por DaBoa Brasil | dez 8, 2016 | Política, Saúde
Cientistas do laboratório de Investigação e Desenvolvimento de Bioativos (LIDeB) da Faculdade de Ciências Exatas da Universidade de La Plata, desenvolveram um projeto de produção de óleo de maconha medicinal em pequena escala. Os pesquisadores dizem que eles são capazes de posicionar o laboratório como um centro de produção de substâncias que servem para controlar a qualidade do óleo consumido no país.
Sobre este ponto, o diretor do Lideb, Luis Bruno Blanch disse que “o controle de qualidade do óleo de maconha para uso medicinal nos leva à lei sobre o uso de drogas, o que sugere que é necessário determinar quais componentes existem em cada medicamento e em que concentração”.
“Até agora, e na ausência de regulação, o processamento do óleo geralmente é realizado de modo caseiro e muito informal, mas a partir de uma nova legislação do estado que está presente, devemos ter rigorosos controles já que estamos falando sobre a saúde pública”, disse Blanch.
“O controle de qualidade é essencial. Imagine um paciente com epilepsia que, obviamente, tem seu corpo alterado e afetado pelo uso frequente de medicamentos específicos; a esse paciente não podemos acrescentar um óleo que, por exemplo, contém vestígios de álcool, o que agravaria a sua condição”, disse Blanch, acrescentando: “Aqui é onde a nossa Universidade Pública, através do Lideb está preparada e capacitada para realizar os controles e verificar o cumprimento dos padrões de qualidade exigidos para este tipo de medicação”.
Enquanto seguem de perto o andamento do projeto de lei que poderia permitir a produção e comercialização de óleo de maconha no país, os pesquisadores disseram que já são capazes de produzir o óleo em laboratório, embora em escala reduzida, ou seja, não mais do que dois litros por mês. Tudo sob rigorosos controles de qualidade e rigorosamente testados para garantir a pureza do produto.
Desde que o Lideb detalhou que, em primeiro lugar, o trabalho de laboratório será focado na análise das características botânicas da planta. Uma vez recolhida, está sujeita a um processo de acondicionamento da planta, com a finalidade de eliminar a água para evitar que as enzimas naturais sigam atuando. O próximo passo é a extração do óleo usando solventes, e finalmente a etapa de purificação e de remoção completa do solvente.
Blanch explicou que “no Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Bioativos viemos trabalhando com drogas que superem a resistência aos medicamentos da epilepsia. Segundo dados da OMS, 30% dos pacientes epilépticos são resistentes aos medicamentos, recebem as drogas como substâncias estranhas e os enviam ao sangue para sua eliminação, em vez de localiza-los no sistema nervoso central. Isto é, não chega a atuar o fármaco independentemente da concentração que é dada”.
“Nos últimos anos, temos desenvolvido nosso próprio modelo de fármaco-resistência, o que torna possível avaliar novas drogas e as distintas frações e/ou compostos do óleo de maconha em um modelo que nos permita dizer se é protetor ou não da crise epiléptica”, disse o pesquisador.
Fonte: parabuenosaires.com
por DaBoa Brasil | nov 28, 2016 | Política
A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou um projeto de lei que permite o uso de óleo de maconha para tratamento médico.
A iniciativa aprovada pelo bloco de forças que apoia o governo de Mauricio Macri permitirá o uso de óleo de maconha para combater doenças como a epilepsia, a dor crônica, a fibromialgia, entre outros.
O projeto implementa a criação de um quadro regulamentar para a investigação médica e científica sobre o uso medicinal da cannabis e seus derivados.
Também tem o mandato que aprova a importação de óleo de cannabis “quando exigido por pacientes que necessitam de tratamentos médicos incluídos no programa, com a colaboração de profissionais médicos, e será fornecido gratuitamente”.
O projeto também cria um registo nacional voluntário de pacientes e familiares de pacientes com doenças elegíveis para o programa, e assegura a proteção da confidencialidade.
O jornal La Nación aponta em um artigo publicado na quarta-feira passada que o projeto não inclui auto cultivo, que atualmente é supervisionado pela ONG Mamá Cultiva e outras 21 organizações de pais de crianças com doenças de classificação. Cristina Kirchner também está apoiando a medida na câmara baixa do Congresso.
“Só o auto cultivo e o cultivo solidário e de cooperação da cannabis para fins medicinais nas mãos dos usuários garantirão a existência de uma rede de saúde pública que não dependente da indústria farmacêutica e sua concepção mercantilista da medicina, sustentando o direito à saúde como bem social e humanitário”, disseram as organizações.
As fontes dessas organizações disseram à La Nación que o problema é que os laboratórios do governo podem levar anos para produzir todos os tipos de óleos essenciais, enquanto as famílias já estão tendo sucesso com óleos que cada paciente necessita. “Não é um medicamento, mas um remédio natural”, dizem.
A ANMAT autorizou quase cem tratamentos com óleo importado dos Estados Unidos, especialmente para o tratamento de casos de epilepsia refratária, embora em alguns casos fossem para aliviar a dor.
Pacientes e famílias que precisam de óleo de cannabis indicam que as importações são muito caras. Na verdade, uma pequena garrafa de 100 ml custa cerca de 250 dólares e dura apenas cerca de três meses. Além disso, a fórmula importada dos EUA tem efeitos diferentes em pacientes diferentes, de modo que, em muitos casos, pode não ter o efeito mais benéfico sobre os doentes.
Em agosto, o presidente Mauricio Macri, disse em entrevista à Notimex que “sempre há possibilidades” para legalizar o uso da maconha para fins medicinais, mas que a Argentina deve primeiro estudar as experiências de outros países.
“Primeiro vamos estudar o exemplo e os resultados no Uruguai ou qualquer outro país que viveu com ela”, disse Macri.
Em setembro, a província de Chubut, na Patagônia Argentina, tornou-se o primeiro estado do país a aprovar o uso da maconha para fins medicinais.
O governador da província, Mario Das Neves, que promulgou a Lei nº 588, que permite a incorporação de óleo de maconha na saúde pública para o tratamento da “síndrome de Dravet”, uma forma de epilepsia. A nova lei provincial afirma que o óleo da planta pode ser fornecido em hospitais públicos de Chubut.
Fonte: LaMarijuana
por DaBoa Brasil | out 26, 2016 | Saúde
Parentes de pacientes com epilepsia querem uma lei de maconha medicinal. Na semana passada, na Câmara dos Deputados num relatório de comissão para um projeto que permitirá que o Estado autorize o óleo de maconha para pessoas com epilepsia refratária que com a medicação prescrita não conseguem lidar com suas crises, embora sem descriminalizar o cultivo pessoal de maconha para fins médicos.
“A epilepsia é uma doença neurológica comum, ocorre quando um grupo de neurônios descarrega seus impulsos em uníssono, em vez de forma gradual e por turnos. Esta mudança súbita normalmente ativa e define todo o cérebro causando a crise, que pode ser generalizada ou focada (se compromete apenas uma parte), e causar mudanças na atenção ou comportamento”, disse o neurologista e diretor do Instituto de Neurologia de Buenos Aires, Alejandro Andersson.
“Estima-se que aja entre 4 e 77 epilépticos a cada 1000 habitantes. Na Argentina, por exemplo, é de 13 para cada mil “, disse Andersson.
Sobre o consumo da maconha, o neurologista disse que “existe um grupo de pacientes que não têm controle total das crises com tratamentos disponíveis. Para eles, há uma nova alternativa terapêutica, diferente, baseada em um extrato de maconha, apresentado como um óleo, que contém apenas propriedades anticonvulsivantes, não psicológicas nem recreativas”, disse Andersson.
Geralmente, a doença começa cedo em idade de 5 a 20 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade e também existem probabilidades suscetíveis de ter convulsões em pessoas com mais de sessenta anos. Os sintomas são diferentes e variam de pessoa para pessoa, mas as apreensões geralmente típicas do pequeno mal, os tremores, rigidez muscular e convulsões são mais generalizados.
Fonte: TN
por DaBoa Brasil | ago 31, 2016 | Saúde
Israel nos próximos meses vai começar o primeiro estudo clínico deste tipo em 120 crianças e adolescentes com autismo. O objetivo é examinar se e como os componentes da maconha (o CBD principalmente) contribuem para reduzir os sintomas desse fenômeno e aliviar o sofrimento dos pacientes. “Isto é um milagre”, diz a mãe de um paciente autista.
Há um mês, veio à primeira notificação de que crianças e adolescentes com autismo poderão obter maconha medicinal em Israel. A notícia provocou muitas reações e esperanças para as famílias das crianças que sofrem os seus efeitos e que até agora tiveram que viajar com seus filhos para o estrangeiro para obter tratamento com a erva ou com óleo de maconha importado ilegalmente, em um esforço para aliviar a dificuldade.
“A pesquisa inovadora”
Agora informa o “Haaretz” que será o primeiro estudo clínico deste tipo em Israel que revisará em profundidade o impacto do CBD, um componente não psicoativo da maconha, em crianças e adolescentes que sofrem desta doença. O estudo começará nos próximos meses, com a aprovação e apoio do Ministério da Saúde e será realizada em 120 pacientes autistas classificados como de baixo a médio desempenho acompanhado de problemas graves de comportamento.
“Aos participantes do estudo será fornecido óleos derivados da planta cannabis ricos em canabidiol (CBD), uma das centenas de princípios ativos da maconha”, disse o relatório. “Eles serão divididos em dois grupos: Um grupo experimental e um grupo controle. O grupo experimental receberá três meses de tratamento com óleo de CBD, enquanto o grupo de controle receberá um placebo. No fim do período, serão documentados os efeitos sobre os pacientes submetidos ao tratamento e depois disso mudarão os grupos. No grupo experimental durante os três meses de tratamento não saberão quem pertence ao grupo nem se recebeu o placebo ou o CBD, nem mesmo seus familiares ou cuidadores”. “Há uma grande quantidade de demanda”
O Dr. Adi Aran, diretor da unidade de neurologia infantil no Shaare Zedek Medical Center, que está liderando a pesquisa, disse:
“Este é um estudo importante em qualquer escala, inclusive em relação aos ensaios clínicos com maconha controlada em pesquisa para o estudo do autismo. Esperamos que, pelo menos, cinco centros médicos participem do estudo para que seja maior e eficaz.”
“De um lado há uma grande quantidade de demanda por parte dos cidadãos para este tratamento, e por outro lado não se sabe o suficiente sobre isso, nós não gostamos de dar medicamentos que não têm nenhuma base científica para confiar na evidência”, acrescentou. “É um milagre”.
No artigo entrevistam a mãe de Yuval, paciente autista de 23 anos de idade que usa o óleo CBD de Tikkun Olam:
“Eu tenho uma criança maravilhosa, tem baixo funcionamento autista, e desde os 12 é tratado com drogas psiquiátricas”, diz a mãe. “Aos 17 anos, ele também tinha desenvolvido epilepsia e também tinha evoluído seus comportamentos de auto-agressão e prejuízos aos outros. Todas as drogas testadas agravaram a situação. Nós temos a permissão de consumo e após o tratamento com o CBD pode-se contar nos dedos de uma mão o número de vezes que cria um tumulto. Até agora, era uma situação que eu não podia ficar sozinha com ele em casa”.
“Muitas vezes se mordia no pulso e criava uma situação de cicatriz sobre cicatriz”, disse. “Hoje o pulso é perfeitamente liso, e eu não estou falando também que reduziu a ansiedade e aumentou a capacidade de entrar em contato e ser mais controlável. Para mim, isso é um milagre”.
Fonte: Cannabis Israel
por DaBoa Brasil | ago 15, 2016 | Economia, Política, Saúde
Quem precisa importar medicamentos à base de Canabidiol no Brasil espera, em média, 13 dias para obter uma autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão responsável por liberar os pedidos. Desde 2014, a Anvisa recebeu 1759 processos, dos quais 1622 já foram autorizados. Alguns aguardam análise ou adequações no processo para a liberação.
A Anvisa permite a importação para pessoas físicas, somente com prescrição médica e justificativa para a utilização do Canabidiol como alternativa às opções terapêuticas já registradas no país. A agência tem um formulário online para que os pacientes informem eventuais efeitos colaterais após o uso dos produtos.
O assunto tem gerado controvérsia, e um dos motivos é o fato do Canabidiol ser extraído da maconha. Contudo, o uso medicinal não se confunde com o uso recreativo da droga: os remédios à base de Canabidiol não têm efeitos psicotrópicos. E, tendo em vista todo o processo de importação e burocracia, recorrer a esse tipo de medicamento no Brasil costuma ser a última alternativa, em especial para pais de crianças ou adolescentes com transtornos que geram crises convulsivas graves.
Na área médica brasileira, há mais proximidade de um consenso sobre o uso do Canabidiol para a Epilepsia, mas não para outros tipos de doença. Enquanto o Conselho Federal de Medicina (CFM) somente autoriza para casos de crianças e adolescentes com Epilepsia que sejam refratários aos tratamentos convencionais, alguns médicos no Brasil têm receitado e defendido o Canabidiol para outros casos, como dores crônicas e Mal de Parkinson.
Desde 2014, uma crescente flexibilização da importação de medicamentos à base de Canabidiol vem ocorrendo no país. Na época, o documentário “Ilegal – A Vida Não Espera” deu bastante destaque ao tema no debate público. Em janeiro de 2015, a Anvisa retirou a proibição contra o Canabidiol, que passou então a ser uma substância controlada. Mesmo antes disso, o órgão vinha liberando pedidos excepcionais. Já em abril de 2015, novas regras foram publicadas para simplificar a importação nos casos de necessidade.
Canabidiol e THC
A mais recente resolução da Anvisa sobre o tema foi publicada em março deste ano, permitindo também a prescrição médica e importação de produtos com maior teor de Tetrahidrocannabinol (THC). Essa última resolução foi publicada em cumprimento a uma decisão judicial e criticada pela própria Anvisa, que inclusive vem tentando derrubá-la.
Na decisão, o juiz federal do Distrito Federal (DF), Marcelo Rebello Pinheiro afirma que a substância é autorizada apenas para fins medicinais e científicos. Ele respondeu a pedido que havia sido feito pela Procuradoria da República do DF, que cita experiências de países como Canadá, Estados Unidos, Holanda e Israel, onde o uso medicinal é liberado e controlado de formas variadas.
Segundo a Anvisa, muitos dos produtos à base de Canabidiol e THC não são registrados como medicamentos nos seus países de origem, não sendo possível garantir a dosagem adequada ou conhecer os possíveis efeitos adversos. O CFM também reagiu negativamente à ultima resolução da agência reguladora.
Cadastramento
O cadastramento para a solicitação pode ser feito online ou por carta enviada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Coordenação de Produtos Controlados – Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) – Trecho 5, Área Especial 57, Brasília, CEP 71205-050. Se aprovada, a autorização tem validade de um ano, e então basta apresentar a prescrição médica diretamente nos postos da Anvisa localizados nos aeroportos.
Fonte: atarde
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