Dicas de cultivo: pragas no indoor, menos numerosas e mais agressivas

Dicas de cultivo: pragas no indoor, menos numerosas e mais agressivas

Quando falamos de pragas nos cultivos de maconha indoor, podemos contar praticamente nos dedos de uma mão. Diferente de qualquer cultivo ao ar livre, encontrar no indoor, caracóis, gafanhotos, pulgões, cochonilhas, minadoras ou lagartas são algo realmente excepcional. E, se alguma vez encontrarmos alguma delas, será claramente por causa de sua proximidade com um espaço verde, ou até nós mesmos podemos transportá-las para nosso cultivo.

Assim, em um cultivo indoor, podemos encontrar aranha vermelha, micro ácaros, tripes, mosca branca e mosca do substrato. Mas seus ataques são sempre muito mais agressivos do que no outdoor. As razões são simples. Eles não têm um predador natural como no exterior (aranhas, joaninhas, ácaros predadores, vespas…). E em qualquer indoor, existem condições ideais para o desenvolvimento rápido. Geralmente, há casos de frio ou chuva que podem retardar sua atividade.

De certa forma, qualquer praga que entre no indoor, será culpada por nossa causa. Uma horta, jardim, varanda ou terraço com plantas sempre será um foco de infecção permanente. É suficiente que uma única fêmea fecundada com qualquer inseto seja introduzida no cultivo, para em poucos dias, ter centenas de insetos. Isso é realmente uma coisa muito complicada a ser evitada se as condições existirem, embora as espécies de plantas especialmente propensas a certas pragas possam sempre ser tratadas ou eliminadas.

As sempre perigosas trocas de clones também são uma das principais causas de pragas. Além disso, geralmente são pragas bem instaladas que são transmitidas de tenda em tenda por gerações. E se isso não bastasse, geralmente têm uma alta tolerância a todos os tipos de inseticidas, o que as torna mais agressivas e difíceis de eliminar. Sempre que um clone é recebido, deve ser cuidadosamente inspecionado, tratado com um inseticida de amplo espectro e, se possível, mantê-lo poucos dias longe do ambiente de cultivo.

ARANHA VERMELHA

aranha-vermelha

É, sem dúvida, a pior praga de qualquer cultivador indoor, e uma das piores também ao ar livre. É caracterizada por sua rapidez na propagação e suas teias que, na floração, cobrem os buds com um manto branco. No começo, algumas picadas geralmente são vistas em algumas folhas. À medida que a praga progride, pequenas teias de aranha começam a ser vistas na base das folhas em sua junção com o pecíolo.

É também a praga mais difícil de tratar e tolerante a inseticidas. É sempre recomendável usar dois acaricidas, sempre intercalando as aplicações de ambos para evitar essa tolerância. Especialmente os fitossanitários devem ser aplicados na parte de baixo das folhas, onde depositam os ovos. Água muito fria pulverizada, é um bom método para retardar seu progresso quando detectado.

MOSCA-BRANCA

mosca-branca

É uma das pragas mais difíceis de detectar a olho nu. Seu pequeno tamanho, cor e asas fazem com que, ao mínimo movimento, voem para longe. Suas marcas são muito características, circulares e de tamanho aproximado em milímetros. Os da aranha vermelha, por exemplo, são como a marca que um alfinete deixaria. É uma praga que se expande muito rapidamente, além de ser portadora de doenças e vírus.

Devido à sua capacidade de voar e se mover, não é uma praga fácil de eliminar. Mas também não causa grandes problemas em cultivos como outras pragas. As armadilhas fotocrômicas são muito eficazes na detecção de sua presença e no controle de sua expansão. Inseticidas como óleo de neem ou sabão de potássio são suficientes para acabar com ela.

TRIPES

tripes

É possivelmente a praga que menos preocupa os cultivadores, embora não deixe de ser perigosa. Os tripes são pequenos, alongados e muito rápidos. Sua cor varia de creme a marrom escuro. Algumas espécies têm asas, o que lhes permite acessar facilmente um cultivo indoor. Deixam marcas muito características, como uma sucessão de pequenas picadas formando pequenos sulcos.

São difíceis de ver devido ao seu tamanho pequeno e à capacidade de se esconder nos nervos das folhas das plantas assim que percebem alguma presença. As armadilhas fotocrômicas são eficazes para detecção e controle. São bastante intolerantes a todos os tipos de inseticida; portanto, com sabão de potássio ou óleo de neem, não teremos problemas em livrar-nos dessa praga.

MOSCA DO SUBSTRATO

Mosca do substrato

A mosca do substrato, ou Sciaridae, também chamada de mosca da umidade, é um pequeno mosquito que habita substratos excessivamente úmidos. Sua detecção às vezes é complicada, pois se esconde dentro do substrato, além da cor preta que ajuda a passar despercebida. Os principais danos são causados ​​por suas larvas, que se alimentam da matéria orgânica do substrato e das pequenas radículas da planta.

As armadilhas fotocrômicas são um bom sistema para detectar sua presença. Ao se desenvolver na idade adulta no substrato, a melhor maneira de combatê-la será com um inseticida aplicado na irrigação. Terra de diatomáceas, um inseticida natural e 100% seguro, é muito eficaz. Além de seu conteúdo de sílica, é muito benéfico para a planta.

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Pesquisa: La Marihuana
Adaptação: DaBoa Brasil

Dicas de cultivo: mosca-minadora, uma das pragas mais comuns

Dicas de cultivo: mosca-minadora, uma das pragas mais comuns

Pode-se dizer que não existe um cultivador de maconha outdoor que não tenha sofrido algum ataque da mosca-minadora, ou larva minadora, nas folhas. É muito comum encontrar uma ou algumas folhas com uma “trilha” branca, como se riscasse ela. No indoor é uma praga muito rara, dificilmente vai ouvir falar de algum caso.

CARACTERÍSTICAS

A minadora é uma larva de um inseto que vive no interior da folha, daí o seu nome. Quando protegesse por dentro, fica difícil combatê-los com inseticidas de contato. Podem ser larvas tanto de micro dípteros ou micro lepidópteros, isto é, moscas e pequenas mariposas, tanto diurnas quanto noturnas.

Por ser a larva de um grande número de insetos e tão variada, torna-se difícil descrever sua aparência. Mais comprida ou mais curta, mais larga ou mais fina, maior ou menor… Em todo o caso o seu comportamento e dano que faz na planta é o mesmo.

CICLO BIOLÓGICO

Durante a primavera e o verão, os insetos encontram em nossas plantas um bom lugar para colocar os ovos. Estes podem ser colocados na folha, em baixo da folha, ou dentro dos tecidos, onde será mais protegida.

Do ovo nasce uma larva que em breve se alimentará das células da epiderme da folha, desde seu interior. Desta forma, deixam as marcas típicas nas formas irregulares que já comentamos. Conforme a larva cresce, pode ver como a “trilha” vai se tornando mais larga.

Quando a larva é do tamanho certo, ela se torna uma pupa. Esta pode ficar na folha ou cair no chão. Insetos adultos emergirão das pupas, que iniciarão um novo ciclo biológico. Em condições favoráveis, as minadoras podem completar o ciclo de ovo a larva em apenas 15 dias.

ATAQUE E DANO

Os ataques em cultivos de maconha ocorrem nas folhas e muito raramente nos caules. Em outras espécies também podem atacar o fruto, como no caso das frutas e muitos vegetais como feijão ou berinjela.

Embora não seja uma das pragas mais agressivas, reduz a capacidade das folhas de realizar a fotossíntese correta. Enquanto em uma grande planta o dano em algumas folhas não retardará seu crescimento, em uma pequena planta pode retardá-lo.

Além disso, as feridas causadas pelas minadoras facilitam o aparecimento de outros patógenos, como fungos, vírus ou bactérias, entre outros.

CONTROLE E TRATAMENTO

No princípio é uma simples peste de eliminar em plantas de pequeno e médio tamanho. Uma vez que o sulco típico está localizado em uma folha, em uma extremidade a larva será encontrada. Podemos esmagá-lo com nossos dedos. Remédio mais ecológico não pode ser encontrado.

Em plantas grandes, é difícil fazer uma revisão completa e podemos não ver nenhuma folha afetada. No caso de ter que recorrer a algum inseticida, optaremos por inseticidas sistêmicos que penetram no organismo vegetal, uma vez que o contato não é efetivo.

O óleo de neem usado na irrigação é absorvido pela planta e permanecerá ativo por cerca de 3 semanas. Isso evita que os insetos sugadores se alimentem. Aparentemente, o neem faz a seiva da planta ter um sabor amargo, algo que desagrada os insetos.

As armadilhas cromáticas amarelas também são úteis, pois moscas e borboletas são atraídas por essa cor. Finalmente, predadores naturais como Chrysopidae, Orius (percevejo), aranhas ou vespas parasitoides são um dos métodos de controle mais eficazes.

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Fonte: La Marihuana

Dicas de cultivo: Truques para evitar o ataque de pragas

Dicas de cultivo: Truques para evitar o ataque de pragas

Não importa se o cultivo é outdoor ou indoor. As pragas são uma das maiores preocupações do cultivador de maconha. Quem já cultivou algumas plantas, sabe o que sofrer com isso. E, no pior dos casos, perder algumas plantas ou colheitas.

A melhor maneira de combater as pragas é através da prevenção. As revisões regulares das plantas devem ser obrigatórias pelo menos uma vez por semana. O que a princípio pode ser alguns insetos, quanto mais demorarmos a detectá-los, mais eles se multiplicam e se tornam uma praga.

As pragas podem chegar a uma planta de várias maneiras. Do céu ou da terra. Podem ser atraídas pela nossa planta, ou pode se prender nas nossas roupas quando retornamos da horta ou do jardim. A troca de clones é também uma das razões para a propagação de pragas.

Ao chegar em casa e se tivermos um cultivo indoor devemos trocar de roupa e calçado se vier de algum lugar que é suscetível a pragas tais como parques, jardins, plantações… O indoor é sempre mais suscetível a pragas por causa de suas condições sempre ótimas.

Se você está cultivando algum clone, a primeira coisa que devemos fazer é dar um bom banho com um inseticida. Também é conveniente deixar por alguns dias longe da nossa colheita, para que os possíveis insetos não decidam ir para outra planta não tratada com inseticida.

E como falamos de inseticidas, eles são sempre a melhor opção para tratar e prevenir pragas. Alguns como sabão de potássio, chá de tabaco ou óleo de neem também funcionam bem como preventivos. Seu uso regular mantém as pragas longe das plantas.

A limpeza também é importante para uma boa prevenção. A área perto das plantas e a própria planta deve ser mantida limpa. Remova outras plantas suscetíveis a pragas, como rosas ou azáleas. Também remova as folhas da planta que estão caindo ou estão prestes a cair.

Se você cultiva no outdoor, é possível encontrar insetos benéficos, como joaninhas, aranhas ou louva-a-deus. Eles são excelentes guardiões ajudando no controle de pulgões, trips ou gafanhotos. Eles fazem um trabalho natural muito importante.

Mesmo com tudo isso, ninguém está 100% seguro contra pragas. Em todo caso, se uma praga entrar no cultivo, devemos primeiro identificá-la. Se não conseguir encontrar, tire algumas das folhas mais danificadas e envie uma foto para um grower confiável nos grupos Jardineiros Libertários e Rede Canábica. Eles vão te dizer o que é e como você pode tratá-la.

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Dicas de cultivo: como proteger as plantas de maconha de altas temperaturas

Dicas de cultivo: como proteger as plantas de maconha de altas temperaturas

Embora as plantas de maconha adorem o sol, muito calor pode ser prejudicial. Por isso, neste post você aprenderá como proteger as plantas de cannabis de altas temperaturas.

Proteja as plantas de maconha do calor: Rega

Logicamente, quanto mais calor uma planta suportar, mais água ela consumirá. É algo que acontece, inclusive com os humanos, devido à perda de água.

Quem cultiva já deve ter percebido que em um dia ensolarado e com altas temperaturas as plantas consomem o dobro de água do que em um dia nublado e com temperaturas mais amenas.

Portanto, nunca devemos privar a planta de um bem tão precioso como a água. Mas se pensar que o que uma planta de maconha mais aprecia ao sol é a irrigação com água fria, estará errado.

Isso produz um choque térmico que não beneficia as raízes nem a saúde da planta em geral. A rega deve ser sempre com água morna, acima de 22ºC.

E regar quantas vezes forem necessárias, evitando sempre fazê-lo nos horários de máxima intensidade solar. A melhor hora é de madrugada ou ao pôr do sol.

Os vasos

Vasos de cores escuras como preto, marrom ou verde são sempre a pior opção para ambientes externos. Ao receberem raios diretos do sol, superaquecem e parte desse calor é transmitido ao substrato.

Nessas condições, as raízes podem ser literalmente cozidas. Além disso, existem muito mais riscos de fungos nas raízes, como fusarium ou phytium.

Para proteger as plantas de maconha do calor, use sempre vasos brancos. Caso não seja mais possível transplantar, é possível forrar os vasos escuros com plástico branco, jornal ou até pintá-los.

O meio ambiente

Da mesma forma, as plantas colocadas próximas a uma parede escura receberão mais calor. Essa superfície irá absorver e liberar o calor do sol.

Portanto, sempre que possível, evite esta situação para proteger as plantas de maconha do calor. Uma opção é pintar essas áreas escuras com alguma outra cor clara. O branco é o melhor.

Mesmo que seja cultivada em vaso em solo escuro, nunca é demais colocar plástico branco sobre a área que cobre a planta.

Evaporação

Também com calor excessivo, a evaporação da água encontrada no substrato é muito elevada.

Você pode resolver isso facilmente colocando algumas pedrinhas, uma camada de palha ou plástico branco sobre o substrato.

Lembre-se que em questão de horas uma planta pode ficar desidratada devido ao consumo excessivo e à evaporação da água do substrato.

Use suplementos de silício

O silício é o segundo elemento mais presente na crosta terrestre, depois do oxigênio. É também um elemento que as plantas assimilam facilmente e traz amplos benefícios.

Por exemplo, evita o ataque de pragas de insetos, fungos, doenças e vírus. Isso ocorre porque aumenta a resistência das paredes celulares das plantas. Mas também é um grande aliado contra altas temperaturas e secas, além de reduzir a toxicidade mineral devido ao abuso de fertilizantes e fortalecer o sistema radicular.

Além disso, os tricomas são compostos por até 60% de silício, que atua como protetor da radiação solar.

Redes de sombreamento

Mas nada protege melhor as plantas de maconha do calor do que a sombra. As redes de sombreamento (sombrite), neste caso, fornecem sombra fraca que permite que as plantas continuem recebendo radiação solar.

São muito econômicas e fáceis de colocar e tirar, embora não haja dúvida de que teremos que dedicar tempo a elas para que fiquem seguras e não sejam arrancadas por um pouco de vento.

Adicionalmente, e como segunda missão, proporcionam maior discrição aos mais curiosos, seja do solo ou do céu.

E sem falar nos ladrões de plantas que tentam encontrar cultivos para depois roubar.

Conclusões

Não devemos presumir que as altas temperaturas são prejudiciais às plantas. Em países como Afeganistão, Paquistão, Tailândia, Etiópia, Colômbia e Jamaica, a maconha cresce sem intervenção, suportando temperaturas muito elevadas.

Mas pode haver o caso de uma planta jovem ou fraca que pode morrer nestas circunstâncias. Se você seguir todos os conselhos deste post, suas plantas completarão seu ciclo sem problemas se o calor for excessivo.

Referência de texto: La Marihuana

Diversos ambientes da Colômbia cultivam maconha com “compostos incomuns” que podem ter “benefícios terapêuticos únicos”, mostra estudo

Diversos ambientes da Colômbia cultivam maconha com “compostos incomuns” que podem ter “benefícios terapêuticos únicos”, mostra estudo

Uma nova pesquisa sobre a maconha cultivada na Colômbia revela “diversidade fitoquímica significativa” nas plantas, revelando o que os autores dizem serem “quatro quimiotipos distintos baseados no perfil canabinoide”, bem como plantas que são ricas em terpenos incomuns.

As descobertas “ressaltam a capacidade da Colômbia de ser pioneira na produção global de Cannabis sativa”, diz o estudo, “particularmente na América do Sul com novos mercados emergentes”.

A diversidade de compostos produzidos pelas plantas de maconha colombianas pode beneficiar não apenas os cultivadores — por exemplo, aumentando a resistência a pragas e outros patógenos — mas também o desenvolvimento de produtos exclusivos de maconha para uso medicinal, diz o estudo, publicado no periódico Phytochemical Analysis.

Um fator por trás da diversidade biológica observada pode ser as variadas zonas ambientais da Colômbia, diz a pesquisa. O país abriga vulcões cobertos de neve, praias tropicais, desertos, pradarias, florestas tropicais e muito mais. Essa variedade também contribui para outras indústrias agrícolas da Colômbia, como o café.

Autores do novo estudo, de universidades na Colômbia, Alemanha e Estados Unidos, procuraram cultivadores licenciados de maconha para uso medicinal em toda a Colômbia. No final, os cultivadores doaram 156 amostras de 17 locais de cultivo no total, representando sete províncias e cinco regiões diferentes.

“A quantidade significativa de terpenos geralmente incomuns sugere que os ambientes da Colômbia podem ter capacidades únicas que permitem à planta expressar esses compostos”.

Os cultivadores foram solicitados a informar se as amostras eram variedades locais, importadas ou uma hibridização das duas, bem como se a maconha foi cultivada em ambientes fechados, ao ar livre ou em estufa.

Mesmo antes da análise química, as amostras variavam muito em termos de estrutura e cor.

“Nossas avaliações revelaram um amplo espectro de diversidade fenotípica dentro das flores de C. sativa”, diz o artigo. “Observamos que algumas inflorescências exibiram formas compactas e densamente estruturadas, enquanto outras apresentaram uma arquitetura mais aberta e arejada. A cor variou de tons claros e quentes a tons escuros e suaves”.

Analisando os canabinoides encontrados em cada amostra, a equipe de pesquisa de oito pessoas dividiu a maconha cultivada na Colômbia em quatro tipos diferentes: THC dominante (Tipo I), CBD dominante (Tipo III), CBG dominante (Tipo IV) e “balanceada” (Tipo II).

Embora os diferentes quimiotipos não tenham sido encontrados exclusivamente em uma região ou outra (as variedades Tipo I, predominantemente THC, estavam amplamente distribuídas por todo o país, por exemplo), certas tendências geográficas surgiram.

Por exemplo, a maconha cultivada na região Centro-Sul e Amazônia apresentou os maiores níveis de THC-A (32,5%), enquanto aquelas da chamada região do Triângulo do Café tiveram as maiores concentrações de CBD-A (25,4%). As regiões de cultivo do Pacífico e Caribe, enquanto isso, foram “consistentemente mais altas” em CBD-A e THC-A, escreveram os autores.

“Além disso, descobrimos que variedades das regiões Centro-Sul e Amazônia exibiram níveis muito mais altos de CBDV, THCV e CBGA em comparação a outras regiões”, diz o estudo, acrescentando: “Essa diversidade nos perfis de canabinoides destaca a importância de considerar variações regionais no cultivo de C. sativa e suas potenciais implicações para aplicações médicas e recreativas”.

Os cientistas também mediram os níveis de 23 terpenos diferentes nas amostras, descobrindo que, em geral, as variedades Tipo I com predominância de THC apresentaram a maior diversidade nos compostos.

“No geral, as variedades Tipo I exibiram teores significativamente maiores de terpenos (>0,03%), enquanto as amostras Tipo IV mostraram níveis mais baixos (<0,03%)”, escreveram os autores. “Ao analisar variedades equilibradas e predominantemente de CBD, o β-mirceno emergiu como o terpeno mais abundante, enquanto o nerolidol 2 predominou nos quimiotipos I e IV”.

O relatório diz que as diferenças observadas nas amostras podem ser devidas a fatores genéticos e ambientais.

“O amplo espectro de cores, formas e aromas das amostras de flores coletadas pode não apenas refletir origens genéticas distintas, mas também respostas adaptativas individuais às diversas condições ambientais dentro de suas regiões de cultivo (altitude, umidade, precipitação, características do solo, intensidade e duração da exposição à luz solar, entre outras)”, explica. “Essa plasticidade fenotípica é consistente com o alto nível de heterozigosidade e polimorfismos que dão origem ao notável potencial adaptativo relatado para a Cannabis sativa”.

Quanto à variedade de terpenos detectados nas amostras de maconha, os autores disseram que encontraram não apenas terpenos “comumente abundantes em quimiovares comerciais de C. sativa na América do Norte, como β-mirceno, d-limoneno e β-cariofileno”, mas também “altos níveis de terpenos menores… como linalol, cis-nerolidol e trans-nerolidol”.

“Esses resultados sugerem a interessante possibilidade de que variedades colombianas podem ter perfis de terpenos únicos que podem não apenas beneficiar a indústria de Cannabis ao fornecer resistência contra pragas e patógenos em locais de cultivo industrial, mas também podem resultar em benefícios terapêuticos únicos e, portanto, aplicações distintas em química medicinal”, escreveram os autores.

No geral, pouco menos da metade (43,7%) das amostras foram relatadas pelos cultivadores como “locais”, enquanto uma proporção ligeiramente maior (48,7%) foi descrita como híbrida entre cultivares locais e importadas. “Apenas 7,7% foram relatadas como importadas, presumivelmente da América do Norte e da União Europeia”, observa o estudo, “onde uma infinidade de bancos de sementes comerciais já estão estabelecidos”.

“Isso sugere que cultivares tradicionalmente cultivadas na Colômbia antes da legalização da cannabis podem ter permeado o mercado medicinal legal e que programas de melhoramento entre cultivares locais e importados podem ter sido implementados por cultivadores colombianos nos últimos anos”, acrescenta.

Notavelmente, nenhum dos cultivadores relatou amostras sendo cultivadas em ambientes fechados. Em vez disso, o cultivo foi dividido entre estufas (71,8%) e cultivos ao ar livre (28,2%).

Os autores disseram que o estudo “apresenta a primeira caracterização metabólica de plantas de Cannabis sativa cultivadas legalmente na Colômbia, revelando uma diversidade metabólica significativa na cannabis colombiana para uso medicinal”.

“Essas descobertas implicam que a C. sativa colombiana pode contribuir para a diversificação química global da cannabis para uso medicinal, facilitando assim novas aplicações na química medicinal”, concluiu a equipe. “Investigações futuras devem incorporar o sequenciamento do genoma completo das amostras analisadas para fornecer uma compreensão mais abrangente. Além disso, o impacto dos fatores ambientais deve ser avaliado comparando os perfis metabólicos e genéticos de plantas dos mesmos pools genéticos cultivados em diversas regiões ecológicas na Colômbia”.

À medida que mais jurisdições nas Américas e globalmente se movem para legalizar e regular a produção de maconha, também tem havido um interesse crescente em identificar e preservar a variedade genética da espécie. Por exemplo, na Califórnia (EUA) — uma das regiões de cultivo de legado mais famosas do mundo — um esforço financiado pelo estado está em andamento para analisar as informações genéticas de várias variedades de maconha.

O objetivo do projeto é responder a duas perguntas, de acordo com uma apresentação realizada no início deste mês na UC Berkeley: “Quais são as genéticas legadas da cannabis na Califórnia?” e “Quais são as regiões de cultivo legadas?”

Em última análise, visa “proteger legalmente como propriedade intelectual os recursos genéticos individuais e coletivos dos criadores de maconha tradicionais e das comunidades de cultivo de cannabis tradicionais”, disseram os organizadores.

As descobertas do projeto também podem ajudar a estabelecer as bases para o ambicioso Cannabis Appellations Program da Califórnia, disse um representante da equipe. Esse programa, que ainda está na fase de regulamentação, visa identificar e proteger regiões de legados históricos, semelhante a como a França regula os vinhos regionais.

É possível que a pesquisa também possa ajudar a distinguir melhor diferentes variedades de maconha. Os críticos notaram há anos que a rotulagem de variedades de maconha no varejo pode ser enganosa. (Sem mencionar que chamá-las de “cepas” é um tanto impreciso).

As pesquisas mais recentes também surgem à medida que os cientistas passam a entender melhor as funções e interações entre os canabinoides e outros componentes químicos da maconha, como os terpenos.

Um relatório publicado no início deste ano no International Journal of Molecular Sciences, por exemplo, diz que a “interação complexa entre fitocanabinoides e sistemas biológicos oferece esperança para novas abordagens de tratamento”, estabelecendo as bases para uma nova era de inovação em medicamentos à base de maconha.

“A planta Cannabis exibe um efeito chamado de ‘efeito entourage’, no qual as ações combinadas de terpenos e fitocanabinoides resultam em efeitos que excedem a soma de suas contribuições separadas”, continua. “Essa sinergia enfatiza o quão importante é considerar a planta inteira ao utilizar canabinoides medicinalmente, em vez de se concentrar apenas em canabinoides individuais”.

Outro estudo recente analisou as “interações colaborativas” entre canabinoides, terpenos, flavonoides e outras moléculas na planta de maconha, concluindo que uma melhor compreensão das relações de vários componentes químicos “é crucial para desvendar o potencial terapêutico completo da cannabis”.

Outra pesquisa recente financiada pelo National Institute on Drug Abuse (NIDA) dos EUA descobriu que um terpeno com cheiro cítrico na maconha, o D-limoneno, pode ajudar a aliviar a ansiedade e a paranoia associadas ao THC. Os pesquisadores disseram de forma semelhante que a descoberta pode ajudar a desbloquear o benefício terapêutico máximo do THC.

Um estudo separado no ano passado descobriu que produtos de cannabis com uma gama mais diversificada de canabinoides naturais produziam experiências psicoativas mais fortes em adultos, que também duravam mais do que o efeito gerado pelo THC puro (isolado/sintético).

E um estudo de 2018 descobriu que pacientes que sofrem de epilepsia apresentam melhores resultados de saúde — com menos efeitos colaterais adversos — quando usam extratos à base de plantas em comparação com produtos de CBD “purificados” (sintéticos).

Cientistas também descobriram no ano passado “compostos de cannabis não identificados anteriormente” chamados flavorizantes que eles acreditam serem responsáveis ​​pelos aromas únicos de diferentes variedades de maconha. Anteriormente, muitos pensavam que os terpenos sozinhos eram responsáveis ​​por vários cheiros produzidos pela planta.

Fenômenos semelhantes também estão começando a ser registrados em torno de plantas e fungos psicodélicos. Em março, por exemplo, pesquisadores publicaram descobertas mostrando que o uso de extrato de cogumelo psicodélico de espectro total teve um efeito mais poderoso do que só a psilocibina sintetizada quimicamente. Eles disseram que as descobertas implicam que os cogumelos, assim como a cannabis, demonstram um efeito entourage.

Referência de texto: Marijuana Moment

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