por DaBoa Brasil | nov 2, 2020 | Ciências e tecnologia, Curiosidades, Saúde
O estudo foi feito com sementes de cannabis de alta potência, em que foram identificados 43 canabinoides, 16 dos quais eram novos.
Os autores do estudo usaram uma técnica de cromatografia gasosa para identificar compostos presentes no óleo extraído de sementes de maconha. Embora compostos que não eram canabinoides tenham sido identificados, para o estudo os autores se concentraram apenas na presença de canabinoides. Eles conseguiram identificar 43 canabinoides, dos quais 16 não haviam sido identificados anteriormente. Entre os já conhecidos estão THC, CBD e CBN, entre muitos outros, e também suas formas ácidas (THCA, CBDA, CBNA…).
Entre as novidades do estudo está a identificação de homólogos de canabinoides, como o trans-Δ9-tetrahidrocanabinol-C7, que compartilha boa parte de sua estrutura química com o THC, mas ainda não descoberto. Segundo o pesquisador Xavier de las Heras, esse canabinoide poderia ter mais efeitos psicoativos do que o THC devido à sua estrutura química, hipótese gerada por observação que não foi verificada por enquanto.
O estudo permitiu identificar esses canabinoides desconhecidos, ou seja, a conquista da pesquisa é saber que eles existem e conhecer sua estrutura química. As perguntas sobre quais efeitos esses canabinoides produzem e se eles podem ser úteis para algum tratamento médico ou para modular uma “onda”, por enquanto não há respostas. Os investigadores responsáveis pelo estudo pertencem ao Departamento de Mineração, Engenharia Industrial e TIC da Universidade Politécnica da Catalunha e publicaram os resultados do estudo na revista alemã Planta Medica.
Referência de texto: Cáñamo
por DaBoa Brasil | out 28, 2020 | Curiosidades
Mais uma vez um dos argumentos proibicionistas em torno da legalização da maconha mostra ser um grande mito: onde há legalização, não são os jovens quem mais consomem a erva. De acordo com um novo relatório, a maioria dos usuários de maconha nos Estados Unidos está na casa dos quarenta.
Apesar de ser algo previsível e que já apareceu em alguns relatórios anteriores, é surpreendente que a demografia da maconha se concentre nas pessoas com mais de 40 anos. Ao contrário da opinião dos países que não cogitam legalizar, inclusive o Brasil, quem mais usa a erva não são os mais jovens.
O relatório vem da Akerna, uma empresa de software que também assessoria várias empresas canábicas.
“Akerna é uma empresa de software empresarial focada no apoio à indústria da maconha, cânhamo e CBD”, afirma sua biografia. “Lançada pela primeira vez em 2010, Akerna registrou mais de US $ 20 bilhões em vendas de cannabis até o momento e é a primeira empresa de software de cannabis a ser listada na Nasdaq. A tecnologia principal da empresa, MJ Platform, a plataforma líder mundial em infraestrutura como uma plataforma de serviço capacita varejistas, fabricantes, marcas, distribuidores e produtores”.
A flor de cannabis ainda é a favorita entre os maconheiros, garante este relatório. Os menos populares ainda são os comestíveis. O que é uma pena, porque essa é uma das melhores formas de consumo.
Os homens também usam mais maconha, 62,5%, em comparação com 37,2% das mulheres.
Vamos aos dados que dão nome a esta matéria: usuários com menos de 30 anos representam 26,7% do total de usuários pesquisados; de 30 a 40 são 29,7%. Ao todo, a faixa etária de 40 a 50 anos é de 19,5%; a faixa etária de 50 a 60 anos em 13,2% e a faixa etária acima de 60 anos em 10,9%. Em outras palavras, representam quase 40% de todos os usuários.
O relatório foi produzido usando dados da plataforma de vendas e dados de cannabis da MJ Freeway, que inclui a MJ Platform e a MJ Insights.
Fontes externas: Akerna / Cáñamo
por DaBoa Brasil | out 22, 2020 | Saúde
De acordo com um estudo recente, quase metade das pessoas consultadas com esclerose múltipla recorrem à maconha para aliviar os sintomas da doença.
Mais de 40% dos pacientes com esclerose múltipla (EM) usaram maconha ou produtos contendo canabinoides no ano passado, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Michigan. O estudo foi publicado recentemente na revista Multiple Sclerosis Journal – Experimental, Translational and Clinical e no site do Instituto Nacional de Saúde dos EUA.
O estudo foi concluído com informações obtidas nos Estados Unidos sobre 1.000 pessoas com EM. Os dados revelaram que 42% dessas pessoas consomem canabinoides ou terapias baseadas em CBD.
“Esses dados da pesquisa nacional destacam a prevalência crescente do uso de canabinoides em estadunidenses com esclerose múltipla e, entre os usuários, uma percepção contínua do benefício para vários sintomas crônicos”, escreveram os pesquisadores.
Entre os entrevistados, 90% disseram que usavam maconha para fins medicinais. De acordo com isso, a razão é que não existem no mercado terapias qualitativamente melhores. O fato de sofrerem de dores crônicas na maioria dos casos, e que leva à insônia crônica, leva à busca por medicamentos que possam amenizar esse quadro. Parece que, entre as alternativas de mercado, o CBD é o que mais utilizam.
Pacientes que usaram cannabis para tratar sua esclerose múltipla descobriram que ela é mais eficaz para melhorar o sono e reduzir a frequência dos tremores, além de mitigar náuseas e ansiedade. Os pesquisadores notaram que a maioria dos pacientes que optaram por usar cannabis para tratar sua esclerose múltipla queriam mais informações sobre seu uso, mas não receberam essas informações de seu médico.
Referências externas: High Times / Cáñamo
por DaBoa Brasil | out 20, 2020 | Saúde
Um estudo recente descobriu que os pacientes experimentaram redução dos sintomas de TOC após inalar produtos de maconha.
Um estudo publicado no Journal of Affective Disorders encontrou uma redução nos sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) após o uso de cannabis inalada. Os pesquisadores analisaram dados de 87 indivíduos que se identificaram com TOC e rastrearam suas compulsões, intrusões e/ou ansiedade imediatamente antes e depois de 1.810 sessões de uso de maconha ao longo de 31 meses.
Os pesquisadores da Washington State University descobriram que os pacientes relataram uma redução de 60% nas compulsões, uma diminuição de 49% nas intrusões e uma queda de 52% na ansiedade de antes para depois do uso de cannabis. Os pesquisadores fizeram a observação de que não houve grupo placebo.
“Concentrações mais altas de CBD e doses mais altas previram maiores reduções nas compulsões. O número de sessões de uso de cannabis ao longo do tempo previu mudanças nas intrusões, de modo que sessões posteriores de uso de cannabis foram associadas a reduções menores nas intrusões. A gravidade do sintoma inicial e a dose permaneceram razoavelmente constantes ao longo do tempo”. Em um comunicado, o vice-diretor da NORML, Paul Armentano, disse que existem poucos estudos avaliando a “eficácia potencial da cannabis para a mitigação dos sintomas do TOC”.
“Como tal, essas descobertas, embora um tanto limitadas pela forma do estudo, indicam que a cannabis é uma promessa como uma opção terapêutica para pacientes com TOC e deve ser examinada em um ambiente controlado mais rigorosamente projetado”, disse.
Um estudo publicado em maio na revista Depression and Anxiety (o primeiro estudo controlado por placebo analisando o uso de cannabis em adultos com TOC) incluiu 12 participantes e concluiu que, embora os sintomas de TOC e ansiedade relatados pelos próprios pacientes fossem reduzidos pelo uso de cannabis, “tem pouco impacto agudo nos sintomas de TOC e produz reduções menores na ansiedade em comparação com o placebo”.
Referência de texto: Ganjapreneur
por DaBoa Brasil | out 18, 2020 | Saúde
Parte da comunidade científica está concentrando seus interesses em saber quais efeitos o THC tem sobre os danos cerebrais, especificamente em Lesões Cerebrais Traumáticas (TCE).
Lesão cerebral traumática (TCE) afeta mais de 5,3 milhões de pessoas somente nos Estados Unidos. Com cerca de 53.000 mortes por ano, que são mais do que acidentes de carro ou homicídio. No Brasil, estima-se que 150 mil mortes são acarretadas por causa da TCE.
A Universidade de Tel Aviv divulgou um relatório sobre o uso de THC em pequenas doses com soldados que sofreram danos cerebrais: os resultados foram positivos. O UCLA Medical Center conduziu um estudo retrospectivo com 446 pacientes com TCE, separados em dois grupos: os usuários habituais de canabinoides tiveram uma taxa de sobrevivência maior do que os não usuários. Outro estudo israelense (Shosami et al. 2007) conclui que os efeitos do THC no TCE são positivos. E também, um estudo de 2002 alertou sobre os efeitos positivos do THC na neuroproteção.
No entanto, não se empolgue e crie ainda mais confusão: todos esses estudos são modelos teóricos feitos a partir de dados empíricos não testados em laboratório (caso do trabalho da UCLA) ou foram testados apenas em animais. Exceto pelo caso anedótico da Universidade de Tel Aviv, não sabemos se os resultados podem ser aplicáveis a humanos.
Embora os efeitos do THC ainda não sejam bem esclarecidos nessa questão, o CBD vêm demonstrando seus efeitos anti-inflamatórios e neuroprotetores. Um estudo japonês mostra que é possível obter os efeitos neuroprotetores do CBD sem o período de adaptação neural do THC (em outras palavras, é eficaz mesmo se você nunca fumou um baseado na vida). Outros são de opinião que doses diárias de CBD devem ser introduzidas na dieta dos pacientes; Apostam nisso, pois os resultados cognitivos do tratamento são visíveis em pouco menos de seis meses.
Todos esses trabalhos com THC e CBD são promissores, mas é sempre bom lembrar que todos esses estudos são anedóticos e não podem ser generalizados. Por isso é muito importante que se aloque dinheiro suficiente para estudar os efeitos dessas substâncias no tratamento da dor, do câncer, do TCE e de tantas outras condições: para que nossas crenças se tornem certezas.
Referência de texto: Cáñamo
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