Dicas de cultivo: Como cultivar maconha utilizando a Agricultura Natural Coreana (KNF)

Dicas de cultivo: Como cultivar maconha utilizando a Agricultura Natural Coreana (KNF)

A Agricultura Natural Coreana (KNF) é uma prática agrícola baseada na sustentabilidade. A KNF estimula o crescimento de microrganismos autóctones, que são a base deste método de cultivo. Os cultivadores de maconha aos poucos estão começando a adotar o KNF para melhorar a saúde do solo e das plantas, aumentando assim os rendimentos esperados.

A Agricultura Natural Coreana (KNF) é um método de cultivo amigo da natureza, criado na década de 1960. A ideia era usar métodos tradicionais de cultivo japoneses e coreanos em busca de uma alternativa aos produtos químicos nocivos usados ​​na agricultura.

Nos últimos anos, o KNF tornou-se popular entre os cultivadores de cannabis, pois se encaixa na tendência de se afastar de fertilizantes e aditivos sintéticos. À luz do debate sobre a pegada de carbono, alguns cultivadores comerciais de maconha em lugares legalizados estão se voltando para a técnica KNF para resolver esse problema.

O que é a Agricultura Natural Coreana (KNF)?

A KNF baseia-se na otimização dos recursos naturais e na sustentabilidade. Basicamente, esse método agrícola segue a “teoria do ciclo nutricional”, que determina o uso de insumos agrícolas em determinadas fases do cultivo. A KNF permite obter colheitas ideais a um custo mínimo, enquanto protege e melhora o ambiente.

Cho Han-kyu nasceu na Coréia em 1935 e cresceu na fazenda de sua família. Em 1965, ele foi para o Japão para estudar métodos agrícolas naturais. Retornando à Coréia, ele combinou seu novo conhecimento com métodos tradicionais de cultivo e fermentação coreanos, construindo gradualmente as bases da agricultura natural coreana. Em 1995, Cho fundou a “Natural Farming Life School and Research Farm” na província de Chungcheong do Norte.

Desde então, o KNF se espalhou por todo o mundo. Cho e seu filho deram seminários na África, Ásia, América e Europa. Em 2014, eles treinaram mais de 18.000 pessoas no Instituto Janong de Agricultura Natural.

Abaixo você pode ver um resumo do efeito que o KNF teve no mundo:

EUA: no Havaí, a produtividade agrícola dobrou graças ao KNF. O uso de água foi reduzido em 30% e a necessidade de pesticidas sintéticos foi eliminada.

Mongólia: as duras condições climáticas no deserto de Gobi impediram três tentativas de plantar árvores. Mas, usando o método KNF, as árvores tiveram uma taxa de sobrevivência de 97% e em 2014 atingiram cerca de 6 metros de altura.

China: os militares chineses alimentam seus soldados com seus próprios recursos locais. Durante as Olimpíadas de Pequim, o número de porcos trazidos para a cidade aumentou, o que causou desconforto entre os cidadãos devido ao mau cheiro. Técnicas de KNF foram então usadas para remover o odor.

Princípios Básicos da Agricultura Natural Coreana

A KNF baseia-se no aproveitamento do potencial intrínseco das plantas e animais, através de várias medidas:

– Usar os nutrientes contidos nas sementes
– Usar microrganismos autóctones
– Maximizar o potencial genético aplicando insumos ocasionalmente
– Evitar fertilizantes sintéticos
– Não lavrar a terra
– Não utilizar gado

Basicamente, KNF envolve uma série de práticas que aumentam a vida bacteriana e fúngica. Trata-se de aumentar a biodiversidade do solo e aproveitar os recursos naturais locais.

Cálcio, fósforo, potássio, entre outros, podem ser extraídos de várias fontes (como ossos ou conchas de crustáceos) para preparar uma mistura solúvel em água. E então você pode aplicá-los às suas plantas em momentos críticos, quando eles precisam de um estímulo extra.

A água usada para preparar formulações de KNF deve primeiro ser deixada em um recipiente aberto por vários dias para permitir que o cloro e outros compostos voláteis evaporem. Quaisquer modificações são diluídas 500-1000:1 antes de serem aplicadas.

Que vantagens a KNF traz ao cultivo de maconha?

Em geral, a KNF pode ser usada para otimizar a saúde e a produtividade de um cultivo de cannabis. As inúmeras vantagens de aplicar esta técnica ao seu cultivo incluem:

– Menor custo, pois não são necessários pesticidas ou fertilizantes sintéticos
– Menos trabalho intensivo, devido à abordagem “sem lavoura”
– As colheitas podem ser mais saudáveis, robustas e saborosas
– As colheitas podem ser mais abundantes (já que condições ambientais perfeitas e menos problemas de pragas/doenças significam mais plantas para a colheita)
– Emissões zero ao não gerar resíduos evitando a transmissão para a cadeia alimentar
– Melhora a saúde do solo, em termos de textura e estrutura.
– Insumos naturais, como microrganismos autóctones (IMO, sigla em inglês), revigoram e reabilitam o local de cultivo

Importância dos microrganismos autóctones (IMO)

A KNF aproveita a IMO para maximizar o potencial do ecossistema onde é cultivada. O resultado disso é um aumento da taxa de decomposição da matéria orgânica no solo, aumento da disponibilidade de nutrientes, aumento do rendimento, redução de microrganismos patogênicos e melhor defesa das plantas.

KNF usa os seguintes microrganismos aeróbicos (entre outros), que sobrevivem e crescem em um ambiente oxigenado:

– Bactérias de ácido lático (LAB): melhoram a aeração do solo e promovem o rápido crescimento. Adicionar bactérias do ácido lático ao seu cultivo de cannabis pode aumentar a produção de tricomas e terpenos.

– Bactérias Purpuras: essas bactérias prosperam em água com baixo teor de oxigênio. Podem fotossintetizar e consumir carbono por outros meios além do CO₂.

– Bacillus subtilis: a Bacillus subtilis funciona como um probiótico multifuncional. Tem grande potencial para prevenir o crescimento de bactérias patogênicas e melhorar a assimilação de nutrientes.

– Levedura: a levedura areja o solo, evitando que ele se torne anaeróbico para que os microrganismos possam fazer seu trabalho. Também ajuda a eliminar maus odores.

– Fungos micorrízicos: esses fungos formam uma relação simbiótica com as raízes, aumentando a capacidade da planta de absorver água e nutrientes. Eles usam enzimas para transformar os nutrientes presentes no solo em uma forma disponível para as plantas, o que é especialmente crucial para maximizar a qualidade e a quantidade das colheitas de maconha. Fungos micorrízicos também podem converter os carboidratos das plantas em corretivos do solo, “fixando” o carbono. A acumulação de carbono no solo é possível graças à produção de glomalina. A glomalina dá ao solo sua textura, firmeza e capacidade de absorção de água. Outras vantagens são maior absorção de água, maior resistência à seca, resistência a patógenos e maior vigor das plantas.

Nematoides: são vermes microscópicos não segmentados. Algumas são muitas vezes consideradas prejudiciais à agricultura e são combatidas com agrotóxicos. No entanto, o KNF ensina que 99% dos nematoides beneficiam a saúde do solo e das plantas e consomem outros nematoides parasitas.

Desvantagens da KNF

A KNF precisa de cuidados, atenção e trabalho. Embora estas não sejam necessariamente desvantagens, a KNF exige que você dedique tempo para ter sucesso. Na KNF, a maior parte do trabalho envolve aprender sobre insumos agrícolas e depois criá-los.

Receitas KNF

As fórmulas para a Agricultura Natural Coreana consistem em 9 receitas básicas. Estas fórmulas podem ser combinadas em diferentes diluições para ajudar plantas e microrganismos.

– Micróbios: microrganismos autóctones (IMO)

A maioria dos cultivadores de maconha sabe que nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) são necessários em grandes quantidades para o bom desenvolvimento das plantas. Microrganismos IMO e KNF são aplicados ao solo para criar uma base fértil. Os IMOs criarão centímetros de solo resistente, fértil e tolerante à seca em questão de meses.

Os cultivos de cannabis em ambientes fechados e ao ar livre podem se beneficiar muito dos microrganismos do solo. Estes metabolizam nutrientes (incluindo NPK) que estão ligados a moléculas inorgânicas, tornando-os acessíveis às plantas. Esses aliados microbianos são considerados impulsionadores essenciais do crescimento das plantas em ambientes naturais.

A receita do IMO consiste em fermentar arroz branco e água por vários dias, depois adicionar quantidades iguais de açúcar mascavo.

– Polícia – Bactérias de ácido lático (LAB)

Os micróbios “policiais” da KNF são resistentes. Eles podem sobreviver sem oxigênio, suportar temperaturas próximas à ebulição e se multiplicar mais rapidamente à temperatura ambiente do que quase qualquer outro microrganismo. LABs ajudam a esterilizar o solo e remover subprodutos que podem se acumular, criando um ambiente equilibrado que pode sustentar a vida das plantas. As receitas de LAB envolvem a fermentação de arroz branco, açúcar mascavo e leite.

– Minerais: Água do Mar Diluída (SEA)

A água do mar é alcalina e contém todos os oligoelementos, tornando-a excelente para solos ácidos. Alivia o solo esgotado, reduz a compactação e torna a fruta mais doce quando usada no final da floração. A água do mar também pode ser fermentada com arroz e artemísia para controlar doenças fúngicas, ou adicionada a ácidos húmicos e fúlvicos para tornar as plantas mais resistentes à seca.

– Abono: Suco de Plantas Fermentadas (FPJ)

O FPJ é um fertilizante líquido feito a partir da fermentação de plantas de crescimento rápido e açúcar mascavo. O FPJ contém hormônios vegetais saudáveis, nutrientes vegetais primários e secundários, microrganismos de ácido lático e leveduras. Quanto mais rápido a planta crescer, mais hormônios benéficos ela terá. Você pode usar o FPJ para muitas coisas, desde embeber sementes e preparar o solo, até criar uma pulverização foliar ou até mesmo fertilizante geral.

– Limpador: Vinagre de Arroz Integral (BRV)

O BRV facilita o crescimento vegetativo. Ajuda a formar o revestimento ceroso nas folhas, criando resistência a insetos e doenças. O BRV pode esterilizar e retardar o crescimento bacteriano, maximizar o efeito do cálcio e acelerar o crescimento reprodutivo. O BRV é feito fermentando grãos ou frutas maduras e água para obter vinagre. É necessário adicionar uma “mãe” de outro vinagre para acelerar o processo; a “mãe” é a mistura de leveduras e bactérias que se forma durante a fermentação do vinagre.

– Medicina: Nutrientes de Ervas Orientais (OHN)

As receitas OHN são tinturas à base de alho, gengibre, alcaçuz, canela e angélica. Uma tintura é produzida pela dissolução de uma substância em álcool. Estas ervas tradicionais têm sido usadas para fins holísticos por gerações. Os OHNs melhoram a absorção de outras alterações do solo e fortalecem a imunidade das plantas e do solo.

– Combustível: Aminoácido de Peixe (FAA)

O FAA é um líquido obtido a partir de resíduos de peixe, muito útil para o crescimento de plantas e microrganismos. Ele contém muitos nutrientes e aminoácidos, o que o torna uma boa fonte de nitrogênio para as plantas. Portanto, o FAA pode ser aplicado no solo e nas folhas para aumentar o crescimento durante a fase vegetativa. Para verduras folhosas, acredita-se que a FAA aumente o rendimento e melhore o aroma e o sabor. A receita envolve a fermentação de peixe com quantidades iguais de açúcar mascavo.

– Estrutura: Fosfato de Cálcio Solúvel em Água (WCP)

O fosfato de cálcio solúvel em água é obtido pela queima de ossos de animais como vacas, porcos, galinhas ou peixes. Os ossos são queimados até ficarem pretos e carbonizados; os restos são então dissolvidos em vinagre e o líquido é então filtrado e pronto para uso. As vantagens do uso do WCP incluem melhor floração e suporte estrutural.

– Reprodução – Cálcio Solúvel em Água (WCA)

Aplicado como spray foliar, o WCA fornece às plantas cálcio para processos celulares normais, desenvolvimento radicular e frutificação. Para fazer isso, as cascas dos ovos são misturadas com um ácido suave, como o vinagre, e deixadas fermentar.

Por que usar KNF em todas as fases do cultivo de maconha?

A beleza do KNF é que ele pode ser aplicado com grande sucesso em todas as fases do cultivo da maconha.

– Sementes, propagação e clones

Para que suas plantas de maconha se aliem a organismos benéficos desde o início, você pode usar uma solução de IMO e FPJ para embeber as sementes e a base das mudas. E cerca de 2-3 dias antes do plantio das mudas, você pode impregnar o substrato com uma mistura de IMO, para beneficiar as plantas.

– Crescimento vegetativo

Nesta fase, a planta se concentra no desenvolvimento de raízes, galhos e folhas. Os aminoácidos dos peixes (FAA) são carregados com nitrogênio e podem alimentar o crescimento explosivo que as plantas precisam. A pulverização de WSC nas folhas também aumentará o crescimento. A aplicação de LAB durante a fase vegetativa pode ajudar a aumentar o tamanho das folhas e proteger contra infestações de moscas brancas e ácaros.

Os Nutrientes de Ervas Orientais (OHN) podem ser usados ​​durante todo o ciclo de cultivo da cannabis. Eles impedem o desenvolvimento de micróbios patogênicos e combatem pragas e mofo. Eles também ajudam as plantas de maconha a aumentar sua resistência às condições ambientais, sua força geral e seu crescimento.

– Fase de floração

Quando uma planta feminina de cannabis atinge o tamanho certo, concentra a maior parte de sua energia na formação de buds, produzindo resina e tentando atrair potenciais polinizadores. Os nutrientes essenciais necessários nesta fase são cálcio e fósforo.

O suco de fruta fermentado (FFJ) contém nutrientes como potássio, que aumentam a energia e promovem a produção de hormônios utilizados para melhorar a colheita. O FFJ segue os mesmos princípios do FPJ; é simplesmente feito de frutas, em vez de plantas de crescimento rápido. Outra opção para ajudar a planta a concentrar os nutrientes nas gemas e melhorar a qualidade é usar WCA (cálcio solúvel em água, diluído 1:1000) ou uma mistura de WCA e WCP (fosfato de cálcio solúvel em água).

Como usar os insumos da KNF

Como discutimos ao longo deste artigo, a KNF pode ser aplicada de diversas formas, através do uso de corretivos de solo, pulverizações foliares, etc.

– Enriquecer o solo

Micróbios e OMIs podem ser espalhados levemente no solo e cobertos com cobertura morta para manter um ambiente escuro e úmido (para incentivar o desenvolvimento de OMIs). Os micróbios devem ser aplicados antes do plantio, 2-3 horas antes do pôr do sol (ou luzes dentro de casa) e algumas horas após a mistura. Para as terras mais improdutivas, aplique-as 14 dias antes do plantio, para que o solo fique impregnado delas.

Você pode tentar práticas para enriquecer o solo, como “substrato vivo orgânico reciclado” (ROLS). Basicamente, ROLS é qualquer sistema que utiliza métodos ecológicos e sustentáveis para devolver nutrientes e vitalidade ao solo.

Você também pode adicionar bactérias do ácido lático (LAB) ao solo, que deve ser diluído em 5.000-10.000:1. Isso ajuda a solubilizar o fosfato no solo e promove a quebra do fosfato.

– Fertilizante FMC

O Composto Misto Fermentado (FMC) é criado usando técnicas KNF e material de compostagem. Desta forma, obtém-se um composto rico em OMI e carregado de nutrientes solúveis. Para prepará-lo, encontre um local sombreado, protegido e bem drenado diretamente no chão.

O FMC deve ser aplicado 2-3 horas antes do pôr do sol (ou luzes apagadas) e coberto com mais preenchimento. Você também pode fazer um composto líquido colocando o FMC em um saco de pano e embebendo-o em água com outros suprimentos KNF.

– Fertilização foliar

Outros elementos de KNF são aplicados via fertilização foliar em cultivos, incluindo cannabis, em diferentes estágios de seu desenvolvimento. A adubação foliar consiste em pulverizar suavemente as folhas para fornecer os elementos necessários à planta, permitindo uma rápida absorção. Pulverizar as folhas com suprimentos KNF também é uma ótima maneira não tóxica de repelir pragas.

A KNF e o plantio direto

O plantio direto e o KNF andam de mãos dadas para ajudá-lo a obter o melhor de suas colheitas. Não cultivar a terra permite que a estrutura do solo permaneça intacta, e uma melhor estrutura do solo significa mais retenção de água. Isso reduz a erosão do solo e o escoamento, evitando que a poluição atinja as fontes de água próximas. Quando a terra é deixada intocada e sem cultivo, os organismos benéficos do solo podem se estabelecer e se alimentar da matéria orgânica do solo.

Alguns dizem que as plantas de cannabis cultivadas em solo vivo e não cultivado têm os melhores perfis de terpenos. A produção de resina aumenta e os tricomas serão mais abundantes.

Um bioma de solo saudável é essencial para a ciclagem de nutrientes e prevenção de doenças de plantas. À medida que a matéria orgânica do solo melhora, o mesmo acontece com a estrutura interna, aumentando assim a capacidade do solo de produzir cultivos mais ricos em nutrientes.

KNF vs Bokashi

Bokashi deriva de uma palavra japonesa que significa “matéria orgânica fermentada”, e é usado como composto ou chá de composto. No bokashi, a fermentação anaeróbica (onde os micróbios trabalham sem a necessidade de oxigênio) é usada para produzir composto. Desta forma, o bokashi pode ser aplicado diretamente no solo como composto sem a necessidade de tempo de maturação adicional, ao contrário do composto normal.

Restos de cozinha, incluindo laticínios e produtos de carne, são misturados com melaço e algum material “hospedeiro” do bokashi. O material hospedeiro pode ser qualquer cereal orgânico de grão fino ou substância semelhante a erva; isso inclui farelo, arroz, meio de cultivo de cogumelos (usado), folhas secas ou até serragem. Restos de comida são colocados no balde de bokashi, cobertos com um pouco do material do hospedeiro e cobertos por 10 a 12 dias. Quando o bucket é aberto, o conteúdo está pronto para uso.

No entanto, a agricultura natural coreana segue uma abordagem mais tradicional, usando fermentação aeróbica para produzir fertilizantes orgânicos. Além do açúcar mascavo, a KNF usa ingredientes de origem local para seus ingredientes. A KNF evita o uso de melaço ou resíduos animais e, em vez disso, usa extratos de minerais, nutrientes, hormônios e microrganismos para melhorar a saúde do solo, a saúde das plantas e a nutrição. Basicamente, a KNF é como um remédio caseiro acessível para o solo e as plantas. Às vezes pode até ser útil para animais e pessoas.

A filosofia do KNF aplicada à maconha

A Agricultura Natural Coreana é mais um passo para uma vida em harmonia com o meio ambiente. É ótimo que essas antigas técnicas de cultivo estejam se popularizando e ajudando tanto os cultivadores de hobby quanto os grandes produtores comerciais a entender seu lugar no ecossistema. Como a indústria da maconha está crescendo e, portanto, causando um impacto maior no meio ambiente e nos recursos naturais, é importante considerar técnicas de cultivo menos prejudiciais ou desperdiçadoras.

Este artigo não é tudo o que há para saber sobre a KNF, mas é um ponto de partida para entender o básico e como ela se aplica ao cultivo de maconha. A KNF é um processo enriquecedor que faz você perceber a natureza de uma forma totalmente diferente. Adicionar suprimentos KNF ao seu cultivo de cannabis, seja em ambientes internos ou externos, fornecerá mais qualidade às suas plantas e à sua colheita em geral.

Referência de texto: Royal Queen

A maconha era alimento básico para a antiga dinastia chinesa, diz estudo

A maconha era alimento básico para a antiga dinastia chinesa, diz estudo

Um estudo recente revela que a cannabis fazia parte da vida de uma antiga civilização chinesa e que a usavam para alimentos, remédios e têxteis.

Pesquisadores que estudam uma antiga tumba na China encontraram evidências diretas de que a cannabis era um alimento básico durante a dinastia Tang, há mais de 1.000 anos.

Pesquisas anteriores sobre as civilizações da China antiga mostraram que a cannabis foi uma cultura importante por milhares de anos, com textos históricos mostrando que as sementes da planta eram um alimento básico consumido em um tipo de mingau. E agora evidências arqueológicas da China central estão confirmando a importância da planta durante a dinastia Tang, que governou o país de 618 a 907 D.E.C.

Cannabis encontrada em túmulo antigo

Em 2019, trabalhadores de um canteiro de obras de uma escola primária em Taiyuan, província de Shanxi, descobriram uma antiga tumba enterrada no subsolo. Escapando da descoberta por mais de 1.320 anos, o ambiente notavelmente seco da tumba preservou as pinturas nas paredes e os artefatos encontrados no interior.

Os pesquisadores determinaram que a descoberta era a tumba de Guo Xing, um oficial de cavalaria que lutou com o imperador Tang Li Shimin, ou Taixzong, em uma série de batalhas ferozes na península coreana. Entre os artefatos descobertos na tumba estava um pote contendo alimentos básicos, que incluíam sementes de cannabis e os restos de suas cascas, de acordo com um relatório do South China Morning Post.

“A cannabis foi armazenada em uma panela na cama do caixão em meio a outros grãos básicos, como o painço. Obviamente, os descendentes de Guo Xing enterraram a cannabis como uma importante cultura alimentar”, disse Jin Guiyun, professor da escola de história e cultura da Universidade de Shandong e coautor do estudo publicado no mês passado pela revista Agricultural Archaeology.

As sementes de cannabis eram significativamente maiores do que as das variedades atuais, sugerindo que uma cultivar de cannabis foi criada especificamente para grãos. Elas estavam tão bem preservadas que algumas ainda mostravam sua cor original. Os pesquisadores observaram que as sementes ainda tinham suas cascas, que podem conter o canabinoide intoxicante THC. De acordo com o Compêndio de Matéria Médica, um livro escrito pelo fitoterapeuta Li Shizhen há cerca de 500 anos, comer muitas sementes de cannabis que ainda tinham suas cascas poderia “fazer uma pessoa correr como louca”.

“Sementes de cannabis com casca não estão relacionadas apenas ao alto teor de lignina da casca e sua textura dura, que pode reduzir a chance de mofo e prolongar o tempo de armazenamento, mas também pode estimular os nervos e causar alucinações devido ao consumo da casca para fins religiosos e médicos”, escreveram pesquisadores do Instituto Municipal de Arqueologia de Taiyuan em um relatório sobre o estudo.

Estudo revela uso de cannabis como alimento, fibra e remédio

A cannabis foi uma importante cultura durante a dinastia Tang, fornecendo alimentos, fibras e remédios para a antiga civilização. Mas a região de Taiyuan era mais úmida e quente naquela época, tornando o arroz o grão mais comum na área.

No entanto, os artefatos colocados na tumba pela família de Guo Xing não incluíam arroz como seria de esperar. Em vez disso, os pesquisadores encontraram sementes de cannabis, talvez refletindo a preferência alimentar pessoal do antigo guerreiro, que viveu até os 90 anos.

Nos antigos textos chineses, a cannabis era conhecida como uma das cinco culturas alimentares básicas conhecidas como wu gu. Arqueólogos descobriram cannabis em túmulos encontrados em todo o país, alguns com 6.600 anos de idade. Anteriormente, os pesquisadores teorizaram que a presença de cannabis em túmulos indicava o uso da planta para fins espirituais e funerários. Mas as evidências descobertas na tumba de Guo Xing também ilustram a importância da cannabis como alimento básico.

“A cannabis foi enterrada como alimento para o banquete e saúde do dono da tumba na vida após a morte”, escreveram os pesquisadores.

Referência de texto: High Times

É oficial: Alemanha legalizará o uso adulto da maconha em 2022

É oficial: Alemanha legalizará o uso adulto da maconha em 2022

A notícia começou a repercutir uma semana depois que uma revista alemã divulgou a notícia pela primeira vez. Agora é oficial. A Alemanha legalizará a o uso adulto da maconha já em 2022.

Mesmo as vozes alemãs dentro da indústria canábica mais obstinadas pelo discurso “apenas para fins medicinais”, postaram as notícias em todas as suas redes sociais. Mas a partir de quarta-feira, isso mudou, oficialmente. A nova chamada “Traffic Light Coalition” irá de fato legalizar a maconha para uso adulto com um projeto de lei para no próximo ano.

Para quem lutou por isso nas trincheiras, durante anos, senão décadas, é um momento emocionante. Algo que também está eletrizando a indústria, que agora tem mais de 100 licenças de distribuição de maconha para fins medicinais, uma crescente base de pacientes e uma demanda que simplesmente não vai parar. Particularmente porque os suíços (em parte, um país de língua alemã) estão fazendo a mesma coisa. Dado o momento, isso é particularmente importante. E do jeito que as coisas vão, a Alemanha pode até passar Luxemburgo na discussão pelo uso adulto da maconha dentro da União Europeia.

Dito isso, por mais excitante que seja, o mal, como sempre, está nos detalhes. Ainda não ficou claro qual a quantidade, os produtos permitidos e como realmente será implementada a nova lei. A cannabis ainda não foi descriminalizada no país, e há todos os tipos de peças de jurisprudência estranhas e estatutos a serem alterados.

O que se sabe até agora

A razão pela qual este é um negócio tão grande é que o anúncio vem enquanto os três partidos que ganharam a maioria dos votos nas eleições federais em setembro selaram o acordo para trabalharem juntos com uma plataforma comum que inclui a reforma da maconha (junto com a eliminação gradual do carbono até 2030 e, ao mesmo tempo, ter pelo menos 15 milhões de carros elétricos nas estradas). Depois disso, é apenas uma questão de elaborar a legislação e apresentá-la ao parlamento alemão. Ao contrário dos Estados Unidos, onde houve várias tentativas malsucedidas de aprovação de um projeto de lei federal de legalização, na Alemanha a aprovação é quase garantida.

Aqui está o que é realmente oficial. Em um comunicado divulgado pelos partidos SDP, Verdes e FDP, a coalizão anuncia o que planeja fazer. “Estamos introduzindo o fornecimento controlado de cannabis para adultos para consumo em lojas licenciadas. Isso controla a qualidade (da maconha), evita a transferência de substâncias contaminadas e garante a proteção de menores”.

O governo revisará o experimento em quatro anos para determinar o impacto (inclusive econômica e socialmente). Dito isso, há pouca chance de que esse passo em frente seja revertido.

Questões e problemas ao longo do caminho

Mas tudo não é como um mar de rosas. Existem algumas questões importantes a serem abordadas. A principal delas é como emendar a lei federal de narcóticos do país. A cannabis, incluindo o CBD, é considerada um narcótico. Isso já está em descompasso com a política da União Europeia sobre o mesmo (com um processo pendente para mudar isso). De qualquer forma, adicione THC à mistura, e haverá uma ânsia para que a mudança aconteça não apenas na nova legislação, mas na que governa e regulamenta o mercado medicinal.

Impacto da legalização na Alemanha

Há poucas dúvidas de que a mudança da Alemanha para o uso adulto da maconha irá encaminhar o debate por toda a Europa – e potencialmente no mesmo período em que impactou a conversação medicinal. Apenas quatro anos atrás, o conceito de usar cannabis para fins medicinais até mesmo para o alívio da dor era um tópico muito estranho, muitas vezes socialmente inaceitável. Hoje, existem cerca de 100.000 usuários para este fim no país.

Os alemães podem não ter chegado ideal ainda, mas certamente estão a caminho.

Este é absolutamente um ponto de inflexão do Colorado, se não canadense. No entanto, também pode ser um ponto que não diga respeito apenas à Alemanha, ou mesmo à Europa, mas também a um nível internacional e global.

Vindo como está no noticiário internacional do México implementando a reforma de uso adulto até o final do ano e os italianos potencialmente tendo a capacidade de votar sobre a legalização da posse pessoal e do cultivo doméstico no próximo ano, sem mencionar que Luxemburgo e Suíça definitivamente avançam com suas próprias atividades de mercado do uso adulto, está claro que a reforma total e final da cannabis é agora um tópico e uma meta predominantes no nível federal de muitos países.

Isso também irá, sem dúvida, estimular o debate nos EUA. Se a Alemanha pode fazer isso, menos de quatro anos após a legalização federal de seu mercado medicinal, o que os EUA estão esperando? Ou, por falar nisso, China? No último caso, com um mercado imobiliário corporativo derretendo, talvez finalmente, e em uma escala global, a cannabis será considerada um grande investimento global.

Dessa mesma forma, a história mostra que os últimos dias de proibição chegaram claramente e, em breve, em nível global.

Referência de texto: High Times

Cultura Canábica: a origem do termo “ganja” e seu uso atualmente

Cultura Canábica: a origem do termo “ganja” e seu uso atualmente

Existem centenas de palavras para a maconha, mas nenhuma tem um significado histórico como “ganja”. Esta antiga palavra tem raízes no sânscrito, e a própria planta desempenhou um papel importante nas práticas religiosas e nos sistemas de medicina do mundo hindu. No post de hoje você vai descobrir a origem deste famoso termo e como ele veio para o Ocidente.

Ganja. Essa palavra está presente em todo o mundo da maconha. Você pode ver essas cinco letras em sites, vitrines, músicas e nos mais diversos produtos. O uso informal deste termo significa que ele é frequentemente agrupado com muitas outras gíria de maconheiro. Mas o termo ganja tem raízes antigas e uma história fascinante. Continue lendo e descubra a origem da palavra e como ela se tornou tão presente na cultura canábica.

Existem muitos nomes para a maconha

Pense nisso por um momento: você provavelmente conhece mais sinônimos para maconha do que para qualquer outro substantivo. Existem centenas de nomes para a planta e as flores que ela produz. Embora alguns deles tenham raízes botânicas, muitos outros são classificados como jargões. Como a maconha tem uma história complexa, usuários costumam inventar nomes para esconder o assunto em suas conversas. É claro que, à medida que esses termos se tornaram cada vez mais populares, eles tiveram que ser substituídos por novos para preservar a discrição. Alguns dos nomes mais comumente usados ​​para a maconha incluem: erva, maria, ganja, pot, mota, flores, verde, entre tantos outros.

Mas entre essas palavras há uma que não é como as outras. Os usuários de maconha costumam presumir que a palavra “ganja” é descendente da gíria jamaicana. Embora o termo tenha uma tradição na ilha caribenha, ele data muito mais da antiguidade.

Índia: as raízes da “ganja”

A maconha tem uma longa e rica tradição na Índia. Embora a erva seja provavelmente nativa da China moderna, a planta também alcançou as fronteiras da Índia, onde desempenhou um papel importante como erva holística e em cerimônias religiosas. O uso da planta na região remonta a 2.000 A.E.C.

Acredita-se que haja referências à maconha em vários textos antigos. Alguns estudiosos falam da maconha como candidata a uma preparação ritual intoxicante chamada soma, durante o período védico. O Rigveda, escrito entre 1700-1100 A.E.C., reverencia essa bebida com poder de alterar a mente. O Atharvaveda, composto entre 1500-1000 A.E.C., também menciona uma planta sagrada, conhecida como “bhanga”, que era usada para aliviar a ansiedade.

No entanto, essas referências permanecem controversas. Os documentos são escritos em sânscrito, uma das línguas mais antigas e sistêmicas do mundo. Este antigo sistema linguístico é complexo; por exemplo, tem cerca de 70 sinônimos para água e 100 nomes para elefante.

O termo ganja tem origem nesta língua materna na forma da palavra “gañjā”, que se refere a um preparado feito com maconha. O termo também foi introduzido no hindi, uma língua indo-ariana mais recente, que descendia de uma forma primitiva do sânscrito védico. A palavra em hindi é muito semelhante: “gāñjā”.

Mas a palavra se refere apenas a um determinado produto derivado de plantas de maconha. Gāñjā é o nome dado às flores, enquanto “charas” se refere à resina e “bhang” às sementes e folhas.

A influência do sânscrito na terminologia da cannabis continua na era moderna. Não apenas continuamos a usar esses termos, mas os pesquisadores usaram a linguagem antiga para nomear novas moléculas relacionadas à maconha.

O renomado cientista e pesquisador de maconha Raphael Mechoulam descobriu o THC, o principal componente psicoativo da planta, em 1964. Em 1992, para entender os efeitos da maconha no corpo, ele descobriu um endocanabinoide chave que chamou de “anandamida”. Este termo vem do sânscrito “ananda”, que se traduz como “bem-aventurança” ou “alegria”. Curiosamente, os pesquisadores acreditam que essa molécula é responsável pela sensação de euforia do “barato do corredor”.

A palavra ganja tem uma história rica. Mas como exatamente esse antigo termo sânscrito se tornou uma parte importante do jargão global da maconha? Suas origens envolvem uma crueldade, mas também a fusão de culturas e o nascimento de uma nova religião.

Uma luz na escuridão: contribuição da “ganja” para o movimento Rastafari

A palavra “ganja” não chegou ao mundo ocidental por algum tipo de missão ou difusão cultural. Em vez disso, veio acorrentado das mãos do colonialismo e da escravidão. Em 1845, o Império Britânico começou a traficar escravizados indígenas no Caribe para fortalecer a força de trabalho nas plantações de açúcar. Mais de 40.000 deles vieram da Índia para a Jamaica nas décadas que se seguiram.

Os escravizados capturados perderam muito durante a viagem; família, liberdade e país. Mas a jornada traiçoeira não conseguiu livrar-se de todos os elementos de sua cultura. Alguns desses escravos trouxeram consigo um pedacinho de casa, incluindo a maconha.

Escravizados de outras partes do mundo já haviam chegado à ilha nos séculos anteriores. As vítimas do comércio de escravizados africanos no Atlântico foram levadas para a Jamaica em 1513. Conforme os britânicos contrabandearam indígenas e os levaram para a ilha, eles desenvolveram involuntariamente um caldeirão de culturas. Sua relação complementar afetaria o mundo e tudo relacionado à maconha para sempre.

Missionários cristãos espalharam o evangelho na Jamaica, e membros da vasta população africana deram a ele seu próprio toque cultural. Essa fusão de religião e cultura deu origem ao movimento Rastafari, uma religião baseada na Bíblia. No entanto, Rastas mantém pontos de vista que se opõem a muitos ramos do Cristianismo. Eles acreditam que o Céu está na Terra, que o espírito de Deus se manifesta como o Imperador Haile Selassie I, e colocam muita ênfase no significado espiritual da maconha.

O comércio de escravizados deixou uma triste marca na humanidade. Embora definido por atos de terrível maldade, uma luz foi acesa no meio de tudo isso. A combinação de culturas que surgiu deu vida a um novo sistema de crenças, baseado na esperança, na natureza e na paz.

Em geral, a mistura de cristianismo, das ricas culturas africanas e as raízes indígenas da maconha deu origem ao movimento rastafari. Curiosamente, os homens santos do movimento rastafari e do hinduísmo têm algumas coisas em comum. Por exemplo, ambos os adoradores rastafaris e sadhus têm o hábito de cultivar dreadlocks e fumam maconha usando instrumentos simples, como chillums e cálices.

O uso do termo “Ganja” atualmente

Figuras culturais como Bob Marley popularizaram o movimento rastafari e a ganja por meio da música reggae, e o reconhecimento de ambos se espalhou rapidamente na cultura ocidental. Até hoje, a palavra ganja continua a ser amplamente associada à cultura jamaicana. Embora não se dê muita atenção à origem da palavra, o próprio termo está presente em toda a cultura canábica ocidental, de dispensários e bancos de sementes a música e filmes. Claro, não há nada de errado nisso, desde que se respeite a história desse termo tão difundido hoje.

Referência de texto: Royal Queen

Os benefícios das sementes de cannabis na alimentação

Os benefícios das sementes de cannabis na alimentação

Tanto as sementes de cannabis quanto seus derivados (óleos, farinhas, etc…) são uma importante fonte vegana de proteínas, que também incorporam ácidos graxos, vitaminas, fibras e minerais, compondo, portanto, parte fundamental da dieta diária. E também, não contém glúten.

As sementes de cannabis

A cannabis é usado há milhares de anos. Os registros mais antigos vêm da China, onde foi uma das pedras angulares no desenvolvimento da primeira civilização conhecida.

As sementes dessa planta eram utilizadas pelo seu alto valor nutritivo, além das fibras e flores com as quais faziam os remédios.

Também há evidências claras de que a cannabis foi introduzida em toda a bacia do Mediterrâneo séculos antes da Era Comum. E durante a Idade Média, a fibra da planta foi usada para fazer papel, tecidos e velas de barcos.

Mas em meados do século 20, tudo mudou. A cannabis (cânhamo e maconha) ficou sujeita a um rígido sistema de controle internacional.

Na Convenção Única das Nações Unidas de 1961, decidiu-se incluí-la na lista de entorpecentes. Foi o que nos levou a esse regime proibicionista em que vivemos hoje.

A consequência foi que o cultivo de maconha (e cânhamo) tornou-se proibido. A exceção era o cultivo para fins terapêuticos e, ao longo dos anos, em alguns lugares, o cultivo de variedades de cânhamo para fins industriais.

Composição química de sementes de cannabis

(SEMENTES INTEIRAS / SEMENTES SEM CASCA / FARINHA)

ÓLEO:   36% / 44% / 11%

PROTEÍNAS: 25 / 33 / 34

CARBOIDRATOS: 28 / 12 / 43

ENERGIA (KJ/100grs): 2200 / 2093 / 1700

FIBRA:  28% / 7% / 43%

Importância dos ácidos graxos

Se as sementes de cânhamo se destacam por algo, é por sua grande contribuição de ácidos graxos essenciais (EFAs). O ácido alfa-linolênico ômega-3 é apresentado aos 20%. E o ácido inoléico ômega-6 em 55%.

Existem também quantidades respeitáveis ​​de seus produtos metabólicos, como ácido gama linolênico (4% presente) e ácido estearidônico (0,5 a 2% presente).

Algo excepcional ao comparar o óleo de semente de cannabis com a maioria dos óleos vegetais é a proporção de ômega-6 e ômega-3.

Isso é cerca de 3: 1 (triplo de ômega-6 em comparação com ômega-3). É a proporção recomendada para alimentação humana.

Altas proporções de ômega-6 para ômega-3 promovem muitas doenças, incluindo cardiovascular, autoimune e até mesmo câncer.

Mas quando essa proporção é reduzida, seja diminuindo o ômega-6 ou aumentando o ômega-3, os benefícios à saúde são surpreendentes.

É um óleo rico em ácidos graxos poli-insaturados (PUFAs) e também destaca sua baixa concentração de ácidos graxos saturados.

O óleo de sementes também contém tocoferóis, compostos orgânicos formados por vários fenóis metilados dos quais vários atuam como vitamina E.

E também contém mais tocoferóis do que a maioria dos óleos vegetais. Inclui o γ-tocoferol e α-, β- e δ-tocoferol.

Fonte vegana de proteína

As proteínas são formadas por cadeias de aminoácidos que fornecem os blocos de construção para a hemoglobina, os anticorpos para combater infecções, hormônios e enzimas que permitem que todas as reações químicas ocorram nas células.

Eles são, portanto, essenciais para a nossa saúde e devemos consumi-los todos os dias. Ao contrário das gorduras e açúcares, as proteínas não são armazenadas pelo corpo.

Se houver um déficit de proteínas, o corpo humano é forçado a quebrar o tecido celular para compensar.

A farinha de semente de cânhamo é uma ótima fonte de proteína vegana de fácil digestão. Seu conteúdo pode variar dependendo se as sementes são inteiras ou descascadas.

Mas, em geral, sua quantidade é superior à de praticamente todos os vegetais, e pelo menos igual à da carne e do peixe.

Em comparação com a soja, as sementes de cânhamo contêm menos proteína. Mas, no geral, muitos apontam que as de cânhamo são melhores.

As sementes de cannabis contêm 25% de proteína, enquanto a soja contém 32%. Mas, em vez disso, a soja contém níveis muito altos de tripsina.

A tripsina é uma enzima digestiva e é secretada pelo pâncreas. Sua função essencial é quebrar proteínas no intestino delgado.

E os inibidores de tripsina bloqueiam a função dessa enzima. O resultado é que menos proteína é quebrada e digerida.

As sementes de cannabis, por outro lado, não contêm inibidores de tripsina. Portanto, todos os aminoácidos e todas as proteínas estão disponíveis para o corpo.

Além disso, descobriu-se que as proteínas do cânhamo têm altos níveis de aminoácidos contendo enxofre, como metionina, arginina e cisteína.

Isso é ideal em dietas proteicas como suplemento alimentar, os típicos que costumam ser usados ​​para aumentar a massa muscular.

Nem todas as proteínas são fáceis de digerir dependendo do alimento. Por exemplo, legumes e nozes contêm ácido fítico.

O ácido fítico torna algumas proteínas indigestíveis pelo organismo, além de bloquear a absorção de nutrientes como o zinco e o ferro.

As sementes de cânhamo contêm edestina e albumina. São duas proteínas de alta qualidade e muito fáceis de digerir.

Vitaminas, minerais e fibras

Além disso, seu alto teor de vitaminas C e E, conferem-lhe propriedades antioxidantes que lutam contra os radicais livres e retardam o envelhecimento das células.

Também contêm vitaminas A, B1, B2, B3, B6 e D. Juntos, eles ajudam a fortalecer o sistema imunológico, reduzindo o risco de infecções e resfriados. E também ajudam a absorver o ferro, o que previne a anemia.

Além de ácidos graxos, proteínas, vitaminas e minerais, as sementes de cânhamo também são uma grande fonte de minerais.

Esses minerais incluem potássio, magnésio e especialmente ferro. Aproximadamente 100 gramas de sementes, fornecem 75% dos valores de referência de nutriente.

MINERAL / (mg / 100grs)

Fósforo: 1160
Potássio: 859
Magnésio: 483
Cálcio: 145
Ferro: 14
Sódio:   12
Manganês: 7
Zinco: 7
Cobre:  2

E terminamos com a fibra. As sementes de cannabis possuem alto teor de fibras, representando até 43% de sua composição quando transformadas em farinha.

A fibra é uma substância saciante e um auxiliar na regulação da função intestinal. É perfeito para pessoas que sofrem de distúrbios intestinais ou prisão de ventre.

Além disso, o consumo de fibras está associado a uma redução de até 59% na mortalidade por doenças cardiovasculares, respiratórias e câncer.

Como obter o máximo das sementes de cannabis

As sementes de cannabis têm uma textura amanteigada. Seu sabor pode ser definido entre noz e amêndoa. Elas realmente são muito ricas.

Em lugares legalizados podem ser encontradas até mesmo em mercados, inteiras ou descascadas, sendo mais utilizadas como ingrediente para saladas, pães, laticínios, cremes, arroz, etc.

Se estiverem inteiras, devem ser bem esmagadas, pois sua casca é bastante dura e desconfortável para algumas pessoas comerem. Outra opção é descascar as sementes.

Também é possível encontrar óleo de semente de cânhamo. Ele possui sabor suave e preserva todas as propriedades das sementes. É sem dúvida uma alternativa muito saudável aos outros óleos.

E por último, a farinha de semente é ideal para substituir qualquer farinha por glúten. Pizzas, bolos, massas, entre outros. É, inclusive, um excelente ingrediente para fazer leite vegetal.

Conclusão

As sementes de cânhamo são consideradas um superalimento. São ricas em fibras, proteínas veganas, vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais. Também são ricas e fáceis de adicionar a qualquer prato, de uma forma ou de outra. Adicione-as à sua dieta e se surpreenderá.

Referência de texto: La Marihuana

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