Redução de Danos: como prevenir e combater a ansiedade causada pelo uso de maconha

Redução de Danos: como prevenir e combater a ansiedade causada pelo uso de maconha

Se você usa maconha há muito tempo, provavelmente já conhece a ansiedade que a erva pode causar em alguns momentos, e, principalmente, entre aquelas pessoas que já têm uma predisposição a essa condição. No post de hoje, analisamos as causas da ansiedade e explicamos como combatê-la e preveni-la. Especialmente, os usuários de primeira viagem se beneficiarão com essas informações, embora sejam úteis para todos.

A maconha e a ansiedade têm uma relação única e interessante. Numerosos estudos investigaram a cannabis e seus compostos como possíveis formas de tratar a ansiedade, e alguns especialistas estão desenvolvendo agentes ansiolíticos à base de canabinoides.

Mas, ao mesmo tempo, a maconha, e mais especificamente o THC, tem a reputação de causar paranoia naquelas pessoas que já possuem uma predisposição. E alguns estudos associam essa erva mágica ao desenvolvimento de transtornos de ansiedade.

É importante ressaltar que qualquer usuário pode ser afetado pela suposta ansiedade causada pela maconha. Isso torna ainda mais importante saber como lidar com esse problema. Com isso em mente, vamos nos aprofundar no fenômeno da ansiedade causada pela erva e explicar por que ela ocorre. Mencionaremos também algumas maneiras de combatê-la e, principalmente, evitar que ela ocorra.

O que é ansiedade produzida pela maconha?

Certas situações da vida causam ansiedade. Quando você sobe no palco para fazer um discurso, suas mãos estão suadas e seu coração bate muito forte; você se esquece do momento presente e só consegue pensar no que está por vir.

Essa reação é completamente normal. Depois que você se acalmar e começar a respirar corretamente, todas as dúvidas e inseguranças tende a desaparecer.

A ansiedade causada pela maconha é um pouco diferente. Tal como acontece com aqueles “brancos” repentinos, seus sintomas são desagradáveis ​​(suores, tremores, fadiga), mas a ansiedade causada pela cannabis produz principalmente angústia mental em algumas pessoas. Dito isso, sabemos que a ansiedade também causa dor de estômago, náuseas e até vômitos.

Além do que todos sabem, os pesquisadores estabeleceram uma ligação entre o uso de maconha e a ansiedade. Em uma pesquisa realizada na Austrália, 22% dos entrevistados sofreram ataques de pânico após consumir maconha.

Como reconhecer a ansiedade causada pela cannabis

Os sintomas da ansiedade causada pela erva podem ser difíceis de identificar para algumas pessoas, embora tenham algumas características distintas.

Geralmente começa com uma enxurrada de pensamentos negativos, irritantes e repetitivos dos quais é muito difícil se livrar. Depois disso, se manifesta na forma de sintomas físicos, como falta de ar (que por sua vez causa ansiedade) e problemas de movimentação fácil.

Pessoas que passam por episódios de ansiedade após usar maconha se sentem presas em suas próprias mentes. Seus pensamentos são muito opressores, impedindo-os de se concentrar no que está acontecendo no momento presente.

Um dos sinais mais típicos de paranoia entre os usuários de maconha é olhar constantemente pela janela para ver se a polícia está chegando. A preocupação de estar fazendo algo ilegal pode ser opressora o suficiente para causar pânico. Nesse caso, vemos que a ligação da ansiedade não está no consumo da planta propriamente dito, e, sim, como causa das políticas de proibição.

Como combater a ansiedade causada pela maconha

A primeira coisa que você precisa fazer se tiver um ataque de ansiedade depois de fumar maconha é aceitar o que está acontecendo.

Pode parecer difícil, mas é um aspecto fundamental da luta contra a ansiedade, mesmo quando o gatilho não é o uso da maconha. A partir daí, será mais fácil respirar fundo e voltar ao normal. Mas se isso não ajudar, tente as seguintes dicas:

Tome um banho frio: ou pelo menos molhe o pescoço com água fria. Essa sensação repentina pode ajudá-lo a sair desse estado de atordoamento e confusão.

Coma ou beba alguma coisa: isso ajudará você a se concentrar em algo diferente do sentimento de pânico.

Se distraia: dê uma volta pela vizinhança. Coloque uma música relaxante. O objetivo é manter sua mente longe de pensamentos que causem ansiedade.

Obrigue-se a ter uma atitude positiva:                lembre-se de que tudo está em sua mente e que nada vai acontecer com você. Às vezes, forçar-se a ser positivo ajuda você a se sentir aliviado e mais predisposto.

  • A ansiedade causada pela maconha desaparece?

Sim. Assim como acontece com qualquer substância, os efeitos desaparecem com o tempo.

No caso da ansiedade causada pela cannabis, a duração dos sintomas dependerá em grande parte do método de consumo; os efeitos dos comestíveis (também os negativos) duram muito mais horas do que os da maconha inalada ou ingerida por via sublingual. Resumindo, pode levar de 10 minutos a algumas horas para que você se sinta normal novamente. Às vezes, dá a impressão que essas sensações podem parecer eternas, mas se você seguir os passos da seção anterior, tudo ficará bem.

No final das contas, nada vai acontecer com você, mas esses sentimentos podem ser muito angustiantes, especialmente para usuários inexperientes.

Como prevenir a ansiedade causada pela erva?

Como diz o ditado: é melhor prevenir do que remediar. Aqui estão algumas maneiras de evitar episódios de ansiedade potencialmente traumáticos com o uso da maconha.

Escolha uma cepa com uma proporção de CBD do que THC: com uma proporção de 1: 1 você ficará igualmente “chapado”, mas a potência psicotrópica será mais suave graças à presença maior de CBD.

Microdosagem: esta solução destina-se especialmente a iniciantes, uma vez que são mais propensos a este tipo de ansiedade. Não há nada de errado em usar uma dose baixa em sua primeira incursão no mundo da maconha. Desta forma, você pode se familiarizar melhor com os efeitos. Isso é especialmente importante nas primeiras vezes que os alimentos são ingeridos.

Prepare um ambiente agradável: o ideal é estar em um espaço controlado com pessoas em quem você confia. Diminua as luzes de uma forma que crie uma atmosfera relaxante. E tenha comida à mão para quando a larica aparecer e água para hidratar a boca seca.

Por que fico ansioso quando fumo maconha?

Para responder a essa pergunta, precisamos ser técnicos. Quando o THC entra no corpo, ele se liga aos dois principais tipos de receptores no sistema endocanabinoide: CB1 e CB2.

Para quem não sabe, o sistema endocanabinoide (SEC) é um sistema regulatório que se estende por todo o corpo. De acordo com a ciência, parece desempenhar um papel fundamental na modulação da função cerebral, do sistema endócrino e do tecido imunológico. A pesquisa também mostrou que há uma ligação entre o SEC e a secreção de hormônios reprodutivos e de estresse.

Ao estimular o SEC, o THC começa a produzir seus efeitos. Isso é o que se acredita ocorrer após fumar, vaporizar ou consumir THC de qualquer outra forma.

  • A amígdala

A amígdala é uma parte do cérebro envolvida na geração do medo, tanto condicionado quanto não condicionado. Também é responsável pela extinção do medo e da inibição condicionada.

Uma pesquisa recente descobriu a presença de vários receptores CB1 na amígdala, levando os especialistas a encontrar uma ligação entre uma possível reação emocional e o consumo de THC. Como resultado, a ansiedade produzida pela erva rica em THC em pessoas com predisposição faz mais sentido.

  • O sistema nervoso central

Como a amígdala, o sistema nervoso central também possui receptores canabinoides, especialmente CB1, aos quais o THC se liga para produzir seus efeitos psicotrópicos.

Mas onde a ansiedade se encaixa em tudo isso? Um estudo de 2014 analisou a relação entre THC, espasmos musculares e problemas de bexiga. Além de algumas descobertas promissoras, um dos efeitos negativos que os entrevistados experimentaram foi a ansiedade. Junto com a psicose e a disforia, todos esses efeitos foram associados a uma alta concentração de THC.

  • Sistema cardiovascular

Uma investigação de 1994 descobriu que o transtorno do pânico e a ansiedade crônica aumentaram a morbidade das doenças cardiovasculares. Este estudo destacou a ligação entre o uso regular de cannabis e ansiedade crônica, e descobriu que ambos os fatores podem afetar indiretamente a mortalidade por doenças cardíacas.

Por que a ansiedade causada pela maconha afeta algumas pessoas e não outras?

Uma pergunta muito comum e interessante para a qual não existe uma resposta curta e simples, uma vez que vários fatores estão em jogo.

  • Genética

A maconha é altamente valorizada por produzir certas sensações e efeitos positivos. Quando tomado em certas doses, o THC parece causar relaxamento e estimulação mental. Algumas variedades são conhecidas pela criatividade e serenidade que inspiram em quem as consome.

Mas, como um estudo de 2019 [9] indica, os efeitos positivos parecem ser mais prevalentes entre as pessoas que têm uma maior sensibilidade ao THC na parte frontal de seus cérebros. Pessoas que são mais sensíveis a esse canabinoide na parte posterior do cérebro parecem sentir maior ansiedade. Outros efeitos desfavoráveis ​​para essas pessoas são paranoia e emoções negativas.

  • Idade

Como nosso corpo, o cérebro envelhece com o tempo. E isso também afeta nosso sistema endocanabinoide.

A densidade dos receptores, por exemplo, diminui à medida que envelhecemos. E de acordo com o médico e estudioso Gregory Gerdeman, a cannabis afeta as pessoas de maneiras diferentes dependendo de sua idade.

De acordo com Gerdeman, um homem de 30 anos pode se sentir mais paranoico depois de fumar maconha do que quando tinha 20. Como este especialista aponta, o sistema endocanabinoide do cérebro “poderia estar em um estágio diferente”.

  • Sexo

Parece que o sexo também pode influenciar a ansiedade produzida pela maconha. De acordo com um estudo de 2014, o estrogênio pode aumentar a sensibilidade à cannabis.

Este estudo encontrou uma conexão entre o estrogênio e o aumento da sensibilidade ao THC. Especificamente, o estrogênio parecia interagir com os efeitos calmantes do THC no corpo.

Essa sensibilidade pode aumentar a suscetibilidade de certas mulheres à ansiedade e à paranoia causadas pelo THC. No entanto, o estudo também indica que as mulheres desenvolvem tolerância ao THC muito mais rápido do que os homens.

  • Tolerância

Como acontece com o álcool, as pessoas tendem a desenvolver tolerância à maconha depois de consumi-la por um certo tempo. Embora a genética e a estrutura neural do cérebro também desempenhem um papel, o consumo continua sendo o fator mais importante.

Alguns estudos também indicam que os receptores CB1 são dessensibilizados quando o cérebro é exposto ao THC com muita freqüência. O que se segue é um processo conhecido como internalização, durante o qual os receptores são retraídos. Em última análise, tudo isso se traduz em uma experiência psicotrópica menos intensa.

O desenvolvimento da tolerância pode ser positivo ou negativo. Se você é o tipo de pessoa que gosta de ficar “chapada”, uma experiência suave pode ser desagradável. Nesse caso, você pode fazer uma pausa no consumo para “reiniciar” o corpo e ficar sem THC por um tempo.

Alguns especialistas acreditam que quatro semanas é tempo suficiente para que os receptores canabinoides do cérebro voltem ao normal. Você não terá que se abster por muito tempo.

  • Estado de ânimo

Não precisamos de pesquisas científicas para saber que, se sentimos ansiedade antes de fumar, provavelmente também a sentimos depois. Embora algumas pessoas sintam como se um peso tivesse sido levantado após alguns tragos, outras experimentam um aumento nos pensamentos negativos.

Como acontece com qualquer outra substância, é melhor consumir a erva quando estiver de bom humor.

Quanto THC você precisa consumir para começar a sentir efeitos negativos?

A ciência tem uma resposta para essa questão, pelo menos de acordo com um estudo de 2017 no qual 42 participantes foram divididos em dois grupos. O grupo de “dose baixa” recebeu uma cápsula de THC de 7,5mg enquanto o grupo de “dose moderada” recebeu uma cápsula de 12,5mg.

Todos os participantes tiveram 10 minutos para se preparar para uma entrevista de emprego simulada, após a qual eles receberam uma entrevista de cinco minutos na qual nenhum feedback foi fornecido.

O teste final consistiu na contagem regressiva de um número de cinco dígitos, subtraindo 13 de cada vez, por cinco minutos.

Os participantes que receberam a dose baixa sentiram menos estresse, enquanto aqueles que tomaram a dose moderada experimentaram um “humor mais negativo” antes e durante os testes.

Portanto, se você é um iniciante, considere começar com uma quantidade na extremidade inferior da escala, cerca de 5 a 7,5 mg de THC, o que pode ser até algumas puxadas em um baseado.

Não deixe a ansiedade arruinar seu relacionamento com a maconha

A maconha tem uma chance muito alta de causar ansiedade e paranoia em algumas pessoas. Se você sentir que está prestes a colocar sua vida em perigo, não se preocupe; é apenas um subproduto dos vários fatores que mencionamos acima.

Se você está procurando uma experiência que não produza ansiedade ou trauma, é melhor começar com um pouco e ir com calma. Quando perceber que está desenvolvendo tolerância, você pode aumentar sua ingestão gradativamente.

Se possível, também poderá considerar a possibilidade de consumir variedades mais ricas em CBD e menos THC. Mas o mais importante é que você relaxe e se divirta; Usar a erva não é uma competição para ver quem é capaz de fumar mais.

Siga nossos conselhos quando fumar maconha, porque independentemente da sua experiência, conhecimento é poder.

Referência de texto: Royal Queen

Agência Mundial Antidoping pode acabar com a proibição da maconha

Agência Mundial Antidoping pode acabar com a proibição da maconha

Dois meses depois que a principal velocista feminina dos Estados Unidos foi considerada inelegível para as Olimpíadas de Tóquio devido ao teste positivo para o uso de maconha, a agência internacional que supervisiona as substâncias proibidas nos esportes disse que está pronta para revisar a proibição da maconha.

A Agência Mundial Antidopagem (WADA) disse que agirá com o endosso de seu Grupo Consultivo de Especialistas de Lista Proibida e iniciará “uma revisão científica do status da cannabis”. A maconha está na lista de substâncias proibidas da WADA e a agência disse que continuará a estar em 2022.

O desenvolvimento vem após a suspenção, no mês de julho, de Sha’Carri Richardson, que venceu os 100 metros rasos nas eliminatórias para as Olimpíadas. Semanas antes do início dos jogos de Tóquio, Richardson recebeu uma suspensão de um mês depois que a Agência anunciou que ela havia testado positivo para o uso de cannabis.

Tanto a Agência Antidoping dos Estados Unidos quanto o Comitê Olímpico e Paraolímpico dos Estados Unidos seguem o código de substâncias proibidas da WADA.

A suspensão de Richardson foi amplamente criticada e ridicularizada, com muitos observadores dentro e fora do mundo do atletismo apontando a inconsistência de banir a maconha em um momento em que um número crescente de estados no país – e até mesmo o próprio governo federal – estão avançando para a legalização da maconha.

O raciocínio oficial da USADA para banir o uso de maconha entre seus atletas é que a maconha representa um risco para a saúde e segurança dos atletas e que a maconha pode melhorar o desempenho.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, lamentou a suspensão, observando que a mãe de Richardson havia falecido recentemente.

“Isso fede”, disse Psaki em uma entrevista na época. “Não acho que haja uma definição melhor para isso. Ela perdeu sua mãe; passou por uma tragédia e também é a mulher mais rápida do mundo – e acho que ela está mandando uma mensagem para muitas meninas lá fora; você consegue fazer isso. Sabemos que as regras estão onde estão; talvez devêssemos dar uma olhada nelas. Certamente temos que respeitar o papel da Agência Antidoping dos Estados Unidos e do Comitê Olímpico dos Estados Unidos e as decisões que eles tomam. Mas é triste”.

Outras vozes na política ridicularizaram a suspensão.

“A maconha não é uma droga que melhora o desempenho, a menos que você esteja inscrito no concurso de comer cachorro-quente de Coney Island no dia 4 de julho”, disse o deputado Steven Cohen, democrata que representa o nono distrito do Tennessee. “Tirar o direito dela de aparecer, o sonho dela, afastar dela, é um absurdo”.

Cohen pediu a seus colegas no Capitólio que avancem na reforma da cannabis.

“O Congresso deve cuidar para que não tenhamos esses problemas no futuro. Nós planejamos a maconha. Deixamos isso para os estados. Se [Richardson] tivesse ficado extremamente bêbado com margaritas, Red Bull ou qualquer outra coisa que você beba por aí hoje em dia, cervejas, ela estaria bem porque não teria aparecido em seu sistema, e se tivesse aparecido em seu sistema – se ela tivesse álcool 0,02 – ela ainda teria permissão para correr”, disse Cohen.

“Mas, para a maconha, isso poderia ter sido 20 dias atrás, e apenas uma ou duas tragadas, ela se foi. Então vamos cair na real”, continuou. “A Guerra às Drogas é um fracasso total. Nancy Reagan estava errada. Todos os que a seguiram e os outros que disseram: ‘Apenas diga não’, estavam errados porque isso não era suficiente. Vamos aprovar esse projeto de lei e descriminalizar a maconha e levar nosso povo a um ponto em que não seja afetado pela defasagem cultural do Congresso dos Estados Unidos”.

Richardson, por sua vez, reconheceu sua decisão.

“Quero assumir a responsabilidade por minhas ações”, disse Richardson em uma entrevista após a divulgação do resultado positivo do teste. “Eu sei o que fiz e o que não devo fazer. Sei o que não posso fazer e ainda assim tomei essa decisão. Não estou dando uma desculpa ou procurando qualquer empatia no meu caso, mas estando nessa posição da minha vida e descobrindo algo assim – algo que eu diria que impactou minha vida positivamente e negativamente em minha vida quando se trata de lidar com o relacionamento com minha mãe – esse definitivamente era um assunto pesado para mim”.

Referência de texto: High Times

Novas evidências científicas mostram que a maconha não causa danos cerebrais

Novas evidências científicas mostram que a maconha não causa danos cerebrais

Vários estudos recentes confirmaram que o uso de maconha por si só não afeta a saúde do cérebro, mas o uso pesado de álcool e outras drogas pode representar sérios riscos.

Uma equipe de pesquisadores da Austrália e da Holanda publicou um novo estudo que desmascara ainda mais o mito de que o uso regular de maconha causa danos cerebrais.

O estudo, que foi publicado no jornal Addiction Biology, explora se o uso de cannabis em longo prazo pode prejudicar a integridade da substância branca no cérebro. Os pesquisadores sabem relativamente pouco sobre o papel da substância branca, mas agora acreditam que danos ou disfunções nessa parte do cérebro podem levar ao comprometimento cognitivo, esclerose múltipla, Alzheimer e depressão.

A maioria das pesquisas sobre o abuso de drogas de longo prazo se concentrou na substância cinzenta, que está associada ao controle muscular, aos sentidos e à função cognitiva superior, mas um número crescente de pesquisadores está investigando como o uso de drogas pode afetar a substância branca. Um estudo de 2019 sugere que o uso regular de certas drogas, especialmente álcool, opiaceos e cocaína, pode diminuir a coerência da substância branca, podendo causar declínio cognitivo.

Pesquisas anteriores sobre os efeitos da maconha na integridade da substância branca foram amplamente inconclusivas. Alguns estudos encontraram uma ligação entre o uso de cannabis e os danos à substância branca, mas os pesquisadores não levaram em consideração se os indivíduos estavam usando outras drogas ou sofrendo de problemas pré-existentes de saúde mental.

No presente estudo, os pesquisadores usaram imagem por tensor de difusão (DTI) para medir a integridade da substância branca de 39 usuários diários de cannabis e 28 não usuários. Para evitar os fatores de confusão de pesquisas anteriores, os autores do estudo garantiram que todos os sujeitos do estudo fossem pareados em termos de idade, sexo, saúde mental e uso de álcool ou tabaco.

Uma análise completa revelou que a substância branca dos usuários de maconha era tão saudável quanto aqueles que se abstinham. “A microestrutura da substância branca não diferiu entre usuários de cannabis e controles e não covaria com o uso recente de cannabis, gravidade da dependência ou duração do uso”, concluíram os autores do estudo. “Essas descobertas sugerem que o uso de cannabis quase diário em longo prazo não afeta necessariamente a microestrutura da substância branca”.

Muitos dos mitos contra a maconha comumente difundidos por proibicionistas são baseados em estudos mais antigos que são totalmente falhos ou foram mal interpretados pela mídia. Pesquisadores recentemente refutaram estudos mais antigos, que sugeriam que o uso de maconha por adolescentes pode diminuir o QI, causar danos cerebrais ou diminuir a motivação. Vários estudos também concluíram que os déficits observados entre alguns usuários adolescentes de drogas são, na verdade, causados ​​pelo abuso de álcool, não pela maconha.

Os cientistas desmascararam vários outros mitos sobre a maconha nos últimos dois anos. Estudos mais antigos encontraram ligações correlacionais entre o uso de cannabis e problemas de saúde mental, como depressão e esquizofrenia, mas pesquisas mais abrangentes demonstraram que a cannabis não aumenta o risco de doença mental. Os pesquisadores agora acreditam que as pessoas que estão lutando contra problemas de saúde mental são, na verdade, mais propensas a usar cannabis ou outras drogas como forma de automedicação, e não o contrário.

Referência de texto: Merry Jane

EUA: Illinois, Maine, Michigan e Missouri estabeleceram recordes de vendas de maconha no mês de julho

EUA: Illinois, Maine, Michigan e Missouri estabeleceram recordes de vendas de maconha no mês de julho

A passagem do mês de julho levou ao aumento das vendas de maconha em muitos estados dos EUA, com vários estados quebrando recordes. Pelo menos quatro deles – Illinois, Maine, Michigan e Missouri – ultrapassaram o nível mais alto de vendas de produtos de cannabis em sua história. O registro de vendas significa mais receita tributária para os estados.

Illinois já estabeleceu um recorde notável este ano, trazendo mais impostos sobre as vendas de cannabis para uso adulto do que sobre as vendas de bebidas alcoólicas no primeiro trimestre do ano. Julho foi um novo mês recorde, e o quinto consecutivo em que as vendas de cannabis para uso adulto ultrapassaram US $ 100 milhões naquele estado, conforme relatado pelo portal Marijuana Moment. Se a tendência continuar, o estado pode ultrapassar um bilhão de dólares em vendas no final do ano (no ano passado foram 670 milhões).

Maine quebrou seu próprio recorde com um aumento de 45% nas vendas de cannabis para uso adulto em julho em relação ao mês anterior, atingindo US $ 9,4 milhões em vendas. Em Michigan, as vendas de maconha para uso adulto alcançaram US $ 128 milhões em julho, um aumento de US $ 19 milhões em relação ao mês anterior. Por sua vez, o Missouri pela primeira vez ultrapassou US $ 20 milhões em vendas mensais no mercado de maconha para uso medicinal. O estado ainda não tem regulamentação para o uso adulto da cannabis e ativistas e legisladores estão tentando criar uma oportunidade de votação para a lei até 2022.

Referência de texto: Marijuana Moment / Cáñamo

A Suprema Corte da Califórnia proíbe o porte de maconha na prisão

A Suprema Corte da Califórnia proíbe o porte de maconha na prisão

A Suprema Corte da Califórnia decidiu que as pessoas encarceradas não podem possuir maconha sob a iniciativa de uso adulto do estado de 2016, anulando uma decisão anterior do tribunal.

A Suprema Corte da Califórnia decidiu que presos não podem possuir cannabis sob a iniciativa de uso adulto do estado, conforme relata a Associated Press. Revogando a decisão de um tribunal de apelação inferior e apoiando o Procurador Geral do estado, os juízes disseram que a decisão do Tribunal de Apelação do 3º Distrito, permitindo que pessoas atrás das grades pudessem possuir até 30 gramas de maconha, foi além do “bom senso”.

“Parece implausível que os eleitores pretendessem essencialmente descriminalizar a maconha nas prisões. Concordamos com o Procurador-Geral que, se os redatores tivessem a intenção de mudar tão drasticamente as leis sobre a cannabis na prisão, esperaríamos que eles tivessem sido mais explícitos sobre seus objetivos”, disse o Juiz Joshua Groban durante a decisão.

O caso surgiu quando cinco homens foram condenados por portar cannabis em suas celas, que mais tarde foi derrubado pelo Tribunal de Apelações da Califórnia dizendo que embora fosse ilegal fumar ou comer cannabis na prisão, não era ilegal possuir. Outros tribunais de apelação estaduais discordaram do 3º Distrito, entretanto. Em última análise, os juízes da Suprema Corte decidiram contra prisioneiros portadores de maconha na decisão 5-2.

O tribunal de primeira instância disse que as autoridades penitenciárias podem proibir a maconha como outras substâncias como o álcool, mas a sentença de um preso não pode ser aumentada por posse de maconha atrás das grades. Groban discordou, escrevendo: “Somos simpáticos à visão de que (a lei existente) cria uma disparidade extrema entre a forma como nosso sistema jurídico trata a posse de cannabis em geral e a posse de tal substância dentro de um estabelecimento correcional. Isso também se aplica a muitas outras substâncias, incluindo o álcool”.

Em uma dissidência parcial, a desembargadora Leondra Kruger disse acreditar que os promotores teriam que mudar a forma como entraram com as acusações por porte de cannabis atrás das grades, descrevendo o enigma como uma escolha entre dois estatutos criminais sobrepostos com penas diferentes. Na dissidência, ela escreveu que os eleitores podem ter pretendido uma “medida limitada de leniência” para pessoas encarceradas, apesar de o eleitorado não descriminalizar explicitamente a cannabis na prisão. Além disso, ela escreveu que o tribunal deveria ter ignorado a questão da legalidade com base em como o recurso foi apresentado, relata a Associated Press. Apenas outro juiz, Mariano-Florentino Cuéllar, discordou da maioria.

Tentando explicar sua decisão, Groban disse: “Alguns podem muito bem ver uma sentença de prisão de oito anos por posse de menos de um grama de cannabis (um grama é o peso aproximado de um único clipe de papel ou um quarto de colher de chá de açúcar) como indevidamente severo. A sabedoria desses julgamentos de política, no entanto, não é relevante para a nossa interpretação da linguagem estatutária”.

Referência de texto: Ganjapreneur

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