por DaBoa Brasil | nov 8, 2021 | Curiosidades, História
O continente africano tem uma longa e rica história com a cannabis. Parte dela é documentada, parte é deduzida de vestígios arqueológicos e muita coisa é mera especulação. Neste artigo analisamos a relação entre a África e a planta.
A origem da cannabis no continente africano é muito variada e enigmática. A erva existe na África há muito tempo, mas não sabemos quando exatamente chegou ao continente.
Em toda a África, há evidências do uso de maconha por várias tribos. Além dos vários aspectos das diferentes culturas africanas, a chegada dos exploradores europeus produziu mudanças radicais nessas práticas, mas não as encerrou. Ao longo dos séculos, a África produziu e consumiu grandes quantidades de maconha e, hoje, mais e mais países estão legalizando seu cultivo e uso.
Quando e por onde a maconha chegou à África?
Apesar de a África ter uma relação muito antiga com a cannabis, especialmente na área do Mediterrâneo, a planta não é nativa deste continente. A Cannabis sativa L. evoluiu originalmente na Ásia, e se expandiu gradualmente para o oeste.
Sabemos que a maconha é cultivada na África há pelo menos 1.000 anos, embora haja evidências de que pode ter chegado ao Egito há cerca de 5.000 anos. Mas essas indicações são muito escassas, por isso não sabemos a data exata. Os principais pontos de entrada parecem ter sido Madagascar e a bacia do Mediterrâneo. A cannabis chegou ao norte da África pelo Egito e pelo mar.
Nesta área, os registros históricos são muito mais antigos do que na grande maioria da África Subsaariana. No século 12, os escritores documentaram pela primeira vez o uso psicotrópico da maconha, tanto em sua forma comestível quanto em produtos para fumar. No Egito e nas margens do Mar Vermelho, a cultura da cannabis era semelhante à do Levante mediterrâneo. Porém, mais a oeste, o Magrebe (Marrocos, Argélia e Tunísia) desenvolveu sua própria cultura canábica.
Apesar da relação desta área com a produção de haxixe, este produto é uma criação bastante recente. Na verdade, é possível que tenha sido importado da Grécia, Turquia e Líbano; até 1921 não há evidências de que o haxixe foi produzido no Magrebe.
Rastreando o uso de maconha por meio da linguagem
Ao sul do Saara, a história da erva é ainda mais confusa. Isso se deve em parte à ausência de evidências arqueológicas, já que as poucas que existem (dos colonizadores) são imprecisas. Por exemplo, a maconha desta área costumava ser chamada de “tabaco africano”. Não está claro se esta foi uma tentativa deliberada de distanciar suas práticas das dos africanos, ou simplesmente um mal-entendido ao se referir à substância consumida. Felizmente, está bem claro a que se referem.
Uma das palavras mais úteis quando se trata de rastrear o uso de maconha no sul da África é “dagga”.
Dagga: uma jornada etimológica
Dagga, que deriva da palavra “dacha”, é um termo atribuído ao grupo étnico dos Khoikhoi do sul da África (embora sua origem exata não seja muito clara) e significa “cannabis”. No entanto, também se refere ao estado geral de intoxicação e à espécie Leonotis leonurus, membro da família da hortelã com folhas recortadas semelhantes às da maconha.
O primeiro registro documentado desta palavra data de 1658 e aparece no diário de Jan van Riebeeck, escrito como “daccha” (falaremos mais sobre isso adiante).
Parece que naquela época seu consumo se espalhou para muitas nações. E embora isso não nos diga por quanto tempo ela estava sendo usada antes disso, indica que a cannabis estava bastante difundida.
Mas sua origem exata permanece um mistério. Isso se deve em parte à alegada confusão entre a cannabis e a planta Leonotis leonurus. Sim, as duas compartilham o mesmo nome e têm folhas serrilhadas, mas suas flores são muito diferentes e apenas uma delas produz efeito psicoativo. Portanto, não está muito claro se a palavra surgiu para se referir a uma ou outra planta, ou se em um ponto ela foi usada incorretamente. Essa confusão levou alguns estudiosos a propor diferentes teorias.
Alguns argumentam que na verdade não é uma palavra africana, mas que vem do holandês “tabak”, caso em que nada nos diz sobre o uso de maconha na África pré-colonial. Outra teoria propõe que seja derivado de daXa-b, um termo que significa tabaco na língua Khoikhoi. Se você adicionar o prefixo “am”, que significa verde, ele se tornará amaXa-b: tabaco verde. Essa é a explicação proposta por Brian tu Toit e Jean Branford.
Quem consumia a cannabis na África?
Embora generalizado, o uso de maconha na África não era o mesmo em todo o continente. Por exemplo, parece que atingiu partes da África Ocidental durante o século XX. Mas, como já vimos, em outros lugares ela está presente há milhares de anos.
Antigo Egito: não podemos dar uma data exata para a origem do consumo da erva no Egito, mas sabemos que é muito antigo. Cordas e tecidos de cânhamo, por exemplo, eram usadas no antigo Egito. Além disso, é possível que este povo tenha dado aos canabinoides um uso holístico. A palavra shemshemet aparece com frequência em antigos textos medicinais, e sua tradução como cannabis é amplamente aceita. Seus usos variam do espiritual ao cerimonial. Não está claro se os antigos egípcios cultivavam ou importavam a maconha.
Os Khoikhoi: os Khoikhoi do sul da África eram conhecidos dos colonos holandeses pelo uso de cannabis. Nos tempos antigos, um grupo belicoso, quando os holandeses chegaram, era um povo pacífico focado na criação de gado. No início, eles coexistiram perfeitamente com os holandeses e, possivelmente, até tiveram uma relação cordial. No entanto, os bôeres continuaram a invadir seus territórios, roubando seus rebanhos e, logo após, começaram a escravizá-los. Van Riebeeck ouviu a palavra “dagga” dos Khoikhoi.
Eles perceberam que a cannabis era mais valiosa para eles do que ouro, o que implica que era uma parte fundamental de sua cultura. No entanto, não aprenderam a fumar até 1705 (antes disso, mastigavam). Essa prática rapidamente se espalhou para outras culturas africanas.
Os zulus: como veremos em breve, muitos exploradores repudiaram o efeito sedativo da erva sobre os africanos, mas essa visão não reflete a situação como um todo. Embora não saibamos o uso exato que eles deram, acredita-se que (de acordo com AT Bryant) o feroz povo zulu usava maconha antes de ir para a batalha. Mas as evidências que confirmam isso não são muito abundantes, portanto, não podemos considerá-las certas.
Os Bashilange: originalmente uma tribo considerada violenta, os Bashilange passaram por uma profunda evolução cultural após a descoberta da cannabis ou “riamba”. Na verdade, de acordo com Wissmann, eles até mudaram seu nome para Ben-Riamba, que significa “filhos do cânhamo”. Todas as noites, eles participavam de cerimônias onde fumavam maconha. E em dias especiais, consumiam quantidades ainda maiores. Até mesmo as punições consistiam em fumar maconha. Quanto mais grave o crime, mais o infrator deveria fumar. Se o crime fosse muito grave, o agressor deveria fumar até perder a consciência e indenizar a vítima com sal. Devido às mudanças produzidas nesta cultura, as hierarquias desapareceram, e os povos vizinhos, que antes haviam sido seus vassalos, recusaram-se a pagar impostos, aproveitando-se do fato de os Khoikhoi terem abandonado as armas. Então a rebelião estourou. A família real foi acusada de bruxaria e condenada, sem surpresa, a fumar maconha. Quando eles perderam a consciência, alguns aldeões tentaram assassiná-los e outros os defenderam. Os rebeldes fugiram e embora tenham retornado mais tarde, não sofreram punição. Apesar dessa tentativa de assassinato fracassada, o fim desta tribo estava próximo. A família real foi deposta e o culto à cannabis ou “riamba” foi encerrado. No entanto, muitas dessas práticas foram mantidas, incluindo as punições menos severas.
A cannabis na África colonial
Como já vimos, grande parte da documentação do consumo de erva na África Subsaariana vem dos próprios colonos. Inicialmente, o cultivo e o consumo de cannabis foram aceitos (e até incentivados). Entre 1870 e 1890, eram legais em grande parte da África colonizada.
No entanto, com o passar do tempo, essa aceitação começou a diminuir.
– Visões coloniais sobre o uso de maconha
Um dos principais motivos pelos quais os colonos se opunham ao consumo de erva entre os nativos era porque acreditavam que isso os tornava preguiçosos e afetava seu desempenho no trabalho. De acordo com Henry M. Stanley:
“O aspecto mais prejudicial para a força física é o costume quase universal de inalar de forma exagerada a fumaça da Cannabis sativa ou do cânhamo selvagem. Num ambiente descontraído, como nos dias quentes dos trópicos, quando o termômetro atinge 60°C ao sol, este povo, cujos pulmões e sinais vitais foram danificados por um excesso de complacência devido a esta prática nociva, descobre que não têm nenhuma força, nem mesmo para segurar. As dificuldades de se locomover em caravanas carregadas logo revelam sua fraqueza, e um a um vão saindo das fileiras, revelando sua impotência e enfermidades”.
Outros viam o uso de maconha como um costume imoral e anticristão. Como resultado, muitos missionários acharam essencial conter esse aspecto da cultura africana para salvar as almas devastadas pela ganja.
Onde o cultivo de cannabis foi incentivado, foi feito principalmente para exportação para a Europa, onde suas fibras eram usadas.
– A proibição da maconha na África
A partir de 1890, várias colônias passaram a penalizar o cultivo e o consumo da erva. Mas foram as políticas que se desenvolveram a milhares de quilômetros a oeste, do outro lado do Atlântico, que acabaram levando à proibição total da cannabis na África. Com uma atitude cada vez mais histriônica em relação à maconha por parte dos EUA, movimentos internacionais foram criados para bani-la. A guerra contra as drogas começou.
Em 1925, a Liga das Nações concordou em banir a maconha como parte da Convenção do Ópio de Genebra.
– Desenvolvimento de mercados clandestinos
Mas as pessoas continuaram a cultivar e fumar maconha mesmo onde era ilegal, e a África não foi exceção.
Mesmo antes de ser penalizada, a cannabis já era desaprovada por alguns. Seu cultivo e consumo foram sendo ocultados cada vez mais. Com o tempo, o que havia sido uma atividade generalizada foi em grande parte relegado às pessoas que eram vistas como parte inferior da sociedade.
Voltando à palavra “dagga”, é um bom exemplo de como a cannabis foi proibida na África. Em afrikaans, o sufixo “-ga” é usado para se referir a algo ruim, algo que causa nojo. É por isso que o Partido Nacional da África do Sul começou a usá-lo para dar-lhe um significado depreciativo. Ainda hoje, muitos ativistas pró-maconha se recusam a pronunciá-lo por esse motivo.
Apesar desta crescente atitude negativa em relação à cannabis, o seu cultivo ilegal continuou e continua a ser realizado em grande escala em todo o continente. Até a recente legalização da cannabis no Marrocos, este país era o maior exportador mundial de maconha cultivada ilegalmente.
Maconha na África atualmente
A maconha tem sido cultivada continuamente na África pelo menos nos últimos 1000 anos. Hoje o norte, e especialmente o Marrocos, é mundialmente famoso por produzir um dos melhores haxixe do mundo. Mas, como já mencionamos, o haxixe dessa área tem apenas cerca de um século e seu boom ocorreu nos últimos 50 anos.
Desde a crise financeira dos anos 1980, a produção africana de maconha ilegal aumentou. Mas os governos estão percebendo que cultivar essa planta é um grande negócio, então sua produção ilícita está dando lugar a um mercado legal.
Legalização
A legalização da cannabis está se espalhando pelo mundo, e a África não fica atrás. Até o momento, nove nações africanas legalizaram a erva de alguma forma. África do Sul, Uganda, Zimbábue, Zâmbia, Lesoto, República Democrática do Congo, Malaui, Eswatini e Marrocos.
Novas leis nos Estados Unidos e Canadá influenciaram fortemente o avanço dessas mudanças.
Mas essas mudanças trazem seus próprios problemas. Duvall identifica muito dessa tendência com o neocolonialismo. Isso se deve em parte ao fato de que muitas dessas leis exigem licenças e capital, que muitas vezes só as empresas mais ricas do Norte global podem pagar. Desses nove países, Duvall associa o neocolonialismo, ou o que ele chama de “canna-colonização”, a seis.
Este problema não reside na legalização da cannabis, mas sim na exclusão da produção local através do aumento do preço, o que significa que os benefícios não podem ser partilhados a nível nacional.
O futuro da cannabis na África
De uma forma ou de outra, parece que a África está destinada a se tornar um grande produtor de maconha. Não sabemos ainda como será esse mercado, e se o fator neocolonial é apenas uma dificuldade inicial ou algo mais endêmico.
O que está claro é que a longa relação da África com a erva não vai acabar repentinamente e, de fato, sua evolução está entrando em outra fase.
Referência de texto: Royal Queen
por DaBoa Brasil | set 5, 2021 | Economia
Os eleitores de Denver, no Colorado (EUA), logo decidirão se aumentam o imposto local sobre a maconha para financiar pesquisas relacionadas à pandemia.
A iniciativa visa adicionar um imposto de 1,5% sobre as vendas de cannabis. Além disso, uma iniciativa separada em todo o estado que os eleitores verão em suas urnas nas votações de novembro aumentaria os impostos sobre a maconha para financiar programas que visam reduzir a lacuna educacional para estudantes de baixa renda.
Os fundos locais extras levantados pela medida de Denver seriam usados para pesquisas em “tecnologias avançadas para proteger o público da propagação de patógenos pandêmicos, inclusive em escolas, empresas e hospitais”. Os estudos também examinarão “preparação e recuperação de uma pandemia, incluindo planejamento urbano, econômico e escolar”.
Esses estudos seriam facilitados pela Universidade do Colorado em Denver. Mas os ativistas que trabalham na campanha do Denver Pandemic Fund enfatizaram em um comunicado ao Westword que “não têm conexão financeira” com a faculdade e “não se beneficiarão financeiramente de qualquer financiamento na medida eleitoral”. É um esforço “puramente filantrópico”.
A universidade será obrigada a “alocar os fundos equitativamente” de modo que 75% devam ser dedicados a estudos sobre “equipamentos proativos pessoais, tecnologia de desinfecção e esterilização e características de design de espaços físicos”, de acordo com o texto da iniciativa. Os 25% restantes apoiarão pesquisas sobre “políticas públicas e planejamento”.
“Especialistas em saúde global alertaram sobre uma ameaça de pandemia anos antes do COVID-19”, diz o site da campanha. “Ainda assim, quando o vírus apareceu, havia pouco planejamento. Líderes eleitos e funcionários do governo lutaram por soluções de políticas, tratamentos de saúde e até proteções básicas. Muitas vidas – e meios de subsistência – foram perdidas”.
“O Denver Pandemic Fund fornecerá pesquisas sobre soluções práticas para os efeitos diários de uma pandemia”, afirma. “Soluções que abordarão os impactos em nossas vidas diárias: em nossas escolas, pequenas empresas e bairros”.
Em Denver, as vendas de cannabis atualmente têm impostos locais de 10,31% – o imposto de vendas padrão de 4,81% da cidade mais um imposto especial de 5,5%.
O secretário de estado confirmou no final do mês passado que a campanha por trás da iniciativa separada de aumento de impostos sobre a cannabis em todo o estado coletou mais do que as 124.632 assinaturas válidas necessárias para chegar à votação. A medida de Enriquecimento de Aprendizagem e Progresso Acadêmico (LEAP) do Colorado daria às famílias de baixa e média renda uma bolsa de US $ 1.500 para que crianças em idade escolar participassem de programas após as aulas, aulas particulares e atividades de aprendizagem de verão.
Se a Iniciativa 25 for aprovada, o imposto estadual sobre as vendas de produtos de cannabis para adultos seria gradualmente aumentado de 15% para 20% para financiar o esforço. A partir de 1º de janeiro, haveria um aumento de 3% no atual imposto de consumo. Isso seria um aumento de 5% a partir de janeiro de 2024.
O Colorado arrecadaria US $ 138 milhões adicionais por ano para financiar a medida, uma vez que a taxa final de imposto seja definida, de acordo com uma análise fiscal.
Apoiadores argumentaram que a política de expansão da educação é especialmente necessária como uma resposta à pandemia do coronavírus, que exacerbou as lacunas de aprendizado relacionadas à renda para os alunos. Mas algumas partes interessadas da indústria da maconha – e até mesmo o maior sindicato de professores do estado – expressaram preocupação com a proposta.
Além de impor o imposto extra de 5% sobre a cannabis, a iniciativa também pede um reaproveitamento da receita do estado que gera de arrendamentos e aluguéis para operações realizadas em terras do estado.
Algumas partes interessadas e defensores da maconha se manifestaram veementemente contra a proposta, argumentando que isso prejudicaria os esforços de igualdade social.
A medida está sendo endossada por dois ex-governadores, cerca de 20 legisladores estaduais, vários ex-líderes legislativos e várias outras organizações educacionais. Mas em junho, a Associação de Educação do Colorado retirou seu apoio à proposta devido a preocupações sobre como ela seria implementada.
As autoridades do Colorado anunciaram recentemente o lançamento de um novo escritório para fornecer apoio econômico à indústria de maconha do estado.
A divisão, que foi criada como parte de um projeto de lei sancionado em março, está sendo financiada pela receita dos impostos sobre a cannabis. Ele se concentrará na criação de “novas oportunidades de desenvolvimento econômico, criação de empregos locais e crescimento da comunidade para a população diversificada em todo o Colorado”.
O governador Jared Polis inicialmente pediu aos legisladores em janeiro para criar um novo programa de avanço da maconha como parte de sua proposta de orçamento.
Além desse programa, o estado tem trabalhado para alcançar a equidade e reparar os danos da proibição de outras maneiras.
Por exemplo, a Polis assinou um projeto em maio para dobrar o limite de porte de maconha para adultos no estado – e ele ordenou que as autoridades estaduais identificassem pessoas com condenações anteriores para o novo limite que ele poderia perdoar.
O governador assinou uma ordem executiva no ano passado que concedeu clemência a quase 3.000 pessoas condenadas por portar 30 gramas ou menos de maconha.
O financiamento do novo escritório é possível graças à receita tributária de um crescente mercado de cannabis no estado. Só nos primeiros três meses de 2021, o estado viu mais de meio bilhão de dólares em vendas de maconha.
A falta de acesso a apoio financeiro federal para as empresas de maconha tornou-se um problema pronunciado em meio à pandemia do coronavírus, com a Small Business Administration dizendo que não pode oferecer seus serviços a essas empresas, bem como àquelas que fornecem serviços auxiliares, como escritórios de contabilidade e advocacia.
Polis escreveu uma carta a um membro da delegação do Congresso do Colorado no ano passado buscando uma mudança de política para dar à indústria os mesmos recursos que foram disponibilizados para outros mercados legais.
Separadamente, o governador enviou recentemente um comentário sobre um projeto de lei do Senado para legalizar a cannabis em nível federal e instou os legisladores a aprovarem primeiro o sistema bancário de maconha e a reforma tributária, antes de avançar com a legislação abrangente para acabar com a proibição.
O procurador-geral do estado também enviou recentemente uma carta pedindo aos líderes do Congresso que garantam que as pequenas empresas de maconha sejam protegidas de serem ultrapassadas pelas gigantes do tabaco e outras grandes indústrias à medida que a legislação federal de reforma da maconha avança.
Referência de texto: Marijuana Moment
por DaBoa Brasil | ago 30, 2021 | Saúde
Vários estudos recentes confirmaram que o uso de maconha por si só não afeta a saúde do cérebro, mas o uso pesado de álcool e outras drogas pode representar sérios riscos.
Uma equipe de pesquisadores da Austrália e da Holanda publicou um novo estudo que desmascara ainda mais o mito de que o uso regular de maconha causa danos cerebrais.
O estudo, que foi publicado no jornal Addiction Biology, explora se o uso de cannabis em longo prazo pode prejudicar a integridade da substância branca no cérebro. Os pesquisadores sabem relativamente pouco sobre o papel da substância branca, mas agora acreditam que danos ou disfunções nessa parte do cérebro podem levar ao comprometimento cognitivo, esclerose múltipla, Alzheimer e depressão.
A maioria das pesquisas sobre o abuso de drogas de longo prazo se concentrou na substância cinzenta, que está associada ao controle muscular, aos sentidos e à função cognitiva superior, mas um número crescente de pesquisadores está investigando como o uso de drogas pode afetar a substância branca. Um estudo de 2019 sugere que o uso regular de certas drogas, especialmente álcool, opiaceos e cocaína, pode diminuir a coerência da substância branca, podendo causar declínio cognitivo.
Pesquisas anteriores sobre os efeitos da maconha na integridade da substância branca foram amplamente inconclusivas. Alguns estudos encontraram uma ligação entre o uso de cannabis e os danos à substância branca, mas os pesquisadores não levaram em consideração se os indivíduos estavam usando outras drogas ou sofrendo de problemas pré-existentes de saúde mental.
No presente estudo, os pesquisadores usaram imagem por tensor de difusão (DTI) para medir a integridade da substância branca de 39 usuários diários de cannabis e 28 não usuários. Para evitar os fatores de confusão de pesquisas anteriores, os autores do estudo garantiram que todos os sujeitos do estudo fossem pareados em termos de idade, sexo, saúde mental e uso de álcool ou tabaco.
Uma análise completa revelou que a substância branca dos usuários de maconha era tão saudável quanto aqueles que se abstinham. “A microestrutura da substância branca não diferiu entre usuários de cannabis e controles e não covaria com o uso recente de cannabis, gravidade da dependência ou duração do uso”, concluíram os autores do estudo. “Essas descobertas sugerem que o uso de cannabis quase diário em longo prazo não afeta necessariamente a microestrutura da substância branca”.
Muitos dos mitos contra a maconha comumente difundidos por proibicionistas são baseados em estudos mais antigos que são totalmente falhos ou foram mal interpretados pela mídia. Pesquisadores recentemente refutaram estudos mais antigos, que sugeriam que o uso de maconha por adolescentes pode diminuir o QI, causar danos cerebrais ou diminuir a motivação. Vários estudos também concluíram que os déficits observados entre alguns usuários adolescentes de drogas são, na verdade, causados pelo abuso de álcool, não pela maconha.
Os cientistas desmascararam vários outros mitos sobre a maconha nos últimos dois anos. Estudos mais antigos encontraram ligações correlacionais entre o uso de cannabis e problemas de saúde mental, como depressão e esquizofrenia, mas pesquisas mais abrangentes demonstraram que a cannabis não aumenta o risco de doença mental. Os pesquisadores agora acreditam que as pessoas que estão lutando contra problemas de saúde mental são, na verdade, mais propensas a usar cannabis ou outras drogas como forma de automedicação, e não o contrário.
Referência de texto: Merry Jane
por DaBoa Brasil | jun 11, 2021 | Curiosidades, Redução de Danos
Não há evidências claras de que soltar a fumaça de maconha pelo nariz seja ruim, no entanto, é um hábito que pode ser evitado.
Sabe-se que soltar a fumaça pelo nariz expõe a cavidade nasal aos mesmos danos que ocorrem nos pulmões e na boca. Fumar geralmente não é um hábito saudável. Todos já sabemos disso. E muito menos cigarros de tabaco, que constituem milhares de produtos químicos que afetam nosso corpo.
Uma pesquisa mostrou que, embora fumar maconha não esteja ligado ao desenvolvimento de câncer de pulmão, a fumaça não afeta positivamente as funções pulmonar, brônquica e respiratória. Embora exalar a fumaça da maconha pelo nariz geralmente permita uma melhor percepção do sabor da erva, ao soltar a fumaça você expõe os seios da face e as vias nasais à irritação.
Quanto mais você repetir o ato de soltar a fumaça pelo nariz, maior será a probabilidade de você sentir irritação nessa área, embora, obviamente, isso dependa da frequência com que você fuma e também dos métodos de consumo utilizados.
É uma má ideia soltar fumaça de maconha pelo nariz?
Exalar toda fumaça é ruim. Mas soltar a fumaça pelo nariz pode ser pior? Aqui estão seis razões pelas quais esse método deve ser evitado.
Calor
Como sabemos, a fumaça é quente. Ao liberar a fumaça da maconha pelo nariz, a sensação de calor nos pulmões e no sistema respiratório pode causar irritação.
Além disso, a fumaça do material vegetal queimado contém ingredientes de alcatrão quente que podem causar ferimentos e irritação nos tecidos moles do nariz, garganta e trato respiratório.
Envelhecimento
Fumar é um fator importante no envelhecimento. A fumaça é uma impureza que pode causar estresse oxidativo que afeta a pele e outros tecidos expostos a ela.
Embora não haja evidências claras de que a fumaça de cannabis contribua para o desenvolvimento de câncer de pele ou nariz, soltar a fumaça pelo nariz certamente acelerará o envelhecimento da pele.
Maior exposição a agentes cancerígenos
Até agora, os estudos não mostraram nenhuma correlação entre fumar maconha e câncer de cérebro, laringe ou garganta. No entanto, a queima de materiais vegetais aumenta a exposição a agentes cancerígenos conhecidos, como benzeno, tolueno e naftaleno. Porém, a exposição a esses compostos pode ser eliminada passando do ato de fumar para a vaporização.
O mesmo estudo descobriu que vaporizar a maconha a 185°C reduz o risco de exposição a esses carcinógenos em 100%. Claro, esses números podem variar dependendo do tipo de vaporizador.
Sequidade
A boca seca é um dos efeitos colaterais mais indesejáveis de fumar maconha. O uso da maconha causa boca seca porque os canabinoides nela contidos – como o tetrahidrocanabinol (THC) – se ligam aos receptores canabinoides.
Esses receptores estão presentes na glândula salivar submandibular, o par de glândulas localizadas abaixo da parte posterior da boca que são responsáveis pela produção de aproximadamente 70% de nossa saliva.
Liberar fumaça de cannabis pelo nariz pode irritar seus tecidos e fazer você sentir sequidão.
Microbiologia do nariz
Como o resto do corpo, a cavidade nasal é um ecossistema no qual se encontram microrganismos e vírus benéficos e nocivos.
Ao liberar a fumaça da cannabis pelo nariz, todo o ecossistema também sente o efeito.
Embora não tenha havido estudos sobre os efeitos de soltar a fumaça da maconha pelo nariz, pesquisas sobre o tabaco mostraram que o tabagismo está associado a alterações graves na flora nasal.
Em particular, a fumaça do tabaco pode aumentar o número de bactérias patogênicas, de modo que é provável que seus usuários estejam infectados. Embora a fumaça do tabaco esteja associada à imunossupressão, não está claro se a fumaça da maconha tem o mesmo efeito.
Mas o próprio fato do impacto negativo da fumaça do tabaco é muito importante, porque uma grande parte dos usuários de maconha também a misturam com o tabaco.
Redução de danos para continuar fumando
No entanto, você pode reduzir os danos se realmente gostar de fumar a erva. Por exemplo, pode se exercitar e manter uma alimentação saudável, o que fará com que seu sistema respiratório fique blindado.
Se você gosta de praticar esportes, aproveite, pois aumenta a função imunológica e reduz a inflamação nos pulmões e no nariz. O movimento também promove a circulação sanguínea e o transporte de nutrientes.
Uma dieta rica em frutas e vegetais pode trazer muitos benefícios, mas alguns alimentos como o abacaxi podem ser especialmente úteis para infecções pulmonares e sinusais.
Além disso, comer alimentos prebióticos (alho, cebola, alho-poró, aspargos) nos ajudaria a corrigir as alterações na microbiota do nariz derivadas do fumo.
Agora você não só sabe o que pode acontecer ao soltar fumaça pelo nariz, mas também sabe como ajudar seus pulmões a continuar usando maconha.
Leia também:
Referência de texto: La Marihuana
por DaBoa Brasil | maio 16, 2021 | Curiosidades, Redução de Danos, Saúde
Ainda existem muitas lendas que envolvem a maconha. No post de hoje, queimaremos 15 dos mitos mais comuns sobre a cannabis.
Embora alguns lugares tenham legalizado a maconha até certo ponto, e outros em breve farão o mesmo, ainda existem muitas lendas em torno desta planta. A maioria contradiz a ciência, mas os proibicionistas continuam a usá-los para sustentar seus argumentos preconceituosos.
Em contrapartida, também existem mitos excessivamente otimistas que apresentam a maconha como uma substância milagrosa com quase nenhum aspecto negativo; o que também é prejudicial para a imagem desta planta.
Queimando 15 mitos sobre a maconha
Vamos nos aprofundar nos quize principais mitos que cercam a maconha, levando em consideração os preconceitos que existem em ambos os lados. Assim como muitos grupos proibicionistas se dedicam a distorcer a realidade, apoiadores excessivamente otimistas também criaram suas próprias lendas. Com a ajuda de uma abordagem imparcial, enfrentaremos os mitos mais difundidos sobre a maconha, na esperança de obter uma imagem mais transparente dessa planta.
Mito 1: O CBD não é psicoativo
Ao contrário do que muitos dizem (inclusive médicos e “profissionais” da maconha) o CBD é psicoativo, sim. Um produto químico é considerado psicoativo quando atua primariamente no sistema nervoso central e altera a função cerebral, resultando em alterações temporárias na percepção, humor, consciência ou comportamento. É verdade que o CBD não possui o efeito intoxicante do THC e não resulta em alterações cognitivas óbvias ou efeitos de abstinência. No entanto, o CBD atravessa a barreira hematoencefálica e afeta diretamente o sistema nervoso central, resultando em alterações de humor e percepção.
Mito 2: O uso de maconha aumenta os níveis de criminalidade
Por padrão, a proibição da cannabis transformou seu consumo, cultivo e venda em crime. Essa situação, logicamente, coloca a planta no mercado ilegal junto com outras drogas mais pesadas, como cocaína e heroína. Embora a violência do crime organizado domine esse ambiente, o uso de maconha por si só não leva ao crime; o crime é culpa da proibição.
Quando um mercado legal é estabelecido, as lojas licenciadas e tributadas retiram o negócio da maconha dos comerciantes do mercado ilegal, enfraquecendo o poder do crime organizado.
Além disso, fumar maconha não aumenta a probabilidade das pessoas cometerem crimes. É verdade que muitos criminosos usam cannabis (e outras substâncias em geral), mas a correlação não implica causalidade.
Ao contrário da crença popular, a legalização da maconha não parece ter contribuído para um aumento na taxa de crimes violentos. Curiosamente, muitos proibicionistas ignoram o grande número de crimes violentos relacionados ao uso de álcool, apesar de seu status legal.
Mito 3: A maconha é uma porta de entrada para drogas mais pesadas
Todos nós já ouvimos essa frase na escola. Naquele momento em que grupos antidrogas aparecem diante de centenas de crianças para espalhar a mensagem de que “basta uma tragada em um baseado de maconha”. Embora suas intenções possam ser boas, essas organizações costumam agrupar todas as drogas, transmitindo a ideia de que, uma vez que você experimenta uma, você perde a cabeça e acaba experimentando todas as outras drogas que ver pela frente. Isso não é verdade.
Milhões de usuários de maconha em todo o mundo desfrutam da erva regularmente, sem nem mesmo pensar em drogas mais pesadas. Além disso, muitas pessoas começam a usar drogas pesadas sem experimentar primeiro a maconha. Por fim, sabemos que, antes de fumar um baseado, toda pessoa sempre tem livre acesso ao álcool e tabaco.
Mito 4: A maconha é uma droga perigosa
A alegação de que a cannabis é uma “porta de entrada” é frequentemente baseada no argumento de que, como as drogas pesadas, ela aprisiona o usuário em um ciclo de dependência. No entanto, essa planta difere marcadamente dos mecanismos de dependência de substâncias como o álcool ou a cocaína. Ao contrário dessas drogas, a maconha geralmente não causa vícios graves e sintomas de abstinência.
Mito 5: A maconha não vicia
Embora muitos usuários fumem maconha sem desenvolver dependência, é possível se tornar dependente em certas circunstâncias. Definir exatamente esse vício (dependência física ou dependência psicológica) e seu alcance é complexo; mas é uma possibilidade. Embora alguns defensores da maconha tentem negar isso, a ciência afirma que a cannabis não é uma substância perfeita e totalmente inofensiva.
Embora a maconha possa ajudar as pessoas de muitas maneiras, o transtorno por uso de cannabis é uma coisa real. Ao aumentar os níveis de dopamina e enfraquecer o sistema dopaminérgico com o uso de longo prazo, a maconha pode influenciar os centros de recompensa do cérebro e criar um ciclo de dependência.
No entanto, essa característica não é exclusiva da maconha. Segundo o médico e especialista em vícios Gabor Mate, todos os vícios estão ligados a traumas, e podem se manifestar como uso de maconha, materialismo e obsessão por todos os tipos de fatores externos. Portanto, os proibicionistas da maconha podem ter problemas para usar esse argumento como uma razão para manter a proibição.
Mito 6: É possível ter uma overdose de maconha
Todos os anos, muitas vidas são perdidas para o álcool, tabaco, cocaína, heroína e outras drogas. No entanto, ninguém morre apenas por usar maconha. Por quê? Porque os canabinoides (compostos vegetais ativos) não interagem com a zona do cérebro que regula a respiração.
Overdoses de opioides, por exemplo, ocorrem quando os receptores nos centros respiratórios do cérebro ficam sobrecarregados, criando um efeito depressivo que torna a respiração difícil e pode levar à morte. A maconha não tem o mesmo efeito, razão pela qual nenhuma morte foi registrada exclusivamente atribuída ao uso de cannabis, e a maioria das instituições considera a possibilidade muito remota.
Teoricamente, para ocorrer uma overdose de maconha, teria que fumar entre 238 e 1.113 baseados (15–70 gramas de THC puro) em um único dia, algo praticamente impossível.
Mito 7: Usuários de maconha são preguiçosos
Quem usa maconha enfrenta toda uma série de estereótipos. Além dos rótulos de “viciados” e “drogados”, ser julgado como preguiçoso é provavelmente o mais comum. É verdade que fumar maconha às vezes faz com que as pessoas prefiram deitar no sofá a sair para correr.
No entanto, muitas pessoas ativas e atléticas usam cannabis. Joe Rogan construiu um império em seu podcast enquanto estava sob efeito da erva. Michael Phelps esmagou seus concorrentes na piscina enquanto fumava um bong. Milhares de pessoas bem-sucedidas em todo o mundo consomem maconha em seu tempo livre, da mesma forma com que outras chegam em casa depois do trabalho e abrem uma garrafa de vinho para relaxar.
Mito 8: Diferença entre os efeitos de uma Indica e uma Sativa
A cultura canábica gasta muito tempo desmascarando mitos, mas as pessoas envolvidas neste setor (principalmente autointitulados “profissionais”) também podem ser vítimas de desinformação. Nas últimas décadas, qualquer pessoa com um mínimo de interesse pela maconha falava na diferença entre variedades “indicas” como relaxantes e variedades “sativas” como energéticas.
Desde então, a ciência da cannabis questionou essa ideia, que o neurologista e especialista em cannabis Dr. Ethan Russo chama de “absurda”. Essa categorização poderia ajudar os dispensários a comercializar a maconha, mas não serviria em uma analise rigorosa.
Algumas cepas indicas contêm terpenos energizantes, enquanto algumas sativas são relaxantes para a mente e o corpo. Além disso, plantas da mesma linhagem podem produzir efeitos diferentes quando cultivadas em ambientes diferentes.
No lugar de depender desta forma tão imprecisa de dividir a maconha, a investigação propõe deixar o termo “cepa” e substituí-lo por “quimiovar” (variedade química) para poder termos uma ideia mais precisa dos efeitos e diversidade química de uma planta.
Mito 9: Ressaca de maconha não existe
O debate entre usuários de álcool e maconha continua. Aqueles que defendem a erva costumam argumentar que pela manhã acordam descansados e prontos para a ação. Embora isso seja verdade, fumar 10 gramas na noite anterior pode causar ressaca.
A ressaca da maconha não se compara à devastação causada pelo consumo de álcool. pode influenciar como se sentirá no dia seguinte, causando confusão mental, letargia, olhos vermelhos e dores de cabeça. No entanto, se a erva for consumida com moderação, é possível acordar em ótima forma para realizar as tarefas do dia a dia.
Tal como acontece com a ressaca de álcool, um pouco de água e comida ajudam a voltar ao normal. Mas, ao contrário do álcool, leva muito menos tempo.
Mito 10: A maconha não causa sintomas de abstinência
Embora muitos usuários experientes gostem de acreditar que a maconha não causa sintomas de abstinência, isso infelizmente não é verdade. Como as ressacas, a abstinência da maconha é uma coisa real.
No entanto, semelhante a uma ressaca, os sintomas de abstinência da cannabis são bastante leves, especialmente em comparação com os do álcool, tabaco e outras drogas.
Usuários regulares que param de fumar podem apresentar os seguintes sintomas (que podem variar de pessoa para pessoa) por algumas semanas:
- Irritabilidade
- Dores de cabeça
- Distúrbios de sono
- Sintomas como os da gripe
- Sentimento de tristeza e ansiedade
Felizmente, não duram muito e geralmente não são graves. Se desejar aliviar esses sintomas, é melhor manter-se hidratado, fazer uma alimentação saudável, praticar exercícios e técnicas de relaxamento, como a meditação.
Mito 11: Segurar a fumaça aumenta o efeito da maconha
À medida que os amantes da maconha envelhecem, perdem essa competitividade comum entre iniciantes. Os jovens maconheiros costumam se orgulhar de dar fortes tragadas, prender a respiração por um minuto e tolerar melhor a “onda” da erva.
Quando a novidade passa, esses usuários começam a relaxar e entender que cada pessoa gosta de maconha à sua maneira. Também percebem rapidamente que não leva muito tempo para segurar a fumaça e intensificar o efeito.
Na verdade, não há estudos que apoiem a ideia de que prender a respiração aumenta a quantidade de THC absorvida. Pelo contrário, é mais provável que não seja esse o caso.
Todo o THC passa imediatamente dos pulmões para o sangue. Se quiser ficar mais chapado, essa não é a melhor maneira.
Mito 12: A fome que a maconha dá não é real
Pois bem, é sim. A maconha tende a abrir o apetite porque o paladar e o olfato aumentam depois de ingerida, levando a comer mais. Assim são as coisas. Se você come muito depois que fuma, não é sua culpa. Culpe a ciência.
Mito 13: A maconha afeta mais os pulmões que o tabaco.
Sim, a maconha pode afetar os pulmões da mesma maneira que o tabaco. De fato, todos os tipos de toxinas que passam pelos pulmões podem causar doenças como o câncer. No entanto, o perigo do tabaco vai além da maconha, além da sua alta toxicidade, a quantidade de tabaco consumida é muito maior. Os fumantes consomem muito mais cigarros do que o usuário moderados de maconha. Portanto, não se trata tanto do que é melhor, e sim o quanto você fuma.
Mito 14: A maconha mata as células do cérebro
Um estudo de 2015 desmentiu a ideia de que a maconha produz mudanças radicais no cérebro de jovens que consomem maconha habitualmente. Também é verdade que são necessários mais estudos a esse respeito. Estudos também mostram que a maconha é neuroprotetora e induz a neurogênese.
Mito 15: Dirigir sob o efeito da maconha é tão ruim quanto dirigir alcoolizado
Não é verdade. Dirigir bêbado é muito pior. Não há relatos que indiquem claramente que dirigir após fumar um baseado causa tantos acidentes ou mais do que sob a influência do álcool.
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Referências de texto: Royal Queen / Cáñamo
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