Maconha associada à diminuição da cirrose hepática em pessoas com hepatite C

Maconha associada à diminuição da cirrose hepática em pessoas com hepatite C

O uso da maconha está associado a uma menor incidência de cirrose hepática em pessoas com o vírus da hepatite C, de acordo com um novo estudo publicado no Canadian Journal of Gastroenterology and Hepatology.

“O efeito do consumo de cannabis na doença hepática crônica (DHC) da infecção pelo vírus da hepatite C (HCV), a causa mais comum de DHC, tem sido polêmico”, afirma o resumo do estudo. “Aqui, investigamos o impacto do consumo de cannabis na prevalência de DHC entre pessoas infectadas pelo HCV”.

Para o estudo, os pesquisadores analisaram os registros de alta hospitalar de adultos (maiores de 18 anos) com diagnóstico positivo de HCV, avaliando os registros de 2007 a 2014 da amostra nacional de pacientes hospitalizados (NIS), enquanto foram excluídos os registros com outras causas de doença hepática crônica (álcool, hemocromatose, DHGNA, CBP, HBV, etc.).

Dos 188.333 registros, os pesquisadores “combinaram usuários de cannabis com não consumidores em uma proporção de 1: 1, usando um sistema de comparação baseado na propensão, com um algoritmo rigoroso”. Em seguida, “utilizaram modelos de regressão condicional com equações estimativas generalizadas para medir a taxa de prevalência ajustada (aPRR) por cirrose hepática (e suas complicações), carcinoma, mortalidade, eliminação de alta hospitalar e a taxa média ajustada (aMR) do custo total do hospital e tempo de permanência (LOS) [SAS 9.4]”.

O estudo revelou que consumidores de cannabis (UC) haviam diminuído a prevalência de cirrose hepática, a disposição desfavorável à alta e o custo total dos cuidados de saúde (US $ 39,642 [36,220-43,387] contra US $ 45,566 [$ 42,244 – $ 49.150]), em comparação com os usuários que não usam maconha.

Os pesquisadores concluíram que “os resultados sugerem que o uso de cannabis está associado a uma diminuição na incidência de cirrose hepática, mas não há mudança na mortalidade ou perda de vida entre os pacientes com HCV. Estas novas observações justificam estudos mecânicos moleculares adicionais”.

Para mais informações sobre este estudo, clique aqui.

Fonte: The Joint Blog

Comissão de Assuntos Sociais aprova descriminalização do cultivo de maconha para uso medicinal

Comissão de Assuntos Sociais aprova descriminalização do cultivo de maconha para uso medicinal

A descriminalização do cultivo de maconha para uso medicinal foi aprovada, nesta quarta-feira (28), pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS). O Projeto de Lei do Senado (PLS) 514/2017, relatado pela senadora Marta Suplicy (MDB-SP), teve o apoio da maioria dos senadores presentes na reunião, embora tenha recebido voto contrário em separado do senador Eduardo Amorim (PSDB-SE). A matéria segue para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e também deverá ser apreciada pelo Plenário do Senado antes de seguir para a Câmara dos Deputados.

O projeto foi apresentado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e decorre de Ideia Legislativa proposta no portal e-Cidadania (SUG 25/2017). Na CAS, Marta Suplicy, presidente da comissão, relatou favoravelmente à proposição na forma de substitutivo que permite à União liberar a importação de plantas e sementes, o plantio, a cultura e a colheita da cannabis sativa exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo pré-determinados, mediante fiscalização.

O substitutivo da senadora também altera a Lei de Drogas (Lei 11.343, de 2006) e passa a liberar o semeio, o cultivo e a colheita da cannabis, visando o uso pessoal terapêutico, por associações de pacientes ou familiares de pacientes que fazem o uso medicinal da substância, criadas especificamente com esta finalidade, em quantidade não mais que a suficiente ao tratamento segundo a prescrição médica.

Fiscalização

No voto em separado, o senador Eduardo Amorim, que é médico, apresentou dois pontos de preocupação em relação ao projeto. O primeiro é o da incapacidade do Estado controlar e fiscalizar o cultivo da maconha nas casas das pessoas. O segundo é o da dificuldade de se determinar a quantidade necessária para o paciente. O senador, que afirmou não ser contra o uso da planta para o tratamento de doenças, defendeu ainda que o Sistema Único de Saúde (SUS) deveria ser o responsável por distribuir o medicamento aos pacientes que precisam.

O senador Waldemir Moka (MDB-MS), também médico, discordou de Amorim, por considerar que o SUS não tem condições de importar medicamentos, e que a burocracia atrapalharia os pacientes em tratamento.

– Eu me coloco aqui na condição de um pai ou de uma mãe, porque eu já vi crianças terem crises epiléticas, estados convulsionantes repetidos, oito, dez vezes ao dia. E olha, eu procurei realmente conversar com colegas médicos, sobretudo pediatras e neuropediatras, e o que realmente faz cessar esse tipo de convulsão, quando refratária, é isso. E nós estamos falando especificamente desses casos – argumentou Moka.

O senador Humberto Costa (PT-PE) apoiou o relatório de Marta e disse que, em breve, inclusive a descriminalização da maconha para uso recreativo deverá ser aprovada pelo Supremo Tribunal Federal. Ele afirmou ainda que o projeto procurou se cercar de todo o tipo de segurança para que não haja qualquer aproveitamento da maconha para uso recreativo ou para o tráfico.

– Eu acredito que ele é extremamente pertinente. Ele vai eliminar um problema a que nós não temos conseguido dar uma resposta adequada. Porque é muito difícil que o SUS, que tem tantas e tantas outras obrigações e limitações para poder fazer a importação, possa fazê-lo. Então eu creio que esse projeto merece ser aprovado – afirmou.

A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) se manifestou favoravelmente ao projeto, argumentando que o SUS terá dificuldades em financiar a importação desses medicamentos. A senadora Regina Sousa também votou pela aprovação do PLS, mas mostrou preocupação com a capacidade de fiscalização do Estado. No entanto, Regina disse que o projeto merece ser aprovado pela finalidade que ele tem.

O senador Sérgio Petecão (PSD-AC) foi o único a apoiar o voto em separado de Eduardo Amorim. Ele afirmou que o projeto prejudica o país e que os pacientes que precisam do medicamento teriam condição de acesso pela Justiça.

Marta Suplicy refutou os argumentos do voto de Eduardo Amorim e afirmou que não vê dificuldade de o Estado verificar se o plantio está sendo feito para uso medicinal ou para outros fins.

– Nós temos, sim, que fazer alguma coisa, porque se formos pensar que o SUS vai prover, é bom lembrar: o SUS não está impedido de prover, ele pode continuar a fazer a importação legal, desde que as pessoas possam pagar – esclareceu.

Avanços científicos

Em seu relatório, Marta defende que o tema não pode ser relegado a uma discussão ideológica ou política. No texto, a senadora cita pesquisas científicas relacionadas aos benefícios da cannabis no tratamento de muitas enfermidades, como autismo, epilepsia, Alzheimer, doença de Parkinson, nas dores crônicas e nas neuropatias. E reforça que os tratamentos reduzem o sofrimento não só dos pacientes, mas também dos familiares.

“Não há justificativa plausível para deixar a população brasileira alijada dos avanços científicos nesta área”, acrescenta a senadora no documento, reiterando que a identificação dos canabinoides endógenos revolucionou a pesquisa sobre a cannabis e seus efeitos no organismo.

Fonte: Agência Senado

Uso terapêutico da maconha tem votação adiada para a próxima semana

Uso terapêutico da maconha tem votação adiada para a próxima semana

O senador Eduardo Amorim, PSDB-SE, pediu vista ao Projeto de Lei do Senado 514/2017, que libera o uso medicinal da maconha. A matéria deve voltar à pauta da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) na próxima semana. Depois da CAS, o assunto será votado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), de onde segue para votação em Plenário. Se aprovado, será enviado para a Câmara dos Deputados.

Um pedido do senador Waldemir Moka, MDB-MS, favorável à proposta, transformou o pedido de Amorim em vista coletiva. O projeto relatado pela senadora Marta Suplicy, sem partido-SP, descriminaliza o semeio, o cultivo e a colheita de Cannabis sativa para uso terapêutico pessoal, em quantidade não maior que a suficiente ao tratamento segundo a prescrição médica.

Marta leu seu o relatório favorável à liberação. Depois pediu aos senadores que realmente votem na semana que vem, levando em conta o pedido de famílias e pacientes que reconhecem o benefício da Cannabis no tratamento médico de muitas enfermidades, como autismo, epilepsia, Alzheimer, Parkinson, nas dores crônicas e nas neuropatias. O texto reforça que os tratamentos reduzem o sofrimento não só dos pacientes, mas também dos familiares.

Avanços científicos

No relatório, a senadora lembra que “o sistema canabinóides participa ativamente da regulação de funções cognitivas superiores (aprendizagem, memória), da resposta ao estresse e à dor, da regulação do sono, dos mecanismos de recompensa, da ingestão de alimentos, dos movimentos e do controle postural”. Além disso, a Cannabis “regula a função de numerosas ligações neuronais (sinapses) e tem função moduladora nos sistemas imunológico, cardiovascular, gastrintestinal e reprodutivo”.

O substitutivo da senadora também altera a Lei de Antidrogas (Lei 11.343, de 2006) e passa a liberar o acesso à Cannabis para associações de pacientes ou familiares de pacientes criadas especificamente com esta finalidade. No relatório lido nesta terça na CAS, Marta defende que o tema não pode ser relegado a uma discussão ideológica ou política.

— Mais que tudo, é preciso que tenhamos empatia e nos coloquemos no lugar do outro. É assim que defendemos a verdadeira essência do cuidado em saúde, que é mitigar o sofrimento humano — aponta.

Fonte: Agência Senado

A maconha pode melhorar a memória em pessoas com Alzheimer

A maconha pode melhorar a memória em pessoas com Alzheimer

Um novo estudo diz que o ingrediente ativo da cannabis melhora a memória em pacientes com Alzheimer, informou o Science Daily.

A equipe de pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Goettingen (Alemanha) estudou um grupo de camundongos de laboratório com a doença de Alzheimer induzida. Eles foram tratados com tetrahidrocanabinol (THC) durante seis semanas.

Esta doença, que deteriora gravemente a memória, faz com que uma substância chamada beta-amilóide se acumule no cérebro do paciente. Essas placas interferem na função das células cerebrais, um sinal clássico da doença de Alzheimer.

A inflamação crônica ocorre no cérebro dessas pessoas e isso causa o desenvolvimento da demência. Os pesquisadores também observaram que esses pacientes perdem massa cerebral.

O estudo foi apresentado na Conferência da Sociedade de Neurociência, mostrou que estes camundongos após o tratamento com o THC tiveram uma redução significativa no tamanho das placas cerebrais associadas com a doença de Alzheimer. Outra característica do resultado deste estudo foi que os cérebros desses camundongos tratados apresentavam 20% menos placas amiloides e menos inflamação, além de terem melhores resultados nos testes de memória.

Além disso, os cérebros desses ratos tinham 20% menos placas beta-amiloides e tinham menos sinais de danos inflamatórios. Eles também obtiveram melhores resultados em testes relacionados às suas memórias.

Essas investigações, de acordo com os pesquisadores, sugerem que a cannabis e, neste caso, o tetrahidrocanabinol, pode ser muito interessante para o tratamento em humanos com doença de Alzheimer.

Da mesma forma, os pesquisadores apontam que, paradoxalmente, esse efeito benéfico do THC se manifesta apenas em pacientes que sofrem da doença de Alzheimer. Em animais e humanos que não têm a doença, e possuem uma predisposição, pelo contrário, a maconha pode prejudicar a memória e a aprendizagem.

Fonte: RT

Liberação do cultivo de maconha para uso medicinal pode ser aprovada na próxima quarta-feira

Liberação do cultivo de maconha para uso medicinal pode ser aprovada na próxima quarta-feira

A Comissão de Assuntos Sociais, CAS, deverá analisar na próxima quarta-feira (21), substitutivo da senadora Marta Suplicy (sem partido-SP) ao projeto que descriminaliza o cultivo da maconha para uso pessoal terapêutico (PLS 514/2017).

O projeto foi apresentado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, CDH, e decorre de Ideia Legislativa proposta no portal e-Cidadania (SUG 25/2017). Na CAS, Marta Suplicy, presidente da comissão, relatou favoravelmente à proposição na forma de substitutivo que permite à União liberar a importação de plantas e sementes, o plantio, a cultura e a colheita da cannabis sativa exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo pré-determinados, mediante fiscalização.

O substitutivo da senadora também altera a Lei de Drogas (Lei 11.343, de 2006) e passa a liberar o semeio, o cultivo e a colheita da cannabis, visando o uso pessoal terapêutico, por associações de pacientes ou familiares de pacientes que fazem o uso medicinal da substância, criadas especificamente com esta finalidade, em quantidade não mais que a suficiente ao tratamento segundo a prescrição médica.

No relatório, Marta defende que o tema não pode ser relegado a uma discussão ideológica ou política. “Mais que tudo, é preciso que tenhamos empatia e nos coloquemos no lugar do outro. É assim que defendemos a verdadeira essência do cuidado em saúde, que é mitigar o sofrimento humano”, aponta.

No texto, a senadora cita pesquisas científicas relacionadas aos benefícios da cannabis no tratamentos de muitas enfermidades, como autismo, epilepsia, Alzheimer, doença de Parkinson, nas dores crônicas e nas neuropatias. E reforça que os tratamentos reduzem o sofrimento não só dos pacientes, mas também dos familiares.

“Não há justificativa plausível para deixar a população brasileira alijada dos avanços científicos nesta área”, acrescenta Marta Suplicy, reiterando que a identificação dos canabinoides endógenos revolucionou a pesquisa sobre a cannabis e seus efeitos no organismo.

Ainda segundo o relatório da senadora, “a informação obtida destes estudos deu apoio à ideia de que o sistema canabinoide é suscetível à manipulação farmacológica, assim como outros sistemas fisiológicos humanos. Isto levou à descoberta de moléculas canabinoides com utilidade terapêutica. E desde então, a importância medicinal da cannabis tem sido reiteradamente demonstrada pela Ciência”.

Fonte: Agência Senado

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