por DaBoa Brasil | set 7, 2019 | Culinária, Cultivo, Curiosidades, Saúde
Finalmente, é o momento dos terpenos receberem o reconhecimento que merecem. Analisamos o mirceno, um dos principais terpenos da maconha que ajuda a aumentar uma ampla variedade de efeitos benéficos.
Embora a maconha seja mais conhecida pelo canabinoide psicoativo THC e pelo CBD, recentemente foi revelada a importância dos terpenos para o cultivo e consumo de maconha. Com mais de 200 variedades específicas presentes na maconha e milhares de outras plantas e animais, os terpenos são versáteis em sua eficácia. O terpeno mais abundante, o mirceno, é especialmente relevante por seu potencial terapêutico e capacidades sinérgicas.
O QUE SÃO OS TERPENOS?
Os terpenos são hidrocarbonetos aromáticos não psicoativos, secretados por tricomas em forma de pelo, juntamente com os canabinoides THC e CBD. É difícil observá-los a olho nu; portanto, para analisá-los, será melhor usar uma lupa.
O ponto alto da maturidade é quando os terpenos se tornam mais evidentes, emitindo aromas que podem ser percebidos a uma grande distância. Embora esses perfumes poderosos possam não ser apreciados pelo cultivador de guerrilhas, os terpenos atuam como um sistema de defesa natural para as próprias plantas, protegendo-as contra doenças e pragas, enquanto atraem polinizadores com suas fragrâncias sedutoras.
INTRODUÇÃO AO MIRCENO
Como o mirceno é o terpeno mais comum da cannabis, é considerado um dos dez terpenos principais. O mirceno é responsável pelo aroma inconfundível emitido por muitas linhagens populares de diferentes bancos de sementes em todo o mundo. O mirceno é geralmente considerado uma das variedades com um cheiro mais “terroso”, com nuances de almíscar que lembram muito o cravo-da-índia. Além disso, o mirceno contém sabores frutados de uvas vermelhas e balsâmicas com um toque picante.
MIRCENO: COMPOSIÇÃO E EFEITOS
O mirceno é um monoterpeno que é um precursor essencial para a formação de terpenos secundários e sucessivos. Este composto representa até 50% do conteúdo total de terpenos presente em algumas cepas. Variedades que contêm mais de 0,5% de mirceno tendem a induzir efeitos sedativos normalmente atribuídos a indica.
Entre os benefícios potenciais à saúde do mirceno está o alívio da dor crônica e inflamação. Os terpenos auxiliam os canabinoides na absorção pela barreira hematoencefálica, aderindo aos receptores do sistema endocanabinoide e ajudando a estimular as respostas analgésicas.
Uma área em que o mirceno mostra um potencial terapêutico especial é no tratamento do câncer. O CBD reduz naturalmente a proliferação celular e pode ajudar a diminuir o tamanho dos tumores.
O EFEITO ENTOURAGE
Além disso, os terpenos são considerados compostos sinérgicos que contribuem para um ambiente fitocanabinoide complexo. Os terpenos agem em conjunto com o CBD, o THC e outros canabinoides, criando uma combinação de compostos que alcançam melhores resultados em grupos do que seriam alcançados separadamente.
Essa teoria é conhecida como “efeito entourage, séquito ou comitiva”, que postula a necessidade de manter a integridade da composição natural da cannabis. Os efeitos da cannabis como complemento de saúde são mais eficazes quando administrados como um remédio abrangente que inclui vários compostos além dos canabinoides. Quando produzidos em grandes concentrações, os terpenos podem ser extraídos em óleos essenciais amplamente utilizados em suplementos alimentares e de bem-estar.
O MITO DA MANGA
De tempos em tempos, alguns desses mitos eternos sobre a cannabis são comprovados graças aos compostos sempre surpreendentes da planta. Em algum momento da história, surgiu um boato de que comer mangas ajuda aumentar a potência do THC. Essa comparação aparentemente infundada pode soar como uma teoria concebida após uma longa sessão de fumantes, mas, na realidade, é verdade!
As mangas, bem como o lúpulo, o tomilho, a citronela e muitas outras plantas contêm diferentes níveis de mirceno. Pesquisas anedóticas mostraram que comer mangas aproximadamente 45 minutos antes de consumir maconha pode realmente aumentar o efeito do THC, acelerando o aparecimento de suas propriedades psicoativas.
VARIEDADES POPULARES RICAS EM MIRCENO
As variedades de maconha famosas e ricas no terpeno mirceno, são fundamentalmente algumas das cepas indica e híbridas mais conhecidas. Estudos mostram que o mirceno geralmente estimula o efeito sedativo típico que o deixa colado no sofá, devido às propriedades do THC e a uma alta concentração de mirceno. Ao mesmo tempo, sabe-se que muitas cepas ricas em mirceno produzem efeitos eufóricos muito agradáveis, além de uma sensação geral de relaxamento.
SPECIAL KUSH #1
A Special Kush #1 é um exemplo perfeito, muito representativo, de uma linhagem rica em mirceno. Sendo um híbrido extremamente poderoso, a Kush pura é altamente valorizada entre aqueles que sofrem de dor crônica. Além disso, essa linhagem inclui as características de um perfil aromático dominado por mirceno, com intensas fragrâncias terrosas e skunk.
WHITE WIDOW
A White Widow é uma híbrida aclamada por seus efeitos eufóricos e conhecida por apresentar um alto conteúdo de mirceno. Os aromas desta variedade mantêm os aromas clássicos de terra molhada e madeira, emitindo um cheiro especialmente intenso. A White Widow vem de um cruzamento entre uma variedade sativa nativa do Brasil e uma indica do sul da Índia.
SKUNK XL
A mítica híbrida Skunk XL é a combinação de variedades colombianas, afegãs e mexicanas que fornecem uma composição 50/50 indica/sativa. A Skunk XL é conhecida por seu grande efeito cerebral que dá lugar ao relaxamento típico de uma indica clássica. A Skunk XL conserva sabores doces e frutados que aprimoram os profundos aromas naturais da fruta do terpeno mirceno.
MIRCENO: MUITO MAIS PARA DESCOBRIR
Apesar das evidências mais recentes que demonstram a eficácia dos terpenos, ainda temos muito a descobrir sobre como exatamente esses minúsculos hidrocarbonetos podem ser usados para fins terapêuticos. O mirceno, com todo o seu potencial incrível, é um terpeno entre muitos outros que, quando estudados em profundidade, podem ser a chave do futuro da medicina canábica.
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Fonte: Royal Queen
por DaBoa Brasil | ago 30, 2019 | Saúde, Sexo
Uma pesquisa recente revela que os entrevistados encontram os orgasmos mais duradouros, potentes e satisfatórios quando usam maconha.
A pesquisa foi realizada pela empresa de jogos para adultos Lioness em colaboração com o serviço de entrega de maconha Eaze. Essa pesquisa envolveu 432 pessoas inscritas no boletim da Lioness.
“A cannabis melhora os orgasmos não importa de quem seja. Embora a vida sexual satisfatória de alguém dependa de muitos fatores, a maconha pode aumentar a duração, a frequência e a qualidade dos orgasmos e o prazer das sessões seja em solteiros ou casadas, sozinhos ou com o parceiro, jovem, adulto ou idoso”, é o que você pode ler no relatório que foi publicado no Marijuana Moment.
A metade dos entrevistados concorda com esta afirmação de que a maconha melhora suas experiências sexuais sem nenhuma dúvida. 71% dizem que atingem orgasmos mais facilmente.
Mas tenha cuidado. A maconha, de acordo com a pesquisa, ajuda a reduzir o tempo desde o início até o orgasmo. Se você ejacula com facilidade, usar a maconha nessas horas pode não ser o mais apropriado. Não importa se estão sozinhos ou acompanhados, segundo a pesquisa, os entrevistados tendem a ejacular antes em suas relações sexuais sob o efeito da maconha. Isso é muito útil para pessoas que têm sérias dificuldades em atingir o orgasmo, mas para quem lá muito rápido, pode ser um problema e talvez seja melhor evitar.
No entanto, a pesquisa parece contradizer seus próprios resultados quando assegura, da mesma maneira, que as sessões de sexo duram mais, sejam sozinhas ou acompanhadas. Supomos que eles se referem a tudo o que envolve o sexo. Seja como for, em ambos os casos, os comestíveis parecem ter o maior impacto nessa situação.
O nó se desembaraça um pouco quando nos concentramos em que tipo de canabinoides são usados. Parece que o CBD está associado a ajudar a alcançar um orgasmo mais rapidamente, enquanto o THC o intensifica. Em qualquer caso, o melhor é desfrutar.
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Fonte: Cáñamo
por DaBoa Brasil | ago 27, 2019 | Ciências e tecnologia, Curiosidades, Redução de Danos, Saúde
Se você consome maconha ou produtos à base de cânhamo para fins medicinais ou recreativos, deve informar-se sobre a biodisponibilidade. O nível de alta que você pode obter do THC, os efeitos terapêuticos que pode obter do CBD e de todos os outros canabinoides dependem da biodisponibilidade.
O QUE SIGNIFICA A BIODISPONIBILIDADE?
A biodisponibilidade é definida no dicionário médico do patrimônio americano como, “o grau para o qual um medicamento, ou outra substância, está disponível para o tecido alvo depois de ter sido administrado”.
Uma dose intravenosa é considerada 100% biodisponível, uma vez que é administrada diretamente na corrente sanguínea. Nos termos de fumantes atuais, a biodisponibilidade refere-se à porcentagem de uma dose que é realmente absorvida pelo organismo, em comparação com uma dose injetada.
PORQUE A BIODISPONIBILIDADE É IMPORTANTE
Todas as plantas de cannabis contêm canabinoides em níveis variados; desde o cânhamo industrial, com 0,2% de THC, até variedades de maconha como a Green Gelato, que possui 30% de THC. Da mesma forma, o óleo de CBD pode ter concentrações variadas: de um moderado 2,5% a um alto de 20% de CBD.
Mas a quantidade de canabinoides e terpenos em um produto de cannabis não é o único fator a ser considerado. O sistema endocanabinoide é projetado para interagir com esses compostos. Além disso, o efeito de entourage é um importante fator sinérgico. E isso não é tudo.
Talvez o fator mais crítico para o uso de maconha seja a biodisponibilidade. Em geral, quanto maior a biodisponibilidade de uma dose, menor é a quantidade necessária para experimentar os efeitos. A alta biodisponibilidade é o que diferencia a cannabis e os produtos derivados do cânhamo de alta qualidade, de outros remédios. A biodisponibilidade é a verdadeira medida da potência de um produto canábico.
BIODISPONIBILIDADE DOS CIGARROS DE MACONHA
Quanto à biodisponibilidade de fumar um baseado de maconha, há muitas variáveis a serem consideradas. Certos detalhes, como a quantidade ou a qualidade da erva incluída, afetam a biodisponibilidade.
Dito isto, um estudo de 2005, chamado “farmacocinética dos canabinoides” descobriu que o THC fumado tem uma biodisponibilidade média de 30%. E ainda mais interessante, descobriram que: “Com um cigarro com 3,55% de THC, foi produzido um nível plasmático máximo de 152 ± 86,3ng/ml, aproximadamente 10 minutos após a inalação”. Apesar da potência relativamente baixa dos baseados utilizados no estudo, 10 minutos para “chapar” soa muito bem para quem fuma baseados todos os dias.
BIODISPONIBILIDADE DAS VAPORIZAÇÕES
Como quando fumamos, quando vaporizamos, também usamos os pulmões para absorver canabinoides. Embora seja verdade que as vaporizações causam muito menos efeitos colaterais prejudiciais; principalmente porque o vapor é inalado, em vez de fumaça. Para conseguir a descarboxilação necessária para ativar os canabinoides, o vaporizador aquece-os apenas o suficiente para serem inalados. Por outro lado, para inalar a fumaça de um baseado, a combustão é necessária.
Um estudo de 2016, chamado “Cannabis medicinal: validação in vitro de vaporizadores para a inalação livre de fumo de cannabis”, basicamente aprova os vaporizadores. O potencial para aumentar drasticamente a biodisponibilidade da maconha com um vaporizador é um fato. Esta pesquisa concentrou-se no THC e no CBD, e descobriu que o uso de um vaporizador é a melhor maneira de “chapar-se” com o THC e a dosar a cannabis rica em CBD.
Você deve realmente verificar por si mesmo. Cinco marcas de vaporizadores conhecidos foram testadas, incluindo o lendário Volcano. Os resultados foram surpreendentes no geral, com exceção de um aparelho a gás. Com o vaporizador certo, a biodisponibilidade do THC e do CBD chega a incríveis 50-80%. A vaporização já possui dados científicos para suportar sua alta biodisponibilidade. É claro que já existem algumas décadas de testes anedóticos que apoiam o uso de vaporizadores. Qualquer um que tenha dado uma tragada em um desses dispositivos sabe que é mais poderoso do que uma puxada em um baseado.
BIODISPONIBILIDADE DOS COMESTÍVEIS
Os comestíveis canábicos, tanto que contenham THC ou CBD, sempre foi um método imprevisível de consumo. Às vezes, um único space cake pode deixá-lo tremendamente “chapado”. Mas, em outras ocasiões, uma fornada inteira de biscoitos de maconha não produz muito efeito.
O “efeito de primeira passagem”, no qual o fígado efetivamente previne a absorção de muitos compostos psicoativos, explica por que às vezes os comestíveis não funcionam. Você espera uma hora para sentir os efeitos, mas nada acontece.
Por outro lado, ninguém entende realmente porque às vezes os comestíveis produzem um efeito poderoso. Isso geralmente é atribuído a uma dose excessiva ou simplesmente à má sorte. Muito provavelmente, o THC tornou-se 11-hidroxi-A9-tetrahidrocanabinol (11-OH-THC), que produz um efeito psicoativo mais potente. Seguindo essa teoria, o corpo absorve mais 11-OH-THC ingerindo comestíveis do que fumando.
Em contraste, a maioria dos estudos científicos, incluindo a pesquisa mencionada acima, continua a classificar os comestíveis com uma faixa de biodisponibilidade de 4-20%. Essa baixa biodisponibilidade é considerada bastante precisa, até o dia em que um comestível toma conta de você. A lei estadual da Califórnia considera que 10mg de THC por porção é uma dose eficaz.
BIODISPONIBILIDADE DAS TINTURAS SUBLINGUAIS
Tinturas de óleo de aplicação sublingual foram a tendência de saúde e bem-estar em 2018, e por boas razões. Apesar de ainda estarmos à espera de investigações conclusivas para silenciar os críticos, milhões de pessoas em todo o mundo já estão convencidas. A aplicação de algumas gotas de óleo de cannabis em baixo da língua parece aumentar consideravelmente a biodisponibilidade.
A maioria dos consumidores experimenta as vantagens oferecidas por este óleo terapêutico após 20 minutos. E estes não incluem efeitos psicoativos. A teoria é que a dosagem sublingual evita o efeito de primeira passagem no fígado e, portanto, aumenta a biodisponibilidade. Da mesma forma, testes anedóticos de consumidores de tintura com THC, para fins recreativos, sustentam que doses sublinguais de THC produzem um efeito mais potente e mais rápido. Obviamente, as tinturas de THC produzem um efeito psicoativo.
BIODISPONIBILIDADE DE PRODUTOS TÓPICOS
Cremes e loções com canabinoides são outra tendência crescente de saúde e bem-estar. Se contêm THC ou CBD, esses produtos para a pele não causam “onda”. Os canabinoides são altamente hidrofóbicos, então a própria pele age como uma barreira. A aplicação transdérmica, ou esfregar um creme na pele, não produz efeitos psicoativos. No entanto, este método tornou-se popular entre os usuários de cannabis para fins medicinais, graças aos seus resultados terapêuticos.
BIODISPONIBILIDADE DOS INALADORES
Os inaladores são uma maneira extremamente eficiente e limpa de inalar canabinoides. Este método de consumo é semelhante à vaporização. Os canabinoides entram nos pulmões através da troca de gases nos alvéolos, passam para a corrente sanguínea e avançam para atravessar a barreira hematoencefálica. Inaladores de maconha são quase idênticos aos inaladores que as pessoas com asma usam. São equipados com um depósito, uma válvula e um propulsor.
Assim como os vaporizadores, os inaladores de cannabis são muito mais saudáveis do que fumar e não geram compostos cancerígenos por meio da combustão. Mas os inaladores são ainda mais limpos que os vaporizadores. Esses dispositivos fornecem um aerossol sem muitos dos aditivos usados em cartuchos e concentrados vaping. Em vez disso, oferecem inalações de THC puro. Os inaladores também são extremamente precisos e fornecem uma dose padronizada a cada inalação.
Embora inaladores entrem na corrente sanguínea da mesma forma que fumaça e vapor, seus altos níveis de THC e pureza extraordinária os tornam altamente biodisponíveis.
Fonte: Royal Queen
por DaBoa Brasil | ago 22, 2019 | Culinária, Cultivo, Saúde
O limoneno está presente na hortelã, zimbro, alecrim, pinheiro e, claro, na maconha. É usado em alimentos, farmácia, cosméticos e biotecnologia. Este terpeno é um agente antidepressivo, ansiolítico, imunoestimulante, antibacteriano e anticancerígeno.
O limomeno é um dos terpenos mais utilizados. É um ingrediente comum em alimentos, medicamentos, cosméticos, detergentes e também tem aplicações na indústria da biotecnologia. Este terpeno aromático é produzido em abundância nos tricomas de muitas variedades de cannabis, juntamente com os canabinoides. Como outros terpenos, o limoneno tem seus próprios efeitos no corpo. As propriedades medicinais deste composto vegetal estão sendo investigadas atualmente, enquanto fumar ou vaporizar uma variedade de cannabis com altos níveis de limoneno oferece uma experiência deliciosa e um efeito energizante.
TERPENOS E FITOTERAPIAS CANÁBICAS
Os terpenos são um tipo de substâncias químicas com uma grande variedade de fragrâncias e sabores. Contribuem significativamente para a qualidade de frutas e vegetais, e atuam na síntese de várias substâncias bioquímicas, como vitaminas, hormônios, óleos e, claro, canabinoides. Os terpenos extraídos de plantas são os componentes mais importantes dos óleos essenciais usados na medicina herbária, nutrição e cosmética. O vinho e a cerveja são carregados com terpenos.
A cannabis está entre as plantas com maior complexidade de terpenos, oferecendo todos os seus aromas e efeitos terapêuticos. A combinação de diferentes terpenos e canabinoides é conhecida como o efeito entourage. Esta relação sinérgica entre os terpenos e todos os outros compostos naturais da cannabis tem mostrado modificar significativamente e, em última análise, aumentar a ação do THC, CBD e outros canabinoides separadamente. Estas moléculas constituem entre 10 e 20% da resina total contida nos tricomas. Outro terpeno importante na cannabis é o pineno, que também merece ser estudado.
LIMONENO
O limão, a laranja e outras frutas cítricas contêm grandes quantidades deste monoterpeno aromático, que também está presente em muitas outras plantas, como menta, zimbro, alecrim e pinheiro. A rápida evaporação dos terpenos faz com que o limoneno atinja imediatamente os receptores sensoriais de insetos, parasitas e outros animais curiosos, que percebem imediatamente seu cheiro como tóxico. Você já pode imaginar por que algumas das plantas mais inteligentes estão cheias de resinas ricas em limoneno.
Depois de mirceno, o limoneno é o terpeno mais abundante em todas as variedades de cannabis, mas isso não significa que todas elas necessariamente tenham cheiro de limão. Uma de suas formas químicas faz com que o limoneno cheire quase como a tangerina, enquanto outra forma cheira a limão e tem um sabor de uva.
Os estudos sobre o efeito entourage na cannabis descobriram que o limoneno ativa as sinergias entre vários canabinoides e outros terpenos. Este composto interage positivamente com os canabinoides, como THC-A, CBD-A, CBC-A, CBC, CBG e com outros terpenos, como cariofileno e linalol. Além disso, a maior permeabilidade celular causada pelo limoneno facilita a assimilação de outras substâncias pelo corpo humano.
Esta substância tem uma toxicidade muito baixa, e não é normal que os humanos sofram quaisquer efeitos secundários quando consumida. No entanto, como muitos outros terpenos e solventes, o limoneno pode causar uma reação irritante na pele e no sistema respiratório, cujos sintomas consistem em olhos lacrimejantes, vasodilatação e os consequentes efeitos no nariz, olhos, brônquios e pulmões. Em qualquer caso, o limoneno pode ser usado para tratar a bronquite, e muitas pessoas acreditam que este terpeno pode adicionar um sabor sutil muito agradável e grande frescor ao fumo ou vapor, bem como acentuar os efeitos terapêuticos.
O ESTUDO CIENTÍFICO DO LIMONENO
Ao contrário do THC, o limoneno nunca foi uma substância regulamentada. Portanto, os pesquisadores tiveram mais liberdade para se concentrar em seu potencial como agente antidepressivo, ansiolítico, imunoestimulante, antibacteriano e anticancerígeno. Este composto também é utilizado em dietas para perda de peso, no tratamento de úlceras gástricas e refluxo, como antisséptico e como repelente de insetos. Também estão sendo desenvolvidos ensaios em que limoneno é usado para tratar a depressão e ansiedade e durante esses estudos sobre os efeitos deste terpeno, os participantes experimentam uma maior capacidade de atenção, concentração mental, bem-estar e até libido.
Um estudo de 2011 realizado na Universidade do Arizona e publicado pela revista Oncology Reviews descobriu que o limoneno contribui para a modulação do sistema imunológico do nosso corpo, o que se traduz em um efeito anticancerígeno. Um estudo de 2013 da mesma universidade e publicado pela revista Research and Prevention of Cancer apontou para a eficácia do limoneno na prevenção da proliferação de células cancerígenas e na redução do tamanho dos tumores. Foi um teste em humanos com mais de 40 mulheres diagnosticadas com câncer de mama. Outro estudo subsequente sobre o mesmo tipo de tumor obteve resultados positivos semelhantes.
Um estudo realizado em 2014 na França e publicado na revista Anti-Inflammatory and Anti-allergy Agents in Medicinal Chemistry indicou que o limoneno possui poderosas propriedades anti-inflamatórias, por isso este terpeno é uma alternativa muito promissora para o tratamento de certas formas de câncer. Este estudo descobriu que o limoneno pode impedir que os tumores invadam os tecidos saudáveis em torno deles, reduzindo sua capacidade de criar novos vasos sanguíneos. Finalmente, sabe-se também que este terpeno desempenha um papel importante na reparação da pele danificada e na regeneração dos tecidos celulares.
VARIEDADES RICAS EM LIMONENO
Enquanto esperamos que as pesquisas científicas continuem avançando nas aplicações terapêuticas do limoneno, podemos provar e apreciar os efeitos da Lemon Shining Silver Haze e de muitas outras variedades cítricas. Qualquer variedade de maconha com “lemon” ou outras frutas cítricas em seu nome provavelmente contém grandes quantidades de limoneno, contanto que seus criadores tenham sido lúcidos o suficiente quando batizaram sua nova cepa. No entanto, outras cepas que não pertencem à família “lemon” também são ricas neste terpeno. A OG Kush e a Sour Diesel são apenas dois exemplos.
Uma híbrida sativa dominante rica em limoneno não pode gerar nada além de efeitos animados. A “alta” mental causada pela Shining Silver Haze é eufórica, com níveis muito potentes de energia, criatividade e motivação. É difícil determinar a implicação do limoneno nos efeitos otimistas, eufóricos, estimulantes e de bem-estar que essa cepa induz. Mas o que sabemos é que essa variedade muito ativa não é indicada para consumo imediato antes de ir para a cama.
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Pesquisa: Royal Queen
por DaBoa Brasil | ago 16, 2019 | Curiosidades, História, Saúde
As mulheres consomem maconha para fins terapêuticos desde os tempos antigos. Hoje, a ciência indica que o THC e o CBD podem ser alternativas seguras para tratar muitas condições ginecológicas. Leia o post de hoje para saber mais sobre as pesquisas atuais e como os derivados da cannabis podem ajudar as mulheres ao longo das suas vidas.
O uso de cannabis medicinal e a saúde das mulheres têm sido relacionados desde que o ser humano conhece a erva. O uso da maconha na obstetrícia e ginecologia antiga parece revelar uma conexão entre a natureza das mulheres e a singularidade da flor feminina da cannabis. Ao longo da história, os canabinoides atuaram como grandes aliados em várias doenças relacionadas ao nosso complexo sistema reprodutivo. E hoje, o crescente mercado canábico oferece óleos, produtos de banho, cápsulas, cremes tópicos e até tampões com THC, CBD ou uma combinação de ambos os canabinoides.
O CANNABIS E A HISTÓRIA DA GINECOLOGIA
Arqueólogos descobriram referências ao uso de cannabis medicinal para a saúde das mulheres em textos da antiga Mesopotâmia de cerca de 2.000 a.C. Neste momento, a erva foi misturada com outras substâncias vegetais para tratar a dor menstrual, e desde então, Mulheres em todo o mundo consumiram ervas por vários motivos. Essa planta perfumada foi incluída até mesmo na farmacopeia egípcia, onde é mencionada várias vezes nos textos médicos da antiga Pérsia e consumida por mulheres de todo o Mediterrâneo e da Europa. O mesmo aconteceu na Índia e no Império Chinês, como indicado em uma análise histórica detalhada conduzida por Ethan Russo.
A erva costumava ser administrada através de métodos bastante semelhantes aos usados atualmente: por via oral, retal, vaginal, tópica e por fumigação (ao inalar a fumaça da queima de flores de cannabis). Podemos encontrar descrições claras desses métodos em textos médicos antigos, com referências específicas a sintomas e doenças ginecológicas a serem tratados. Entre essas condições estão cãibras dolorosas, sangramento, infecções, inchaço, distúrbios menstruais ou sintomas da menopausa. A maconha também ajudava a aliviar contrações e facilitar o processo de parto, mas também foi usada para causar aborto. Este é um aspecto particularmente enigmático.
A MACONHA NA GINECOLOGIA ANTES DA PROIBIÇÃO
Durante o século XIX, os derivados da cannabis foram incluídos nas farmacopeias oficiais para tratar uma ampla gama de doenças, e seu uso em ginecologia foi recomendado pelas principais eminências da medicina, bem como pela rainha Vitória. Esta rainha tão inteligente também foi a Imperatriz da Índia, de onde vieram muitas ervas e remédios naturais. Séculos depois de sua morte, se tornou famosa na comunidade canábica em todo o mundo, pois se descobriu que ela consumia tintura de cannabis para aliviar suas cólicas menstruais.
O médico irlandês William Brooke O’Shaughnessy continuou a linha da Rainha Vitória validando o uso tradicional da maconha na Índia, descobrindo novas aplicações e recomendando extratos para uma ampla variedade de propósitos terapêuticos. O’Shaughnessy observou a eficácia da cannabis na redução do sangramento uterino e, em meados da década de 1900, os médicos promoveram tinturas de cannabis para as condições menstruais e outras doenças das mulheres. Um novo ramo de pesquisa clínica sobre a maconha estava sendo iniciado, onde a saúde das mulheres foi incluída, mas a proibição veio e tudo mudou.
O RENASCIMENTO DA MACONHA NA SAÚDE DAS MULHERES
Após a obscura era da proibição, que hoje não é muito mais brilhante, a ciência por trás de séculos de dados anedóticos estava começando a ser confirmada graças a uma grande quantidade de novas pesquisas.
O sistema endocanabinoide (SEC) é uma rede reguladora muito importante, com funções relacionadas ao humor, metabolismo, apetite, resposta do sistema imunológico, memória e percepção da dor. Em última análise, uma das principais tarefas da SEC é ajudar o corpo a manter um estado de equilíbrio interno conhecido como homeostase.
O SEC desempenha um papel no equilíbrio hormonal feminino e nos processos reprodutivos. Os canabinoides derivados da cannabis são capazes de interagir com os receptores de canabinoides no nosso corpo, e é aí que surge a magia.
DOR MENSTUAL
Hoje, temos fortes evidências sobre as propriedades da cannabis para aliviar a dor, tanto em estudos clínicos quanto na experiência do paciente. A pesquisa também confirma os efeitos anti-inflamatórios dos derivados da cannabis, que podem contribuir para reduzir a dor. Hoje em dia, mais e mais mulheres consomem cannabis de várias maneiras para tratar sintomas dolorosos, como inflamação do útero e outros problemas relacionados à menstruação.
Apesar disso, não há um estudo rigoroso que tenha investigado as propriedades da cannabis contra a náusea durante a menstruação. Dito isto, o THC é famoso pelas suas propriedades antieméticas, e o composto tem estado envolvido no tratamento da quimioterapia durante anos. Pesquisas sobre os efeitos específicos da cannabis na dor da menstruação também são escassas, mas verificou-se que a interação entre o THC e o estrogênio proporciona um maior alívio da dor. Este resultado leva à conclusão de que a cannabis pode ser mais eficaz no alívio da dor em mulheres do que em homens.
SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL
Há poucas pesquisas disponíveis sobre os efeitos da cannabis na síndrome pré-menstrual, apesar dos conhecidos benefícios da dor, tensão muscular, dor de cabeça e humor. As mulheres que vivem em áreas onde a cannabis é completamente legal têm uma melhor chance de experimentar produtos que contêm THC e CBD no alívio dos sintomas da síndrome pré-menstrual relacionados ao humor. Na maior parte do mundo, os produtos de CBD podem ser consumidos como tratamento domiciliar para as condições mencionadas acima, incluindo transtornos de ansiedade e de humor causados pela síndrome pré-menstrual.
ENDOMETRIOSE
A endometriose é um problema de saúde bastante comum e doloroso que faz com que o tecido interno do útero cresça em outro local, gerando dor pélvica grave, cicatrizes e risco de infertilidade. A endometriose afeta aproximadamente 1 em 10 mulheres em todo o mundo durante seus anos férteis.
Uma recente pesquisa on-line mostrou que mulheres australianas com endometriose que consumiram flores ou extratos de cannabis, óleo de CBD, que aplicaram calor e fizeram mudanças em sua dieta, foram as mais bem sucedidas em termos de redução da dor. Intervenções físicas como ioga, alongamento e exercício foram classificadas como menos eficazes. Apesar desses achados, o remédio mais comum para o controle da dor da endometriose ainda é a medicação anti-inflamatória, embora tenha efeitos colaterais consideráveis.
SEXO
Um estudo mostrou que 68,5% das mulheres que usaram maconha antes do sexo tiveram uma experiência mais agradável. Na maioria dos casos, as mulheres que consomem pequenas quantidades de cannabis experimentam um aumento no desejo sexual, enquanto doses mais altas de THC têm um efeito negativo. O efeito positivo da cannabis na ansiedade também pode ser refletido na vida sexual e também tem a capacidade de aumentar a sensibilidade física. Embora o uso de maconha durante o sexo sempre tenha sido popular, a pesquisa não forneceu evidências claras de como a experiência sexual melhora. E não é uma tarefa fácil.
No entanto, novas empresas de cuidados de saúde envolvidas no negócio legal da cannabis têm vindo a desenvolver produtos com canabinoides destinados a melhorar a vida sexual. Estes produtos contêm THC, CBD, ou uma combinação de ambos, e vêm na forma de lubrificantes, cremes, óleos calmantes, supositórios e, claro, uma grande quantidade de comestíveis doces afrodisíacos. As opiniões dos consumidores são amplamente positivas, particularmente no que diz respeito à redução da dor durante ou após o sexo.
GRAVIDEZ
A medicina anterior à industrialização considerava que o “cânhamo indiano” tinha uma grande capacidade de aumentar as contrações uterinas durante o parto, além de ser benéfico contra o sangramento. Pode ainda restar muito para vermos comestíveis ou vaporizadores na sala de parto, mas é algo que vale a pena explorar.
A Escola de Medicina da Universidade de Washington, em Seattle, iniciou um estudo recentemente chamado “The Moms + Marijuana Study“. Pela primeira vez, pesquisadores estão tentando avaliar se o uso de cannabis para aliviar a náusea pré-natal é seguro para o desenvolvimento do bebê. Os resultados, que incluirão imagens do cérebro do feto em desenvolvimento, podem mudar a forma como a cannabis é percebida na comunidade médica.
MENOPAUSA
As mulheres que passam pela menopausa apresentam vários sintomas, muitos dos quais são difíceis de tratar diretamente. Mais e mais evidências clínicas e anedóticas sugerem que a cannabis, e em particular o CBD, tem o potencial de aliviar alguns sintomas da menopausa. Pesquisas mostraram que o sistema endocanabinoide regula, entre outras coisas, o humor, o sono e a percepção da dor. Há também evidências científicas sobre o papel complexo do sistema endocanabinoide (SEC) na fertilidade feminina, e os pesquisadores estabelecem uma relação clara entre hormônios estrogênicos, o endocanabinoide anandamida e funções do SEC.
Além disso, pesquisas de laboratório argumentam que os canabinoides podem ajudar a regular o desenvolvimento ósseo, reduzindo o risco comum de osteoporose pós-menopausa. Pesquisas indicam que o CBD pode se ligar aos receptores de células ósseas, o que inibe o processo de deterioração e diminui a perda de densidade óssea. Apesar da falta de evidências conclusivas, o uso de cannabis, mesmo durante a menopausa, pode ajudar o sistema endocanabinoide a manter a homeostase.
Embora uma combinação adequada de THC e CBD possam ser mais eficazes para os problemas da menopausa, foi demonstrado que o CBD é eficaz por si só no tratamento de problemas de sono e humor da menopausa, sem exercer os efeitos intoxicantes do THC.
REDESCOBRINDO O CONSUMO DE CANNABIS ENTRE AS MULHERES
Infelizmente, estudos mostram que as mulheres desenvolvem uma tolerância à cannabis mais rapidamente que os homens e sofrem mais efeitos adversos de possíveis sintomas de abstinência. Parece também que o consumo de cannabis afeta mais mulheres do que homens na região do cérebro que controla a “memória espacial”. Mas além disso, como qualquer outra substância, a cannabis tem efeitos colaterais leves e pode não funcionar para todos.
Embora a maioria das pessoas possa testar com segurança o CBD, deve-se tomar mais cuidado com o canabinoide psicoativo, o THC. Em mercados legais, sementes ou produtos contendo uma proporção de 1:1 de CBD:THC, ou apenas CBD com quase nenhum THC podem ser obtidos. Aqueles que querem consumir THC também podem experimentar microdoses, isto é, tomar pequenas doses de THC ao longo do dia, sem ficarem “chapados”. Isso também deve fornecer benefícios como alívio da inflamação e dor, mas sem afetar significativamente a mente. Por outro lado, aqueles que estão muito familiarizados com o THC podem escolher entre um grande número de cepas.
Finalmente, uma pesquisa com mulheres dos EUA publicada no Obstetrics and Gynecology em maio de 2019 demonstra o uso de cannabis entre as mulheres, apoiado por uma grande quantidade de dados anedóticos. Das 1.011 mulheres com idade média de 37 anos, 36% relataram que consumiram para tratar uma condição específica, como dor, depressão ou ansiedade. Destas mulheres, 16% disseram que usavam cannabis para tratar um desconforto ginecológico, como cólicas menstruais. Além disso, a maioria das mulheres entrevistadas considerou o consumo de cannabis para tratar uma condição ginecológica.
Fonte: Royal Queen
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