por DaBoa Brasil | mar 5, 2020 | Cultivo, Curiosidades
Durante muito tempo, a Cannabis ruderalis tem sido a menos popular das três subespécies de maconha. Mas, atualmente, seu nome está sendo esculpido e conquistando o respeito da comunidade canábica, ao incorporar a genética autoflorescente no mundo da maconha.
Ao falar sobre variedades de maconha, a maioria das pessoas pensa nos dois subtipos predominantes: indica e sativa.
No entanto, muitos usuários habituais não sabem que existe um tipo menos conhecido de cannabis, que transformou o mundo do cultivo e da criação de variedades: a Cannabis ruderalis.
MAS O QUE É CANNABIS RUDERALIS?
Para responder a essa pergunta, vejamos a origem desse tipo único de cannabis.
ORIGENS DA CANNABIS RUDERALIS
Acredita-se que a Cannabis ruderalis tenha se originado há milhares de anos em regiões do leste e centro da Ásia e Europa, especificamente na Rússia, onde ainda hoje continua a crescer de forma selvagem.
Os botânicos chamam essa planta de “ruderalis” (a palavra “ruderal” significa algo que cresce em terrenos baldios ou onde são despejados resíduos ou escombros) para classificá-la como um tipo de planta de cannabis semelhante a erva, que escapou do cultivo por parte do ser humano e se adaptou às condições ambientais extremas nessas regiões.
Muitas vezes, a Cannabis ruderalis é descrita como o terceiro tipo de maconha, juntamente com Cannabis sativa e Cannabis indica, mas os botânicos não sabem ao certo se ela pode ser classificada como uma espécie por si só. Geneticamente, a Cannabis ruderalis está localizada entre as cepas indica e sativa.
O cânhamo é igual à ruderalis?
O cânhamo é uma espécie diferente de cannabis. Usamos a palavra “cânhamo” para se referir a um tipo de cannabis desenvolvido seletivamente para conter níveis mínimos de THC. Para ser considerado cânhamo, nos EUA a cannabis deve conter menos de 0,3% de THC. Na Europa, o limite está entre 0,2 e 0,3% de THC, dependendo do país.
Embora a Cannabis ruderalis contenha baixos níveis de THC (menos de 3%), ainda possui mais THC do que o cânhamo. No entanto, geralmente o cânhamo e a ruderalis contêm níveis semelhantes de CBD, embora estes também possam variar.
Por outro lado, o cânhamo é uma planta mais versátil que a Cannabis ruderalis. Os seres humanos cultivam cânhamo há milhares de anos para diversos fins, como a produção de tecidos, papel, alimentos, biocombustíveis ou suplementos de saúde.
Por outro lado, a Cannabis ruderalis é um tipo de maconha usada exclusivamente para um único objetivo: a criação de cepas.
A CANNABIS RUDERALIS É LEGAL?
Para ser classificada como cânhamo, a Cannabis ruderalis deve ter um conteúdo de THC abaixo do limite legal mencionado acima. Caso contrário, seria considerado legal apenas em regiões onde é legal cultivar e comprar maconha para fins recreativos e/ou medicinais.
INDICA, SATIVA E… RUDERALIS!
Quais são as diferenças entre maconha indica, sativa e ruderalis? Vamos fazer uma breve revisão para comparar suas características.
SATIVAS: crescem melhor em climas quentes e ensolarados. As plantas são altas e finas, com folíolos finos e alongados e podem exceder 3m de altura. As sativas produzem um efeito cerebral, energético, criativo, estimulante e eufórico. É melhor consumi-la durante o dia.
INDICA: mais adequada para o cultivo em climas mais frios. Plantas mais robustas e resistentes, com estrutura mais baixa e espessa e folíolos mais largos. Geralmente causam um efeito corporal e fisicamente relaxante. As indicas são ótimas para estimular o apetite ou ajudar a adormecer. É melhor consumi-la no final do dia.
HÍBRIDAS: uma mistura das genéticas indica e sativa. Plantas com crescimento vigoroso e boa resistência. Seus efeitos e qualidades de cultivo podem mostrar qualidades tanto da indica quanto da sativa.
RUDERALIS: maconha selvagem, que se adaptou a ambientes extremos. Plantas pequenas e compactas, com buds gordos e pequenos. As plantas crescem como ervas daninhas, mesmo entre resíduos e detritos, e são extremamente robustas e resistentes. Contêm pouco THC (menos de 3%), mas têm altos níveis de CBD.
RUDERALIS: A CANNABIS AUTOFLORESCENTE ORIGINAL
No passado, as variedades de ruderalis não tinham papel significativo. Careciam de valor agrícola ou recreativo. Então, por que começaram a usá-las? Ainda não mencionamos a qualidade mais procurada da Ruderalis; o recurso que as tornou um item básico do mundo da maconha. Ao contrário de indicas e sativas, as ruderalis não dependem da quantidade de horas de luz para florescer, mas começam a florescer de acordo com a idade.
As plantas de maconha autoflorescentes (também chamadas de automáticas ou auto) florescem sozinhas após aproximadamente 3-4 semanas de crescimento vegetativo. Provavelmente, a Cannabis ruderalis desenvolveu essa propriedade autoflorescente em resposta aos verões consideravelmente curtos (mas com muitas horas de luz solar por dia: 22-24 horas) de seu habitat nativo.
Graças à sua capacidade autoflorescente, as cepas ruderalis podem ser usadas para desenvolver novas variedades. Embora isoladamente não sejam interessantes para o consumo recreativo ou medicinal, se forem cruzadas com cepas indica/sativa/híbrida de qualidade, a ruderalis pode fornecer à cepa resultante características autoflorescentes. Isso reduz consideravelmente o estresse dos cultivadores, permitindo que mantenham as plantas sob um ciclo de 18 a 20 horas de luz durante todas as fases do cultivo.
Além de não depender do ciclo da luz, as autos oferecem a vantagem de um ciclo de crescimento muito mais rápido. Isso reduz a ameaça de perda da colheita devido ao mau tempo do outono e permite que o cultivador obtenha várias colheitas de autoflorescentes por estação e por ano. Por essas razões, as autos (e, portanto, a ruderalis) estão causando sensação entre os cultivadores iniciantes e cultivadores comerciais experientes.
FATOS RÁPIDOS DA RUDERALIS
ASPECTO
- Plantas baixas e gordas, com menos ramificações
- Folhas largas, com 3 folíolos
- Buds pequenos
- Altura: 50-60cm
PRODUTIVIDADE
- Colheitas pequenas, buds “esponjosos”
EFEITOS
- Baixa psicoatividade (menos de 3% de THC)
- Contêm CBD, que fornece efeitos subperceptuais
AUTOFLORAÇÃO
- Permanecem 3-4 semanas em crescimento vegetativo, aproximadamente
- Florescem automaticamente
- Colheita em 70-110 dias, a partir da semente
DICAS PARA CULTIVAR AUTOMÁTICAS
Conseguimos despertar sua curiosidade para cultivar automáticas? Siga estas dicas para ter uma colheita abundante de buds muito gordos!
Não transplante autos: as autoflorescentes não tem tempo para se recuperar do estresse. Plante as sementes no vaso final.
Use um estimulante de raízes: como as autos têm um ciclo de vida limitado, um estimulante de raiz pode contribuir para o crescimento ideal.
Use solo leve e aerado: não coloque obstáculos ao desenvolvimento das plantas e suas raízes. Promova o crescimento rápido, usando uma terra solta e arejada.
Use um vaso grande o suficiente: as autoflorescentes não atingem muita altura, mas um vaso pequeno demais prejudicará o crescimento das plantas e a colheita.
Não exagere na água e nos fertilizantes: as autoflorescentes precisam de menos água e nutrientes do que as linhagens de maconha feminizadas. Regue e fertilize moderadamente.
Preste atenção às pragas: o rápido crescimento das autoflorescentes significa menor risco de pragas. Mas, se cultivar ao ar livre, também deve inspecionar as plantas quanto a pragas. Sabão inseticida e óleo de neem podem fazer maravilhas para erradicar muitas pragas comuns na cannabis.
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Fonte: Royal Queen Seeds
por DaBoa Brasil | fev 13, 2020 | Economia
A maconha legal já gerou mais de 240 mil empregos nos Estados Unidos até agora e continua a criar mais à medida que mais estados legalizam.
O relatório publicado pela Leafly no mês passado deixa claro que a maconha legal é uma ferramenta poderosa para criar emprego em período integral. De fato e por enquanto, haveria cerca de 245 mil empregos gerados até agora. Para se ter uma ideia, somente no ano passado esse setor legal gerou 33 mil novos empregos. Com esses números, o mercado legal de maconha é a indústria que mais cresce nos Estados Unidos.
O relatório mostra que apenas um ano após a legalização da maconha recreativa em Massachusetts, os novos empregos nesse estado eram de 10.226. Oklahoma é outro exemplo claro: a indústria do cânhamo gerou mais de 7.300 novos empregos e mais de US $ 40 milhões em renda mensal.
O estado da Flórida, com mais de 300 mil pacientes registrados usando maconha medicinal, também experimentou um aumento de empregos. O aumento no número de pacientes, juntamente com o início da venda de flores para os pacientes, levou a um aumento de 93% nas vendas em relação ao ano passado.
Nos últimos quatro anos, o número de novos empregos da cannabis aumentou 121 mil, um aumento de mais de 100%. Nevada tem mais funcionários no setor canábico legal do que garçons.
Como esse setor é estritamente regulamentado, as vendas de cannabis são monitoradas pelas autoridades públicas desde a semente até a venda final. Todo estado em que a maconha é legal exige relatórios mensais de vendas, pacientes e funcionários. A Leafly preparou um relatório com esses dados sobre o emprego na indústria canábica.
Os 10 estados em que mais pessoas trabalham na indústria.
Deixamos em ordem, os estados que mais empregam na indústria legal da maconha:
1 – Califórnia – 39.804
2 – Colorado – 34.705
3 – Washington – 23.756
4 – Oregon – 18.274
5 – Flórida – 15.498
6 – Arizona – 15.059
7 – Nevada – 14,305
8 – Massachusetts – 13.255
9 – Oklahoma – 9.412
10 – Illinois – 9.176
Clique aqui para acessar o relatório completo sobre os empregos na indústria canábica.
Fonte: La Marihuana
por DaBoa Brasil | jan 19, 2020 | Ativismo, Cultura, Curiosidades, História
O uso da maconha tem muitos séculos de história e, no post de hoje, falaremos sobre alguns dos grandes personagens que há evidências de que usaram cannabis.
William Shakespeare (1564-1616): foi um dos dramaturgos mais importantes de sua época e considerado por muitos o maior escritor de todos os tempos. Entre seus trabalhos estão grandes clássicos como Romeu e Julieta, Hamlet, Otelo e Rei Lear, que ainda hoje estão sendo adaptados ao cinema ou ao teatro.
Há alguns anos, um grupo de pesquisadores encontrou em sua casa em Stratford-upon-Avon, Inglaterra, um conjunto de pipes que uma vez analisados com a técnica chamada espectrometria de massa e cromatografia em fase gasosa, revelou traços de cannabis. A maconha pode ter sido uma fonte de inspiração. Um de seus sonetos se refere a “uma erva daninha”, que para muitos especialistas é um jogo de palavras e provavelmente uma referência enigmática à maconha.
Rainha Vitória (1819-1901): foi rainha do Reino Unido de 1837 até sua morte. Com mais de 63 anos de reinado, é a segunda monarca que esteve no trono britânico por mais tempo, superada apenas por sua bisneta, a atual rainha Elizabeth II (prestes a completar 68 anos de reinado).
Seu médico particular, Sir J. Russell Reynolds, para acalmar as cólicas menstruais receitou maconha. O próprio Reynolds escreveria em uma edição de 1890 do The Lancet, uma das revistas médicas mais antigas do mundo, que a maconha é “um dos medicamentos mais valiosos que possuímos”.
James Monroe (1758-1831): foi o quinto presidente dos Estados Unidos, sucedendo James Madison. De uma família de classe baixa, antes de chegar à presidência, serviu como soldado, advogado, delegado continental do congresso, senador, governador, secretário de estado e secretário de defesa.
Na obra O Grande Livro do Cânhamo, o autor Rowan Robinson escreveu que Monroe foi apresentado ao consumo de haxixe enquanto foi nomeado embaixador na França e continuou a consumir até os setenta e três anos de idade. Isso significaria que enquanto era o presidente dos Estados Unidos, usava maconha na casa branca.
Faraó Ramsés II (1303 aC – 1213 aC): foi o terceiro faraó da XIX dinastia do Egito e um dos faraós mais famosos devido em parte ao grande número de vestígios que restam de seu reinado de 66 anos. Era filho do faraó Seti I e Tuya, tinha dezenas de mulheres e centenas de filhos.
Em seu túmulo descoberto em 1881, restos de maconha foram encontrados. E não foi a única múmia egípcia que encontraram, mas em muitas outras. De fato, a maconha é mencionada no papiro Ebers, um dos mais antigos textos médicos conhecidos, para tratar doenças, incluindo glaucoma, hemorroidas e depressão no Antigo Egito.
Sir William Brooke O’Shaughnessy (1808-1889): foi um médico irlandês famoso por seu extenso trabalho científico e de pesquisa. Em 1833, mudou-se para Calcutá para trabalhar na Companhia Britânica das Índias Orientais. Lá passou nove anos trabalhando como médico e cientista.
Precisamente na Índia, descobriu a maconha, que o intrigou e decidiu investigar. Ao voltar para a Inglaterra, começou a usar maconha para tratar com sucesso espasmos musculares, vômitos e diarreia. Isso encorajou outros médicos a usar os mesmos tratamentos. Também atraiu a atenção da medicina moderna nos Estados Unidos e vários medicamentos patenteados que incluíam maconha podiam ser comprados em quase qualquer lugar.
John Fitzgerald Kennedy (1917-1963): JFK foi o trigésimo quinto presidente dos Estados Unidos. Teve o mais alto índice de aprovação de qualquer presidente americano após a Segunda Guerra Mundial. Foi morto em Dallas em novembro de 1963, sem atingir três anos de mandato.
Várias histórias escritas sobre sua vida afirmam que usava maconha para lidar com sua forte dor nas costas, embora também a usasse recreativamente. Uma biografia publicada contém uma história sobre JFK fumando três baseados com uma mulher chamada Mary Meyer. Após o terceiro baseado, ele teria dito: “suponhamos que os russos tenham feito alguma coisa agora”.
Carl Sagan (1934-1996): foi astrônomo, astrofísico, cosmólogo, astrobiólogo, escritor e divulgador científico norte-americano. Ganhou grande popularidade graças à série de documentários Cosmos: Uma viagem pessoal, produzida em 1980 e da qual foi narrador e coautor. É considerado um dos disseminadores mais carismáticos e influentes da ciência.
Em 1969, quando Sagan tinha 35 anos e sob o pseudônimo “Mr. X”, escreveu um ensaio falando sobre as ideias que experimentou enquanto usava maconha e seu apoio à legalização. Mais tarde, Sagan defendeu abertamente a legalização da maconha. Foi somente três anos após sua morte e graças a seu amigo Dr. Lester Grinspoon, quando isso foi anunciado.
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Fonte: La Marihuana
por DaBoa Brasil | jan 16, 2020 | Ativismo
Quando falamos em legalização da maconha, não estamos falando apenas do seu tradicional uso milenar como parte da medicina. Também não estamos falando apenas em sua capacidade em ser a matéria prima para milhares de produtos ecologicamente sustentáveis. E principalmente, não estamos apenas falando do mercado bilionário que envolve os diversos usos dessa planta. Falamos também sobre o seu uso social e do poder da planta em transmitir harmonia e união entre aqueles que a consomem. Mas no Brasil não são todos que pensam dessa forma e, para alguns, o deus dinheiro parece falar mais alto.
Após pouco tempo da regulamentação feita por parte da Anvisa, que permite apenas o uso de produtos derivados da planta com o máximo de 0,2% de THC (uma clara vitória da indústria farmacêutica, lembrando que o cânhamo naturalmente possui máxima de 0,3%), ficou nítido o interesse de vários profissionais e instituições que levam o nome da erva.
Fica ainda mais claro perceber esse interesse, quando ouvimos dessas partes argumentos que insistem em demonizar o uso da maconha para fins recreativos, apoiando apenas “fins medicinais” e ignorando todos os outros usos que envolvem a planta, seja cultural, espiritual e religioso ou social.
O mais contraditório é saber que a maioria dos atuais profissionais da cannabis no país, clínicas de prescrição, associações de pacientes e famílias que já possuem o direito ao cultivo, só conseguiram tal conhecimento devido aos ensinamentos de cultivadores e ativistas que estão na luta há vários anos pela real liberdade da planta. Ou seja, se hoje existem mães e pais que sabem extrair com excelência o óleo que salva a vida de seus filhos, certamente devem agradecer a dedicação de um jardineiro ilegal que compartilhou suas experiências mesmo sabendo do risco que é fazer justiça com as próprias mãos em um país proibicionista.
Enquanto houver apenas a defesa do uso medicinal, usuários continuarão sendo perseguidos e cultivadores, que são os grandes responsáveis por tantas vidas salvas, continuarão sendo presos e julgados como traficantes. Isso é justo? Também devemos nos perguntar se é justo proibir o acesso ao cultivo de todas as pessoas que sofrem de ansiedade, depressão, insônia e estresse, sendo esses os grandes males da sociedade atual e tendo em vista que alguns poucos no Brasil que sofrem das mesmas condições já possuem o direito de plantar, e por qual motivo devem ser obrigados a colocar o nome em uma lista de controle? Será que existe realmente uma boa vontade em âmbito geral para que todos possam se beneficiar da maconha ou isso será só para quem conseguir bancar?
Não devemos esquecer que estamos falando de uma planta! Uma planta com milhares de anos de uso por diversas culturas e tradições. Uma planta que, tendo as condições básicas para viver, nasce e cresce independente de legislação ou grandes investimentos. Ela vem da terra e, com o mínimo de conhecimento, pode ser cultivada gratuitamente. Talvez seja esse um dos medos das grandes indústrias que tanto lucram com o sofrimento alheio. O que seria das prateleiras das drogarias se cada cidadão pudesse ter o remédio nascendo no quintal?
Deveríamos parar de utilizar os rótulos “medicinal e recreativa”, isso dá a ilusão, aos que não conhecem do assunto, que estamos falando de plantas diferentes. Além de criar brechas para oportunistas persuadirem quem não entende do tema. Deveríamos chama-la pelo nome: maconha. Afinal, todo uso é terapêutico e toda planta de cannabis é uma medicina natural.
Com tantas barreiras segurando a descriminalização e tantos interesses que existem por trás da atual regulamentação, o futuro é incerto. Mas ainda acreditamos e lutamos por uma lei verdadeiramente justa para todos os usuários e cultivadores no Brasil. Ainda acreditamos e lutamos para que as flores vençam os canhões da guerra às drogas, como deveria ser.
Por Diego Brandon
Ativista e idealizador do portal DaBoa Brasil
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por DaBoa Brasil | dez 23, 2019 | Curiosidades, História
Desde o nascimento das primeiras civilizações na Ásia, a maconha faz parte de sua evolução. Com ela surgiram os primeiros tecidos, embora também passassem a ser utilizadas para fins médicos, recreativos e religiosos. E desde as primeiras civilizações estabelecidas nas cordilheiras do Hilamaya, logo se espalhou para outras áreas, onde foi cultivada para diferentes usos. Por exemplo, no antigo Egito, era uma planta comumente usada em diferentes aspectos da vida cotidiana.
A CANNABIS NA MEDICINA
Em um dos documentos médicos mais antigos descobertos até agora, o Papiro Ebers, datado de 1.550 a.C, menciona uma série de remédios à base de cânhamo. Tratava-se especialmente de pomadas para aliviar a dor e a inflamação causadas por várias doenças e lesões.
Embora o uso de maconha na medicina egípcia antiga remonta quase cinco séculos antes, aproximadamente em 2.000 a.C. De acordo com estudos, já era usada no tratamento de hemorroidas, glaucoma ou sangramento vaginal. As mulheres também o usavam contra a depressão e outros problemas psicológicos.
A CANNABIS NA RELIGIÃO DO ANTIGO EGITO
Quando nos anos 80 do século XIX foi descoberta a múmia de Ramsés II, o faraó mais importante do Antigo Egito, e posteriormente examinada, ficaram surpresos ao encontrar rastros de cannabis. E desde então, muitas outras múmias descobertas tinham traços semelhantes, o que serviu para confirmar que a maconha também estava muito presente nos ritos religiosos.
Sem ir mais longe, a deusa da sabedoria Seshat foi representada em pinturas com uma folha de cannabis na cabeça. Também a deusa da guerra Bastet, representada sob um gato doméstico ou um gato com cabeça de mulher, estava ligada ao uso de maconha em assuntos relacionados à bruxaria. Inclusive os fiéis usavam cannabis durante rituais e festividades religiosas.
OUTROS USOS DA MACONHA NO ANTIGO EGITO
Como em outras culturas ou civilizações anteriores, a maconha era usada para a fabricação de cordas, tecidos e até velas, essenciais no dia-a-dia da antiga civilização egípcia. Algumas pesquisas recentes descobriram que os cortadores de pedra usavam uma técnica curiosa para quebrar grandes rochas em pedaços menores e mais fáceis de transportar.
Esta técnica consistiu na introdução de fibra de cannabis seca em fendas ou buracos feitos para esse fim nas rochas. Depois de comprimi-lo bem por dentro com martelos, acrescentaram água. As fibras umectantes começarão a se expandir a tal ponto que a pressão acaba quebrando essas rochas mais manejáveis e fáceis de trabalhar.
Fonte: La Marihuana
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