por DaBoa Brasil | jun 22, 2019 | Cultivo
O fotoperíodo é muito importante para o cultivo. O que todo cultivador pretende, no fim das contas, é obter as melhores colheitas. Quem já cultivou alguns anos certamente teve alguma variedade que mesmo não sendo tão produtiva, agradou em seu grande sabor, potência, efeitos… Mas dentro de sua baixa produtividade, tem sempre a intenção de levar o desempenho máximo. Para obter safras excepcionais, deve ocorrer a soma de certas circunstâncias. No outdoor muitas delas não são controláveis, já que ninguém pode prever uma forte tempestade, vários dias nublados ou o ataque de animais selvagens. O indoor nesse aspecto tem a vantagem do controle total sobre o clima.
Mas mesmo no indoor, os rendimentos também dependem do investimento feito e do cuidado diário das plantas. A superfície reflexiva de uma tenda de baixo custo não é a mesma de um de gama alta. Um reator magnético não é o mesmo que um reator eletrônico. Nem todas as lâmpadas oferecem o mesmo desempenho e nem todos os LEDs são iguais. Não há dúvida de que todos gostariam de ter o melhor, mas na maioria dos casos o bolso é quem decide a hora de fazer um investimento. E que muitas vezes, não apenas o investimento é decisivo, já que a mão do cultivador também é muito importante.
Na mão do cultivador incluem-se todos os tipos de cuidados, desde a rega e fertilização, até o controle climático ou técnicas de cultivo. Uma “técnica” de cultivo que muitas vezes é pouco mencionada é sobre o fotoperíodo, que são as horas de luz e escuridão que forçaremos as nossas plantas. Existe realmente muita diferença entre os fotoperíodos mais utilizados? Quais são as vantagens e desvantagens de cada um deles? Vamos lhe dizer.
FOTOPERÍODO PADRÃO
O fotoperíodo mais utilizado no indoor e que é entendido como padrão, é de 18 horas de luz e 6 de escuridão para a fase de crescimento, e 12 horas de luz e 12 horas de escuridão para a floração. A partir de agora, vamos nos referir ao fotoperíodo com duas figuras separadas de um hífen. O primeiro é o fotoperíodo de luz e o segundo de escuro. A explicação é simples. A cannabis é uma variedade que, se receber mais de 12 horas de luz, cresce e, se receber menos de 12 horas de luz, floresce. Quanto mais horas de luz as plantas crescem mais, é por isso que optam por 18 horas.
Na floração acontece o mesmo, quanto mais horas de luz, mais as plantas produzem. E por essa razão, as plantas recebem o máximo de horas para mantê-las em floração. Lembre-se de que, com mais de 12 horas, a planta passaria de um estado de floração de novo para o crescimento. Nisso não há discussão, 12/12 é o melhor fotoperíodo para esta fase.
FOTOPERÍODO CONTÍNUO
No crescimento, muitos cultivadores usam um fotoperíodo contínuo de 24/0, o que significa que as plantas nunca recebem escuridão. Suas vantagens são as grandes taxas de crescimento alcançadas, já que ao mesmo tempo as plantas crescem até 30-35% a mais. Mas, por outro lado, o consumo de eletricidade é 33% maior e toda planta precisa de uma fase escura para realizar a fotossíntese.
Pessoalmente, não é um fotoperíodo que agrade, já que os caules das plantas não são tão robustos e tudo que você poupa é uma ou duas semanas de crescimento, e vemos que o consumo de eletricidade é praticamente o mesmo. Isso é algo que todo cultivador deve tentar tirar suas próprias conclusões.
FOTOPERÍODO REINHARD DELP
Também conhecido como fotoperíodo 12+1, propõe reduzir os custos elétricos alcançando bons rendimentos. Para fazer isso, ao invés de usar um fotoperíodo de luz e outro escuro em 24 horas, usa dois fotoperíodos de luz e outros dois de escuro em 24 horas. Seriam 12 horas de luz, 5 horas e 30 minutos de escuridão, 1 hora de luz e outras 5 horas e 30 minutos de escuridão (12/5.5/1/5.5). No total, as horas diárias de luz são 13. E os produtores que executam essa técnica garantem que as plantas são menos esticadas e as colheitas são um pouco menores, mas o suficiente para que as economias na conta de luz valham a pena.
Em floração, esta técnica propõe um fotoperíodo com várias alternativas. Ou mantenha 10/14 em toda a flora, ou comece com 11/13 e desça a cada duas semanas 30 minutos de luz até a colheita. Em variedades de floração longa, você pode até acabar com um fotoperíodo de apenas 6-7 horas de luz.
OUTRAS OPÇÕES INTERESSANTES
As opções de seleção de um fotoperíodo são várias. No crescimento além de 18/6 e 20/4, pode usar 16/8, 17/7, 19/5, 20/4, 21/3, 22/2, 21/1. Não colocamos 13/11 porque é uma opção com a qual algumas variedades tendem a florescer. Na floração, também pode usar outros fotoperíodos, lembrando sempre de não exceder as 12 horas de luz por dia, e que quanto mais horas de luz, maiores são os rendimentos.
Quando são cultivadas sementes muito sativas, é muito comum usar um fotoperíodo de florescimento 12/12 desde o primeiro momento. Os motivos são que uma planta não floresça até atingir a idade adulta, o que ocorre após a quarta a quinta semana. E neste momento, uma sativa pode atingir um tamanho exagerado se for usado um fotoperíodo de crescimento. É por isso que 12 horas são contribuídas, além disso, com este fotoperíodo as plantas começarão a florescer forçadas assim que forem adultas.
Em variedades de floração longa, geralmente todas as sativas, também é comum na floração começar com um fotoperíodo 12/12 ou até 13/11 e ir diminuindo as últimas horas de luz. Isso já demonstrou acelerar a data da colheita em alguns dias e às vezes é muito útil.
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Pesquisa: La Marihuana
por DaBoa Brasil | jun 18, 2019 | Economia, Esporte
Atualmente, a NFL fatura aproximadamente 15 bilhões de dólares anualmente. Em 2018, as vendas legais de maconha chegaram a 10 bilhões e, em 2020, o número excederá as receitas da liga de futebol americano NFL.
Nos Estados Unidos, 37 estados aprovaram algum tipo de lei que permite o uso de cannabis medicinal ou recreativa para pessoas maiores de idade.
Nestes estados em 2018, um montante próximo de 10 bilhões foi faturado como resultado da maconha legal.
Espera-se que mais estados legalizem para aumentar rapidamente as vendas neste setor e eliminar as restrições legais que desencorajaram seu uso, informou o New York Post. Também informou que a maconha legal vai impulsionar a economia entre 39 e 48 bilhões de dólares só este ano, com potencial para ultrapassar 100 bilhões de dólares em 2023.
A indústria canábica continua a aumentar seu faturamento
“Até o final de 2023, as vendas de maconha legal nos Estados Unidos poderiam exceder o gasto coletivo dos estadunidenses com as academias”, disse Eli McVey, editor de pesquisas do MJBizDaily.
“Mas as vendas legais representam apenas uma fração da demanda potencial total estimada da cannabis nos Estados Unidos. Isso seria entre 50 e 60 bilhões de dólares se a demanda do mercado negro for incluída”, acrescentou McVey.
Em 2019, espera-se que os empregos em tempo integral nessa indústria de cannabis aumentem em 34%, entre 175 mil e 215 mil empregados.
A maconha legal começou na Califórnia com a legalização do uso medicinal. O Colorado foi o primeiro dos estados que adotaram a legalização recreativa nos Estados Unidos. Sendo o primeiro e em conjunto com Washington que iniciou esta longa carreira legalizadora do uso adulto em 2012.
Fonte: New York Post
por DaBoa Brasil | jun 12, 2019 | Cultivo
No cultivo de cannabis, todas as tarefas são importantes. Algumas como a rega e a fertilização são as mais comuns. Outras, como as poda ou transplantes, só ocasionalmente. Qualquer mau hábito que tenhamos em qualquer uma delas será refletido no desenvolvimento da planta. Desde um crescimento lento devido à rega ou fertilização incorreta, até podas erradas, superfertilização, quebra de algumas raízes ou a morte da planta em casos mais graves.
Por que os transplantes são feitos?
Um transplante pode ser feito por vários motivos. Por um lado, conforto, uma vez que será sempre mais fácil trabalhar com pequenas plantas em pequenos vasos, do que pequenas plantas em enormes vasos. Tanto na hora de realizar as regas, ou se por algum motivo somos forçados a trocar as plantas de lugar, algo muito comum nas primeiras semanas de cultivo.
De outro lado, para garantir que a planta continue a se desenvolver, já que seu crescimento dependerá em grande parte do espaço disponível para as raízes. Em pequenos vasos, chegará um momento em que as raízes terão colonizado todo o substrato. Além de retardar o crescimento, pode ocorrer asfixia das próprias raízes.
E, finalmente, para adicionar boas doses de matéria orgânica que a planta aproveitará para dar um forte impulso. De húmus de minhoca ou guano de morcego como os fertilizantes sólidos orgânicos mais usados, até cinzas, farinha de ossos, farinha de sangue, pó de algas, adubos compostados… Dosando bem com cada um deles em cada transplante, podemos garantir uma nutrição completa sem usar qualquer tipo de fertilizante líquido. E é evidente que os nutrientes orgânicos sempre fornecem colheitas de primeira.
A ESCOLHA DO SUBSTRATO
Um bom substrato é aquele esponjoso e retém grandes quantidades de líquidos, independentemente da quantidade de matéria orgânica que contenha. É verdade que geralmente aproveitamos os transplantes para adicionar húmus, guano de morcego e tudo o que queremos. Mas nada aconteceria se usar um substrato pobre em nutrientes, o que nos forçaria a usar fertilizantes líquidos com mais frequência.
Entre os materiais mais comuns, estão a perlita e fibra de coco, capazes de melhorar um substrato mediano. E se adicionarmos qualquer tipo de nutriente, sempre fazer de acordo com a fase em que a planta está e suas necessidades. No crescimento das plantas exigem nutrientes nitrogenados, como húmus de minhoca. Na floração, especialmente fertilizantes ricos em fósforo e potássio como o guano.
Nos cultivos em vasos, sempre deve ser usado um dreno em seu fundo, o que permitirá uma boa evacuação do excesso de água. É usual usar uma camada de cerca de 2/4 cm de argila expandida. Em cada transplante, muitas dessas argilas permanecerão ligadas às raízes, mas também não é um problema deixá-las. Uma vez enterradas no substrato, fornecerão mais capacidade de absorção de líquidos.
QUANDO E COMO REALIZAR O TRANSPLANTE?
Se não o programamos antes, será a própria planta que pedirá um transplante quando começar a esgotar o espaço das raízes. A capacidade do substrato de reter líquidos diminui e a planta começará a desacelerar seu crescimento.
O número de transplantes que devem ser realizados vai do gosto do cultivador e a duração do período de crescimento. Quando é cultivada no início da primavera, com as plantas com mais de 3 meses à frente para desabrochar, vários transplantes podem ser feitos. Quando começar o final da primavera com pouco mais de 1 mês para começar a floração, apenas um transplante pode ser suficiente.
Se a planta que for transplantar estiver com um substrato muito molhado, corre o risco de que o substrato pelo seu próprio peso desmorone quando for extraído do vaso, com o risco de ruptura de algumas raízes. Aguarde o substrato perder grande parte da umidade, mas sem estar muito desidratado.
E começamos a preparar o vaso para o qual vamos transplantar nossa planta. Colocamos o dreno e sobre ele, um pouco de substrato. O mais simples é fazer um molde com o vaso que a planta está. Isto é, introduza o vaso que tem a planta no vaso para o qual você vai transplantar, colocando na altura apropriada e adicionando mais ou menos substrato no fundo.
Em seguida, preencha o espaço entre os dois vasos, pouco a pouco e pressionando levemente o substrato para que não haja bolsas de ar e mantenha a forma. Só teremos que remover o vaso pequeno com a planta para descobrir um molde do tamanho perfeito para introduzir a planta.
Para extrair uma planta de um vaso, não puxe o caule para cima. É possível que as raízes tenham aderido aos lados e ao fundo do vaso e ao puxar, apenas quebraremos alguma raiz. Com a mão, dê golpes leves por todo o lado de fora do vaso. Finalmente, incline ou separe o vaso e puxe cuidadosamente o caule mais próximo do substrato e remova a planta sem problemas.
Só é necessário inseri-lo cuidadosamente no molde que fizemos, e terminamos preenchendo com mais substrato até superfície. Finalmente, regamos com o pH corrigido. Também é interessante usar um enraizador para acelerar a expansão das raízes para o novo substrato.
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Pesquisa: La Marihuana
por DaBoa Brasil | maio 29, 2019 | Cultivo
Você está cansado do sabor da sua maconha? Tá decepcionado com as variedades que prometem sabores de frutas, hortelã, chocolate ou baunilha? Neste post, oferecemos três maneiras simples de deixar sua erva mais saborosa do que você jamais sonhou.
Variedades como Blueberry, Bubba Kush ou Strawberry Cough prometem sabores de frutas doces e naturais, mas o sabor principal ainda é a erva. Se você gosta de um pouco de variedade, tente um desses métodos para adicionar um toque de sabor extra às suas reservas de ganja.
ANTES DA COLHEITA
Pare de regar as plantas 3 ou 4 dias antes de começar a colheita para que o solo seque. Mas tenha cuidado para que suas plantas não sequem tanto que acabem morrendo. Se você perceber que começam a murchar, regue-as um pouco. No dia da colheita, prepare uma solução com 15ml de óleos essenciais ou extratos de grau alimentício para cada 20 litros de água e regue lentamente suas plantas para minimizar a drenagem. Deixe-as saciar sua sede por 3-5 horas antes da colheita.
Quando estão recém-regadas, as flores contêm mais umidade do que costumam ter no momento da colheita. Mantenha separadas e certifique-se de que tenham bastante circulação de ar durante a secagem inicial para evitar o crescimento de mofo.
DURANTE A COLHEITA
Se você já começou a colheita, ainda não é tarde demais para dar sabor a sua erva. Encha um copo com a solução de “água aromatizada” e coloque uma rama recém-cortada nele. Enquanto as folhas ainda estiverem vivas, elas absorverão a água através do caule até alcançarem os cálices das flores. Após cerca de uma semana, retire a rama para secá-la e curá-la como de costume.
O mesmo aviso em relação ao mofo pode ser aplicado a essa técnica.
DEPOIS DA COLHEITA
Embora as flores já estejam nos frascos, você ainda pode mudar seu sabor adicionando certos elementos ao pote.
Molhe um pedaço de algodão com um extrato ou óleo essencial e cole-o na tampa do frasco para que ele fique em seu interior sem tocar nos buds. Monitore o pote para que não ocorra condensação ou qualquer outro sintoma de excesso de umidade que possa causar mofo e podridão.
Produtos também podem ser adicionados para minimizar o risco do mofo. Desde que estejam completamente secos, você pode adicionar cascas de frutas cítricas, pedaços de maçã, pétalas de flores e especiarias ou ervas, como alecrim, canela ou cravo. Esvazie um saquinho de chá e encha-o com o material solto para manter separado o agente aromatizante e a maconha.
ASPECTOS PARA RECORDAR
As diferentes variedades, e até plantas diferentes da mesma variedade, absorverão os sabores em diferentes ritmos. Além disso, cada sabor irá modificar o sabor natural da cannabis de uma forma única. Até você saber o que vai acontecer e o que você gosta, experimente uma única planta, ramo ou pote de erva. A última coisa que você quer fazer é se deixar levar pela grande variedade de possibilidades e arruinar toda a colheita.
Os extratos de grau alimentício podem ser comprados em qualquer supermercado. Vá ao corredor de produtos de confeitaria, procure por condimentos, e lá você encontrará extratos de morango, amêndoa, rum, etc., além do extrato de baunilha típico. Estes produtos são os melhores, uma vez que se destinam a ser utilizados com alimentos. Se optar por um óleo essencial, confira os ingredientes para se certificar de que eles estão aptos para o consumo humano. Coloque uma gota no dedo e prove. Se queimar, tiver um sabor químico ou um cheiro muito forte, descarte a ideia.
Evite qualquer sabor que contenha muito açúcar. O açúcar queima facilmente e cheira mal, por isso não vai melhorar o sabor da sua maconha.
Sabores e aromas intensos podem desaparecer rapidamente se deixados ao ar livre. Quando eles estiverem dentro do pote, feche a tampa firmemente para manter sua essência segura. Mesmo assim, terá que monitorar de perto o nível de umidade do interior para evitar a formação de mofo. Um pequeno hidrômetro que pode ser visto do lado de fora do pote é uma ferramenta muito útil.
Por fim, controle suas expectativas. Os melhores sabores de maconha ainda são os da própria erva, só que apenas irão predominar se for bem feito. Use técnicas adequadas de cultivo, secagem e cura para garantir que a sua cannabis tenha um sabor delicado e agradável, com ou sem ajuda adicional.
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Fonte: Royal Queen
por DaBoa Brasil | maio 28, 2019 | Economia, Política
Neste momento, a indústria de cannabis é tão nova que fazer parte dela faz com que você seja o primeiro motor por padrão. O paradoxo de ser um pioneiro é que, por definição, abre o caminho.
Seus custos serão maiores e seus recursos mais dispersos. Cometem e pagam pelos erros que outros testemunham e navegam. Em 2001, o Canadá tornou-se o primeiro país do mundo a legalizar a maconha medicinal. Dezessete anos depois, se tornou o segundo país do mundo a legalizar a maconha recreativa. Embora grande parte da comunidade internacional de cannabis tenha anunciado a medida, pelos padrões modernos, dezessete anos é uma eternidade.
Quando coloca esses eventos em contexto, começa a entender melhor as forças em jogo. Blair Gibbs, oficial de política do Centro de Cannabis Medicinal, explica:
“O Canadá não foi o primeiro a escolher o acesso médico por eleição. Os tribunais forçaram os políticos canadenses a legalizarem, e depois levaram tempo para descobrir como queriam que os pacientes tivessem acesso e como regulamentar a nova indústria. Agora existe um consenso político sobre a cannabis medicinal, mas a legalização recreativa não foi considerada inevitável quando a medicinal foi legalizada. Ao contrário da medicinal, a legalização recreativa só ocorreu por causa de um compromisso político para a vitória liberal e eleitoral de 2015. Assim, o Canadá, levou mais de uma década para otimizar seu modelo médico, e agora pode levar mais uma década aperfeiçoando o modelo escolhido para o acesso dos consumidores”.
Então, como estão as coisas se você é um paciente em um país que está relutante em mudar primeiro? Quando a recreação foi introduzida no Canadá, os pacientes ficaram preocupados que a qualidade e a disponibilidade de seus medicamentos pudessem ser prejudicadas, à medida que as empresas se concentram em atender ao mercado de uso adulto de menor custo e maior volume.
Blair continua explicando: “Um desafio é como garantir que o mercado recreativo regulado não prejudique a saúde pública ou o acesso dos pacientes. Atualmente, o governo de Trudeau está enfrentando muita oposição popular à taxação da maconha medicinal, então ainda estão sendo cometidos erros, mas todo sistema tem que evoluir”.
A Holanda seguiu o Canadá legalizando a cannabis medicinal em 2003. Os holandeses apresentaram novas maneiras de lidar com o aumento do uso de drogas recreativas. Um era separar como lidavam com “drogas leves” (incluindo a maconha) de “drogas pesadas” (como a heroína). Como resultado, tinham um mercado de cannabis descriminalizado funcional (embora longe de ser perfeito) décadas antes de qualquer outro. Quase 50 anos depois, como está funcionando a vantagem de seu primeiro motor?
Durante os anos oitenta…
De acordo com Derrick Bergman, um jornalista holandês que cobre a cultura canábica e presidente da VOC Nederland:
“Durante a década de 80, quando havia alto desemprego, era fácil para a mídia ir a um café local e pegar um desempregado sem sorte que passava seus dias no estabelecimento. A cannabis nunca se recuperou diante dos olhos da população predominantemente limpa e preocupada com a saúde, ela não se tornou um movimento de bem-estar alternativo como aconteceu na Califórnia ou no Canadá”.
Curiosamente, “o ministro da saúde holandês que legalizou a maconha medicinal, Els Borst, foi um clínico geral e apoiou-a fortemente. Ele fez um bom começo, mas os ministros da saúde nunca tiveram muito interesse ou compreensão do assunto”.
Claramente, há desvantagens em ser o pioneiro, mas dá a outros países a oportunidade de encontrar um novo modelo, construído a partir do aprendizado dos inovadores programas de cannabis. Como aponta Blair: “Como pioneiros, os erros do Canadá foram extremamente benéficos para os outros países que os seguem. Em longo prazo, não há dúvida de que o estudo de caso sobre o impacto, positivo e negativo, da legalização total será no Canadá”.
Não importa o quão relutantemente os países adotem estruturas jurídicas da cannabis, ser um dos primeiros a adotar oferece algumas vantagens. Não é uma coincidência que várias empresas canadenses e uma empresa holandesa estejam liderando o setor.
Essa empresa holandesa é a Bedrocan. Desde 2003, a Bedrocan produz cannabis padronizada de qualidade farmacêutica para o governo holandês. Isso faz dela a mais antiga empresa de maconha legal do mundo. Agora tem escritórios em todo o mundo e foi a primeira produtora de cannabis com certificação GMP. Por lá, Bedrocan tornou-se sinônimo de cannabis medicinal.
“Quando se trata de cannabis medicinal”, diz o fundador e CEO da Bedrocan, Tjalling Erkelens, “o mundo está mudando. E isso está mudando rapidamente. Agora que a EU, assim como vários países asiáticos, africanos e sul-americanos estão explorando as possibilidades de acesso legal e bem organizado dos pacientes ao acesso a cannabis medicinal, é cada vez mais importante discutir exaustivamente como podem harmonizar os regulamentos globais sobre a cannabis medicinal”. Bedrocan está no topo desta onda da cannabis medicinal legal.
Tjalling Erkelens falará na Cannabis Europe London deste ano para observar melhor a experiência da Bedrocan como a primeira e a principal produtora de cannabis medicinal do mundo.
Empresas canadenses e holandesas podem estar à frente do grupo no momento, mas outras nações estão observando atentamente. Aprendendo com seus antecessores, estão armados para promover novos sistemas que poderiam muito bem produzir a próxima estrela em ascensão da indústria canábica.
Aqui no Brasil, lamentavelmente, seguimos perdendo tempo com uma guerra falida. Mas há grandes possibilidades de uma mudança em breve. Vamos esperar primeiro o Supremo Tribunal Federal (STF) retomar o julgamento de descriminalização, para após isso, quem sabe, seguirmos os modelos de regulamentação e começar engatinhar nesse imenso universo canábico.
Fonte: La Marihuana
Adaptação: DaBoa Brasil
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