por DaBoa Brasil | jul 15, 2020 | Arte, Curiosidades, Música, Redução de Danos
A maconha afeta cada um de maneira diferente, mas muitas pessoas criativas têm algo em comum. Enquanto apreciam o THC, tendem a ter pensamentos divergentes; em outras palavras, suas inibições desaparecem e podem se concentrar em seus projetos com uma nova perspectiva. Mas moderação é fundamental, e nada é garantido.
A criatividade, como a conhecemos, é uma característica amplamente única do ser humano. A capacidade do nosso cérebro nos permite converter pensamentos e ideias em realidade física. De acordo com a famosa hierarquia de necessidades de Maslow, essa capacidade de criação está no topo da “pirâmide de valores” e dá sentido às nossas vidas.
Muitos artistas, pintores e poetas nascem com uma grande imaginação e uma enorme capacidade criativa que colocam em prática ao longo de suas vidas. Outros encontram sua criatividade através de experiências pessoais e ferramentas que produzem uma mudança em sua maneira de pensar.
MACONHA E CRIATIVIDADE: UMA RELAÇÃO DURADOURA
Para ajudar esse processo, a natureza fornece catalisadores de criatividade na forma de fungos e plantas. Uma dessas plantas, a maconha, é uma fonte de criatividade humana há milhares de anos. Já em 2.700 a.C., os médicos chineses a usavam para “curar” a distração. Hoje, muitos artistas visionários admitem consumi-lo por razões semelhantes.
PENSAMENTO DIVERGENTE VS CONVERGENTE
O pensamento é uma coisa estranha. Os ruídos, imagens e ideias que vêm e vão da nossa consciência são difíceis de definir. Sejam o resultado da ativação neuronal ou um produto da metafísica, são eles que nos tornam humanos.
Você pode nem sempre refletir sobre o pensamento, mas nem todos os pensamentos acontecem da mesma maneira. De fato, os cientistas identificaram dois padrões primários em nossas correntes de pensamento: convergentes e divergentes.
O pensamento convergente refere-se a um padrão de pensamento linear que é governado pela lógica. Esse tipo de pensamento é usado para lidar com dados, números e informações claras. Contamos com esse tipo de pensamento para resolver problemas lógicos, fazer cálculos e participar de outras atividades que exigem uma única resposta ou resultado.
Em contraste, o pensamento divergente gira em torno da imaginação. Criatividade, inspiração, novas ideias e tempestades de ideias (brainstorming) ocorrem neste domínio. O pensamento convergente consiste em pensar criticamente e no que é conhecido como pensamento “vertical”, enquanto o pensamento divergente é baseado no pensamento “horizontal”.
A maconha nos ajuda a mudar as mudanças dessa mentalidade lógica e vertical para uma mais aberta, horizontal e abstrata. Essa mudança é muito útil para se expressar e criar novas ideias, além de apoiar os avanços artísticos.
APOIADO PELA CIÊNCIA
Mas isso não é anedótico, pois existem pesquisas que apoiam.
Um estudo publicado em 2011 na Consciousness and Cognition examina os efeitos da maconha na criatividade. A equipe de pesquisa foi inspirada no fato de que a maconha parece produzir sintomas psicomiméticos. Esses sintomas, segundo eles, levam a uma maior capacidade de conectar conceitos não relacionados, o que é uma característica do pensamento divergente.
Os participantes deste estudo foram separados em dois grupos: alta criatividade e baixa criatividade. Ambos os grupos foram submetidos a testes de criatividade enquanto sóbrios e depois sob a influência da cannabis. Os pesquisadores mediram a criatividade usando testes de eloquência verbal, fluência de categoria e associação de palavras.
Verificou-se que participantes com baixa criatividade alcançam o mesmo nível de eloquência verbal sob a influência da maconha que participantes com alta criatividade sóbria. Após analisar os resultados, concluiu-se que o uso habitual de cannabis poderia melhorar o pensamento divergente.
O VÍNCULO DA DOPAMINA
A maconha parece estimular a criatividade, literalmente, mudando a maneira como pensamos. Especificamente, o THC altera quimicamente nossos processos de pensamento, modificando o nível de dopamina.
Todos nós já ouvimos falar em dopamina. Conhecida como o “hormônio da felicidade”, esse neurotransmissor ajuda a controlar as respostas mentais e emocionais, bem como as reações motoras. Quando o nível de dopamina diminui, nosso humor e criatividade são afetados.
Você não ficará surpreso ao saber que o sistema dopaminérgico desempenha um papel importante na criatividade. Como muitos já sabem, a ingestão de THC causa um aumento de dopamina no cérebro. Essa mudança neuroquímica melhora o humor, o que explica por que amamos tanto a alta da erva.
Depois de atingir a corrente sanguínea através dos pulmões ou do trato digestivo, o THC atravessa a barreira hematoencefálica. Uma vez permitido, ele se liga aos inúmeros receptores CB1 no cérebro. Isso leva a um aumento da dopamina, bem como um aumento da atividade neuronal e à sensação de euforia.
MUITA QUANTIDADE É ALGO BOM?
O uso regular de maconha envia uma onda de dopamina ao cérebro. Algumas pessoas se preparam para realizar uma tarefa inovadora e de qualidade fumando um baseado antes de iniciar o projeto.
Mas o uso frequente de maconha por um longo período de tempo pode afetar negativamente o sistema dopaminérgico. Um nível excessivo e prolongado de THC no cérebro fará com que os neurônios dopaminérgicos trabalhem mais, causando um bloqueio no sistema.
Cannabis e criatividade andam de mãos dadas quando músicos, artistas e escritores consomem maconha com moderação. Um equilíbrio igual entre elevações inspiradoras e períodos de sobriedade lúcida produz os melhores resultados.
QUANDO USAR MACONHA PARA SER MAIS CRIATIVO?
Pode ser mais eficaz guardar sua variedade favorita para quando você faz algum trabalho criativo. Timothy Leary, um famoso psicólogo e defensor dos psicodélicos, recomenda ter um ambiente e uma situação favoráveis antes de consumir drogas. Embora a erva não seja alucinógena, um ambiente adequado pode ajudar você a se concentrar e aproveitar ao máximo a alta e a sessão criativa.
No entanto, em outras pessoas criativas, não ajuda estarem chapadas enquanto escrevem ou compõem música. Para esses indivíduos, é mais benéfico separar as duas experiências. Estar “chapado” serve para criar novas ideias e encontrar inspiração; a expressão dessa criatividade virá depois, com uma mente lúcida e sóbria.
Diferentes tipos de atividades criativas precisam de abordagens diferentes; portanto, você decide fumar antes ou durante o processo criativo. Conclusão? Faça o que for melhor para você baseado em suas experiências.
MACONHA PARA A CRIATIVIDADE: A INFLUÊNCIA DAS DOSES
Antes de fumar metade de suas reservas e começar a pintar, você pode moderar um pouco a dose. Mas não nos escute, mas sim a revista científica Psychopharmacology.
Depois de fornecer doses baixas (5,5 mg) e altas (22 mg) de THC a um grupo de indivíduos, observou-se que, em geral, os testes de pensamento divergente em altas doses tiveram um desempenho muito pior. Os pesquisadores também mencionam que a maconha de baixa potência não produz mudanças no pensamento divergente observado. Parece que o que funciona melhor são pequenas doses de erva de boa qualidade.
DIFERENÇAS ENTRE OS CONSUMIDORES
Sendo uma experiência altamente subjetiva, a maconha afeta as pessoas de maneiras muito diferentes. Consumidores experientes geralmente desenvolvem uma forte tolerância e são capazes de fumar bongs e baseados por horas. Os iniciantes, por outro lado, correm o risco de ficar sobrecarregados após uma única tragada. Mas, mesmo para experientes, altas doses podem ser prejudiciais à criatividade, especialmente em comparação com pequenas quantidades controladas.
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Referência de texto: Royal Queen
Na foto: Alex Grey
por DaBoa Brasil | maio 4, 2020 | Arte, Cultura, Curiosidades, Saúde
Neste breve artigo, fornecemos uma das possíveis explicações para os desconhecidos elos entre a criatividade e uso da maconha.
Desde o início dos tempos, o homem é fascinado por substâncias que alteram seu estado mental. Embora evitemos analisar as causas desse fascínio, há uma coisa que fica clara: alguns gênios obtiveram ideias extraordinárias, outros mudaram o mundo enquanto estavam chapados.
Para a maioria das pessoas, a substância preferida é a toda poderosa erva. A maconha é o produto ilegal mais popular hoje em dia e seus efeitos são elogiados por muitos artistas e pensadores criativos. Os usuários de cannabis costumam associá-la a sensações relaxantes e maior inspiração.
Além de ser a substância ilícita mais usada atualmente, a maconha também tem e teve um grande número de adeptos famosos e influentes, muitos dos quais não têm vergonha de mostrar seu apoio publicamente. Entre os defensores incluem William Shakespeare, Salvador Dalí, Carl Sagan e, mais recentemente, Neil deGrasse Tyson e Bill Gates. Embora estes sejam apenas alguns exemplos dentro do enorme coletivo de apoiadores da maconha, isso mostra que pessoas muito diversas podem considerar a cannabis benéfica. Seu apoio é um grande endosso ao grupo favorável à legalização e a todos aqueles que defendem seu potencial criativo.
RELAÇÃO CIENTÍFICA ENTRE A MACONHA E A CRIATIVIDADE
Tudo que foi mencionado acima é baseado basicamente na experiência dos consumidores diários; Mas atualmente, são necessárias evidências científicas para que qualquer ideia seja considerada válida. Embora às vezes frustrante, é uma abordagem que não deixa margem para erro e, na verdade, fornece respostas claras e concisas. Pelo menos, esse é o objetivo.
Quando se trata de criatividade e uso de maconha, houve alguns estudos bastante interessantes que mostram alguma correlação entre os dois. Como em muitos outros estudos sobre cannabis, este trabalho teve um financiamento muito limitado e foi realizado em pequena escala, tornando-o pouco representativo. A diferença entre os efeitos de diferentes variedades de maconha e as doses também não foi analisada. Embora a pesquisa realizada possa não ter sido perfeita, poderia servir como um indicador da conexão entre criatividade e maconha que confirma as experiências de seus consumidores. Foi demonstrado que a erva aumenta a atividade no lobo frontal. Também foram observados o aumento dos níveis de certos neurotransmissores, em particular a dopamina.
ATIVIDADE DO LOBO FRONTAL
Foi observada uma atividade aumentada no lobo frontal em indivíduos envolvidos em atividades criativas. Acredita-se que o lobo frontal seja responsável pela capacidade criativa; desempenha um papel importante nos sentidos de recompensa, prazer, dependência ou ritmo. O lobo frontal também é responsável por pensamentos divergentes: as respostas geradas a um problema, com diferentes níveis de liberdade da ideia original. Por outro lado, o pensamento convergente reduz o número de soluções disponíveis para encontrar a solução certa o mais rápido possível.
Acredita-se que a maconha induza a ativação do lobo frontal, aprimorando a capacidade criativa e o processo de pensamento divergente, que também está associado ao processo criativo.
NÍVEIS DE DOPAMINA
Como já mencionamos, o uso de maconha aumenta os níveis de dopamina, outra maneira de aprimorar o pensamento criativo. O papel da dopamina no pensamento criativo é uma consequência da diminuição da inibição latente e do incentivo à busca de novas alternativas.
A inibição latente é a tendência de descartar certos estímulos sensoriais que são considerados insignificantes no momento, causando a diminuição da influência desses estímulos sensoriais na mente. Em outras palavras, limita a quantidade de informações que o cérebro analisa quando pensa em algo; quando feito de propósito, é chamado de abstração, um método muito poderoso comumente usado na ciência. Enquanto alguns estímulos sensoriais podem ser limitados, outros podem ser potencializados; a percepção alterada pode ser uma via para o pensamento criativo.
A dopamina também incentiva a criatividade através do sistema de reforço ou recompensa, afetando as áreas do cérebro associadas à busca de alternativas. A originalidade é um motivador fundamental para indivíduos criativos, e estudos têm mostrado que a dopamina desperta em nós o desejo de encontrar novas maneiras de ver o mundo, de modo que o fator do instinto criativo aparece novamente.
É dito que o objetivo da medicina, além de aliviar o sofrimento, é melhorar a qualidade de vida. Uma melhoria cognitiva deve ser vista como uma melhoria na qualidade de vida. Portanto, pode-se argumentar que mesmo o uso recreativo da maconha deve ser considerado clinicamente benéfico.
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Fonte: Royal Queen
Na foto: Alex Gray
por DaBoa Brasil | jul 14, 2019 | Curiosidades, Saúde
Um dos efeitos mais conhecidos da maconha é a capacidade de produzir riso em quem a consome. Isso também é exclusivo de todas as variedades, já que as sativas e híbridas sativas são as mais alegres. Os neurocientistas admitem que é muito complicado concretizar as razões específicas do cérebro que produzem o riso, já que implica uma interatuação de múltiplas áreas que regulam a linguagem, a memória, a função motora, a interpretação auditiva e a lógica.
O ato de rir é um reflexo motor que se inspira na própria interpretação do humor de cada pessoa. Trata-se de uma ideia complexa que se compõe de muitos bloqueios de construção diferentes. Desde o contexto cultural, ao contexto linguístico ou ao contexto social. O humor, tal como foi demostrado nos scanners de ressonância magnética, se processa principalmente nos lóbulos frontais e temporais do córtex cerebral. E eles estão nessas áreas onde os canabinoides atuam.
Estudos que foram desenvolvidos no Cognitive Neuroimaging Laboratory do Hospital McLean, em Belmont, demostraram que a cannabis estimula o fluxo sanguíneo tanto nos lóbulos frontais direito e esquerdo, áreas do cérebro que se associam com o humor. O THC causaria hiperatividade nessas regiões, que, uma vez estimuladas, seriam a causa da hilaridade depois de fumar um baseado. A ciência de momento, não chegou a decifrar até que ponto este aumento do fluxo sanguíneo é diretamente responsável de sua intensidade.
O THC se une aos receptores endocanabinoides do cérebro que modulam a sinalização neuronal. Una vez ali, estimulam a sensação de felicidade. Alguns estudos sugerem que determinados canabinoides promovem neurogênese em algumas áreas do cérebro. Isto produz um efeito ansiolítico e antidepressivo. Outros cientistas observaram que as pessoas deprimidas mostram uma diminuição da atividade nestas áreas do cérebro. E a cannabis é capaz de repor essa atividade.
A pesquisadora Sophie Scott, dedica seus estudos ao papel social do riso. Suas experiências mostram que o riso é um efeito enormemente comportamental. Por exemplo, quando em um grupo de pessoas desconhecidas algumas delas riem, é muito provável que o riso seja contagioso e muitas delas acabem rindo sem saber exatamente por que. De fato, na companhia de outras pessoas é até 30 vezes mais provável rir que quando se está só.
Para finalizar, o THC quando se une aos receptores canabinoides ativam a via mesolímbica. Isto faz que o cérebro como resposta libere grandes quantidades de dopamina e endorfina. Isto produz um estado de felicidade que poderia ser comparado ao de se apaixonar, realizar o ato sexual e no geral, causa também sensações de euforia e riso fácil. Com tudo, os pesquisadores continuam avaliando o comportamento dos canabinoides em nosso cérebro.
Fonte: La Marihuana
por DaBoa Brasil | mar 18, 2019 | Saúde, Sexo
Existem poucos estudos realizados sobre sexo e maconha. Porém a revista Sexual Medicine acaba de publicar um novo estudo que se concentra no efeito do uso prévio de cannabis no orgasmo feminino e os resultados são conclusivos.
A professora de ginecologia e obstetrícia da Universidade de St. Louis, no Missouri, e diretora deste novo estudo, Dra. Becky Kaufman Lynn, disse à Weedmaps:
“Meu interesse neste tema veio dos muitos pacientes que vejo em minha clínica e que me confiaram que o consumo de maconha ajudou com seus problemas sexuais”, e continuou, “Vi ser usada em mulheres com distúrbios de dor crônica que levam a relações sexuais dolorosas, mulheres que experimentam dificuldades com o orgasmo ou uma incapacidade de atingir o orgasmo, e mulheres que o usam para melhorar sua libido, e que podem não coincidir com a libido do parceiro”.
Como o estudo foi feito
Das 373 participantes, 34% relataram o uso de maconha antes da atividade sexual. A maioria das mulheres relatou aumento no desejo sexual, melhora no orgasmo, diminuição da dor, mas nenhuma mudança na lubrificação. Após o ajuste por raça, as mulheres que relataram o uso de maconha antes da atividade sexual tiveram 2,13 orgasmos satisfatórios mais do que as mulheres que não relataram ter usado cannabis. Após o ajuste por raça e idade, as mulheres com uso frequente de maconha, independentemente de seu uso antes ou sem relação sexual, foram 2,10 vezes mais propensas a relatar orgasmos satisfatórios do que aquelas que não usaram.
Conclusão do estudo
A maconha parece melhorar a satisfação com o orgasmo. Uma melhor compreensão do papel do sistema endocanabinoide em mulheres é importante, pois há pouca literatura e estudos. Esta pesquisa poderia ajudar a desenvolver tratamentos para a disfunção sexual feminina.
A pesquisa sobre o assunto foi limitada a pesquisas que relataram uma experiência subjetiva. No entanto, a convergência significativa desses depoimentos indica que a maconha desempenha um papel na melhoria da experiência sexual.
O que disseram antes do estudo
Constatou-se que “entre as mulheres que relataram ter usado cannabis antes do relatório: 68,5% relataram ter uma experiência sexual mais satisfatória, 60,6% relataram um aumento na sua emoção e 52,8% relataram um aumento nos seus orgasmos”. Em geral, as chances de ter um orgasmo mais satisfatório durante a atividade sexual são multiplicadas por 2,13 em mulheres que usam maconha antes do sexo.
Um processo que não está claro
Ainda não está claro como a maconha funciona melhorando a experiência sexual nas mulheres. Pode estar relacionado aos seus efeitos sobre o estresse e a ansiedade. Ou a sua ação nos receptores canabinoides localizados em áreas do cérebro responsáveis por certos hormônios sexuais. Também pode ser por causa da liberação de dopamina que produz seu consumo e que leva a uma maximização do prazer.
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Fonte: Newsweed
por DaBoa Brasil | set 15, 2018 | Saúde
Cientistas britânicos descobrem como um canabinoide da maconha atua em áreas chave do cérebro para reduzir a atividade anormal em pacientes com risco de psicose, sugerindo que o ingrediente poderia se tornar um novo medicamento antipsicótico.
Embora o uso regular de variedades potentes de cannabis possa aumentar as chances de desenvolver psicose em algumas pessoas, o canabidiol, ou CBD, parece ter o efeito oposto.
O CBD é o mesmo composto da maconha que também demonstrou benefícios na epilepsia.
Pesquisas anteriores no King’s College London mostraram que o CBD parecia contrabalançar os efeitos do tetrahidrocanabinol, ou THC, a substância psicoativa da maconha. Embora seu mecanismo para isso ainda não tenha sido decifrado.
Ao examinar os cérebros de 33 jovens experimentaram sintomas psicóticos angustiantes e não tinham sido diagnosticados com uma psicose completa, o Dr. Sagnik Bhattacharyya e seus colegas demostraram que administrar as cápsulas de CBD reduziu a atividade anormal no corpo estriado, no córtex temporal médio e no mesencéfalo.
As anormalidades em todas as três regiões do cérebro foram relacionadas ao aparecimento de distúrbios psicóticos, como a esquizofrenia.
A maioria dos antipsicóticos atuais tem como alvo o sistema de sinalização química da dopamina no cérebro, enquanto o CBD atua de maneira diferente.
Significativamente, o composto é muito bem tolerado, evitando efeitos colaterais adversos como o ganho de peso e outros problemas metabólicos associados aos medicamentos existentes.
Necessidade de tratamentos seguros
“Uma das razões pelas quais o CBD é excitante é porque ele é muito bem tolerado em comparação com os outros antipsicóticos que temos disponíveis”, disse Bhattacharyya, do King’s College.
“Há uma necessidade urgente de tratamento seguro para jovens em risco de psicose”.
O Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King’s College está planejando um grande estudo clínico de 300 pacientes para avaliar o verdadeiro potencial do CBD como tratamento. O recrutamento deve começar no início de 2019.
As descobertas mais recentes ressaltam a complexidade do coquetel de produtos químicos encontrados na planta de maconha, em um momento em que as leis de cannabis estão mudando em muitos países.
Fonte: Japan Today
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