por DaBoa Brasil | set 9, 2019 | Economia, Política
O comissário encarregado da legalização em Massachusetts recomenda que o Reino Unido contrate ex-traficantes de maconha se eles decidirem legalizar, exatamente como fizeram.
Não sabemos se o crime compensa, mas parece o caso típico de um filme hacker que consegue se infiltrar nas medidas de segurança do Pentágono e no dia seguinte recebe uma oferta de emprego para se juntar ao governo. O fato é que o Reino Unido está por trás da legalização da cannabis em longo prazo (parece que, em curto prazo, eles têm algo muito mais importante que é chamado Brexit) e está sendo aconselhado por agentes de locais onde a maconha não é mais proibida.
Um desses agentes está na comissão encarregada da legalização do estado de Massachusetts nos EUA. Eles recomendaram que, se avançar na legalização, contrate pessoas que vendem maconha e pessoas envolvidas em comunidades clandestinas relacionadas à maconha.
Como seria de esperar, os responsáveis pelo programa de legalização não realizaram suas ideias da noite para o dia. O processo de legalização em Massachusetts levou cerca de dois anos e, desde 2016, essa comissão se dedica a recrutar ex-traficantes quando as leis a favor da maconha entram em operação.
Segundo algumas fontes consultadas pelo The Guardian, as autoridades do governo, a polícia e outras instituições britânicas estariam dispostas a conversar com os traficantes de drogas, sabendo que estavam deixando o negócio ilegal.
Fonte: Cáñamo
por DaBoa Brasil | set 6, 2019 | Psicodélicos, Saúde
A psilocibina está abrindo caminho como tratamento para diversas condições, como o estresse pós-traumático. Poderia tratar também a anorexia?
Estão recrutando voluntários na John Hopskins Psychedelic Research (JHPRU) para pesquisas sobre os efeitos da psilocibina e do tratamento psicanalítico da anorexia nervosa. A JHPRU é um grupo dedicado ao estudo de psicodélicos em diferentes terapias. Segundo seu site, essas investigações renderam cerca de 50 manuscritos que foram publicados em revistas científicas com revisão por pares.
A pesquisa mais recente sobre os efeitos da psilocibina é que esse componente químico típico dos “cogumelos mágicos” está dando bons resultados em tratamentos contra estresse pós-traumático, depressão e transtornos obsessivo-compulsivos. A JHPRU está trabalhando no uso da psilocibina no tratamento do alcoolismo e da ansiedade em pacientes com doenças terminais. Os cogumelos podem ser eficaz contra a anorexia nervosa?
“Este estudo testará o efeito de duas doses moderadas e altas de psilocibina em combinação com psicoterapias baseadas em entrevistas”, diz Natile Gukasyan, estudante de pós-doutorado na JHPRU. “Nosso objetivo é determinar se a psilocibina pode ser administrada com segurança em pessoas com anorexia nervosa e se essa intervenção pode produzir melhorias no humor, qualidade de vida e sintomas cognitivos e comportamentais desse distúrbio”.
Como dissemos antes, estão atualmente na fase de recrutamento de voluntários para o teste. Segundo o Dr. Gukasyan, é uma primeira abordagem “modesta” que, no caso de mostrar resultados promissores, se expandirá com um plano muito mais ambicioso.
Estudos recentes com psilocibina estão se mostrando tão positivos que até a Food and Drugs Administration (FDA) está considerando permitir experimentos no nível federal com supervisão médica. Como alguns estados dos EUA já descriminalizaram (Colorado) ou estão considerando legalizar cogumelos mágicos, a bola está de volta aos pés do governo federal e de suas instituições: será que vão juntos com a vontade da sociedade?
Fonte: Revista Cáñamo
por DaBoa Brasil | set 5, 2019 | Entretenimento
O ator e ativista canadense, Seth Rogen, organizou um festival de comédia para adultos, com o qual ele pretende arrecadar fundos para a luta contra a doença de Alzheimer.
The Hilarity for Charity County Fair, que tem o apoio da Merry Jane, empresa de Snoop Dogg, será realizada em Los Angeles na próxima semana e contará com comediantes e celebridades.
Rogen criou o festival Hilarity for Charity alguns anos atrás, quando sua sogra foi diagnosticada com Alzheimer quando tinha apenas 55 anos de idade. Desde então, Rogen faz uma campanha para o governo dos EUA intensificar a investigação desta doença. Chegou inclusive a testemunhar no Congresso.
Durante seu discurso no Congresso, não deixou de brincar: “Primeiro, responderei à pergunta que assumo que muitos de vocês estão perguntando: Sim, estou ciente de que isso não tem nada a ver com a legalização da maconha. De fato, se eles são capazes de acreditar em mim, isso é algo que acho ainda mais importante”.
O festival deste ano incluirá os comediantes Adam Devine, Andrew Rannells, Ben Feldman, Casey Wilson, Ilana Glazer, Ike Barinholtz, Jeff Ross, Josh Gad, Kate Micucci, Nick Kroll, Regina Hall e Riki Lindhome. Espera-se que Tony Hawk faça alguma performance com o skate e o músico Anderson Paak também estará presente.
Fonte: Revista Cáñamo
por DaBoa Brasil | ago 16, 2019 | Curiosidades, História, Saúde
As mulheres consomem maconha para fins terapêuticos desde os tempos antigos. Hoje, a ciência indica que o THC e o CBD podem ser alternativas seguras para tratar muitas condições ginecológicas. Leia o post de hoje para saber mais sobre as pesquisas atuais e como os derivados da cannabis podem ajudar as mulheres ao longo das suas vidas.
O uso de cannabis medicinal e a saúde das mulheres têm sido relacionados desde que o ser humano conhece a erva. O uso da maconha na obstetrícia e ginecologia antiga parece revelar uma conexão entre a natureza das mulheres e a singularidade da flor feminina da cannabis. Ao longo da história, os canabinoides atuaram como grandes aliados em várias doenças relacionadas ao nosso complexo sistema reprodutivo. E hoje, o crescente mercado canábico oferece óleos, produtos de banho, cápsulas, cremes tópicos e até tampões com THC, CBD ou uma combinação de ambos os canabinoides.
O CANNABIS E A HISTÓRIA DA GINECOLOGIA
Arqueólogos descobriram referências ao uso de cannabis medicinal para a saúde das mulheres em textos da antiga Mesopotâmia de cerca de 2.000 a.C. Neste momento, a erva foi misturada com outras substâncias vegetais para tratar a dor menstrual, e desde então, Mulheres em todo o mundo consumiram ervas por vários motivos. Essa planta perfumada foi incluída até mesmo na farmacopeia egípcia, onde é mencionada várias vezes nos textos médicos da antiga Pérsia e consumida por mulheres de todo o Mediterrâneo e da Europa. O mesmo aconteceu na Índia e no Império Chinês, como indicado em uma análise histórica detalhada conduzida por Ethan Russo.
A erva costumava ser administrada através de métodos bastante semelhantes aos usados atualmente: por via oral, retal, vaginal, tópica e por fumigação (ao inalar a fumaça da queima de flores de cannabis). Podemos encontrar descrições claras desses métodos em textos médicos antigos, com referências específicas a sintomas e doenças ginecológicas a serem tratados. Entre essas condições estão cãibras dolorosas, sangramento, infecções, inchaço, distúrbios menstruais ou sintomas da menopausa. A maconha também ajudava a aliviar contrações e facilitar o processo de parto, mas também foi usada para causar aborto. Este é um aspecto particularmente enigmático.
A MACONHA NA GINECOLOGIA ANTES DA PROIBIÇÃO
Durante o século XIX, os derivados da cannabis foram incluídos nas farmacopeias oficiais para tratar uma ampla gama de doenças, e seu uso em ginecologia foi recomendado pelas principais eminências da medicina, bem como pela rainha Vitória. Esta rainha tão inteligente também foi a Imperatriz da Índia, de onde vieram muitas ervas e remédios naturais. Séculos depois de sua morte, se tornou famosa na comunidade canábica em todo o mundo, pois se descobriu que ela consumia tintura de cannabis para aliviar suas cólicas menstruais.
O médico irlandês William Brooke O’Shaughnessy continuou a linha da Rainha Vitória validando o uso tradicional da maconha na Índia, descobrindo novas aplicações e recomendando extratos para uma ampla variedade de propósitos terapêuticos. O’Shaughnessy observou a eficácia da cannabis na redução do sangramento uterino e, em meados da década de 1900, os médicos promoveram tinturas de cannabis para as condições menstruais e outras doenças das mulheres. Um novo ramo de pesquisa clínica sobre a maconha estava sendo iniciado, onde a saúde das mulheres foi incluída, mas a proibição veio e tudo mudou.
O RENASCIMENTO DA MACONHA NA SAÚDE DAS MULHERES
Após a obscura era da proibição, que hoje não é muito mais brilhante, a ciência por trás de séculos de dados anedóticos estava começando a ser confirmada graças a uma grande quantidade de novas pesquisas.
O sistema endocanabinoide (SEC) é uma rede reguladora muito importante, com funções relacionadas ao humor, metabolismo, apetite, resposta do sistema imunológico, memória e percepção da dor. Em última análise, uma das principais tarefas da SEC é ajudar o corpo a manter um estado de equilíbrio interno conhecido como homeostase.
O SEC desempenha um papel no equilíbrio hormonal feminino e nos processos reprodutivos. Os canabinoides derivados da cannabis são capazes de interagir com os receptores de canabinoides no nosso corpo, e é aí que surge a magia.
DOR MENSTUAL
Hoje, temos fortes evidências sobre as propriedades da cannabis para aliviar a dor, tanto em estudos clínicos quanto na experiência do paciente. A pesquisa também confirma os efeitos anti-inflamatórios dos derivados da cannabis, que podem contribuir para reduzir a dor. Hoje em dia, mais e mais mulheres consomem cannabis de várias maneiras para tratar sintomas dolorosos, como inflamação do útero e outros problemas relacionados à menstruação.
Apesar disso, não há um estudo rigoroso que tenha investigado as propriedades da cannabis contra a náusea durante a menstruação. Dito isto, o THC é famoso pelas suas propriedades antieméticas, e o composto tem estado envolvido no tratamento da quimioterapia durante anos. Pesquisas sobre os efeitos específicos da cannabis na dor da menstruação também são escassas, mas verificou-se que a interação entre o THC e o estrogênio proporciona um maior alívio da dor. Este resultado leva à conclusão de que a cannabis pode ser mais eficaz no alívio da dor em mulheres do que em homens.
SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL
Há poucas pesquisas disponíveis sobre os efeitos da cannabis na síndrome pré-menstrual, apesar dos conhecidos benefícios da dor, tensão muscular, dor de cabeça e humor. As mulheres que vivem em áreas onde a cannabis é completamente legal têm uma melhor chance de experimentar produtos que contêm THC e CBD no alívio dos sintomas da síndrome pré-menstrual relacionados ao humor. Na maior parte do mundo, os produtos de CBD podem ser consumidos como tratamento domiciliar para as condições mencionadas acima, incluindo transtornos de ansiedade e de humor causados pela síndrome pré-menstrual.
ENDOMETRIOSE
A endometriose é um problema de saúde bastante comum e doloroso que faz com que o tecido interno do útero cresça em outro local, gerando dor pélvica grave, cicatrizes e risco de infertilidade. A endometriose afeta aproximadamente 1 em 10 mulheres em todo o mundo durante seus anos férteis.
Uma recente pesquisa on-line mostrou que mulheres australianas com endometriose que consumiram flores ou extratos de cannabis, óleo de CBD, que aplicaram calor e fizeram mudanças em sua dieta, foram as mais bem sucedidas em termos de redução da dor. Intervenções físicas como ioga, alongamento e exercício foram classificadas como menos eficazes. Apesar desses achados, o remédio mais comum para o controle da dor da endometriose ainda é a medicação anti-inflamatória, embora tenha efeitos colaterais consideráveis.
SEXO
Um estudo mostrou que 68,5% das mulheres que usaram maconha antes do sexo tiveram uma experiência mais agradável. Na maioria dos casos, as mulheres que consomem pequenas quantidades de cannabis experimentam um aumento no desejo sexual, enquanto doses mais altas de THC têm um efeito negativo. O efeito positivo da cannabis na ansiedade também pode ser refletido na vida sexual e também tem a capacidade de aumentar a sensibilidade física. Embora o uso de maconha durante o sexo sempre tenha sido popular, a pesquisa não forneceu evidências claras de como a experiência sexual melhora. E não é uma tarefa fácil.
No entanto, novas empresas de cuidados de saúde envolvidas no negócio legal da cannabis têm vindo a desenvolver produtos com canabinoides destinados a melhorar a vida sexual. Estes produtos contêm THC, CBD, ou uma combinação de ambos, e vêm na forma de lubrificantes, cremes, óleos calmantes, supositórios e, claro, uma grande quantidade de comestíveis doces afrodisíacos. As opiniões dos consumidores são amplamente positivas, particularmente no que diz respeito à redução da dor durante ou após o sexo.
GRAVIDEZ
A medicina anterior à industrialização considerava que o “cânhamo indiano” tinha uma grande capacidade de aumentar as contrações uterinas durante o parto, além de ser benéfico contra o sangramento. Pode ainda restar muito para vermos comestíveis ou vaporizadores na sala de parto, mas é algo que vale a pena explorar.
A Escola de Medicina da Universidade de Washington, em Seattle, iniciou um estudo recentemente chamado “The Moms + Marijuana Study“. Pela primeira vez, pesquisadores estão tentando avaliar se o uso de cannabis para aliviar a náusea pré-natal é seguro para o desenvolvimento do bebê. Os resultados, que incluirão imagens do cérebro do feto em desenvolvimento, podem mudar a forma como a cannabis é percebida na comunidade médica.
MENOPAUSA
As mulheres que passam pela menopausa apresentam vários sintomas, muitos dos quais são difíceis de tratar diretamente. Mais e mais evidências clínicas e anedóticas sugerem que a cannabis, e em particular o CBD, tem o potencial de aliviar alguns sintomas da menopausa. Pesquisas mostraram que o sistema endocanabinoide regula, entre outras coisas, o humor, o sono e a percepção da dor. Há também evidências científicas sobre o papel complexo do sistema endocanabinoide (SEC) na fertilidade feminina, e os pesquisadores estabelecem uma relação clara entre hormônios estrogênicos, o endocanabinoide anandamida e funções do SEC.
Além disso, pesquisas de laboratório argumentam que os canabinoides podem ajudar a regular o desenvolvimento ósseo, reduzindo o risco comum de osteoporose pós-menopausa. Pesquisas indicam que o CBD pode se ligar aos receptores de células ósseas, o que inibe o processo de deterioração e diminui a perda de densidade óssea. Apesar da falta de evidências conclusivas, o uso de cannabis, mesmo durante a menopausa, pode ajudar o sistema endocanabinoide a manter a homeostase.
Embora uma combinação adequada de THC e CBD possam ser mais eficazes para os problemas da menopausa, foi demonstrado que o CBD é eficaz por si só no tratamento de problemas de sono e humor da menopausa, sem exercer os efeitos intoxicantes do THC.
REDESCOBRINDO O CONSUMO DE CANNABIS ENTRE AS MULHERES
Infelizmente, estudos mostram que as mulheres desenvolvem uma tolerância à cannabis mais rapidamente que os homens e sofrem mais efeitos adversos de possíveis sintomas de abstinência. Parece também que o consumo de cannabis afeta mais mulheres do que homens na região do cérebro que controla a “memória espacial”. Mas além disso, como qualquer outra substância, a cannabis tem efeitos colaterais leves e pode não funcionar para todos.
Embora a maioria das pessoas possa testar com segurança o CBD, deve-se tomar mais cuidado com o canabinoide psicoativo, o THC. Em mercados legais, sementes ou produtos contendo uma proporção de 1:1 de CBD:THC, ou apenas CBD com quase nenhum THC podem ser obtidos. Aqueles que querem consumir THC também podem experimentar microdoses, isto é, tomar pequenas doses de THC ao longo do dia, sem ficarem “chapados”. Isso também deve fornecer benefícios como alívio da inflamação e dor, mas sem afetar significativamente a mente. Por outro lado, aqueles que estão muito familiarizados com o THC podem escolher entre um grande número de cepas.
Finalmente, uma pesquisa com mulheres dos EUA publicada no Obstetrics and Gynecology em maio de 2019 demonstra o uso de cannabis entre as mulheres, apoiado por uma grande quantidade de dados anedóticos. Das 1.011 mulheres com idade média de 37 anos, 36% relataram que consumiram para tratar uma condição específica, como dor, depressão ou ansiedade. Destas mulheres, 16% disseram que usavam cannabis para tratar um desconforto ginecológico, como cólicas menstruais. Além disso, a maioria das mulheres entrevistadas considerou o consumo de cannabis para tratar uma condição ginecológica.
Fonte: Royal Queen
por DaBoa Brasil | ago 14, 2019 | Redução de Danos, Saúde
A mortalidade de cidadãos americanos cai em estados onde a maconha medicinal ou recreativa é legalizada.
Em um novo estudo da Economic Inquiry documenta como a mudança do status legal da maconha afetou a mortalidade nos EUA nos últimos vinte anos.
O resumo do estudo fala sobre o efeito das leis de maconha medicinal e recreativa nas mortes por overdose de opiáceos. Essas leis induzem reduções acentuadas nas taxas de mortalidade por opioides em cidadãos norte-americanos.
O acesso legal à cannabis reduziu a mortalidade anual por opioides de 20% para 35%, com efeitos particularmente pronunciados para os opioides sintéticos.
A pesquisa corrobora as descobertas anteriores de que as leis da maconha reduzem as taxas de mortalidade por opiáceos. Esses resultados são encorajadores para a epidemia de opioides que os cidadãos dos EUA enfrentam atualmente. Também reafirmam os esforços dos defensores da legalização em todo o país.
A cannabis recreativa afeta as taxas de mortalidade por opiáceos, tornando-as mais baixas.
“As leis recreativas sobre a cannabis afetam uma população muito maior do que as leis medicinais sobre a maconha, no entanto, sabemos relativamente pouco sobre seus efeitos”, disse o coautor Nathan W. Chan, PhD, da Universidade de Massachusetts Amherst. “Concentrando-nos na recente onda de leis recreativas sobre a maconha nos Estados Unidos, descobrimos que as taxas de mortalidade por opioides diminuem quando a maconha recreativa está amplamente disponível nos dispensários”.
O resultado deste novo estudo está de acordo com outros estudos realizados e focados neste mesmo campo.
Fonte: La Marihuana
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