela Administração de Alimentos e Remédios e o Instituto Nacional sobre Abusos de Drogas.
“A decisão da DEA vai contra a ciência objetiva e uma opinião pública esmagadora”, lamentou Aaron Smith, presidente da Associação Nacional da Indústria da Cannabis, um grupo comercial com sede em Washington.
Fonte: Zero Hora
por DaBoa Brasil | ago 15, 2016 | Economia, Política, Saúde
Quem precisa importar medicamentos à base de Canabidiol no Brasil espera, em média, 13 dias para obter uma autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão responsável por liberar os pedidos. Desde 2014, a Anvisa recebeu 1759 processos, dos quais 1622 já foram autorizados. Alguns aguardam análise ou adequações no processo para a liberação.
A Anvisa permite a importação para pessoas físicas, somente com prescrição médica e justificativa para a utilização do Canabidiol como alternativa às opções terapêuticas já registradas no país. A agência tem um formulário online para que os pacientes informem eventuais efeitos colaterais após o uso dos produtos.
O assunto tem gerado controvérsia, e um dos motivos é o fato do Canabidiol ser extraído da maconha. Contudo, o uso medicinal não se confunde com o uso recreativo da droga: os remédios à base de Canabidiol não têm efeitos psicotrópicos. E, tendo em vista todo o processo de importação e burocracia, recorrer a esse tipo de medicamento no Brasil costuma ser a última alternativa, em especial para pais de crianças ou adolescentes com transtornos que geram crises convulsivas graves.
Na área médica brasileira, há mais proximidade de um consenso sobre o uso do Canabidiol para a Epilepsia, mas não para outros tipos de doença. Enquanto o Conselho Federal de Medicina (CFM) somente autoriza para casos de crianças e adolescentes com Epilepsia que sejam refratários aos tratamentos convencionais, alguns médicos no Brasil têm receitado e defendido o Canabidiol para outros casos, como dores crônicas e Mal de Parkinson.
Desde 2014, uma crescente flexibilização da importação de medicamentos à base de Canabidiol vem ocorrendo no país. Na época, o documentário “Ilegal – A Vida Não Espera” deu bastante destaque ao tema no debate público. Em janeiro de 2015, a Anvisa retirou a proibição contra o Canabidiol, que passou então a ser uma substância controlada. Mesmo antes disso, o órgão vinha liberando pedidos excepcionais. Já em abril de 2015, novas regras foram publicadas para simplificar a importação nos casos de necessidade.
Canabidiol e THC
A mais recente resolução da Anvisa sobre o tema foi publicada em março deste ano, permitindo também a prescrição médica e importação de produtos com maior teor de Tetrahidrocannabinol (THC). Essa última resolução foi publicada em cumprimento a uma decisão judicial e criticada pela própria Anvisa, que inclusive vem tentando derrubá-la.
Na decisão, o juiz federal do Distrito Federal (DF), Marcelo Rebello Pinheiro afirma que a substância é autorizada apenas para fins medicinais e científicos. Ele respondeu a pedido que havia sido feito pela Procuradoria da República do DF, que cita experiências de países como Canadá, Estados Unidos, Holanda e Israel, onde o uso medicinal é liberado e controlado de formas variadas.
Segundo a Anvisa, muitos dos produtos à base de Canabidiol e THC não são registrados como medicamentos nos seus países de origem, não sendo possível garantir a dosagem adequada ou conhecer os possíveis efeitos adversos. O CFM também reagiu negativamente à ultima resolução da agência reguladora.
Cadastramento
O cadastramento para a solicitação pode ser feito online ou por carta enviada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Coordenação de Produtos Controlados – Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) – Trecho 5, Área Especial 57, Brasília, CEP 71205-050. Se aprovada, a autorização tem validade de um ano, e então basta apresentar a prescrição médica diretamente nos postos da Anvisa localizados nos aeroportos.
Fonte: atarde
por DaBoa Brasil | ago 2, 2016 | Culinária, Economia
Aos 24 anos, Christopher Sayegh descobriu o ingrediente mágico para dar sabor às suas receitas. Há dois anos, este chef californiano serve menus elaborados com maconha.
À medida que mais estados americanos olham com bons olhos a legalização da erva para uso recreativo, este chef atípico, que passou por restaurantes com estrelas Michelin em Nova York e na Califórnia, propõe misturar haute cuisine e a erva.
“Tento oferecer às pessoas uma experiência intelectual”, explica Sayegh à AFP em sua empresa The Herbal Chef, com sede em Los Angeles. “Mas também sou muito cuidadoso como levá-los para este passeio”.
Sayegh entrou no mundo da cannabis comestível quando muitos empreendedores passaram a capitalizar a nova febre da maconha na Califórnia, que em novembro vai votar sobre a descriminalização do uso recreativo para maiores de 21 anos.
Cinco outros estados, incluindo o Alasca, Colorado e Washington, já aprovaram uma legislação semelhante, e espera-se que outros seguirão esta tendência, já que o movimento conta com um apoio crescente da opinião pública.
Nos Estados Unidos, a maconha medicinal é permitida em pelo menos 23 estados, incluindo a Califórnia. E esse número deve continuar a aumentar, embora a produção de cannabis continue a ser ilegal em nível federal.
De acordo com um relatório do ArcView Group, uma empresa de investimento e especializada em cannabis, a venda legal da maconha nos Estados Unidos gerou uma receita de 1,2 bilhão em 2015, um aumento de 232% em um ano.
Em 2020, as vendas devem exceder 22 bilhões de dólares, 6,4 bilhões dos quais apenas na Califórnia.
Como uma sinfonia
Estas projeções são o suficiente para darágua na boca nos empresários. Como Sayegh, muitos querem entrar neste negócio florescente.
Para o chef, este sonho culinário remonta à universidade. Lá, estudou inicialmente biologia molecular, carreira que abandonou para seguir o seu projeto real.
Sua perseverança valeu a pena. Em 2014 criou sua empresa de alta cozinha anábica em Los Angeles e, desde então, diz ele, a atividade da The Herbal Chef continua a crescer.
Por enquanto, Sayegh só pode servir seus pratos para aqueles que têm autorização para o uso da maconha medicinal. Mas espera superar este obstáculo em novembro, se a Califórnia votar a favor da maconha recreativa.
Enquanto isso, seus menus caros, variando entre 300 e 500 dólares por pessoa, são elaborados exclusivamente para fazer com que o cliente viva uma experiência 100% de “imersão”.
“Eu altero literalmente a química do cérebro a medida que as pessoas provam a minha comida”, se entusiasma ao manusear seringas contendo o ingrediente ativo da cannabis, que é depois incorporado em suas refeições.
“No final do terceiro prato sentem um pouco, no quarto um pouco mais e no final do quinto é o ponto culminante da viagem”, descreve.
“É como uma sinfonia”, resume. “Eu tenho que ter certeza que os pratos se encaixam nessa ascensão, e vice-versa para a descida.”
“Uma viagem”
Sayegh propõe uma cozinha sofisticada a base de carne de wagyu japonês, sorbet de toranja ou ostras “medicinais”.
Influenciado por suas origens jordanianas, Sayegh tentou incorporar cannabis em folhas de videira, em grão de bico (falafel) e outras versões de pratos do Oriente Médio.
Sua família, desanimado no início com o novo empreendimento, hoje aproveita para provar as suas últimas criações.
Mas, mesmo se a inclusão de maconha em alimentos está crescendo no país, Sayegh prefere ser cauteloso. Os consumidores deste novo tipo de alimento não devem fazer pouco caso da experiência.
“Não é uma ciência exata, em muitos aspectos, uma vez que muitos fatores entram em jogo quando se cozinha com a maconha”, analisa Robyn Griggs Lawrence, autor de “The Cannabis Kitchen Cookbook”.
“Não é como pedir um copo de uísque. Estamos apenas na fase da descoberta ainda”.
O chef sabe perfeitamente do impacto que pode ter os seus pratos e se esforça para preparar cuidadosamente cada um deles.
“A Maconha não é como os outros ingredientes”, diz ele. “Temos de ser extremamente cuidadosos, não só porque o calor desempenha um papel muito importante na culinária da maconha, mas também porque, literalmente, leva as pessoas a uma viagem e você tem a responsabilidade de que seja boa”.
Veja o vídeo clicando aqui!
Fonte: Uai
por DaBoa Brasil | jul 29, 2016 | Ativismo, Política, Redução de Danos
Desde o ano passado, o psicólogo Carlos (nome fictício), de 29 anos, planta a maconha que fuma. O risco de visitar as “biqueiras” e a preocupação com a qualidade da erva comprada pesaram em sua decisão. Ele procurou as sementes pela internet e aprendeu a cultivar a planta com um amigo.
Carlos conseguiu espaço na casa de um amigo e, juntos, plantaram nove mudas, das quais cinco vingaram. O processo levou oito meses para ser concluído e cada pé rendeu 30 gramas da erva. “Não dá para ficar indo em biqueira, é muito arriscado. Ainda mais quando você já tem um visual diferente e chama a atenção. Além disso, o gosto é outro, o cheiro é outro. Há muita diferença entre a maconha plantada e a prensada”, diz, citando ainda outro item que atrai os plantadores: o receio de produtos misturados com a erva vendida por traficantes.
Hoje o consumo, a aquisição e mesmo o cultivo de entorpecentes é considerado crime, previsto no artigo 28 da Lei de Drogas, de 2006. A punição pode ser uma advertência, prestação de serviços à comunidade ou ainda a aplicação de algum tipo de medida educativa.
Os riscos não intimidam os usuários, que defendem a descriminalização da droga. Em suas plantações caseiras ou mesmo coletivas, adeptos do cultivo de maconha testam os limites que a polícia estabelece para separar a produção para próprio consumo da distribuição – que, para a legislação de 2006, é tão crime quanto a venda.
Nos fóruns online, há dicas sobre o melhor material para construir as estufas, o tipo de iluminação que elas precisam a quantidade de água para as plantas, o adubo que funciona melhor e o momento certo para a colheita.
Também há uma série de informações sobre tipos de ervas, sementes e resultados esperados – verdadeiros sommeliers da planta, em um mercado que conta ainda com uma série de objetos para queimar a erva, desde bongs, que usam água para atenuar a fumaça, a cachimbos e cigarros eletrônicos, importados dos Estados Unidos, em que a planta é queimada a vácuo. As páginas dos fóruns são abastecidas com informações fornecidas pelos próprios usuários. Um dos mais conhecidos é o Groowroom, que chega a ter 200 usuários online simultaneamente, segundo o contador da própria página.
Terapia
O engenheiro Caio (nome fictício), de 25 anos, morador da região metropolitana de Sorocaba, no interior de São Paulo, comprou sementes pela internet utilizando seu cartão de crédito internacional. Elas chegaram pelo correio.
A ideia era plantar por curiosidade, já que, de acordo com ele, sempre teve “afeto grande com plantas, animais e natureza em geral”, combinando o gosto pelo uso do entorpecente com o tempo dedicado à plantação da erva. O engenheiro conta que também queria evitar o contato com o tráfico e com produtos de qualidade baixa.
“Os motivos de alguém querer plantar são esses. Conheço poucos que têm o intuito de plantar para vender. A maioria é para evitar contato com bandidos, com o tráfico e ter um produto de qualidade”, disse.
Ele iniciou o cultivo da planta quando morava sozinho. Depois de um período, voltou a morar com a mãe e interrompeu a plantação. “Mas, se eu pudesse, plantaria de novo, porque é legal e gosto de plantas. É um hobby. Assim como gosto de desmontar meu carro, por exemplo.”
Fonte: Estadão
por DaBoa Brasil | jul 29, 2016 | Política
Os eleitores republicanos escolheram, em sua maioria, Donald Trump para concorrer com a democrata Hillary Clinton à presidência dos Estados Unidos em novembro.
Trump representa uma agenda ultraconservadora que fala em expulsar imigrantes, criar um muro na fronteira com o México, mas também fala em corte de impostos aos mais ricos e no incentivo aos negócios sobre praticamente tudo e todos.
Este mesmo eleitor, considerado conservador, virou a chave quando o assunto é legalização da maconha. A pesquisa mais recente divulgada pelo YouGov mostra que a maioria dos republicanos já não é mais favorável à proibição da droga.
Segundo a pesquisa, atualmente, 45% dos republicanos se declaram favoráveis à legalização da erva, ante 42% contrários.
Em dezembro do ano passado, os republicanos eram – ainda – mais conservadores. 50% se declaram contrários e apenas 36% acreditavam na legalização. Em janeiro do ano passado, a rejeição era ainda maior: 59% não aprovava a legalização.
Apenas como base de comparação, entre os democratas, apenas 25% reprova a legalização, ante 63% de apoiadores da medida. Entre os eleitores que se declaram independentes, o apoio é de 55% e a rejeição de 33%.
Foram ouvidos 1 mil eleitores. Acesse os dados completos da pesquisa, clicando aqui.
Fonte: Brasilpost
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