Liberação do cultivo de maconha para uso medicinal pode ser aprovada na próxima quarta-feira

Liberação do cultivo de maconha para uso medicinal pode ser aprovada na próxima quarta-feira

A Comissão de Assuntos Sociais, CAS, deverá analisar na próxima quarta-feira (21), substitutivo da senadora Marta Suplicy (sem partido-SP) ao projeto que descriminaliza o cultivo da maconha para uso pessoal terapêutico (PLS 514/2017).

O projeto foi apresentado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, CDH, e decorre de Ideia Legislativa proposta no portal e-Cidadania (SUG 25/2017). Na CAS, Marta Suplicy, presidente da comissão, relatou favoravelmente à proposição na forma de substitutivo que permite à União liberar a importação de plantas e sementes, o plantio, a cultura e a colheita da cannabis sativa exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo pré-determinados, mediante fiscalização.

O substitutivo da senadora também altera a Lei de Drogas (Lei 11.343, de 2006) e passa a liberar o semeio, o cultivo e a colheita da cannabis, visando o uso pessoal terapêutico, por associações de pacientes ou familiares de pacientes que fazem o uso medicinal da substância, criadas especificamente com esta finalidade, em quantidade não mais que a suficiente ao tratamento segundo a prescrição médica.

No relatório, Marta defende que o tema não pode ser relegado a uma discussão ideológica ou política. “Mais que tudo, é preciso que tenhamos empatia e nos coloquemos no lugar do outro. É assim que defendemos a verdadeira essência do cuidado em saúde, que é mitigar o sofrimento humano”, aponta.

No texto, a senadora cita pesquisas científicas relacionadas aos benefícios da cannabis no tratamentos de muitas enfermidades, como autismo, epilepsia, Alzheimer, doença de Parkinson, nas dores crônicas e nas neuropatias. E reforça que os tratamentos reduzem o sofrimento não só dos pacientes, mas também dos familiares.

“Não há justificativa plausível para deixar a população brasileira alijada dos avanços científicos nesta área”, acrescenta Marta Suplicy, reiterando que a identificação dos canabinoides endógenos revolucionou a pesquisa sobre a cannabis e seus efeitos no organismo.

Ainda segundo o relatório da senadora, “a informação obtida destes estudos deu apoio à ideia de que o sistema canabinoide é suscetível à manipulação farmacológica, assim como outros sistemas fisiológicos humanos. Isto levou à descoberta de moléculas canabinoides com utilidade terapêutica. E desde então, a importância medicinal da cannabis tem sido reiteradamente demonstrada pela Ciência”.

Fonte: Agência Senado

Os diversos benefícios da maconha para a saúde

Os diversos benefícios da maconha para a saúde

Os benefícios da maconha para a saúde podem variar desde o tratamento para dor crônica até para impedir que as células cancerígenas se espalhem. Deixamos aqui alguns detalhes desses benefícios.

O uso medicinal da cannabis ajuda a melhorar melhor a dor crônica. Um relatório recente da Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina dos EUA diz que é “de longe o motivo mais comum” pelo qual as pessoas solicitam maconha medicinal.

Há fortes evidências de que a maconha medicinal pode ajudar com os espasmos musculares.

Um estudo publicado no Journal of American Medical Association descobriu que a maconha não só não afeta a função pulmonar, mas também pode aumentar a capacidade pulmonar.

Pode ser de utilidade para o tratamento do glaucoma, ou pode ser possível extrair componentes da maconha para este uso. A cannabis medicinal trata e previne a doença ocular do glaucoma, que pode danificar o nervo óptico e causar perda da visão.

Pode ajudar a controlar convulsões epilépticas. Estudos mostram que o canabidiol (CBD) ajuda pessoas com epilepsia refratária.

Também diminui os sintomas de um distúrbio grave de convulsão conhecido como síndrome de Dravet.

Uma substância química encontrada na cannabis impede a propagação do câncer, pelo menos nos cultivos celulares. O CBD pode ajudar a prevenir a propagação do câncer, informaram pesquisadores do California Pacific Medical Center, em San Francisco, em 2007.

Pode diminuir a ansiedade em doses baixas. Os cientistas realizaram um estudo para encontrar a área de “Cachinhos Dourados”: a quantidade certa de maconha para acalmar as pessoas.

A cannabis pode retardar a progressão da doença de Alzheimer.

A maconha pode aliviar os sintomas dolorosos da esclerose múltipla, de acordo com um estudo publicado no Canadian Medical Association Journal.

Parece diminuir os efeitos colaterais do tratamento da hepatite C e aumentar a eficácia do tratamento.

Estudos sugerem que pacientes com doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn e a colite ulcerativa, podem se beneficiar do uso de maconha.

A maconha alivia a dor, reduz a inflamação e promove o sono, o que pode ajudar a aliviar a dor e o desconforto das pessoas com artrite reumatóide, anunciaram os pesquisadores.

Usuários de maconha tendem a ser menos obesos e ter uma melhor resposta quando comem açúcar. Um estudo publicado no American Journal of Medicine sugeriu que os fumantes de maconha são mais magros do que a pessoa comum.

Uma pesquisa realizada em Israel mostra que fumar cannabis reduz significativamente a dor e os tremores melhorando o sono para pacientes com doença de Parkinson.

A maconha pode ajudar aqueles que sofrem de transtorno de estresse pós-traumático.

Pesquisas da Universidade de Nottingham mostram que a cannabis pode ajudar a proteger o cérebro dos danos causados ​​por um derrame.

A maconha poderia até proteger o cérebro de choques e traumas.

Pode ajudar a eliminar pesadelos. A maconha cessa os ciclos de sono ao interromper os últimos estágios do sono REM. Em longo prazo, isso pode ser um problema para usuários frequentes.

A cannabis reduz as dores e as náuseas da quimioterapia, bem como estimula o apetite.

A maconha pode ajudar as pessoas que estão tentando reduzir o consumo de álcool. A cannabis é mais segura que o álcool. Isso não significa que é livre de riscos, mas é muito menos viciante que o álcool e não causa tanto dano físico.

A legalização da maconha medicinal parece reduzir as mortes por overdoses de opiáceos.

Fonte: Business Insider

Lituânia legaliza a maconha medicinal

Lituânia legaliza a maconha medicinal

O uso e a venda de produtos de maconha serão legalizados na Lituânia a partir de maio de 2019, conforme decidido pelo Parlamento da Lituânia.

O parlamento aprovou emendas à Lei sobre o Controle de Medicamentos e Substâncias Psicotrópicas, segundo a qual, em alguns casos, drogas ou produtos com maconha podem estar disponíveis com receita médica para pacientes lituanos que sofrem de certas doenças graves. Também para sua comercialização, será exigida uma licença do regulador estadual.

“Se o parlamento estiver pronto para tomar essa decisão, daremos um passo muito importante para garantir o melhor tratamento possível para os pacientes que sofrem de doenças graves”, disse o parlamentar Mykolas Majauskas, durante os debates parlamentares sobre a cannabis.

Medicamentos e produtos com ingredientes extraídos da maconha podem ser usados, embora eles sejam estritamente controlados, disse Majauskas.

De acordo com a decisão do parlamento lituano, os medicamentos estarão disponíveis para o tratamento de doenças oncológicas, esclerose múltipla, HIV/AIDS e dores crônicas, bem como formas graves de epilepsia e distúrbios do sono ou ansiedade.

Com esta nova lei que regula a maconha medicinal, a Lituânia, um país báltico de 2, 8 milhões de habitantes, fará parte do grupo de nações que permite o uso terapêutico desta planta.

Fonte: Medicalxpress

Extrato de maconha rico em CBD tem “melhor perfil terapêutico” do que CBD puro

Extrato de maconha rico em CBD tem “melhor perfil terapêutico” do que CBD puro

Extratos ricos em CBD contendo pelo menos uma pequena quantidade de outros canabinóides “apresentam um perfil terapêutico melhor” do que o CBD sozinho, de acordo com um novo estudo publicado na revista Frontiers in Neurology.

O estudo, intitulado Benefícios Clínicos Potenciais dos Extratos de Cannabis Ricos em CBD sobre o CBD Purificado na Epilepsia Resistente ao Tratamento, afirma que os benefícios melhorados dos extratos de cannabis com alto conteúdo de CBD sobre o CBD puro “provavelmente devido aos efeitos sinérgicos do CBD com outros fitocompostos (Efeito Entourage)”.

De acordo com o resumo do estudo. “Este trabalho de meta-análise descreve a análise de estudos clínicos observacionais sobre o tratamento da epilepsia refratária com produtos à base de canabidiol (CBD). Além de tentar estabelecer a segurança e a eficácia de tais produtos, também investigamos se existem evidências suficientes para fazer alguma diferença na eficácia entre os extratos ricos em CBD em comparação com os produtos de CBD purificados”.

Os pesquisadores dizem que “a procura sistemática ocorreu em fevereiro de 2017 e foi atualizada em dezembro 2017 usando as palavras chave epilepsia, ou Dravet, ou Lennox-Gastaut,ou CDKL5, combinadas com Cannabis, canabinoide, canabidiol, ou CBD, resultando em 199 documentos. A avaliação qualitativa resultou em 11 referências válidas”.

Os dados categóricos de um total de 670 pacientes foram analisados ​​pelo teste de Fischer. A dose diária média variou entre 1 e 50 mg/kg, com uma duração de tratamento de 3 a 12 meses (média de 6,2 meses).

“Dois terços dos pacientes relataram uma melhora na frequência de convulsões (399/622, 64%)”, afirma o estudo. “Houve mais relatos de melhoria em pacientes tratados com extratos ricos em CBD (318/447, 71%) que os pacientes tratados com o CBD purificado (81/223, 36%), com significância estatística”.

No entanto, quando se aplicou a limiar clínica padrão de uma redução de 50% ou mais da frequência de convulsões, apenas 39% dos indivíduos foram considerados “respondedores” e não houve diferença entre os tratamentos com extratos ricos em CBD (97/255, 38%) e CBD purificado (94/223, 42%).

Os pacientes tratados com extratos ricos em CBD relataram uma dose média menor (6,1mg/kg/dia) do que aqueles que usaram o CBD purificado (27,1mg/kg/dia). “Os relatos de efeitos adversos leves e graves foram mais frequentes em produtos contendo CBD purificado do que em extratos ricos em CBD”.

O estudo conclui; “Os extratos ricos em CBD parecem ter um perfil terapêutico melhor do que o CBD purificado, pelo menos nesta população de pacientes com epilepsia refratária. As raízes dessa diferença provavelmente se devem aos efeitos sinérgicos do CBD com outros fitocompostos (também conhecidos como efeito Entourage), mas isso ainda não foi confirmado em ensaios clínicos controlados”.

Para acessar o texto completo deste estudo, clique aqui.

Fonte: The Joint Blog

Óleo de maconha reduz convulsões e melhora a qualidade de vida em pessoas com síndrome de Dravet

Óleo de maconha reduz convulsões e melhora a qualidade de vida em pessoas com síndrome de Dravet

De acordo com um novo estudo, o óleo de maconha (contendo CBD e THC) é eficaz na redução do número de ataques e na melhora as medidas de qualidade de vida em pessoas com síndrome de Dravet.

O estudo, intitulado “Um ensaio prospectivo aberto de um óleo de cannabis CBD/THC na síndrome de Dravet”, foi publicado pelo Annals of Clinical and Translational Neurology. De acordo com a Dravet Fundation, a síndrome de Dravet, também conhecida como Epilepsia Mioclônica Severa da Infância (SMEI), “é uma forma rara e catastrófica de epilepsia intratável que começa na infância”, com “uma taxa de incidência estimada de 1: 16.000 a 1: 21.000”.

O resumo do estudo começa dizendo que “tanto o componente Δ-9-Tetrahidrocanabidiol (THC) como o canabidiol (CBD) da cannabis têm mostrado ter efeitos anticonvulsivantes. Óleos de cannabis são usados para tratar convulsões na epilepsia resistente aos medicamentos (DRE)”. Logo continua assinando que “estudos recentes fornecem dados sobre dosagem, efeitos colaterais e eficácia do CBD, embora haja falta de informações sobre o THC na epilepsia”.

O objetivo primário do estudo “é para estabelecer a dose e tolerabilidade de TIL-TC150 – um extrato de planta de cannabis produzido por Tilray, contendo 100 mg/ml de CBD e de 2 mg/ml de THC – em crianças com síndroma de Dravet. Os objetivos secundários foram avaliar o impacto da terapia nas convulsões, o eletroencefalograma (EEG) e a qualidade de vida”.

Para o estudo, vinte crianças “receberam terapia complementar com TIL-TC150. A dose variou de 2 a 16 mg/kg /dia de CBD e de 0,04 a 0,32 mg/kg/dia de THC. Os pacientes foram monitorados quanto à tolerabilidade, eventos adversos e objetivos secundários”.

Dezenove participantes completaram a intervenção de 20 semanas. A dose média alcançada foi de 13,3 mg/kg/dia de CBD (variação de 7-16 mg/kg/dia) e 0,27 mg/kg/dia de THC (variação de 0,14-0,32 mg/kg/dia).

“Houve uma melhora estatisticamente significativa na qualidade de vida, uma redução no pico de atividade do EEG e uma redução média nas crises motoras de 70,6%, com uma taxa de resposta de 50% a 63%”, afirma o estudo.

Conclusão da investigação; “O TIL-TC150 foi seguro e bem tolerado em nossos pacientes. O tratamento com TIL-TC150 resultou em uma redução na contagem de ataques, no índice de espícula no EEG e em melhores medidas de qualidade de vida. Este estudo fornece informações sobre segurança e dosagem para preparações de canabinoides que contêm THC”.

Clique aqui para mais informações sobre este estudo.

Fonte: The Joint Blog

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