Como a legalização da maconha pode beneficiar vários setores da economia

Como a legalização da maconha pode beneficiar vários setores da economia

Está na hora de rever seus conceitos sobre a legalização da maconha, ela afetaria até você que não fuma.

Com o debate no STF sobre a legalização da maconha, boa parte da sociedade se pergunta se seria realmente bom para o país que a erva fosse regulamentada. A legalização da maconha não traria benefícios apenas para os consumidores da erva, muitos setores da economia brasileira poderiam tirar proveito do uso da planta e isso afetaria até quem nunca imaginou que um dia teria contato com a planta.

Uruguai, Estados Unidos, Canadá, Espanha, Portugal, Holanda, Austrália e o México, são exemplos de países que tomaram posições mais permissivas em relação à ganja. Nos Estados Unidos, os estados do Colorado e Washington legalizaram tanto o uso medicinal quanto o recreativo da maconha, e outros 12 estão potencialmente no mesmo caminho. Neste cenário, o Colorado já arrecadou tanto imposto com o setor da erva que um dos “problemas” é ter que devolver parte do dinheiro para a população.

O cânhamo é um exemplo das inúmeras utilidades que a maconha pode ter. A fibra retirada da cannabis que não possui efeitos psicoativos, pode ser a solução para muitos problemas que a economia brasileira enfrenta. O material é relativamente barato e fácil de plantar, e os agricultores poderiam realizar várias colheitas durante o ano. Além disso o cânhamo é muito versátil e pode ser usado de diversas maneiras. Desta forma, não é por acaso que muitos setores da economia estão de olho na legalização da maconha e enxergam o potencial econômico que a planta seria capaz de trazer. Veja alguns setores que poderiam se beneficar:

Manufaturados

Dentro da indústria de manufaturados, o cânhamo poderia ser empregado das maneiras mais inimagináveis. Por ser uma fibra muito versátil e forte ele pode ser utilizado na fabricação de muitos produtos. O cânhamo pode se tornar papel e ser uma ótima alternativa para os eucaliptos, uma vez que um hectare de cânhamo produz o mesmo montante de papel que quatro de eucalipto. Na indústria têxtil poderia ser utilizado para fazer roupas, visto que o cânhamo é reconhecido por esquentar até 4 vezes mais do que o algodão, e novamente, um hectare de cannabis produz mais que três de algodão. Ele pode ser usado para se fazer materiais de construção como concreto (hempcreto), encanamento, cosméticos e maquiagem, a lista é gigantesca.

Com um potencial tão grande fica mais fácil entender porque muitas companhias manufatureiras estão loucas para que a maconha seja legalizada.

Varejistas

Não há dúvidas que os primeiros que iriam lucrar com a regulamentação da maconha seriam os varejistas. Em Washington e Colorado, empreendedores que resolveram abrir seu próprio negócio estão se dando muito bem. Milhões de dólares são recolhidos todo mês pelos dois estados. A demanda já existe no Brasil, se fosse o contrário não existiria o tráfico que vende uma erva que não é confiável e de péssima qualidade. Qualquer um poderia plantar e se tornar um microempreendedor com produtos caseiros como alimentos, bebidas e concentrados.

Turismo

Não é à toa que o sonho de muitos jovens é viajar para Amsterdã. A capital da Holanda é conhecida por ser uma cidade maravilhosa e muito liberal com as drogas. No Brasil, o turismo poderia se beneficiar e muito com a legalização. Uma prova disto é o estado do Colorado: de acordo com o Hotels.com entre 2013 a 2014 houve um aumento de 73% na demanda de quartos de hotéis em Denver durante os festivais de maconha. O Hotels.com ainda aponta um aumento de 68% nas reservas de hotéis na semana em que Seattle abriu lojas de maconha para usuários recreativos. O aplicativo de vôos Hopper mostrou um crescimento no interesse por passagens aéreas para Washington após a legalização da maconha recreativa.

Assim como no Colorado, Washington e Holanda, várias cidades brasileiras poderiam se beneficiar com o consumo de turistas em suas regiões.

Farmacêutico

Talvez um dos setores mais óbvios que poderiam faturar muito com a maconha, é a indústria farmacêutica. Não é de hoje que pesquisadores apontam as mais diferentes formas de se usar maconha de forma medicinal. Há uma séria de pessoas esperando para que os remédios à base da erva se tornem acessíveis para consumo. Hoje para se importar algum medicamento que contenha CBD em sua composição é preciso desembolsar um quantia muito alta e ter uma autorização expressa da Anvisa.

Pacientes que sofrem de glaucoma, ansiedade, Parkinson, fobia social, transtorno do sono, diabetes tipo 2 e convulsões diárias, poderiam entrar na onda da legalização e terem seus problemas amenizados. Alguns especialistas alegam que as propriedades da maconha são uma das melhores formas de se combater o câncer.

Bancário

Apesar de não terem quase nada a ver com a indústria da maconha, os bancos poderiam ser favorecidos caso a maconha fosse legalizada. No momento os bancos não podem receber dinheiro da indústria da maconha, primeiro porque o setor não existe de forma oficial no Brasil, segundo porque trata-se de uma planta ilegal e caso o banco aceitasse o dinheiro proveniente da venda de cannabis, isto poderia se configurar lavagem de dinheiro do tráfico.

Se o governo federal regulamentasse a produção da maconha, os bancos poderiam oferecer linhas de crédito e serviços financeiros para os negócios da maconha. Serviços de contabilidade e aconselhamento fiscal seriam incrivelmente úteis para as empresas do ramo. Depósitos e empréstimos são os principais ganha pão de um banco, imagine como o setor bancário poderia ajudar a impulsionar o mercado da cannabis e se beneficiar ao mesmo tempo.

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