Famosa adega da Califórnia está se tornando um complexo de cultivo de maconha

Famosa adega da Califórnia está se tornando um complexo de cultivo de maconha

O turismo da maconha está sendo forjado no horizonte do famoso estado vinícola da Califórnia, prova disso é a adega transformada em instalações de processamento e turismo.

Flow Kana é uma marca de maconha artesanal que construiu um centro de processamento e produção de maconha em uma antiga adega do Condado de Mendocino. A empresa adquiriu no ano passado as instalações de 80 acres por 3,6 milhões de dólares que pertencia à família fundadora da Fetzer Vineyards.

Como uma vinícola que organiza visitas e degustações, o Flow Cannabis Institute criará visitas e experiências em torno do processo. Os visitantes poderão visitar as instalações onde os agricultores cultivam e os operários processam e embalam a maconha para distribuição; aprenderão sobre a fábrica em seminários e sobre emparelhamentos em jantares; estarão em uma aula de ioga; e poderão se alojar e tomar café da manhã em um quarto apto para pessoas com necessidades especiais.

O Flow Kana foi fundado como um serviço de entrega em 2014 na área da baía de São Francisco. A empresa tem sua origem em fazendas que cultivam ao ar livre sem pesticidas.

O Flow Cannabis Institute é o primeiro de seu tipo na Califórnia, e permitirá aos pequenos agricultores independentes competir com as marcas da Big Marijuana.

As novas instalações alertam: Flow Kana não tem planos de cultivar ou vender maconha na propriedade, embora em uma futura “sala de degustação” a erva será dada aos adultos com mais de 21 anos, a lei da Califórnia permite até uma onça de maconha.

Desde 01 de janeiro, a maconha recreativa é completamente legal no estado e seu uso medicinal é permitido desde 1996.

Instalações preparadas para dar serviço aos agricultores

Na instalação, entre 80 e 100 agricultores dos municípios de Mendocino e Humboldt, no sul, levarão sua maconha cultivada ao Instituto Flow Cannabis para processamento e embalagem. O armazenamento de erva requer instalações similares como a produção de vinho: lugares frescos, escuros, secos e bem equipados com sistemas de ventilação que permitam o fluxo de ar.

O Flow Cannabis Institute também oferecerá instalações de testes laboratoriais para que os produtores possam garantir que seu produto atenda aos padrões de controle de qualidade estabelecidos pelo Estado da Califórnia. Flow Kana quer iniciar o centro de fabricação antes da seção “lazer” do negócio, deve estar sendo executado na próxima primavera.

“Ver com seus próprios olhos às vezes é o único antídoto contra o que você vê na mídia”, disse a diretora de relações comunitárias da Flow Kana, Amanda Reiman, sobre o que podemos esperar do Instituto Flow Cannabis.

Fonte: Bussiness Insider

Incêndios na Califórnia destroem os primeiros cultivos legais de maconha

Incêndios na Califórnia destroem os primeiros cultivos legais de maconha

Os fortes incêndios causados ​​por ventos fortes estão causando estragos no norte da Califórnia. 11 pessoas já perderam a vida, foram destruídos mais de 1.500 edifícios, milhares de árvores, e o fogo consumiu mais de 100 quilômetros quadrados. 30 mil pessoas foram evacuadas de casas que estão na direção do fogo, de acordo com o Departamento de Florestas da Califórnia.

Os produtores de maconha no norte de São Francisco foram convidados a evacuar e, como resultado, os primeiros cultivos legais de maconha da Califórnia foram queimados. Os agricultores já contam dezenas de milhões de dólares.

A imprensa local informou que o incêndio afetou cerca de 9 mil cultivos de maconha. Santa Rosa é uma das cidades mais afetadas por incêndios.

A causa do incêndio ainda é desconhecida, mas o fenômeno meteorológico conhecido como “Diablo Wind” é parcialmente responsável pela propagação do fogo devastador.

A Associação de Produtores da Califórnia (CGA) relata que um terço dos produtores de maconha foram evacuados por eles mesmos, ou ajudaram seus vizinhos a escapar das chamas, de acordo com o San Francisco Chronicle.

“Esperamos um dano material substancial”, disse o diretor executivo da CGA.

Produtores de maconha contam perdas

Os produtores, fabricantes e distribuidores de maconha disseram ao San Francisco Chronicle que estavam preocupados com seus negócios, muitos dos quais poderiam ser encerrados.

Os cultivadores de maconha na Califórnia estão preocupados porque que suas lavouras serão destruídas por odores de fumaça que os consumidores perceberão facilmente.

Na Califórnia, 5.889.000 quilos (quase 6.000 toneladas) de maconha são produzidas anualmente, 80% dos quais são exportados para outros estados.

As plantas colhidas que foram expostas à fumaça do fogo são mais propensas a serem afetadas por doenças que podem causar mofo e oídio, representando uma ameaça para a saúde dos consumidores, especialmente aqueles que usam maconha para fins médicos.

Os possíveis danos causados ​​pelo incêndio fizeram com que a Oficina de Controle de Cannabis da Califórnia estabelecesse novos regulamentos para o mercado da cannabis. Todos os rendimentos colhidos devem ser verificados para a segurança da saúde.

A questão é a quantidade de cultivos que podem ser submetidas a testes rigorosos de segurança, já que muitos deles estavam nas proximidades do incêndio.

O fogo californiano ainda está sendo calculado, e os criadores já estimaram o dano causado. As perspectivas não são otimistas.

Fonte: Fakty Konopne

Conto Canábico: sobre quando Carlota Joaquina ouviu a palavra de Gilberto Gil

Conto Canábico: sobre quando Carlota Joaquina ouviu a palavra de Gilberto Gil

Cá estava eu andando pelo centro de Curitiba fumando um baseado, quando ouço alguém falando “ei rapaz, venha a cá”. Me virei e vi uma mulher de roupa extravagante e uma peruca ridícula na cabeça tomando chá em um café à beira da rua.

“Estás a fumar um cigarro de índio?” me perguntou a senhora. Pela forma séria que ela chamou minha atenção, logo pensei que seria repreendido pelo cheiro do meu prensado. “É tabaco, minha senhora”, respondi a fim de despistá-la e voltar a seguir meu caminho. “Ora, não seja tolo! Só quero dar um tapa no cigarro”.

Achei muito estranho a forma como a senhora me abordou. Mas ignorei qualquer tipo de represália que eu poderia vir a sofrer e caminhei até a mulher. “Sente-se, me faça companhia”. Logo puxei uma cadeira e me sentei à mesa com a senhora. Dei mais uma bola e passei o baseado para a madame. Ela puxou, prendeu, e soltou a fumaça. “Meio fraquinho, não?”. Argumentei que era um prensado, cuja origem é obscura, portanto de baixa qualidade sim.

Achei um tanto quanto arrogante a forma como a mulher falou do meu baseado. Estamos no Brasil, século XXI, fumar coisa boa só plantando. Mas no fim ela agradeceu as bolas que eu passei para ela. “Estou com cólica menstrual, e a cannabis é o único remédio para aliviar as dores”.

Com a leseira no corpo e a boca seca, aproveitei que estava em um café e pedi uma água. “Qual o  seu nome, meu jovem?” ela perguntou. Foi aí que eu me liguei que não nos apresentamos. Eu disse meu nome, e ela em seguida falou o dela. “Me chamo Carlota Joaquina”. Nome estranho para uma senhora estranha com sotaque forte. “Prazer”, respondi.

Perguntei se ela era de Curitiba. Ela disse que não, e que na verdade era uma portuguesa que veio ao Brasil com o marido para fugir de um baixinho maníaco francês que estava tocando o terror na Europa. “Coisa louca”, falei. “Aqui no Brasil tá acontecendo a mesma coisa, o problema é que o cara era até então apoiado pela classe-média”.

Logo o assuntou voltou para a maconha. Disse que aqui no Brasil não se pode plantar um pé de maconha que já vem polícia encher o saco. A senhora então disse que em Portugal a maconha é usada para tudo, mas que o que fode com todo o esquema são os negros. “Que senhorinha filha da puta”, pensei.

Papo vai e papo vem, percebo que na verdade a tal Carlota Joaquina é uma dondoca preconceituosa que não sabe fumar maconha. “Você já ouviu a palavra de Gilberto Gil?” perguntei a ela. “Nunca ouvi falar”. Como sou dessas pessoas que acredita ser possível mudar os outros com gestos simples, convidei a madame para ir até meu apartamento para ouvir a palavra do ex-ministro da cultura e fumar mais um baseado.

Chegando em minha residência, coloco na vitrola o disco “Refazenda” e bolo um baseado. Não demora muito para a senhora entrar no clima do disco e da maconha. “O que é esse som que eu nunca ouvi antes?” me pergunta. “Isso é Gilberto Gil. Música negra da melhor qualidade”. “Isso é música de negro?” se surpreende a mulher. Em pouco tempo, Carlota entra num transe profundo com as palavras de Gil. “Nos meus retiros espirituais, descubro certas coisas tão banais/ Como ter problemas, ser o mesmo que não”.

O disco acaba, e do baseado, só resta a ponta. “Ó, que experiência divina!” fala para mim a senhora ainda tentando sair do transe. “Pois é, Gil ensina que não há motivos para odiar o próximo. Classe e cor são apenas detalhes superficiais. É preciso amar as pessoas por suas espiritualidades”. “Agora concordo plenamente” ela responde com um pouco mais de consciência.

Enfim nos despedimos. Permaneço em meu apartamento e Carlota segue seu rumo pelas ruas de Curitiba. Sempre me bate uma satisfação quando consigo ensinar as pessoas a ver as coisas de uma outra forma por meio da música e da maconha.

Semana passada eu estava andando pela Rua São Francisco quando alguém chama meu nome. “Ei Chico!”. Quando viro para trás, vejo Carlota sentada em um círculo com alguns hippies artesãos. Quase que não a reconheço, por ter trocado aquela peruca ridícula por dreadlocks.

“O Carlota, quase não te reconheci!” disse a ela. “Chico, eu tenho muito a te agradecer. Depois do Gil, percebi que nossa missão aqui na terra e alcançar um nível espiritual elevado”. “Fico feliz em ouvir isso. Mas se me dá licença, preciso seguir meu caminho”. “Não quer levar uma miçanga?” ela me pergunta. “Hoje não, muito obrigado”, respondo. Assim que me afasto consigo ouvir ela falando “burguês filho de uma puta”.

Por Francisco Mateus

 

STF: com voto favorável de Cármen Lúcia, descriminalização da maconha no Brasil é aprovada

STF: com voto favorável de Cármen Lúcia, descriminalização da maconha no Brasil é aprovada

Após quase 9 anos, chegou ao fim o julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 635.659. Com voto favorável da ministra Cármen Lúcia, a maioria dos ministros do STF aprovaram a descriminalização da maconha para uso pessoal no Brasil, considerando o porte de maconha como “um ilícito de natureza administrativa” e não criminal.

Antes do voto contra de Luiz Fux, Dias Toffoli explicou seu voto, ainda contraditório, feito no último dia 20, e disse que usuário (de qualquer droga) não deve ser criminalizado. Mas, ainda assim, disse que o artigo 28 da Lei de Drogas é constitucional (ou seja, votou contra – ao contrário do que muitos portais divulgaram).

Cármen Lúcia votou a favor, acompanhando o voto de Fachin e disse que, até que o legislativo defina uma quantidade para considerar a diferenciação de usuário e traficante, fica fixada a quantidade de 60g (podendo ainda ser alterada para 40g) e 6 plantas fêmeas como uso pessoal.

Sendo assim, fica estabelecido um prazo de 18 meses para que agências reguladoras e os poderes legislativo e executivo definam uma quantidade.

Ficou para amanhã, dia 26/06, a leitura da promulgação da decisão do julgamento.

O julgamento no STF começou em agosto de 2015, mas foi interrompido cinco vezes por pedidos de análise mais detalhada dos autos.

O placar final ficou em 6×5, seis ministros (Cármen Lúcia, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e, a agora aposentada, Rosa Weber) se manifestaram a favor da descriminalização, enquanto Cristiano Zanin, André Mendonça, Nunes Marques e Dias Toffoli votaram contra. Os três primeiros votaram para que o porte e uso pessoal continue sendo considerado crime, admitindo somente que o STF estabeleça um limite para diferenciar usuário de traficante. Toffoli também votou para que o porte continue sendo considerado crime e disse que o limite deveria ser estabelecido pelos poderes executivo e legislativo.

Gilmar Mendes, relator do caso, inicialmente votou para descriminalizar todas as drogas para consumo próprio, mas depois alterou o voto para se restringir à maconha e aderiu à proposta do ministro Alexandre de Moraes para fixação de presumir como usuárias as pessoas flagradas com até 60g de maconha e com até 6 plantas fêmeas para cultivo pessoal.

O STF julgou a constitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas, que considera crime adquirir, guardar e transportar entorpecentes para consumo pessoal.

Entenda o caso:

O processo em análise no Supremo refere-se à condenação do mecânico Francisco Benedito de Souza que assumiu a posse de 3 gramas de maconha dentro de uma cela na prisão em Diadema (SP). A Defensoria Pública recorreu, argumentando que o artigo da Lei Antidrogas que define o porte como crime contraria a Constituição, pois a conduta é parte da intimidade da pessoa e não prejudica a saúde pública.

Esse julgamento é de grande importância histórica, uma vez que pode impactar significativamente o sistema penitenciário e a guerra às drogas.

STF: julgamento de descriminalização da maconha será retomado hoje (25/06)

STF: julgamento de descriminalização da maconha será retomado hoje (25/06)

O Recurso Extraordinário (RE) 635.659, ação que trata da descriminalização do porte de maconha para uso pessoal, será retomado hoje, dia 25/06. O item está na 1ª posição na ordem de julgamentos do dia e o tema será discutido no plenário físico da corte, com início às 14h.

O caso será retomado com o voto do ministro Luiz Fux.

O julgamento no STF começou em agosto de 2015, mas já foi interrompido cinco vezes por pedidos de análise mais detalhada dos autos.

Até o momento, o placar é 5×4, cinco ministros (Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e, a agora aposentada, Rosa Weber) se manifestaram a favor da descriminalização, enquanto Cristiano Zanin, André Mendonça, Nunes Marques e Dias Toffoli votaram contra. Os três primeiros votaram para que o porte e uso pessoal continue sendo considerado crime, admitindo somente que o STF estabeleça um limite para diferenciar usuário de traficante. Toffoli também votou para que o porte continue sendo considerado crime e disse que o limite deveria ser estabelecido pelos poderes executivo e legislativo.

Ainda faltam os votos dos ministros Luiz Fux e Cármen Lúcia.

Gilmar Mendes, relator do caso, inicialmente votou para descriminalizar todas as drogas para consumo próprio, mas depois alterou o voto para se restringir à maconha e aderiu à proposta do ministro Alexandre de Moraes para fixação de presumir como usuárias as pessoas flagradas com até 60g de maconha e com até 6 plantas fêmeas para cultivo pessoal.

O STF julga a constitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas, que considera crime adquirir, guardar e transportar entorpecentes para consumo pessoal.

Entenda o caso:

O processo em análise no Supremo refere-se à condenação do mecânico Francisco Benedito de Souza que assumiu a posse de 3 gramas de maconha dentro de uma cela na prisão em Diadema (SP). A Defensoria Pública recorreu, argumentando que o artigo da Lei Antidrogas que define o porte como crime contraria a Constituição, pois a conduta é parte da intimidade da pessoa e não prejudica a saúde pública.

Esse julgamento é de grande importância histórica, uma vez que pode impactar significativamente o sistema penitenciário e a guerra às drogas.

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