A maconha pode aliviar a dor neuropática causada pela quimioterapia, diz estudo

A maconha pode aliviar a dor neuropática causada pela quimioterapia, diz estudo

Pacientes de quimioterapia com dor neuropática podem encontrar alívio com a maconha, de acordo com um novo estudo publicado no mês passado.

O estudo, publicado na edição do mês passado da revista Therapeutic Advances in Medical Oncology, vem por meio de uma equipe de pesquisadores de Tel Aviv que examinou uma coorte de 513 pacientes que tomavam oxaliplatina para problemas gastrointestinais. A oxaliplatina, disseram os pesquisadores, “é uma quimioterapia à base de platina amplamente usada para o tratamento de doenças gastrointestinais malignas”. De acordo com a Mayo Clinic, é usada “junto com outros medicamentos (por exemplo, fluorouracil, leucovorina) para tratar o câncer avançado do cólon ou reto”, enquanto também é “usada para tratar o câncer de cólon grave em pacientes que fizeram uma cirurgia”.

A equipe de pesquisa israelense disse que a neuropatia periférica induzida por quimioterapia é “uma toxicidade bem conhecida associada ao tratamento de oxaliplatina”, que “tem um forte impacto na qualidade de vida dos pacientes com câncer”.

“A neuropatia aguda induzida por oxaliplatina é evidente em até 90% dos pacientes tratados com oxaliplatina, e a exposição contínua pode levar a neuropatia crônica grave em aproximadamente 31%”, disseram.

O método e os resultados do estudo

Para o estudo, os pesquisadores trataram 248 dos pacientes na coorte com cannabis, com os 265 restantes servindo como grupo de controle. A coorte era composta por 250 mulheres e 263 homens, de acordo com os autores, e todos foram diagnosticados com doenças gastrointestinais.

“A taxa de neuropatia foi reduzida entre os pacientes tratados com cannabis e oxaliplatina”, escreveram os pesquisadores em sua conclusão. “Essa redução foi mais significativa em pacientes que receberam cannabis antes do tratamento com oxaliplatina, sugerindo um efeito protetor. Um grande estudo prospectivo está planejado”.

“A neurotoxicidade induzida pela oxaliplatina é um efeito adverso profundo que, de acordo com os resultados da nossa investigação, pode ser mitigado e prevenido pelo tratamento com cannabis”, acrescentaram.

Os pesquisadores destacaram a força do estudo, dizendo que era devido à “confiabilidade dos dados sobre o uso de cannabis, uma vez que todos os pacientes participantes receberam cannabis por licença regulamentada”.

“Foi possível acompanhar as datas, dosagens e indicações do tratamento com cannabis revisando a documentação de aprovação de cannabis dos pacientes”, disseram. “Além disso, os dados foram recuperados de um grande banco de dados de centro de atendimento terciário de alta qualidade que inclui registros médicos de pacientes com várias doenças gastrointestinais e vários médicos que tratam por um período de mais de 2 anos”.

“A principal limitação deste estudo é que a comparação do uso de cannabis não foi quantitativa, mas qualitativa: não foi possível comparar a quantidade de cannabis licenciada ou os tipos e indicações para seu uso, uma vez que esses parâmetros não foram especificados. Além disso, a avaliação da neuropatia foi retrospectiva e baseou-se nos registros médicos das queixas dos pacientes e exames físicos”, continuaram.

A eficácia do tratamento com maconha em pacientes com câncer é conhecida há muito tempo, mas sua onipresença aumentou consideravelmente com a adoção de novas leis sobre a cannabis nos Estados Unidos e em outros lugares. Um estudo no final do ano passado descobriu que um terço dos pacientes com câncer no Canadá usa maconha, onde a erva é legal para fins medicinais desde 2001 e onde o uso recreativo foi legalizado em 2018.

Referência de texto: High Times

8 curiosidades sobre as raízes da maconha

8 curiosidades sobre as raízes da maconha

As raízes da maconha são utilizadas há milhares de anos para fazer remédios ​​para vários problemas de saúde. Embora as partes mais conhecidas da planta para tratamentos sempre tenham sido suas folhas e flores, as raízes da cannabis têm usos generosos para a saúde, graças a substâncias como a cannabissativina (ou CsAqEx).

Da raiz da cannabis é extraído um líquido aquoso cujo ingrediente principal é um alcaloide chamado Cannabissativina (CsAqEx). É muito parecido aos alcaloides, como palustrina e palustridine, que estão presentes no gênero Equisetum palustre, também chamada de cavalinha, uma substância anti-inflamatória e sem efeitos colaterais ou tóxicos, diz um estudo na área.

Coisas sobre raízes de cannabis que você provavelmente não sabia

A planta cannabis é conhecida por seus usos terapêuticos há milhares de anos.

1 – Uso antigo

A primeira vez que se sabe da existência do uso das raízes da planta foi em 2.700 a.C. no livro Shennong Ben Cao Jing (“O clássico da fitoterapia”), uma antiga farmacopeia chinesa sobre plantas medicinais, já mencionava seu uso para aliviar a dor. Era seca e triturada para formar uma pasta que costumava ser usada para ossos quebrados.

Além disso, Plínio, o Velho, que foi um antigo historiador romano de 79 d.C., no Naturalis Historia escreveu que essas raízes eram fervidas e mais tarde esse caldo era usado para cólicas, dores intensas e gota.

No século XVIII, William Salmon, um médico do Reino Unido, misturou essas raízes com cevada para combater dores pélvicas e ciáticas.

2 – Boa para o fígado

Atualmente não há muita pesquisa sobre este assunto. Mas, nos anos setenta do século passado, pode-se comprovar que o extrato etanólico extraído das raízes da cannabis continha a friedelina, considerada um poderoso antioxidante. Além disso, a substância captadora de radicais livres tem propriedades conservantes e protetoras do fígado.

Também contém pequenas quantidades de colina solúvel em água, que é um precursor dos nutrientes alimentares do neurotransmissor acetilcolina.

3 – Reduz a inflamação

Também no início do século XX, profissionais médicos nos Estados Unidos aconselharam pacientes sobre as decocções das raízes de maconha para uso no tratamento de inflamações. As raízes contêm cetonas triterpênicas pentacíclicas que são compostos com efeitos antimicrobianos e anti-inflamatórios.

4 – Elimina as células cancerosas

A apoptose é uma palavra derivada do latim que significa “queda”, como uma folha caindo de uma árvore. E uma folha cai de uma árvore quando ela está morta. A apoptose refere-se a um processo denominado morte celular programada, em que a célula se suicida.

Acredita-se que as cetonas triterpênicas pentacíclicas encontradas nas raízes da cannabis causam apoptose, a morte celular programada em células cancerosas. Embora os estudos estejam começando, essas raízes teriam propriedades eficazes para combater o câncer.

5 – Conteúdo de canabinoides

Os canabinoides são aqueles produtos químicos que encontramos em várias partes da planta de cannabis, inclusive nas raízes também. Embora estes tenham uma pequena concentração em comparação com outras partes, como nas flores, esses canabinoides também podem ser encontrados nas raízes.

6- A cannabissativina

Os cientistas descobriram que a cannabissativina (CsAqEx) aparece no extrato aquoso da parte menos visível da planta, como as raízes. Além disso, descobriram que reduz a inflamação sem prejudicar a saúde.

A cannabissativina (CsAqEx) seria o principal componente e tem uma potente atividade anti-inflamatória em animais de laboratório e sem efeitos tóxicos ou negativos notáveis, de acordo com uma pesquisa publicada no Journal of Ethnopharmacology.

7 – Efeito anti-hemorrágico

Quando moídas, secas e fervidas, as raízes da cannabis funcionam como um agente anti-hemorrágico. Na verdade, esse era um de seus usos nos tempos antigos, para parar o sangramento pós-parto.

8 – Calmante para pele irritada ou queimada

Quando a pele fica irritada, pode-se aplicar a raiz seca de cannabis, como escreveu na antiguidade o autor e médico do imperador romano Juliano, o Apóstata, o grego Oribásio. Em seus textos, ele afirmava que essa raiz de cannabis tratava as erupções ao ser misturada com guano de pombo. Demonstrou-se que as raízes de cannabis trituradas crus funcionam no tratamento de uma variedade de doenças de pele.

Conclusão

As propriedades das raízes da planta cannabis são conhecidas por possuírem várias propriedades medicinais, quanto mais são investigadas, mais os acadêmicos se surpreendem. A parte inferior e subterrânea da planta está abrindo novas possibilidades para cientistas e para toda a medicina.

A cada dia saem novas pesquisas com a planta de cannabis e, portanto, mais surpresas são esperadas de seus benefícios para nossa saúde.

Referência de texto: La Marihuana

Canadá permitirá que terapeutas usem psilocibina

Canadá permitirá que terapeutas usem psilocibina

Um grupo de terapeutas pediu permissão ao governo para usar o psicodélico, a fim de conhecer seus efeitos e realizar melhores terapias.

A ministra de saúde canadense, Patty Hajdu, anunciou em uma entrevista que as autoridades de saúde responsáveis ​​pelo licenciamento aceitaram o pedido de uso de psilocibina apresentado por terapeutas. Antes disso, o Ministério da Saúde já tinha aprovado alguns pedidos emitidos por pacientes em estado terminal que solicitaram permissão para usar a psilocibina como tratamento para enfrentar a morte.

“Também estou satisfeito em dizer que ontem a Health Canada concedeu isenções a vários profissionais de saúde que desejassem possuir e consumir cogumelos contendo psilocibina”, disse o Ministro da Saúde em um evento virtual organizado por um membro da Câmara dos Comuns. Licenças foram aprovadas para 17 terapeutas que poderão possuir e consumir legalmente a psilocibina para aprender sobre os efeitos do psicodélico e melhor usá-lo com os pacientes.

O Ministério da Saúde aprovou em agosto o pedido de quatro pacientes terminais com câncer para o uso legal da psilocibina. A aceitação das solicitações foi um marco nas políticas de drogas do país, e mais de uma dúzia de outras autorizações foram emitidas desde então. De acordo com o Marijuana Moment, entre esses pedidos há pelo menos um que não se destina a um paciente terminal, mas foi aceito para o tratamento de um trauma não resolvido. Por trás da maioria das licenças obtidas está a TheraPsil, uma organização sem fins lucrativos que defende o acesso legal à terapia com psilocibina.

Referência de texto: Cáñamo

O THC contra as lesões cerebrais: como pode ajudar?

O THC contra as lesões cerebrais: como pode ajudar?

Parte da comunidade científica está concentrando seus interesses em saber quais efeitos o THC tem sobre os danos cerebrais, especificamente em Lesões Cerebrais Traumáticas (TCE).

Lesão cerebral traumática (TCE) afeta mais de 5,3 milhões de pessoas somente nos Estados Unidos. Com cerca de 53.000 mortes por ano, que são mais do que acidentes de carro ou homicídio. No Brasil, estima-se que 150 mil mortes são acarretadas por causa da TCE.

A Universidade de Tel Aviv divulgou um relatório sobre o uso de THC em pequenas doses com soldados que sofreram danos cerebrais: os resultados foram positivos. O UCLA Medical Center conduziu um estudo retrospectivo com 446 pacientes com TCE, separados em dois grupos: os usuários habituais de canabinoides tiveram uma taxa de sobrevivência maior do que os não usuários. Outro estudo israelense (Shosami et al. 2007) conclui que os efeitos do THC no TCE são positivos. E também, um estudo de 2002 alertou sobre os efeitos positivos do THC na neuroproteção.

No entanto, não se empolgue e crie ainda mais confusão: todos esses estudos são modelos teóricos feitos a partir de dados empíricos não testados em laboratório (caso do trabalho da UCLA) ou foram testados apenas em animais. Exceto pelo caso anedótico da Universidade de Tel Aviv, não sabemos se os resultados podem ser aplicáveis ​​a humanos.

Embora os efeitos do THC ainda não sejam bem esclarecidos nessa questão, o CBD vêm demonstrando seus efeitos anti-inflamatórios e neuroprotetores. Um estudo japonês mostra que é possível obter os efeitos neuroprotetores do CBD sem o período de adaptação neural do THC (em outras palavras, é eficaz mesmo se você nunca fumou um baseado na vida). Outros são de opinião que doses diárias de CBD devem ser introduzidas na dieta dos pacientes; Apostam nisso, pois os resultados cognitivos do tratamento são visíveis em pouco menos de seis meses.

Todos esses trabalhos com THC e CBD são promissores, mas é sempre bom lembrar que todos esses estudos são anedóticos e não podem ser generalizados. Por isso é muito importante que se aloque dinheiro suficiente para estudar os efeitos dessas substâncias no tratamento da dor, do câncer, do TCE e de tantas outras condições: para que nossas crenças se tornem certezas.

Referência de texto: Cáñamo

Queimando mitos: 8 mentiras mais ditas sobre a maconha

Queimando mitos: 8 mentiras mais ditas sobre a maconha

Muitos dos argumentos a favor ou contra a legalização são apoiados por mitos infundados, meias-verdades ou declarações tortuosas.

No post de hoje, deixamos alguns desses mitos e fatos conhecidos. Nesse caso, a maconha supera o mito.

Mito: Dirigir sob o efeito da maconha é tão ruim quanto dirigir bêbado.

Fato: Não é assim. Dirigir bêbado é muito, muito pior. Não há relatos que indiquem claramente que dirigir após fumar um baseado causa tantos acidentes ou mais do que sob a influência do álcool.

Mito: A maconha mata as células do cérebro.

Fato: Um estudo de 2015 desmentiu a ideia de que a maconha produz mudanças radicais no cérebro de jovens que se habituam ao uso de maconha. Também é verdade que são necessários mais estudos a esse respeito. Estudos também mostram que a maconha é neuroprotetora e induz a neurogênese.

Mito: A maconha é a porta de entrada para outras drogas.

Fato: Este é o mito mais desmontado. Na maioria dos casos, o álcool é a droga de entrada antes do que a maconha.

Mito: O CBD não é psicoativo.

Fato: É sim. Um produto químico é considerado psicoativo quando atua primariamente no sistema nervoso central e altera a função cerebral, resultando em alterações temporárias na percepção, humor, consciência ou comportamento. O CBD não possui o efeito intoxicante do THC e não resulta em alterações cognitivas óbvias ou efeitos de abstinência. No entanto, o CBD atravessa a barreira hematoencefálica e afeta diretamente o sistema nervoso central, resultando em alterações de humor e percepção.

Mito: A maconha cura a ansiedade das pessoas

Fato: Nem todo mundo consegue usar a maconha para curar a ansiedade. Às vezes, acontece exatamente o oposto. Um estudo da Universidade Vanderbilt estudou essa situação.

Mito: você pode ter uma overdose de maconha.

Fato: Não. Você não pode. Para isso acontecer, teria que fumar entre 238 e 1.113 baseados (15–70 gramas de THC puro) em um único dia, algo praticamente impossível. É isso.

Mito: a fome que a maconha dá não é real.

Fato: Bem, é sim. A maconha tende a abrir o apetite porque o paladar e o olfato aumentam depois de ingerida, levando a comer mais. Assim são as coisas. Se você come muito depois que fuma, não é sua culpa, é da ciência.

Mito: A maconha afeta mais os pulmões que o tabaco.

Fato: Sim, a maconha pode afetar os pulmões da mesma maneira que o tabaco. De fato, todos os tipos de toxinas que passam pelos pulmões podem causar doenças como o câncer. No entanto, o perigo do tabaco está acima da maconha, além da sua toxicidade, a quantidade de tabaco consumida é maior. Os fumantes consomem muito mais cigarros do que o usuário moderados de maconha. Portanto, não se trata tanto do que é melhor, e sim o quanto fuma.

Leia mais sobre a nossa série Queimando Mitos:

Referência de pesquisa: Cáñamo
Adaptação: DaBoa Brasil

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