Queimando mitos: os 15 principais mitos sobre a maconha

Queimando mitos: os 15 principais mitos sobre a maconha

Ainda existem muitas lendas que envolvem a maconha. No post de hoje, queimaremos 15 dos mitos mais comuns sobre a cannabis.

Embora alguns lugares tenham legalizado a maconha até certo ponto, e outros em breve farão o mesmo, ainda existem muitas lendas em torno desta planta. A maioria contradiz a ciência, mas os proibicionistas continuam a usá-los para sustentar seus argumentos preconceituosos.

Em contrapartida, também existem mitos excessivamente otimistas que apresentam a maconha como uma substância milagrosa com quase nenhum aspecto negativo; o que também é prejudicial para a imagem desta planta.

Queimando 15 mitos sobre a maconha

Vamos nos aprofundar nos quize principais mitos que cercam a maconha, levando em consideração os preconceitos que existem em ambos os lados. Assim como muitos grupos proibicionistas se dedicam a distorcer a realidade, apoiadores excessivamente otimistas também criaram suas próprias lendas. Com a ajuda de uma abordagem imparcial, enfrentaremos os mitos mais difundidos sobre a maconha, na esperança de obter uma imagem mais transparente dessa planta.

Mito 1: O CBD não é psicoativo

Ao contrário do que muitos dizem (inclusive médicos e “profissionais” da maconha) o CBD é psicoativo, sim. Um produto químico é considerado psicoativo quando atua primariamente no sistema nervoso central e altera a função cerebral, resultando em alterações temporárias na percepção, humor, consciência ou comportamento. É verdade que o CBD não possui o efeito intoxicante do THC e não resulta em alterações cognitivas óbvias ou efeitos de abstinência. No entanto, o CBD atravessa a barreira hematoencefálica e afeta diretamente o sistema nervoso central, resultando em alterações de humor e percepção.

Mito 2: O uso de maconha aumenta os níveis de criminalidade

Por padrão, a proibição da cannabis transformou seu consumo, cultivo e venda em crime. Essa situação, logicamente, coloca a planta no mercado ilegal junto com outras drogas mais pesadas, como cocaína e heroína. Embora a violência do crime organizado domine esse ambiente, o uso de maconha por si só não leva ao crime; o crime é culpa da proibição.

Quando um mercado legal é estabelecido, as lojas licenciadas e tributadas ​​retiram o negócio da maconha dos comerciantes do mercado ilegal, enfraquecendo o poder do crime organizado.

Além disso, fumar maconha não aumenta a probabilidade das pessoas cometerem crimes. É verdade que muitos criminosos usam cannabis (e outras substâncias em geral), mas a correlação não implica causalidade.

Ao contrário da crença popular, a legalização da maconha não parece ter contribuído para um aumento na taxa de crimes violentos. Curiosamente, muitos proibicionistas ignoram o grande número de crimes violentos relacionados ao uso de álcool, apesar de seu status legal.

Mito 3: A maconha é uma porta de entrada para drogas mais pesadas

Todos nós já ouvimos essa frase na escola. Naquele momento em que grupos antidrogas aparecem diante de centenas de crianças para espalhar a mensagem de que “basta uma tragada em um baseado de maconha”. Embora suas intenções possam ser boas, essas organizações costumam agrupar todas as drogas, transmitindo a ideia de que, uma vez que você experimenta uma, você perde a cabeça e acaba experimentando todas as outras drogas que ver pela frente. Isso não é verdade.

Milhões de usuários de maconha em todo o mundo desfrutam da erva regularmente, sem nem mesmo pensar em drogas mais pesadas. Além disso, muitas pessoas começam a usar drogas pesadas sem experimentar primeiro a maconha. Por fim, sabemos que, antes de fumar um baseado, toda pessoa sempre tem livre acesso ao álcool e tabaco.

Mito 4: A maconha é uma droga perigosa

A alegação de que a cannabis é uma “porta de entrada” é frequentemente baseada no argumento de que, como as drogas pesadas, ela aprisiona o usuário em um ciclo de dependência. No entanto, essa planta difere marcadamente dos mecanismos de dependência de substâncias como o álcool ou a cocaína. Ao contrário dessas drogas, a maconha geralmente não causa vícios graves e sintomas de abstinência.

Mito 5: A maconha não vicia

Embora muitos usuários fumem maconha sem desenvolver dependência, é possível se tornar dependente em certas circunstâncias. Definir exatamente esse vício (dependência física ou dependência psicológica) e seu alcance é complexo; mas é uma possibilidade. Embora alguns defensores da maconha tentem negar isso, a ciência afirma que a cannabis não é uma substância perfeita e totalmente inofensiva.

Embora a maconha possa ajudar as pessoas de muitas maneiras, o transtorno por uso de cannabis é uma coisa real. Ao aumentar os níveis de dopamina e enfraquecer o sistema dopaminérgico com o uso de longo prazo, a maconha pode influenciar os centros de recompensa do cérebro e criar um ciclo de dependência.

No entanto, essa característica não é exclusiva da maconha. Segundo o médico e especialista em vícios Gabor Mate, todos os vícios estão ligados a traumas, e podem se manifestar como uso de maconha, materialismo e obsessão por todos os tipos de fatores externos. Portanto, os proibicionistas da maconha podem ter problemas para usar esse argumento como uma razão para manter a proibição.

Mito 6: É possível ter uma overdose de maconha

Todos os anos, muitas vidas são perdidas para o álcool, tabaco, cocaína, heroína e outras drogas. No entanto, ninguém morre apenas por usar maconha. Por quê? Porque os canabinoides (compostos vegetais ativos) não interagem com a zona do cérebro que regula a respiração.

Overdoses de opioides, por exemplo, ocorrem quando os receptores nos centros respiratórios do cérebro ficam sobrecarregados, criando um efeito depressivo que torna a respiração difícil e pode levar à morte. A maconha não tem o mesmo efeito, razão pela qual nenhuma morte foi registrada exclusivamente atribuída ao uso de cannabis, e a maioria das instituições considera a possibilidade muito remota.

Teoricamente, para ocorrer uma overdose de maconha, teria que fumar entre 238 e 1.113 baseados (15–70 gramas de THC puro) em um único dia, algo praticamente impossível.

Mito 7: Usuários de maconha são preguiçosos

Quem usa maconha enfrenta toda uma série de estereótipos. Além dos rótulos de “viciados” e “drogados”, ser julgado como preguiçoso é provavelmente o mais comum. É verdade que fumar maconha às vezes faz com que as pessoas prefiram deitar no sofá a sair para correr.

No entanto, muitas pessoas ativas e atléticas usam cannabis. Joe Rogan construiu um império em seu podcast enquanto estava sob efeito da erva. Michael Phelps esmagou seus concorrentes na piscina enquanto fumava um bong. Milhares de pessoas bem-sucedidas em todo o mundo consomem maconha em seu tempo livre, da mesma forma com que outras chegam em casa depois do trabalho e abrem uma garrafa de vinho para relaxar.

Mito 8: Diferença entre os efeitos de uma Indica e uma Sativa

A cultura canábica gasta muito tempo desmascarando mitos, mas as pessoas envolvidas neste setor (principalmente autointitulados “profissionais”) também podem ser vítimas de desinformação. Nas últimas décadas, qualquer pessoa com um mínimo de interesse pela maconha falava na diferença entre variedades “indicas” como relaxantes e variedades “sativas” como energéticas.

Desde então, a ciência da cannabis questionou essa ideia, que o neurologista e especialista em cannabis Dr. Ethan Russo chama de “absurda”. Essa categorização poderia ajudar os dispensários a comercializar a maconha, mas não serviria em uma analise rigorosa.

Algumas cepas indicas contêm terpenos energizantes, enquanto algumas sativas são relaxantes para a mente e o corpo. Além disso, plantas da mesma linhagem podem produzir efeitos diferentes quando cultivadas em ambientes diferentes.

No lugar de depender desta forma tão imprecisa de dividir a maconha, a investigação propõe deixar o termo “cepa” e substituí-lo por “quimiovar” (variedade química) para poder termos uma ideia mais precisa dos efeitos e diversidade química de uma planta.

Mito 9: Ressaca de maconha não existe

O debate entre usuários de álcool e maconha continua. Aqueles que defendem a erva costumam argumentar que pela manhã acordam descansados ​​e prontos para a ação. Embora isso seja verdade, fumar 10 gramas na noite anterior pode causar ressaca.

A ressaca da maconha não se compara à devastação causada pelo consumo de álcool. pode influenciar como se sentirá no dia seguinte, causando confusão mental, letargia, olhos vermelhos e dores de cabeça. No entanto, se a erva for consumida com moderação, é possível acordar em ótima forma para realizar as tarefas do dia a dia.

Tal como acontece com a ressaca de álcool, um pouco de água e comida ajudam a voltar ao normal. Mas, ao contrário do álcool, leva muito menos tempo.

Mito 10: A maconha não causa sintomas de abstinência

Embora muitos usuários experientes gostem de acreditar que a maconha não causa sintomas de abstinência, isso infelizmente não é verdade. Como as ressacas, a abstinência da maconha é uma coisa real.

No entanto, semelhante a uma ressaca, os sintomas de abstinência da cannabis são bastante leves, especialmente em comparação com os do álcool, tabaco e outras drogas.

Usuários regulares que param de fumar podem apresentar os seguintes sintomas (que podem variar de pessoa para pessoa) por algumas semanas:

  • Irritabilidade
  • Dores de cabeça
  • Distúrbios de sono
  • Sintomas como os da gripe
  • Sentimento de tristeza e ansiedade

Felizmente, não duram muito e geralmente não são graves. Se desejar aliviar esses sintomas, é melhor manter-se hidratado, fazer uma alimentação saudável, praticar exercícios e técnicas de relaxamento, como a meditação.

Mito 11: Segurar a fumaça aumenta o efeito da maconha

À medida que os amantes da maconha envelhecem, perdem essa competitividade comum entre iniciantes. Os jovens maconheiros costumam se orgulhar de dar fortes tragadas, prender a respiração por um minuto e tolerar melhor a “onda” da erva.

Quando a novidade passa, esses usuários começam a relaxar e entender que cada pessoa gosta de maconha à sua maneira. Também percebem rapidamente que não leva muito tempo para segurar a fumaça e intensificar o efeito.

Na verdade, não há estudos que apoiem ​​a ideia de que prender a respiração aumenta a quantidade de THC absorvida. Pelo contrário, é mais provável que não seja esse o caso.

Todo o THC passa imediatamente dos pulmões para o sangue. Se quiser ficar mais chapado, essa não é a melhor maneira.

Mito 12: A fome que a maconha dá não é real

Pois bem, é sim. A maconha tende a abrir o apetite porque o paladar e o olfato aumentam depois de ingerida, levando a comer mais. Assim são as coisas. Se você come muito depois que fuma, não é sua culpa. Culpe a ciência.

Mito 13: A maconha afeta mais os pulmões que o tabaco.

Sim, a maconha pode afetar os pulmões da mesma maneira que o tabaco. De fato, todos os tipos de toxinas que passam pelos pulmões podem causar doenças como o câncer. No entanto, o perigo do tabaco vai além da maconha, além da sua alta toxicidade, a quantidade de tabaco consumida é muito maior. Os fumantes consomem muito mais cigarros do que o usuário moderados de maconha. Portanto, não se trata tanto do que é melhor, e sim o quanto você fuma.

Mito 14: A maconha mata as células do cérebro

Um estudo de 2015 desmentiu a ideia de que a maconha produz mudanças radicais no cérebro de jovens que consomem maconha habitualmente. Também é verdade que são necessários mais estudos a esse respeito. Estudos também mostram que a maconha é neuroprotetora e induz a neurogênese.

Mito 15: Dirigir sob o efeito da maconha é tão ruim quanto dirigir alcoolizado

Não é verdade. Dirigir bêbado é muito pior. Não há relatos que indiquem claramente que dirigir após fumar um baseado causa tantos acidentes ou mais do que sob a influência do álcool.

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Referências de texto: Royal Queen / Cáñamo

Deficiência de endocanabinoide: causas e soluções

Deficiência de endocanabinoide: causas e soluções

O sistema endocanabinoide atua como um regulador universal de quase todos os sistemas do corpo. Às vezes, nosso corpo produz baixos níveis de endocanabinoides, causando uma deficiência associada a vários problemas de saúde. Descubra as causas dessa deficiência e como pode remediá-la com certos alimentos, ervas ou exercícios.

As pessoas costumam se surpreender ao descobrir que moléculas semelhantes às da cannabis ajudam a regular quase todas as funções do nosso corpo. O corpo humano gera produtos químicos muito semelhantes aos produzidos pela cannabis e os usa para regular o apetite, a função cerebral, a saúde da pele, o sistema imunológico e muito mais.

Mas essas não são moléculas aleatórias flutuando pelo corpo. Eles fazem parte de uma grande rede de receptores, enzimas e moléculas de sinalização, conhecida como sistema endocanabinoide (SEC).

A seguir, explicaremos tudo o que você precisa saber sobre esse sistema, como ele funciona no corpo e o que acontece quando sofremos de deficiência de endocanabinoide. E, finalmente, vamos lhe dizer como você pode regular seu sistema endocanabinoide por meio de exercícios, dieta e ervas para manter uma saúde ideal.

Qual é o sistema endocanabinoide?

O sistema endocanabinóide atua como um regulador universal dentro do corpo humano, ajudando a manter o equilíbrio de outros sistemas biológicos.

Cada aspecto de nossa fisiologia funciona dentro de um certo “ponto ideal”; E o sistema endocanabinoide garante que as coisas não se afastem muito desse nível ideal. Por exemplo, o SEC ajuda a manter a pressão arterial adequada, bem como boa densidade óssea, neuroquímica, apetite e a ação das células imunológicas.

Em última análise, este sistema extraordinário mantém tudo sob controle. Sem o poder regulador dessa rede, o corpo falharia rapidamente.

Podemos imaginar o sistema endocanabinoide como se fosse um semáforo dentro do corpo. Atua como luz vermelha quando as células se tornam hiperativas e como luz verde quando precisam de um empurrão para aumentar sua atividade. Este estado de equilíbrio é cientificamente conhecido como homeostase.

Componentes do sistema endocanabinoide

A SEC é composta por três elementos principais.

  • Receptores

Os receptores canabinoides são encontrados nas membranas de muitos tipos de células diferentes em todo o corpo. Eles funcionam como transmissores de sinais, transportando informações de fora para dentro da célula. Eles também são encontrados em pequenas organelas dentro das próprias células, incluindo mitocôndrias.

Até agora, os pesquisadores identificaram dois principais receptores de canabinoides. Ambos pertencem à categoria de receptores acoplados à proteína G (GPCR, sigla em inglês). Os cientistas também descobriram vários locais de receptor que podem ser candidatos ao terceiro receptor de canabinoide.

CB1: este receptor é o GPCR mais abundante no cérebro dos mamíferos e desempenha um papel crucial na aprendizagem e na memória. É encontrada principalmente no sistema nervoso central, mas também está presente no sistema imunológico e no sistema músculoesquelético. Quando uma pessoa fuma maconha, ou a usa de outra forma, o THC se liga a esse receptor causando efeitos psicotrópicos.

CB2: o receptor CB2 é encontrado principalmente nas células imunológicas por todo o corpo e em pequenas quantidades no sistema nervoso. Este receptor ajuda muito a regular a resposta inflamatória.

CB3: A ciência ainda não classificou um receptor CB3. No entanto, existem vários candidatos para a posição, como o receptor TRPV1 (envolvido na transmissão da dor) e o GPR55 (que reage ao nosso próprio suprimento de canabinoides).

  • Endocanabinoides

Se imaginarmos os receptores canabinoides como uma fechadura, os endocanabinoides seriam a chave. Essas moléculas (também chamadas de canabinoides endógenos) são criadas dentro de nossas células e liberadas quando nosso corpo precisa delas. Eles têm uma estrutura molecular específica que permite que se liguem aos receptores canabinoides. Em nosso corpo, existem dois endocanabinoides principais:

Anandamida: também conhecida como “molécula da felicidade”, a anandamida se liga aos receptores CB1 e CB2. Seu apelido se deve a como afeta o humor. Como o THC, a anandamida interage com o receptor CB1 causando uma mudança na consciência (embora em menor grau do que o THC).

2-AG: este endocanabinoide também se liga aos dois principais receptores canabinoides e desempenha um papel crítico no corpo. Ajuda a regular as emoções, cognição, dor e inflamação.

  • Enzimas

As enzimas metabólicas representam o terceiro e último pilar do SEC. Essas proteínas são responsáveis ​​pela fabricação de endocanabinoides, e também por sua desconstrução, uma vez que cumpram sua função. As principais enzimas do sistema endocanabinoide incluem hidrolase amida de ácidos graxos (FAAH) e monoacilglicerol lipase (MAGL).

O que é o endocanabinoidome?

O SEC começou a ser investigado na década de 90. Desde então, a ciência adquiriu um maior conhecimento sobre essa complexa rede. Embora os receptores, enzimas e endocanabinoides mencionados acima formem a base desse sistema, os pesquisadores agora criaram o termo “endocanabinoidome” para descrever uma versão expandida do SEC com muitos mais receptores e moléculas.

Em geral, o endocanabinoide é composto de:

  • Uma série de moléculas de ligação
  • 20 enzimas
  • Mais de 20 locais receptores

Qual é a teoria da deficiência de endocanabinoides?

Acredita-se que a deficiência de endocanabinoides ocorra quando o corpo não produz uma quantidade adequada de endocanabinoides, receptores ou enzimas.

Da mesma forma que uma pessoa pode sofrer de uma deficiência nutricional (como a falta de ferro) ou baixos níveis de certos neurotransmissores, é lógico que o corpo às vezes não consiga produzir endocanabinoides suficientes.

E dada a importância dos endocanabinoides para a nossa fisiologia, uma deficiência pode causar grandes distúrbios em nosso corpo, podendo até levar a desconfortos ou doenças.

Cada pessoa tem seu próprio “tônus endocanabinoide”, que se refere à quantidade de endocanabinoides produzidos pelo corpo e que circulam pelo corpo. Existem vários fatores que podem causar uma redução desse tônus ​​endocanabinoide, como a genética e a dieta.

No entanto, o excesso de endocanabinoides também pode causar problemas. Por exemplo, a superativação do receptor CB1 pode interromper o sistema de recompensa do corpo, contribuindo para a obesidade.

Estudos sobre deficiência de endocanabinoide

O Dr. Ethan Russo (neurologista e pesquisador de cannabis) publicou vários artigos sobre deficiência de endocanabinoide, onde ele estabelece uma ligação entre a redução do tônus ​​endocanabinoide e várias doenças crônicas.

Por exemplo, o sistema endocanabinoide desempenha um papel crucial na saúde intestinal, ajudando a controlar a secreção, a inflamação e a movimentação de alimentos e resíduos. Quando uma pessoa produz poucos endocanabinoides ou receptores, o SEC não consegue realizar essas tarefas adequadamente, o que pode causar sintomas. Por exemplo, alguns pacientes com síndrome do intestino irritável apresentam variação genética no metabolismo dos endocanabinoides.

A redução do tônus ​​canabinoide também foi considerada a base dos sintomas da fibromialgia. Os profissionais médicos não identificam a causa desta doença há anos, caracterizada por fadiga, rigidez, dor e sensibilidade. Curiosamente, uma deficiência de endocanabinoide na medula espinhal foi investigada por sua possível contribuição para muitos desses sintomas. Além disso, o tratamento com canabinoides está sendo investigado como uma opção possível para ajudar com alguns sintomas dessa doença.

Que doenças podem estar relacionadas à deficiência de endocanabinoides?

As pesquisas sobre a deficiência clínica de endocanabinoides ainda está em seus estágios iniciais. No entanto, alguns estudos estão estabelecendo ligações entre o baixo tônus ​​endocanabinoide e as seguintes doenças (entre outras):

  • Enxaqueca
  • Depressão grave
  • Transtorno de ansiedade generalizada
  • Transtorno de estresse pós-traumático
  • Esclerose múltipla
  • Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)
  • Transtornos do sono
  • Parkinson

Quais são as causas da deficiência de endocanabinoides?

Vários fatores estão sendo examinados como possíveis causas da diminuição do tônus ​​endocanabinoide e sua consequente deficiência. Esse problema pode ser devido a aspectos relacionados à dieta e estilo de vida, além da genética.

Fatores genéticos

Primeiro, vamos examinar os fatores genéticos.

  • Falta de receptores canabinoides

Os endocanabinoides se ligam aos receptores para criar mudanças em muitos tipos diferentes de células. Se uma pessoa tem uma carência de receptores canabinoides, muitas dessas moléculas de sinalização não têm onde se ligar. Aqueles que investigam a deficiência de endocanabinoides acreditam que fatores genéticos podem influenciar o número de receptores em uma área específica do corpo.

  • Superabundância de enzimas metabólicas

Enquanto algumas enzimas criam endocanabinoides, outras os decompõem. Se uma pessoa produz um excesso de enzimas que quebram os endocanabinoides, provavelmente experimentará uma redução no tônus ​​dos endocanabinoides.

  • Níveis insuficientes de endocanabinoides

A produção de endocanabinoides depende de duas variáveis ​​principais: materiais precursores e a genética. Essas moléculas são derivadas de ácidos graxos na dieta, portanto, a falta desses nutrientes pode resultar em menos canabinoides no corpo. As alterações genéticas também podem significar que algumas pessoas produzem naturalmente menos endocanabinoides do que outras.

Quais fatores externos contribuem para a deficiência de endocanabinoides?

Agora, vamos examinar os fatores externos que podem contribuir para a deficiência de endocanabinoides.

  • Falta de sono

O sono é a base da nossa saúde. Sem um bom descanso, rapidamente perdemos nossa agudeza mental e começamos a nos sentir letárgicos e fatigados. O sistema endocanabinoide desempenha um papel fundamental no ciclo sono-vigília. As flutuações neste ciclo são uma demonstração perfeita da homeostase. Quando ficamos acordados até tarde e interrompemos nosso ciclo de sono por longos períodos, isso afeta diretamente o funcionamento do sistema endocanabinoide.

  • Má alimentação

Nós somos o que comemos. Nosso corpo não produz endocanabinoides a partir do zero; devemos fornecer os precursores certos por meio da dieta. As enzimas criam essas moléculas valiosas usando ácidos graxos. Esses nutrientes também regulam diretamente o sistema endocanabinoide. A falta de gorduras saudáveis ​​e o excesso de comidas gordurosas podem atrapalhar a maneira como o corpo produz endocanabinoides, o que pode levar a uma deficiência.

  • Estresse

O sistema endocanabinoide está envolvido no controle dos efeitos hormonais e comportamentais do estresse. Ele tenta continuamente nos tirar de um estado alterado para a homeostase. O estresse constante da vida moderna pode sobrecarregar o SEC, levando ao esgotamento e disfunções.

  • Falta de exercício

Após o exercício, o corpo libera uma onda de endocanabinoides. Como evoluímos para nos movermos constantemente, a falta de exercícios pode afetar a manutenção do tônus ​​endocanabinoide do corpo.

  • Consumo de álcool

Todo mundo sabe que o excesso de álcool prejudica o corpo. Com o tempo, o consumo excessivo de álcool afeta a função do sistema endocanabinoide, reduzindo seu tônus.

Como você pode potencializar seu sistema endocanabinoide?

Às vezes, parece que a vida moderna está indo contra nós de várias maneiras. Um estilo de vida sedentário, nossa dieta, falta de sono e altos níveis de estresse podem afetar nosso sistema endocanabinoide; e todos nós experimentamos isso até certo ponto.

Felizmente, há muitas maneiras de manter o SEC sob controle. Para manter essa rede em ótimas condições, você pode seguir pequenas dicas todos os dias: desde comer os alimentos certos até beber chás de ervas e manter seu corpo ativo.

  • Reduzir o estresse

Como o estresse pode prejudicar o sistema endocanabinoide, faz sentido tentar controlá-lo. Algumas técnicas como a meditação podem ajudar a combater o estresse, beneficiando o corpo e a mente de várias maneiras. Na verdade, essa prática está sendo estudada por seu potencial para ajudar a regular o SEC e aumentar o tônus ​​endocanabinoide.

A acupuntura e a massagem também ajudam a reduzir os efeitos do estresse, e as pesquisas iniciais afirmam que essas técnicas poderiam ajudar a aumentar os níveis de endocanabinoides.

  • Fazer exercício

O corpo humano evoluiu para se mover. Caminhar e correr mantem a saúde do coração e dos pulmões, enquanto o levantamento de peso nos permite desenvolver e manter a massa muscular magra, contribuindo para a longevidade. O exercício físico ativa o SEC e aumenta o tônus ​​endocanabinoide.

A corrida pode aumentar os níveis de anandamida (o que, por sua vez, ajuda a melhorar o humor) e é a base para os efeitos eufóricos do “barato do corredor” (Runner’s High).

Está sendo investigado se o levantamento de pesos produz um efeito semelhante. Nesse caso, cada flexão e levantamento de peso poderia aumentar a atividade do sistema endocanabinoide.

  • Alimentação

Comer certos alimentos pode ajudar a aumentar o tônus ​​endocanabinoide. Alguns dos alimentos mostrados abaixo atuam como blocos de construção para os endocanabinoides, enquanto outros aderem diretamente aos nossos receptores.

– Ácidos graxos ômega

Sem os ácidos graxos ômega, nossos corpos não podem produzir endocanabinoides. Precisamos de uma proporção equilibrada de ômega-6 e ômega-3 (cerca de 50% de cada). Estas são as melhores fontes desses ácidos graxos:

Omega-6:

  • Nozes
  • Sementes de abóbora
  • Sementes de cânhamo
  • Ovos
  • Sementes de girassol

Ômega 3:

  • Peixe
  • Sementes de chia
  • Ovos
  • Óleo de fígado de bacalhau
  • Ostras
  • Caviar
  • Linhaça moída

 

– Chocolate

Muitas pessoas pensam no chocolate como uma guloseima doce e açucarada, disponível nas prateleiras do supermercado. Mas, realmente, o verdadeiro chocolate é obtido a partir do fruto da planta do cacau. Curiosamente, esta fruta contém anandamida, o endocanabinoide presente em humanos.

– Flavonoides

Os flavonoides são compostos antioxidantes presentes em muitos alimentos. Eles são responsáveis ​​pelas cores brilhantes de muitas frutas e vegetais, desde a beterraba até o mirtilo. Flavonoides como a quercetina podem ajudar a aumentar os níveis dos receptores canabinoides. Os seguintes alimentos são carregados com essas moléculas:

  • Cerejas
  • Cítricos
  • Maçãs
  • Mel
  • Uvas
  • Cebolas
  • Framboesas
  • Vegetais de folhas verdes

– Prebióticos

Bilhões de micróbios benéficos residem em nosso intestino. O sistema endocanabinoide tem estreita relação com essa comunidade, sendo que alguns deles são capazes de aumentar a expressão do receptor CB2. Para manter esses micróbios felizes e saudáveis, alimente-os com estes produtos ricos em fibras:

  • Cebola
  • Alho
  • Alho-poró
  • Bardana
  • Alcachofras

– Cariofileno

O beta-cariofileno detém o título de terpeno e canabinoide. Essa molécula é responsável pelas notas terrosas e apimentadas de muitas variedades de maconha. Liga-se diretamente ao receptor CB2 e pode ajudar a acalmar o corpo.

Alimentos e ervas ricos em cariofileno incluem:

  • Cannabis
  • Lúpulo
  • Pimenta-preta
  • Melissa (erva-cidreira)

Qual o papel do CBD na deficiência de endocanabinoides?

O CBD também está sendo investigado por sua relação e efeito sobre o tônus ​​endocanabinoide. Esta molécula atua de duas maneiras fundamentais para aumentar a atividade endocanabinoide e combater sua deficiência.

  • Ativação do receptor: Embora o CBD não se ligue aos receptores CB1 ou CB2, ele parece ativar totalmente o receptor TRPV1, uma parte do sistema endocanabinoide estendido. Ao fazer isso, o CBD pode ajudar a acalmar o corpo e reduzir a sinalização prejudicial do sistema nervoso.
  • Aumenta os níveis de anandamida: o CBD pode ajudar a neutralizar a deficiência, evitando que as enzimas (especificamente FAAH) quebrem a anandamida com tanta frequência.

Outros fitocanabinoides

A cannabis produz dezenas de diferentes canabinoides. A ciência está apenas começando a entender seu mecanismo de ação, mas muitos deles se ligam a receptores canabinoides e podem ajudar a combater a deficiência de endocanabinoides no futuro. Os fitocanabinoides incluem:

THCV – Um canabinoide que está ganhando destaque
CBG – Um canabinoide que mostra um enorme potencial terapêutico
CBC – O terceiro canabinoide mais abundante
CBDV – Pouco se sabe sobre a canabidivarina

Referência de texto: Royal Queen

Conheça mais de 50 canabinoides encontrados na maconha

Conheça mais de 50 canabinoides encontrados na maconha

Ao falar ou ler sobre os canabinoides que podem ser encontrados na planta da cannabis, os principais protagonistas são quase sempre o THC ou o CBD, mas na planta podemos encontrar mais de 480 componentes naturais e entre eles existem mais de 100 canabinoides.

Delta-9-tetrahidrocanabinol (THC) e Canabidiol (CBD) são os dois canabinoides mais conhecidos e estudados de todos eles. Porém, a ciência não para de nos surpreender e cada vez que estudam mais profundamente a planta, sempre recebemos notícias mais agradáveis.

Fitocanabinoides e endocanabinoides

Os canabinoides são chamados de endocanabinoides quando produzidos pelo corpo humano. Os fitocanabinoides são canabinoides que ocorrem naturalmente nas plantas de cannabis.

Os canabinoides da maconha podem ser encontrados principalmente na substância viscosa e no tipo de resina que produzem, estruturas ou células glandulares chamadas tricomas. Existem vários tipos de tricomas, tais como Simples, Citolíticos, Glandular Sésseis, Antrais Sésseis, Bulboso ou Glandulares ajustados.

O que são canabinoides?

Como comentamos anteriormente, os canabinóides são uma substância química produzida pela cannabis e outras plantas, e existem muitos tipos diferentes. Esses fitocanabinoides protegem a planta dos raios ultravioleta, das pestes e dos predadores.

O corpo humano produz naturalmente seus próprios canabinoides, os chamados endocanabinoides. Essas substâncias são responsáveis ​​por regular funções importantes como a resposta imunológica do organismo, o sono, o humor ou o controle da dor. Quando o corpo não produz endocanabinoides em quantidade suficiente, ocorrem graves problemas de saúde. É nesse momento, quando os canabinoides (ou fitocanabinoides) criados pela maconha, podem ir perfeitamente repondo aquela carência que nosso corpo não produz nas quantidades necessárias.

Os endocanabinoides produzidos pelo corpo humano, bem como os fitocanabinoides, encaixam-se perfeitamente em nosso sistema endocanabinoide.

Sistema endocanabinóide

O sistema endocanabinoide é composto de receptores canabinoides e endocanabinoides de forma semelhante a uma chave que entra em uma fechadura. Os endocanabinoides são ligantes endógenos produzidos por diferentes células do corpo e atuam como uma chave perfeita, ligando-se aos receptores. Esse encaixe perfeito, como uma chave entrando em sua fechadura, é responsável por produzir mudanças dentro das células e levar à ativação e funcionamento do sistema endocanabinoide em processos fisiológicos.

Na verdade, esse sistema natural do corpo tem a ver com uma grande variedade de processos fisiológicos importantes, como a modulação da liberação de neurotransmissores, a regulação da percepção da dor, as funções cardiovasculares, gastrointestinais ou hepáticas.

 

É denominado “sistema endocanabinoide” porque este sistema endógeno (ou natural do nosso corpo), por sua vez, também funciona perfeitamente com os fitocanabinoides; são como outra chave que se encaixa perfeitamente nos receptores canabinoides. Além do mais, essa “chave” também produz alguns efeitos semelhantes e diferentes do que a chave do corpo original ou os endocanabinoides.

Os diferentes canabinoides na cannabis

Existem mais de 110 canabinoides diferentes, possivelmente 113, mas nem todos foram estudados e as propriedades de cada um deles são completamente desconhecidas.

Vamos citar alguns e por famílias, um grande número desses diferentes canabinoides que se encontram na maconha e que são mais conhecidos ou chamam a atenção.

Canabicromenos

  • Canabicromeno (CBC)
  • Ácido canabicromênico (CBCA)
  • Canabicromevarina (CBCV)
  • Ácido canabicromevarínico (CBCVA)

Canabiciclois

  • Canabiciclol (CBL)
  • Ácido canabicíclico (CBLA)
  • Canabiciclovarina (CBLV)

Canabidiois

  • Canabidiol (CBD)
  • Éter monometílico de canabidiol (CBDM)
  • Ácido canabidiólico (CBDA)
  • Canabidiorcol (CBD-C1)
  • Canabidivarina (CBDV)
  • Ácido canabidivarínico (CBDVA)

Canabielsoins

  • Ácido canabielsóico B (CBEA-B)
  • Canabielsoína (CBE)
  • Ácido de canabielsoína A (CBEA-A)

Canabigerois

  • Canabigerol (CBG)
  • Éter monometílico de canabigerol (CBGM)
  • Ácido canabigerólico (CBGA)
  • Éter monometílico de ácido canabigerólico (CBGAM)
  • Canabigerovarina (CBGV)
  • Ácido canabigerovarínico (CBGVA)

Canabinois e canabinodiois

  • Canabinodiol (CBND)
  • Canabinodivarina (CBVD)
  • Canabinol (CBN)
  • Éter metílico de canabinol (CBNM)
  • Canabinol-C2 (CBN-C2)
  • Canabinol-C4 (CBN-C4)
  • Ácido canabinólico (CBNA)
  • Cannabiorcool (CBN-C1)
  • Canabivarina (CBV)

 

Canabitriois

  • 10-etoxi-9-hidroxi-delta-6a-tetrahidrocanabinol
  • 8,9-dihidroxi-delta-6a-tetrahidrocanabinol
  • Canabitriol (CBT)
  • Canabitriolvarina (CBTV)

Delta-8-tetrahidrocanabinois

 

  • Delta-8-tetrahidrocanabinol ( Δ  8  -THC)
  • Ácido Delta-8-tetrahidrocanabinólico ( Δ  8  -THCA)

Delta-9-tetrahidrocanabinol

  • Delta-9-tetrahidrocanabinol (THC)
  • Delta-9-tetrahidrocanabinol-C4 (THC-C4)
  • Ácido Delta-9-tetrahidrocanabinólico A (THCA-A)
  • Ácido Delta-9-tetrahidrocanabinólico B (THCA-B)
  • Ácido Delta-9-tetrahidrocanabinólico-C4 (THCA-C4)
  • Delta-9-tetrahidrocanabiorcol (THC-C1)
  • Ácido Delta-9-tetrahidrocanabiorcólico (THCA-C1)
  • Delta-9-tetrahidrocanabivarina (THCV)
  • Ácido delta-9-tetrahidrocanabivarínico (THCVA)

Mais canabinoides

Esses canabinoides não foram colocados em uma classe, pois não há certeza de qual classe eles pertencem.

  • 10-oxo-delta-6a-tetrahidrocanabinol (OTHC)
  • Canabicromanon (CBCF)
  • Canabifurano (CBF)
  • Canabiglendol
  • Canabiripsol (CBR)
  • Canbicitran (CBT)
  • Desidrocanabifurano (DCBF)
  • Delta-9-cis-tetrahidrocanabinol (cis-THC)
  • Triidroxi-delta-9-tetrahidrocanabinol (triOH-THC)

 

Esses não são todos os canabinoides da planta e nem todos sequer foram investigados, seriam os mais conhecidos entre os mais de 110 conhecidos. Os estudos com eles e dos quais não nomeamos, bem como suas propriedades, quantidades ou combinações, ainda não surpreenderam os pesquisadores.

Rudolf Brenneisen, da Universidade de Berna, é pesquisador e autor da “Química e análise de fitocanabinoides e outros constituintes da cannabis” e documentou muitos desses canabinoides.

Referência de texto: La Marihuana

Canabinoides: os 5 tipos diferentes de THC e seus efeitos

Canabinoides: os 5 tipos diferentes de THC e seus efeitos

Existem diferentes tipos de THC na planta da cannabis e cada um deles tem seus efeitos e peculiaridades.

A maioria das pessoas sabe o que é o THC, o principal canabinoide da maconha e com efeitos intoxicantes. Mas, você sabia que na planta de cannabis pode encontrar outros tipos de THC? Existem até cinco tipos diferentes de THC e da mesma família.

Diferentes tipos de THC

Quando falamos em THC, ou seja, o canabinoide que tem efeitos intoxicantes, estamos todos nos referindo ao Delta-9-Tetrahidrocanabinol. Mas esse THC não é o único, até agora cinco deles são conhecidos: além do já citado Delta-9, o Delta-8-Tetrahidrocanabinol, o Delta-10-Tetrahidrocanabinol, o THCV (tetrahidrocanabivarina) e o THCA (ácido tetrahidrocanabinólico).

Delta-9-THC

O canabinoide Delta-9-THC é o mais conhecido – e reconhecido como THC. É a substância que tem dado popularidade às variedades de cannabis quando o assunto é uso adulto.

O Delta-9-THC é o canabinoide dominante na planta da maconha, a menos que estejamos lidando com uma variedade com alto teor de CBD. É a substância “ilegal” pela qual a planta foi perseguida e proibida. Mas hoje e com a ciência e a medicina por trás dele, o grande número de usos para o bem-estar e a saúde proporcionou a esse canabinoide outra maneira de “olhar” que antes passava despercebida.

Esse tipo de THC (Delta -9), além de seu conhecido consumo recreativo, também são amplamente usados ​​para ajudar a combater dores de cabeça, lesões, quimioterapias, cólicas, dores crônicas e muito mais. Seu consumo produz o alívio da dor em todos os sentidos.

Além disso, funciona muito bem para combater a náusea, a síndrome de definhamento ou debilitação e para tratar problemas digestivos. Além do mais, o Delta-9-THC tem o poder de regenerar células cerebrais e é por isso que, para pessoas mais velhas e de acordo com um estudo, a microdosagem diária pode ajudar com o envelhecimento cerebral.

Também foi demonstrado que ajuda na função cerebral e melhora da memória, embora também possa alterar a estrutura das células cerebrais para as características da juventude cognitiva.

Por outro lado, estudos mostraram que ele pode proteger os neurônios contra a placa Aß e seus efeitos. Os pesquisadores descobriram que o THC evitou déficits de memória em ratos injetados com Aß.

Além de o THC ser relaxante muscular, também ajuda no sono, na epilepsia, no glaucoma, é antioxidante e antimicrobiano.

Delta-8-Tetrahidrocanabinol

O Delta-8-THC é um canabinoide que tem sua ligação na oitava cadeia de carbono e Delta-9 THC tem uma ligação dupla na nona cadeia de carbono (“delta” em química se refere à ligação dupla na molécula da cadeia de carbono). Essa é a diferença.

Este canabinoide, Delta-8, está muito pouco presente nas plantas de cannabis, ou seja, quando o Delta-9-THC envelhece, uma pequena parte é oxidada, perdendo elétrons e transforma-se em delta-8. Este último tem menos potência do que seu irmão, mas é mais estável quando exposto ao ar e isso pode fornecer potencialmente mais aplicações médicas.

Seus efeitos são mais brandos, embora de acordo com o consumidor possam variar dependendo da química, força ou massa pessoal e também, se seu consumo for inalado ou comido. Normalmente, a “alta” do Delta-8-THC é mais lúcida, enérgica e animada do que a do Delta-9.

Delta-8-THC ajuda com ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático e problemas de saúde mental. É também neuroprotetor, antioxidante e analgésico.

Delta-10-Tetrahidrocanabinol

Entre os tipos de THC, encontramos, sem dúvida, um dos mais desconhecidos, o Delta-10-Tetrahidrocanabinol. Este canabinoide não seria de origem natural, esta molécula, embora tenha muitos pontos em comum com as duas anteriores, possui diferenças fundamentais.

A história da descoberta deste canabinoide vem da Califórnia. Lá, uma empresa adquiria buds de plantações outdoor na temporada de grandes incêndios que assolavam o estado. A empresa Fusion Farms, ao extrair aquela biomassa contaminada com retardador de fogo, descobriu que trabalhar no processo de destilação criava cristais diferentes. Esses cristais tinham estruturas diferentes de outras extrações anteriores de canabinoides.

Após testes de laboratório, verificou-se que eles não combinavam com as estruturas canabinoides conhecidas até o momento. Além do mais, esses cristais, embora não iguais, se assemelhavam ao canabinoide cannabricomeno (ou CBC). Seus efeitos ainda não foram estudados em profundidade e não são muito claros.

THCA (ácido tetrahidrocanabinólico)

THCA, ou ácido tetrahidrocanabinólico, é a forma natural do THC. Ou seja, esse canabinoide seria encontrado nas plantas naturalmente e quando é aquecido, ou o que é o mesmo quando é descarboxilado, passa a ser o conhecido THC. THCA é a forma ácida do THC que perde seu grupo ácido carboxílico quando aquecido (descarboxilação).

As flores (ou frutos) da cannabis sempre têm THCA e quando o calor é aplicado a eles, por exemplo, em um baseado ou bong, torna-se o THC. A forma ácida do THC (THCA), não possui propriedades intoxicantes e é encontrada em todas as partes visíveis da planta, em algumas mais do que em outras, como em suas flores.

Esta molécula está atualmente em muitas pesquisas e acredita-se que tenha muitas propriedades e usos terapêuticos. A melhor forma de consumo deste canabinoide é ingerindo ou em comestíveis, também é um suplemento nutricional e dietético.

THCV (tetrahidrocanabivarina)

A tetrahidrocanabivarina (ou THCV) é o último da família THC e este subproduto aparece quando o THCA é degradado. Em pequenas doses, esse canabinoide parece não ser intoxicante, de acordo com a maioria das pesquisas existentes. Embora, em grandes quantidades, ative o receptor CB1 produzindo a bem conhecida “alta”. Ele também precisa de mais temperatura do que o THC para que seus efeitos piscotrópicos sejam sentidos.

Este canabinoide suprime o apetite, o oposto do THC. As cepas com alto teor de THCV são comercializadas nos Estados Unidos como cannabis diet. Além disso, regula os níveis de açúcar no sangue e reduz os níveis de insulina, sendo uma promessa especial para diabéticos. Como sua família THC toda, é antioxidante e neuroprotetor.

Conclusão dos tipos de THC

Os diferentes tipos de THC são canabinoides muito especiais e revelaram-se muito importantes para um grande número de utilizações médicas. Além do uso adulto, seu uso pode ser benéfico para problemas ou distúrbios neurodegenerativos.

A planta da cannabis tem cerca de 110 canabinoides diferentes, mas aqui falamos apenas sobre cinco, a família do tetrahidrocanabinol – o nosso querido THC.

Referência de texto: La Marihuana

Redução de Danos: como parar de fumar maconha?

Redução de Danos: como parar de fumar maconha?

Você quer dar um tempo no consumo da erva, precisa fazer algum exame ou por algum motivo seu médico recomendou isso? Hoje deixaremos algumas dicas sobre como parar de fumar maconha.

Informação nunca é demais, inclusive se você decidir parar de fumar maconha. Antes de tudo, é necessário esclarecer que este artigo é meramente informativo e que, em caso de ter um consumo problemático, procure sempre a ajuda de profissionais.

COMO PARAR DE FUMAR MACONHA

Segundo especialistas, algumas das etapas essenciais para deixar o seu consumo são:

Crie novas rotinas para gerenciar o seu dia a dia; evite qualquer habito que lembre os atos de consumo e tenha iniciativa para realizar suas atividades.

Outra atividade necessária e indicada para parar de fumar maconha é se exercitar. Então, quando achar que é uma boa hora para fumar um baseado, pegue seus chinelos (e máscara) e saia para caminhar um pouco.

Você perceberá um aumento na capacidade e resistência pulmonar, e começará a sentir como seu corpo apreciasse substituir a fumaça pela atividade física.

O esporte também é capaz de regular a ansiedade causada pela interrupção do consumo e, além disso, é grátis. Você pode optar por fazer uma longa caminhada, correr por cerca de 30 minutos ou praticar esportes como ioga ou pilates que o ajudam a encontrar a calma de que tanto precisa.

E, é claro, peça ajuda às pessoas mais próximas de você e consulte centros de reabilitação sérios caso seja necessário.

Antes de parar, você também deve conhecer algumas dicas de redução de danos, como sempre ter laranja e grãos de pimenta à mão, para abaixar rapidamente uma “onda” turbulenta.

Outra dica, neste caso para evitar que seu corpo se acostume com a erva, é sujeitar seu corpo a uma limpeza, ou desintoxicação.

Idealmente, faça isso por dois dias a cada 30. Desta forma, não precisará aumentar sua dose para que ela continue fazendo efeito.

MÉTODOS CASEIROS PARA DEIXAR DE FUMAR MACONHA

Existem métodos caseiros para parar de fumar maconha ou derivados de cannabis em geral. Serve para o tabaco também. Para isso, é preciso usar recursos que, paradoxalmente, também vêm da natureza.

Valeriana: é uma erva que poderá te ajudar. Conhecida por suas propriedades calmantes, especialmente, útil para aliviar o nervosismo.

Pode ser tomado em infusão ou em comprimidos e é sempre aconselhável aceder à matéria vegetal e não aos produtos derivados da planta que se encontram nas lojas.

Ginseng: é uma planta medicinal cuja raiz traz inúmeros benefícios à saúde. Também é capaz de aliviar a ansiedade causada pela cessação do tabagismo. O ginseng reduz a liberação de dopamina, um dos hormônios responsáveis ​​por produzir prazer quando você consome nicotina ou canabinoides.

Além disso, consumir ginseng faz os baseados não terem um gosto bom ou a causar uma sensação desagradável.

Alcaçuz: O alcaçuz não só ajuda a desintoxicar e eliminar toxinas, como também deixa um gosto ruim nos baseados e faz com que você tenha menos vontade de consumir. Também pode tomá-lo em uma infusão de alcaçuz, hortelã e erva-doce, que também ajudará a melhorar o desconforto intestinal.

Gengibre: outra raiz que vem em seu auxílio é o gengibre. Não só ajuda a reduzir a ansiedade e o nervosismo causados ​​pela falta de consumo, como também melhora o desconforto digestivo. Uma infusão de gengibre pode ajudá-lo a se sentir visivelmente melhor e a evitar o nervosismo causado pela abstinência quando você para de fumar maconha.

Além disso, favorece a eliminação de toxinas. E é muito gostoso misturado com cascas de laranja e hortelã.

COMO PARAR DE FUMAR MACONHA POUCO A POUCO

O Instituto Americano de Abuso de Drogas (NIDA) garante que os transtornos por uso de maconha podem ser semelhantes aos causados ​​pelo uso de outras substâncias. No entanto, esclarece que as consequências clínicas em longo prazo podem ser menos graves.

Em média, os adultos que buscam tratamento para parar de fumar maconha a usam quase todos os dias há mais de 10 anos. Além disso, eles tentaram parar, em média, mais de seis vezes.

Pessoas com transtornos por uso de cannabis, especialmente adolescentes, frequentemente também apresentam outros transtornos psiquiátricos. Eles também podem consumir outras substâncias e até ser viciados em outras drogas, principalmente cocaína e/ou álcool.

Os estudos disponíveis indicam que o tratamento eficaz de um transtorno de saúde mental com tratamentos padrão pode ajudar a reduzir o uso de maconha. Principalmente quem consome muito e quem tem transtornos mentais crônicos.

Normalmente, os tratamentos para largar a maconha incluem medicamentos e terapias comportamentais.

Os seguintes tratamentos comportamentais demonstraram ser eficazes:

Terapia cognitivo-comportamental: um tipo de psicoterapia que ensina às pessoas estratégias para identificar e corrigir comportamentos problemáticos a fim de aumentar o autocontrole. Consequentemente, parar de fumar maconha e tratar de uma variedade de problemas que geralmente acompanham esses comportamentos.

Controle de contingências: método terapêutico de controle que se baseia no controle frequente do comportamento a ser mudado e a concessão (ou eliminação) de recompensas tangíveis e positivas quando ocorre (ou não) o comportamento a ser mudado.

Terapia de estímulo motivacional: Uma forma sistemática de intervenção destinada a produzir uma mudança rápida na motivação interna. Essa terapia não visa tratar a pessoa, mas mobilizar seus recursos internos para a mudança e participação no tratamento.

Atualmente, os Estados Unidos, por exemplo, que está mais avançado que o Brasil nesse tema, não aprovam nenhum tipo de medicamento para o tratamento do transtorno por uso de maconha. Embora haja muita pesquisa neste campo.

Uma vez que os problemas de sono aparecem com destaque na abstinência da maconha, alguns estudos estão examinando a eficácia de medicamentos que combatem a insônia.

Também estão sendo estudados produtos químicos chamados inibidores FAAH, que podem reduzir os sintomas de abstinência ao inibir a degradação dos canabinoides do próprio corpo.

Estratégias futuras incluem o estudo de substâncias chamadas moduladores alostéricos. Eles interagem com os receptores canabinoides para inibir os efeitos recompensadores do THC.

Estude também o seu próprio corpo. Assim perceberá as mudanças que o seu corpo sentirá ao parar de fumar, e isso o motivará ainda mais.

E se você decidir retornar ao uso de cannabis lembre-se de fazê-lo sempre que for para trazer alegria e não para preencher lacunas que foram geradas pelos problemas de sua vida.

Se estiver precisando de alguém para conversar, principalmente se estiver passando por problemas com o consumo, mande uma mensagem privada em uma de nossas redes sociais. Boa sorte!

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Referência de texto: La Marihuana

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