por DaBoa Brasil | nov 1, 2019 | Curiosidades, Psicodélicos, Redução de Danos
Se existe um produto psicotrópico na mente popular coletiva até mesmo antes da ayahuasca, esse é o peiote. Mas o que é e quais são seus efeitos?
Em junho de 2019, Oakland (Califórnia, EUA) descriminalizou o uso do peiote e dos cogumelos mágicos. Isso ocorre em um contexto de nova euforia para esses agentes psicoativos advindos dos estudos que estão sendo realizados em torno deles e de seu potencial uso como terapias para certos transtornos mentais.
O peiote é um tipo de pequeno cacto nativo do México chamado Lophophora williamsii. Este cacto contém alguns compostos alucinógenos, como a mezcalina, ou a 3,4,5-trimetoxianfetamina. A aparência é bem conhecida: uma pequena planta arredondada (embora haja plana) com cerca de cinco polegadas de diâmetro. Em alguns casos, também cresce uma pequena flor rosa. Nesse pequeno espaço, dizem, que estão concentradas as chaves que abrem a porta da percepção.
Sabe-se que os nativos americanos usavam o peiote para fins medicinais. Tribos como Chichimeca, Tarahumara (Rarámuri), Cora (Náayarite), Huichol (Wixáritari) usavam o cacto para fazer loções que serviam como analgésico para feridas. É conhecido por ter sido usado por 5.700 anos.
Os alcaloides do peiote produzem efeitos alucinógenos diferentes, dependendo de quem o toma. Ao interferir na produção de serotonina afeta o pensamento e a percepção. De 50 a 100 gramas de peiote no estado fresco e de 10 a 20 gramas secas é considerada uma dose leve: 150 gramas frescas e 30 secas são moderadas; Maior dessas quantidades é considerada uma dose alta.
Após 30 minutos após tomar o peiote, as pessoas sentem mal-estar. Certa tontura e se sentem cheios como se tivessem comido muito. Seguido de suor e calafrios. Esses efeitos às vezes levam a náuseas e vômitos e duram cerca de duas horas. Após esse período, o usuário começa a se sentir calmo.
Então o efeito peiote é atingido. Aumenta entre 2 e 4 horas e diminui entre 8 e 12 horas. Os efeitos alucinógenos são semelhantes aos do LSD: cores melhoradas, padrões geométricos e distorções visuais nas quais os objetos parecem derreter. Isso é acompanhado por um aumento na percepção do eu, além de emoções ampliadas e maior sugestibilidade. É aí que esses sentimentos associados à medicina xamânica começam: um sentimento de auto-realização, desvanecimento do ego, euforia e empatia. Dependendo do ambiente, isso pode levar a uma viagem ruim ou boa.
Os usos do peiote ainda seguem sendo os analgésicos. Em algumas partes das reservas indígenas, o peiote foi usado em sessões terapêuticas que duram até 10 horas, nas quais são discutidas questões como alcoolismo ou dependência de drogas, algo que se acredita ser eficaz.
É seguro? Bem, parece que sim, já que ainda não foi descoberta uma dose mortal e tenha um risco muito pequeno de produzir alucinações duradouras, geralmente associadas ao uso de LSD.
Fonte: Cáñamo
por DaBoa Brasil | set 6, 2019 | Psicodélicos, Saúde
A psilocibina está abrindo caminho como tratamento para diversas condições, como o estresse pós-traumático. Poderia tratar também a anorexia?
Estão recrutando voluntários na John Hopskins Psychedelic Research (JHPRU) para pesquisas sobre os efeitos da psilocibina e do tratamento psicanalítico da anorexia nervosa. A JHPRU é um grupo dedicado ao estudo de psicodélicos em diferentes terapias. Segundo seu site, essas investigações renderam cerca de 50 manuscritos que foram publicados em revistas científicas com revisão por pares.
A pesquisa mais recente sobre os efeitos da psilocibina é que esse componente químico típico dos “cogumelos mágicos” está dando bons resultados em tratamentos contra estresse pós-traumático, depressão e transtornos obsessivo-compulsivos. A JHPRU está trabalhando no uso da psilocibina no tratamento do alcoolismo e da ansiedade em pacientes com doenças terminais. Os cogumelos podem ser eficaz contra a anorexia nervosa?
“Este estudo testará o efeito de duas doses moderadas e altas de psilocibina em combinação com psicoterapias baseadas em entrevistas”, diz Natile Gukasyan, estudante de pós-doutorado na JHPRU. “Nosso objetivo é determinar se a psilocibina pode ser administrada com segurança em pessoas com anorexia nervosa e se essa intervenção pode produzir melhorias no humor, qualidade de vida e sintomas cognitivos e comportamentais desse distúrbio”.
Como dissemos antes, estão atualmente na fase de recrutamento de voluntários para o teste. Segundo o Dr. Gukasyan, é uma primeira abordagem “modesta” que, no caso de mostrar resultados promissores, se expandirá com um plano muito mais ambicioso.
Estudos recentes com psilocibina estão se mostrando tão positivos que até a Food and Drugs Administration (FDA) está considerando permitir experimentos no nível federal com supervisão médica. Como alguns estados dos EUA já descriminalizaram (Colorado) ou estão considerando legalizar cogumelos mágicos, a bola está de volta aos pés do governo federal e de suas instituições: será que vão juntos com a vontade da sociedade?
Fonte: Revista Cáñamo
por DaBoa Brasil | maio 23, 2019 | Curiosidades
A ilegalidade que cai como uma pesada cortina de ferro sobre a maconha em grande parte do mundo priva a política de sua ferramenta mais usada: a estatística.
No entanto, a edição de 2019 do World Drug Survey produziu um resultado surpreendente: a cannabis é a substância mais consumida no mundo depois do álcool.
O jornal colombiano El Espectador é um dos meios que ecoam o relatório elaborado pela Global Drug Survey (GDS), uma organização sem fins lucrativos que existe para este relatório, criado para conhecer os hábitos dos usuários de substâncias de 35 países.
Em termos legais, as três substâncias mais utilizadas no mundo, sem contar com álcool e tabaco, são a cannabis, o MDMA e a cocaína.
Em outra ordem, um terço das mulheres que fizeram a pesquisa declarou ter sido assediada ou abusada sexualmente sob a influência de álcool e outras substâncias.
O relatório diz que 98% das pessoas que responderam à pesquisa declararam ter tomado álcool nos últimos 12 meses; 63,9%, cannabis; 33%, MDMA.
A pesquisa de 2019 coletou os dados, anonimamente, de 123.814 pessoas. A idade média foi de 29 anos e 87% da amostra é reconhecida como “branca”.
Global Drug Survey, a organização sem fins lucrativos que realiza a pesquisa anualmente, diz que os resultados não são representativos de um país, mas aceitam que é uma das maiores pesquisas do mundo sobre consumo de substâncias.
No mundo, as 10 principais drogas utilizadas nos últimos 12 meses (excluindo álcool e produtos de tabaco/nicotina) foram: Cannabis 63%; MDMA 33,0%; cocaína 29,1%; anfetaminas 22,1%; LSD 17,9%; Opioides prescritos 16,4%; benzodiazepinas 16,1%; cogumelos mágicos 14,9%; cetamina 12,9% e óxido nitroso 11,9%.
Sobre a cannabis
Cerca de 55.000 entrevistados pela GDS que consumiram cannabis no ano passado avaliaram os rótulos informativos sobre produtos de cannabis que abordam o risco de dependência, danos causados pelo fumo, efeitos em maiores de 21 anos e menos, etc.
Segundo a GDS, a credibilidade de todas as mensagens foi alta (75%), com exceção do risco de dependência (64%). Um quarto (25%) indicou que os riscos do fumo de cannabis e o risco de dependência (1 em 10) eram novas informações para eles.
50% relataram que a mensagem “dirigindo uma vez drogado” os faria pensar em não dirigir drogado e mais de um terço disse que os “rótulos de efeitos colaterais” do GDS destacaram o impacto na memória e na motivação que os levaria a pensar em usar menos.
Sobre os fornecedores
57% dos entrevistados relataram comprar drogas de um distribuidor que se identificou como mulher.
A descrição mais comum da pessoa principal de quem obtiveram as drogas era um amigo, com apenas 22% descrevendo-os sozinhos como seu provedor de drogas. Mais de 50% haviam encontrado a pessoa principal de quem obtiveram substâncias por 3 anos ou mais.
5% dizem que costumam flertar ou fazer sexo quando obtêm suas substâncias.
As taxas gerais de confiança em seus distribuidores não se tornam abusivas ou violentas se uma queixa foi apresentada era alta, com entrevistados do Brasil, Escócia e Irlanda percebendo seus distribuidores como menos confiáveis a esse respeito.
Sobre a relação entre abuso sexual, intoxicação e consentimento
Um terço das pessoas que se identificam com o sexo feminino na pesquisa relatou que outras pessoas tiraram vantagem sexual delas enquanto estão sob a influência de álcool e outras drogas.
Os números foram semelhantes para aqueles que se identificaram como não binários/uma identidade de gênero diferente.
As taxas de aproveitamento foram maiores entre as jovens bissexuais (14%).
O fato curioso é que o álcool, a única das substâncias analisadas que é legal em quase todo o mundo, foi a droga que esteve envolvida em quase 90% dos casos.
Fonte: La Marihuana
por DaBoa Brasil | maio 8, 2019 | Saúde
O papel da maconha na psicoterapia moderna é, no mínimo, turbulento, mas está claramente demonstrado que o THC e o CBD têm algo a oferecer às pessoas com problemas de saúde mental. O cérebro humano é complexo e a planta da cannabis também. A maconha será o próximo tratamento para doenças mentais?
Talvez, nenhum outro ramo da medicina canábica tenha que ir tão a cegas quanto estudar o efeito dos canabinoides em um cérebro humano que “não funciona adequadamente”.
Até o momento, não foi provado que o uso de cannabis cause distúrbios cerebrais crônicos, embora a complexidade do cérebro humano torne difícil entender se os canabinoides podem ser eficazes para ajudar em doenças mentais. Quando consumida em altas doses, a cannabis pode causar “sintomas psicóticos”, especialmente em pessoas vulneráveis com histórico pessoal ou familiar de doença mental. No entanto, um grande número de pacientes com esquizofrenia, paranoia, transtornos bipolares e outras doenças mentais se automedicavam com maconha há anos.
Médicos nos EUA que prescrevem grandes quantidades de maconha medicinal indicam que a parte destinada a pacientes com doenças psiquiátricas graves é muito pequena e que o transtorno de estresse pós-traumático é a doença mais comum. Os psiquiatras muitas vezes desencorajam o consumo de cannabis, enquanto alguns o aprovam como um tratamento complementar para pacientes com sintomas ou diagnósticos específicos. Muitos pacientes relatam que a maconha alivia alguns sintomas, no entanto, a literatura clínica ainda não está muito desenvolvida, e muitos estudos sobre o uso terapêutico da cannabis para doenças mentais não contam com uma qualidade metodológica elevada.
A MACONHA NA PSICOTERAPIA
O papel desempenhado pela cannabis na psicoterapia atual é verdadeiramente complexo. Muitos pacientes já sentem uma sensação de estigma em relação à sua condição mental, e a cannabis apenas acrescenta combustível ao fogo. Agentes de saúde, em qualquer nível, tem o dever de proteger a privacidade dos pacientes, e não devem julgar seus estilos de vida. No entanto, antes de iniciar as sessões com um novo terapeuta, é altamente aconselhável manter um debate honesto sobre o uso de cannabis, para ajudar a esclarecer a posição que cada um tem em relação à planta.
A terapia deve ser uma oportunidade para se abrir com sinceridade na companhia de um profissional atencioso. Qualquer terapeuta que valha a pena deve estar disposto a entender sua relação com a cannabis antes de fazer um julgamento. Especialmente porque a cannabis é muito mais segura do que outras drogas que os pacientes usam em tempos de angústia, seria prudente, por parte dos profissionais de saúde mental, não desacreditar completamente o uso da erva.
Por outro lado, os terapeutas também têm um papel complicado. É perfeitamente possível, por exemplo, que o consumo de THC esteja fazendo com que alguém sofra de ansiedade aguda, ou que o uso habitual de maconha o impeça de cumprir suas responsabilidades diárias. Mais uma vez, é uma questão de comunicação.
PSICOTERAPIA ASSISTIDA COM MACONHA
Deve-se mencionar que as psicoterapias psicodélicas estão sendo aceitas pela comunidade científica. Ervas e substâncias como cetamina, MDMA, ayahuasca e cogumelos alucinógenos estão sendo testados como agentes terapêuticos contra doenças mentais leves ou graves. Os canabinoides não são psicodélicos no sentido estrito, no entanto, em países onde a cannabis é legal, são oferecidas sessões de psicoterapia assistida sob os efeitos dos canabinoides. Por exemplo, alguns estados dos EUA oferecem psicoterapia assistida com maconha por cerca de US $ 350, onde um motorista é legalmente obrigado a levá-lo para casa depois.
Em relação à doença mental, cada um requer cuidados e tratamento específicos. Isso significa que os canabinoides podem afetar diferentes doenças de diferentes maneiras. Vamos ver algumas das pesquisas sobre a evolução do papel da maconha na saúde mental.
ENFRENTANDO OS EFEITOS ADVERSOS DO THC
Sabe-se que o THC pode fazer com que as pessoas se sintam mais relaxadas, menos estressadas e melhorem seu humor em geral. Porém, o THC também pode induzir alguns efeitos colaterais, especialmente em pessoas sensíveis ou inexperientes. Sabe-se também que, se doses elevadas de THC são consumidas, pode desencadear ansiedade e paranoia. Curiosamente, o CBD é eficaz na redução de alguns desses efeitos psicotrópicos negativos, diminuindo a capacidade do THC de se ligar aos receptores canabinoides CB1.
Enquanto o CBD está ganhando cada vez mais força em futuros tratamentos para transtornos psicológicos, o THC mostra sua eficácia por si só, especialmente em relação aos transtornos bipolares. Essas condições envolvem períodos de alta energia maníaca, alternando com períodos de humor extremamente baixo e episódios depressivos. Atualmente, o uso de cannabis é maior em pacientes bipolares, provavelmente porque eles o utilizam para aliviar a depressão e também devido a episódios maníacos. O efeito bifásico típico dos canabinoides, em que doses diferentes produzem efeitos diferentes (isto é, efeitos sedativos versus estimulantes), parece funcionar bem em alguns pacientes com esse distúrbio.
No entanto, apesar das experiências promissoras, estudos em pacientes com transtorno bipolar ou esquizofrenia que usam cannabis descobriram dados bastante conclusivos, na avaliação da eficácia médica do THC e seus casos de uso específicos. Os estudos observaram que o uso de cannabis foi associado a uma melhora na função neurocognitiva em pessoas com transtorno bipolar, mas o oposto foi observado em pacientes esquizofrênicos.
THC E TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO
Os receptores CB1 estão distribuídos em todo o cérebro, e as mais recentes técnicas de neuroimagem mostraram um aumento nos receptores CB1 em muitas regiões cerebrais relacionadas ao transtorno de estresse pós-traumático. Os canabinoides afetam o hipocampo, uma região do nosso cérebro que desempenha um papel no aprendizado e na memória. Essa área é importante para os transtornos de ansiedade, como o TEPT, porque contribui para os mecanismos de perigo e segurança.
O papel dos canabinoides nos processos de aprendizagem relacionados ao perigo e à segurança indica que a cannabis pode ser eficaz contra a ansiedade e os sintomas de TEPT. O sistema endocanabinoide parece estar envolvido na eliminação de memórias aversivas, e tem sido demonstrado que tanto o THC quanto o CBD facilitam a eliminação da resposta patológica do medo.
Milhões de pacientes com transtornos de ansiedade afirmam que a maconha proporciona relaxamento, serenidade e um efeito calmante. Pacientes com TEPT relatam que a cannabis os ajuda, em particular, com insônia, ansiedade e alterações de humor. Mesmo assim, até aqui os relatórios sobre a eficácia do THC variam. Algumas pesquisas dizem que o uso de cannabis por si só não parece levar a uma recuperação em longo prazo de transtornos de ansiedade ou transtorno de estresse pós-traumático, mas outros estudos sugerem que a maconha poderia desempenhar algum papel no tratamento adequado. Em resumo, pouco se sabe sobre o efeito da cannabis na recuperação natural dos transtornos de ansiedade e TEPT.
CBD E ESQUIZOFRENIA
O CBD tem sido capaz de tratar os sintomas da esquizofrenia em ensaios clínicos controlados, com resultados comparáveis aos medicamentos antipsicóticos autorizados e com menos efeitos adversos. Devido à sua natureza não psicotrópica, o CBD pode ser mais facilmente experimentado do que o THC para transtornos psiquiátricos. Pesquisas mostram que o CBD pode ser eficaz como terapia adicional para a esquizofrenia, reduzindo significativamente os sintomas psicóticos em pacientes que receberam tratamento com canabidiol.
Os estudos também mostraram que o CBD pode melhorar a aprendizagem e a memória em pessoas com deficiências cognitivas, mas a sua eficácia na melhoria da cognição na esquizofrenia não pode ser completamente confirmada devido à falta de evidência clínica. No entanto, foi demonstrado que o CBD melhora a cognição, em múltiplos estudos de deterioração com modelos pré-clínicos de esquizofrenia, doença de Alzheimer, meningite e isquemia cerebral.
INTERAÇÕES ENTRE THC, CBD E MEDICAMENTOS DE PRESCRIÇÃO
Os pacientes que consomem cannabis rica em THC estão satisfeitos com a ausência de efeitos adversos em comparação com os medicamentos receitados regularmente. No entanto, existem alguns casos em que o THC pode diminuir potencialmente a eficácia de outros medicamentos, ou mesmo causar reações imprevisíveis e agravar a doença. Tem sido demonstrado que a cannabis ajuda as pessoas que sofrem de depressão, mas se consumida junto com os antidepressivos pode ser perigoso, uma vez que os canabinoides podem potencializar os efeitos colaterais. Isso também pode acontecer com sedativos, álcool ou outras drogas, pois os pacientes podem se sentir muito sedados quando consomem THC junto com um tranquilizante.
O CBD não é psicotrópico e também tem o benefício potencial de ajudar a quebrar o vício em certas substâncias mortais. No entanto, o canabidiol pode impedir a metabolização adequada de muitos medicamentos. O CBD é metabolizado pelas enzimas do citocromo P450; depois, desativa estas enzimas, impedindo-as de metabolizar outros medicamentos de forma eficaz. Isso é crucial para pessoas que tomam certos medicamentos, como alguns antipsicóticos, porque podem causar efeitos colaterais mais pronunciados.
RESULTADOS DE BAIXA CONCLUSÃO
Ainda entendemos muito pouco sobre as interações peculiares que existem entre canabinoides e nossa mente. A falta de estudos abrangentes e de grande escala torna difícil tirar conclusões de uma perspectiva psicológica ou psiquiátrica. Os canabinoides podem ajudar com algumas doenças mentais, mas também podem aumentar alguns sintomas ou piorar a terapia. Além disso, estamos longe de saber as doses corretas e os métodos padrão de administração da cannabis para tratamentos psiquiátricos.
Apesar de nossa atual falta de conhecimento, os canabinoides são muito promissores, como atacam diferentes sistemas de neurotransmissores em comparação com medicamentos tradicionais, e têm o potencial para ser mais eficaz e menos prejudicial.
Fonte: Royal Queen
por DaBoa Brasil | abr 25, 2018 | Cultivo
São chamados cultivo de guerrilha, as plantações feitas em montes, florestas, terrenos abandonados ou lugares geralmente longe de uma casa. É um cultivo mais radical, já que em muitas ocasiões as plantas são deixadas a própria sorte por causa da impossibilidade de visitá-las com a frequência que o cultivador gostaria. Além de ter que lutar contra as pragas típicas que ameaçam qualquer cultivo, animais selvagens são uma ameaça constante. Sem contar com os curiosos, caçadores de cogumelos ou trilheiros.
O primeiro passo para realizar um cultivo de guerrilha é encontrar um lugar adequado. E logicamente, quanto mais camuflado ele for, melhor. Não queremos chegar ao local um dia e encontrar as plantas arrancadas, ou pior, não encontrá-las, porque foram descobertas por qualquer um. E nunca devemos confiar em nós mesmos, os ladrões de plantas são muito pacientes e esperam o melhor momento para fazer seu trabalho desprezível, que é quando as plantas estão prestes a serem colhidas.
Para isso, é sempre conveniente se afastar de estradas, carreiros, trilhas, e em geral qualquer área de trânsito. Quanto mais longe e inacessível for o nosso local de cultivo, mais seguras estarão as nossas plantas. Além disso, certifique-se de não modificar excessivamente o ambiente, como aparar árvores que sombreiam ou remover os matos que nascem em volta. Ao longe, atrairá a atenção dos curiosos, que poderão se aproximar para verificar do que se trata.
Questões a considerar:
Os momentos mais delicados de um cultivo de guerrilha são quando se trata de visitar as plantas. E neste sentido, é sempre aconselhável ter pelo menos dois acessos. Se por alguma razão um deles estiver ocupado, podemos tentar acessar o outro. E se você não pode passar por nenhum, então vamos para casa e esperamos por outro momento melhor. Devemos ter cuidado para não tornar esses acessos muito transitáveis. Podemos bloqueá-los com alguns galhos ou arbustos, desde que pareça algo natural.
Nos cultivos de guerrilha, também é interessante não concentrar as plantas na mesma área, mas ter vários grupos de plantas em diferentes lugares. Se por alguma razão uma dessas áreas de cultivo for descoberta, sempre teremos outras.
Devemos também estar limpos e não deixar vestígios de presença perto da plantação. Nenhuma lata de fertilizante jogada fora, sacos plásticos de substrato, pontas, etc. E, na medida do possível, o local selecionado deve ter uma fonte de água nas proximidades. Qualquer rio, riacho ou lagoa, por exemplo. Qualquer um pode imaginar o trabalho de carregar água no meio do verão, vários quilômetros, às vezes em pleno sol. Se isso não for possível, existem outros truques, como o uso de um aditivo de silício, polímeros ou uma grande quantidade de material que retém umidade, como a perlita, fibra de coco, argila expandida, etc.
Uma vez que tenhamos o local mais indicado, iremos preparar o terreno. Limpe levemente o espaço que vai cultivar em uma circunferência de 50 a 100 cm por planta. Às vezes não é fácil transportar o substrato para o cultivo, mas vale a pena. As plantas com um bom substrato crescerão mais e melhor nas primeiras semanas. Cavar um buraco e adicionar uma boa quantidade de solo, como citamos, com uma grande quantidade de material de retenção de umidade. As plantas agradecerão os trabalhos que passamos no começo.
Em vez de partir das sementes, é sempre melhor começar com clones ou pequenas mudas, então uma boa opção é começar em casa e levar as plantas quando elas já tiverem um bom tamanho. Plantas ou clones que tenham um palmo de altura terão mais possibilidades de sucesso do que qualquer semente que pode ser um bom aperitivo para qualquer ave.
Como já dissemos, uma guerrilha é o habitat de todos os tipos de animais selvagens. Mantê-los longe sem chamar muita atenção às vezes é complicado. Você pode usar alguma estrutura que envolva cada planta feita com varas. Ou usar uma colônia com um odor forte em áreas próximas, o que pode assustar grande parte desses animais. Contra as pequenas pragas, duchas regulares com sabão de potássio ou óleo de neem também são boas soluções.
Quanto aos fertilizantes, recomendamos fertilizantes sólidos, pois são mais fáceis de transportar. Adicionado à mistura de solo ou substrato, a liberação lenta garante longas semanas de nutrientes. O húmus de minhoca para as fases de crescimento e guano de morcego para a floração, além de baratos, sempre oferecem resultados espetaculares.
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