Paraguai anuncia cultivo controlado de maconha

Paraguai anuncia cultivo controlado de maconha

O Paraguai é, sem dúvidas, o grande jardim canábico do Cone Sul da América. Esse país fornece ilegalmente maconha durante décadas à Argentina, Uruguai, Chile e também para o Brasil. Mas algumas vozes propõem há algum tempo fazê-lo da forma correta e legal.

Ministro da Secretária Nacional Antidrogas (Senad), Arnaldo Giuzzio, disse dias atrás que, no âmbito da lei que permite a importação e o cultivo controlado de maconha para uso medicinal no Paraguai será regulada a produção de erva em Assunção, a capital do país, e Central.

“A produção de maconha medicinal no Paraguai será, em princípio, de forma experimental em Assunção e Central, por empresas endossadas pelo governo; Depois de avaliar a eficiência desse modelo de produção, seria considerada a possibilidade de estender o cultivo para outras regiões do país”, disse o chefe do Senad ao jornal La Nación do Paraguai.

Neste cenário, o Ministério da Saúde Pública será responsável por conceder o cultivo de cannabis medicinal em estufas, em ambientes controlados e fiscalizados por câmeras.

“Então, depois de um debate profundo, a legalização da maconha pode ser dada para fins recreativos”, disse Giuzzio.

No Paraguai, o uso de derivados é legal

Atualmente, no Paraguai, o uso de derivados de maconha é legal para uso medicinal sob prescrição, mas não para cultivo doméstico e posterior produção de derivados medicinais artesanais.

Miguel Velázquez Blanco, especialista médico na área, disse que o uso da maconha medicinal deveria ser regulado primeiro para começar a pensar em seu uso recreativo.

Ele esclareceu que a maconha “não é uma droga que não agride física ou moralmente como todos dizem, nem prejudica menos que o álcool ou o tabaco”.

No entanto, indicou que a maconha medicinal demonstrou acalmar a dor e suprimir a náusea em pessoas com epilepsia; Além disso, diminui o número e a intensidade das convulsões, alivia os efeitos da quimioterapia e age como um estimulante natural e estabilizador neuronal.

Em seguida, ressaltou novamente que é prematuro falar em legalizar o uso recreativo no país.

Mas se Velázquez Blanco e alguém ainda tem alguma dúvida sobre os efeitos da cannabis, deveriam ouvir a Cynthia Fariña, da Organização Mama Cultiva.

Ela falou há algumas semanas com a rádio La Unión sobre sua experiência sobre o acesso à cannabis para sua filha que sofre de epilepsia refratária.

“Para nós, a cannabis é uma esperança, um alívio porque nós, como família, já tentamos de tudo e fizemos tudo o que profissionais nos disseram e não tínhamos tido um resultado positivo até chegar à maconha e é uma esperança que queremos transmitir as pessoas que passam pelo mesmo”, disse ela.

“Em primeiro lugar, peço às autoridades fortemente, a aplicação imediata da Lei de 6007. Essa lei já promulgada em 2017 e regulamentada em 2018, mas sem qualquer movimento para a execução da lei. Esta lei garante livre acesso àquelas pessoas que estão registradas, mas não há registro, não há cultivo para produção nacional e os laboratórios públicos não estão se preparando para distribuí-lo gratuitamente. O pedido é de extrema urgência para muitas pessoas”, disse, indicando que há pessoas que morreram dentro da organização por causa da falta de acesso à cannabis.

O Ministério da Saúde Pública e Previdência Social permitiu a distribuição gratuita de mudas de maconha, na Plaza Italia, através da Organização Mama Cultiva.

Fonte: La Nación

A maconha é tão popular quanto o álcool em todo o mundo

A maconha é tão popular quanto o álcool em todo o mundo

A ilegalidade que cai como uma pesada cortina de ferro sobre a maconha em grande parte do mundo priva a política de sua ferramenta mais usada: a estatística.

No entanto, a edição de 2019 do World Drug Survey produziu um resultado surpreendente: a cannabis é a substância mais consumida no mundo depois do álcool.

O jornal colombiano El Espectador é um dos meios que ecoam o relatório elaborado pela Global Drug Survey (GDS), uma organização sem fins lucrativos que existe para este relatório, criado para conhecer os hábitos dos usuários de substâncias de 35 países.

Em termos legais, as três substâncias mais utilizadas no mundo, sem contar com álcool e tabaco, são a cannabis, o MDMA e a cocaína.

Em outra ordem, um terço das mulheres que fizeram a pesquisa declarou ter sido assediada ou abusada sexualmente sob a influência de álcool e outras substâncias.

O relatório diz que 98% das pessoas que responderam à pesquisa declararam ter tomado álcool nos últimos 12 meses; 63,9%, cannabis; 33%, MDMA.

A pesquisa de 2019 coletou os dados, anonimamente, de 123.814 pessoas. A idade média foi de 29 anos e 87% da amostra é reconhecida como “branca”.

Global Drug Survey, a organização sem fins lucrativos que realiza a pesquisa anualmente, diz que os resultados não são representativos de um país, mas aceitam que é uma das maiores pesquisas do mundo sobre consumo de substâncias.

No mundo, as 10 principais drogas utilizadas nos últimos 12 meses (excluindo álcool e produtos de tabaco/nicotina) foram: Cannabis 63%; MDMA 33,0%; cocaína 29,1%; anfetaminas 22,1%; LSD 17,9%; Opioides prescritos 16,4%; benzodiazepinas 16,1%; cogumelos mágicos 14,9%; cetamina 12,9% e óxido nitroso 11,9%.

Sobre a cannabis

Cerca de 55.000 entrevistados pela GDS que consumiram cannabis no ano passado avaliaram os rótulos informativos sobre produtos de cannabis que abordam o risco de dependência, danos causados ​​pelo fumo, efeitos em maiores de 21 anos e menos, etc.

Segundo a GDS, a credibilidade de todas as mensagens foi alta (75%), com exceção do risco de dependência (64%). Um quarto (25%) indicou que os riscos do fumo de cannabis e o risco de dependência (1 em 10) eram novas informações para eles.

50% relataram que a mensagem “dirigindo uma vez drogado” os faria pensar em não dirigir drogado e mais de um terço disse que os “rótulos de efeitos colaterais” do GDS destacaram o impacto na memória e na motivação que os levaria a pensar em usar menos.

Sobre os fornecedores

57% dos entrevistados relataram comprar drogas de um distribuidor que se identificou como mulher.

A descrição mais comum da pessoa principal de quem obtiveram as drogas era um amigo, com apenas 22% descrevendo-os sozinhos como seu provedor de drogas. Mais de 50% haviam encontrado a pessoa principal de quem obtiveram substâncias por 3 anos ou mais.

5% dizem que costumam flertar ou fazer sexo quando obtêm suas substâncias.

As taxas gerais de confiança em seus distribuidores não se tornam abusivas ou violentas se uma queixa foi apresentada era alta, com entrevistados do Brasil, Escócia e Irlanda percebendo seus distribuidores como menos confiáveis ​​a esse respeito.

Sobre a relação entre abuso sexual, intoxicação e consentimento

Um terço das pessoas que se identificam com o sexo feminino na pesquisa relatou que outras pessoas tiraram vantagem sexual delas enquanto estão sob a influência de álcool e outras drogas.

Os números foram semelhantes para aqueles que se identificaram como não binários/uma identidade de gênero diferente.

As taxas de aproveitamento foram maiores entre as jovens bissexuais (14%).

O fato curioso é que o álcool, a única das substâncias analisadas que é legal em quase todo o mundo, foi a droga que esteve envolvida em quase 90% dos casos.

Fonte: La Marihuana

A maconha não é tóxica durante a gravidez, diz estudo

A maconha não é tóxica durante a gravidez, diz estudo

Consumir maconha, ou não, durante a gravidez, tem sido uma questão muito frequente e difícil de responder. Milhares de mães em todo o mundo são usuárias de cannabis antes e depois da gravidez e amamentação. E receberam os efeitos medicinais que acompanham, tanto que se perguntam se poderiam ou deveriam consumir cannabis durante a gravidez também.

Elas se perguntam: “Se me senti tão bem em momentos da minha vida, por que não nesses outros, quando preciso do alívio de dores e desconforto antes acalmados com a maconha”.

Um estudo publicado por médicos da Universidade de Washington tentou descobrir se o uso de maconha durante a gravidez aumenta o risco de resultados neonatais adversos, e esclarecer se o aumento do risco é atribuível ao uso da própria maconha, ou a outros fatores, como o uso do tabaco.

Propensas a fumar maconha e tabaco

Como algumas das mulheres que fumam maconha são propensas a fumar tabaco, uma substância conhecida como teratógeno (toxina fetal), a pesquisa sobre a cannabis durante a gravidez poderia gerar resultados falso-positivos.

Para responder a esta questão, os médicos têm analisados dados de 31 estudos diferentes, publicações sobre a cannabis e a gravidez que preencheram critérios, tais como a medição de baixo peso ao nascer e nascimento prematuro, assim como as mães que consomem múltiplas drogas e mães que usam apenas cannabis.

Sua conclusão foi, “a associação entre o consumo de maconha pela mãe e os resultados adversos da gravidez pode ser atribuível ao consumo paralelo de tabaco e outros fatores de confusão, e não apenas maconha”. E os estudos que sugerem que a cannabis reduz o peso ao nascer? Estudos admitem que não possa excluir que os efeitos do tabaco, álcool e outros fatores. Assim estudos após estudos terminam sendo afetado pelo mesmo problema.

No entanto, para adicionar relatórios em uma meta-análise, há dados suficientes para separar os efeitos do tabaco e da cannabis. Muitas pequenas experiências mostram um resultado (isto é, a cannabis associada com baixo peso de nascimento), mas a combinação de dados define fatores fundamentais (ou seja, de consumo de tabaco). Uma vez que esses dois fatores são controlados, a associação entre o uso de cannabis e o baixo peso ao nascer desaparece.

Estes resultados não são prova de que a cannabis não prejudique a gravidez. Mas indicam que não há uma ligação forte entre cannabis e problemas na gravidez. Talvez os comunicados de saúde pública devam ser adaptados às mulheres que usam tabaco e álcool com sua cannabis.

Fonte: Ovid

Maconha não está associada de forma independente à psicose em adolescentes

Maconha não está associada de forma independente à psicose em adolescentes

O histórico do uso de maconha em adolescentes não é um preditor independente de um alto risco de sofrer de psicose, de acordo com dados publicados na revista Adicciones e no Instituto Nacional de Saúde dos EUA.

Pesquisadores afiliados à Universidade de La Rioja, na Espanha, estudaram a relação entre experiências psicóticas e o uso de cannabis em uma amostra representativa de mais de 1.500 adolescentes.

Relataram que as associações identificadas inicialmente entre o uso de maconha e a psicose não estavam mais presentes, uma vez que os pesquisadores controlavam variáveis ​de confusão, como status socioeconômico, o consumo de álcool, o consumo de tabaco e a psicopatologia comórbida.

Os autores concluíram que: “Neste estudo, verificou-se que após o controle do efeito das covariáveis ​​relevantes múltiplas, o uso de cannabis não estava relacionado com a frequência e desconforto associados às experiências psicóticas relatadas pelos adolescentes. Esses resultados sugerem que as relações estabelecidas entre experiências psicóticas e a cannabis são complexas e mediadas por variáveis ​​relevantes”.

Resumo do estudo

O objetivo deste estudo foi analisar a relação entre experiências psicóticas e consumo de cannabis em uma amostra representativa de adolescentes da população em geral.

Antes de controlar múltiplos fatores de confusão (sexo, idade, status socioeconômico, tabagismo, consumo de álcool, problemas emocionais, comportamentais e QI), o uso de cannabis estava associado a experiências psicóticas. Após ajustes por fatores de confusão, não foi observado que experiências semelhantes às psicóticas estavam associadas ao uso de cannabis.

As análises midiáticas mostraram que os problemas emocionais e comportamentais mediam a relação entre o consumo de cannabis e o risco de psicose.

Clique aqui para acessar o estudo completo.

Fonte: Norml

A origem do haxixe, a mais conhecida das extrações

A origem do haxixe, a mais conhecida das extrações

O haxixe é a extração de maconha mais famosa e consumida no mundo. É obtido a partir da resina, ou tricomas dos buds, que, uma vez separados da matéria vegetal, são amassados ​​ou prensados ​​até se obter uma substância pastosa e compacta. O calor das mãos é o suficiente para amolecer o haxixe e manipulá-lo facilmente.

Em muitos países, há uma grande tradição de consumir haxixe, em parte devido à influência do Marrocos, o maior produtor mundial. Muitos têm o hábito de misturar cannabis com tabaco, principalmente com haxixe. Tenha em mente que, como muitos outros países, a cultura canábica brasileira é relativamente jovem.

O haxixe que atualmente entra no Brasil é praticamente todo adulterado. Para ter uma ideia, para fazer um grama de haxixe, você precisa de cerca de 10 gramas de buds. Se for um hash double zero, feito apenas com os melhores tricomas externos e considerado da mais alta qualidade, serão necessários cerca de 100 gramas de buds.

A ORIGEM DO HAXIXE

Embora alguns se surpreendam o haxixe não nasceu no Marrocos. De fato, o cultivo de cannabis no país não começou até meados do século passado, por isso é relativamente moderno. A palavra “haxixe” vem da palavra árabe hashish, que tem vários significados, como erva seca e até mesmo cânhamo.

É muito difícil para os pesquisadores identificar o país de origem. Alguns concordam em ser da antiga Pérsia, o que é agora o Irã. Outros apontam para as montanhas do Hindu Kush, um dos primeiros lugares de domesticação da maconha. E outros falam da Índia, onde depois de trabalhar nas plantações, as mãos dos agricultores armazenam a resina que chamam de charas.

Uma das primeiras referências escritas sobre o haxixe é encontrada na compilação medieval árabe das histórias das “Mil e Uma Noites”. Na história “The Hashish Dining Room” conta a história de um homem rico, que depois de gastar toda a sua fortuna em mulheres, vai a um banho turco. Lá ele ingere uma bola de haxixe e mergulha em um sonho onde é rico novamente. Mas quando acorda descobre que as pessoas, reconhecendo-o, apontam-no e riem dele. Ele não esquece sua experiência com drogas e começa a restaurar o orgulho e a autoconfiança.

Outras lendas atribuem a Qutb ad-Din Haydar, um monge de clausura também o fundador do sufismo, um dos ramos do Islã. Depois de cair em depressão, foi sozinho para o campo. Quando ele retorna, seus discípulos percebem que ele parece um novo homem, feliz e apaixonado pela vida. Haydar atribui sua felicidade ao haxixe, então seus discípulos imediatamente começam a consumi-lo. Tal foi o seu prazer por esta planta, que ele mesmo pediu para ser enterrado cercado por cannabis.

Qualquer que seja sua origem exata, por volta de 900 dC, o haxixe se espalhou rapidamente por todo o mundo árabe, embora na Europa não tenha sido introduzido até o século XVIII. Durante as campanhas napoleônicas no Egito, os soldados receberam haxixe para mantê-los encorajados em tempos de exaustão. Em meados do século XIX, alguns médicos ocidentais começaram a explorar os usos medicinais dessa extração. Há evidências de que algumas figuras literárias importantes da época, como Charles Baudelaire e Victor Hugo, consumiram haxixe.

Fonte: La Marihuana
Adaptação: DaBoa Brasil

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