A maconha no tratamento do glaucoma, THC e CBD

A maconha no tratamento do glaucoma, THC e CBD

Um dos usos mais frequentemente propostos para a maconha é tratar o glaucoma.  No entanto, um estudo realizado por cientistas da Universidade de Indiana descobriu que o canabidiol (CBD), um dos canabinóides encontrados na cannabis, pode causar um aumento na pressão no olho, o que pode levar à progressão da doença. Por outro lado, o THC pode reduzir a pressão intraocular.

O produto químico que faz com que este aumento de pressão é o canabidiol, ou CBD, um componente não psicoativo da cannabis, cada vez mais vendido como flores com alto CBD, gomas ou doces, cremes, alimentos saudáveis ​​e óleos de CBD em países regulamentados. É também frequentemente usado como medicamento para doenças como formas graves de epilepsia.

O estudo foi publicado em 14 de dezembro na revista Investigative Ophthalmology & Visual Science.

CBD provoca um aumento na pressão no globo ocular

“Este estudo levanta uma questão importante sobre a relação entre os principais componentes da maconha e seus efeitos sobre os olhos”, disse Alex Straiker, pesquisador no Departamento de Ciências Psicológicas e Mentais da Faculdade de Artes e Ciências IU Bloomington, que liderou o estudo.

“Também sugere a necessidade de uma melhor compreensão dos possíveis efeitos colaterais do CBD, especialmente para uso em crianças”.

Um estudo em camundongos mostrou que o CBD causou um aumento na pressão intraocular em 18% durante pelo menos quatro horas após o uso.

O THC reduz a pressão ocular em 30%

Descobriu-se que o tetrahidrocanabinol, ou THC, o principal ingrediente psicoativo da maconha, reduz efetivamente a pressão no olho, o que é um efeito muito positivo para pacientes que sofrem de glaucoma. O estudo mostrou que o uso do CBD em combinação com o THC bloqueia esse efeito, portanto, no tratamento do glaucoma, os cientistas recomendam o uso de variedades ricas em THC e pobres em CBD.

O estudo mostrou que os ratos machos desenvolveram uma queda de pressão no olho em quase 30% após oito horas de THC sozinho. Nos ratos machos, uma queda de 22% na pressão também foi observada após quatro horas.

Este efeito é mais fraco entre as mulheres

O efeito foi mais fraco em camundongos fêmeas. Neste grupo, houve uma queda de pressão de apenas 17% após quatro horas. Após oito horas, não foram encontradas diferenças na pressão ocular.

Os resultados sugerem que o THC pode afetar as mulheres em menor grau, confirmando estudos anteriores que mostraram que as mulheres têm menos probabilidade de experimentar o efeito analgésico da cannabis.

“Essa diferença entre homens e mulheres, e o fato de que o CBD parece a agravar a pressão do olho, o principal fator de risco para o glaucoma, são aspectos importantes deste estudo”, disse Straiker. “Também é importante que o CDB oponha-se ativamente aos efeitos benéficos do THC”.

Neuroreceptores responsáveis ​​pelo tratamento do glaucoma

Ao comparar  os efeitos destas substâncias em ratos que foram esgotados neuroreceptores ativados com THC e CBD, os cientistas da IU também puderam identificar dois neuroreceptores específicos, CB1 e GPR18, através do qual o THC reduziu a pressão intraocular.

“Há mais de 50 anos, os estudos encontraram evidências de que o THC reduz a pressão intraocular, mas ninguém identificou os neuroreceptores específicos envolvidos no processo até este estudo”, disse Straiker. “Esses resultados podem ter implicações importantes para pesquisas futuras sobre o uso da maconha como terapia de pressão intraocular”.

Fonte: Fakty Knopne

Coreia do Sul legaliza a maconha medicinal

Coreia do Sul legaliza a maconha medicinal

Será uma medida muito importante para o desenvolvimento da indústria da maconha na Coréia do Sul. O país asiático legalizou a cannabis medicinal, embora com muitos tipos de restrições.

“A Coreia do Sul, que legaliza a maconha medicinal, mesmo controlando estritamente uma seleção limitada de produtos, representa um avanço significativo para a indústria global da maconha. Não deve ser subestimada a importância de que a Coreia seja o primeiro país do Leste Asiático a permitir a cannabis medicinal em nível federal. Agora, será uma questão de ver quando outros países asiáticos seguiram a Coréia do Sul”, disse Vijay Sappani, CEO da Ela Capital em MJBizDaily.

A Coreia do Sul, com este movimento em direção à aprovação da cannabis medicinal, torna-se o segundo país asiático após a Assembleia Nacional Legislativa da Tailândia também votar a favor da legalização do uso terapêutico. Possivelmente, a Malásia será o terceiro país asiático a acompanhar essas duas nações na legalização da maconha medicinal.

O Parlamento coreano aprovou as emendas à Lei de Gestão de Narcóticos que autorizariam o uso e a distribuição de produtos não psicoativos da cannabis. Os pacientes que solicitam acesso a esses medicamentos, primeiro deve se registrar na Korea Orphan Drug Center, a agência que controla o acesso a medicamentos raros. Os cadastrados devem ser aprovados caso a caso e para acessar também tem que ter uma prescrição médica que os autorize.

Esta recente votação pela Assembleia ocorreu após o mês de julho e o Ministério da Segurança de Alimentos e Medicamentos disse que iria autorizar medicamentos à base de maconha como Epidiolex, Marinol, Cesamet e Sativex para a epilepsia, por ajudar com os sintomas do HIV/AIDS e como tratamentos relacionados ao câncer.

A Coreia do Sul é um país muito rigoroso, com tudo relacionado à cannabis, por isso ninguém escapa, esta medida votada afirmativamente pelo Parlamento do país asiático é um marco neste sentido. De fato, a Coreia do Sul alertou seus cidadãos que o consumo em estados ou países onde o uso de cannabis é legal ainda é proibido para seus cidadãos. Consumir nesses territórios pode levar a processos criminais ao retornar ao país.

Fonte: MjBizDaily

Comissão de Assuntos Sociais aprova descriminalização do cultivo de maconha para uso medicinal

Comissão de Assuntos Sociais aprova descriminalização do cultivo de maconha para uso medicinal

A descriminalização do cultivo de maconha para uso medicinal foi aprovada, nesta quarta-feira (28), pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS). O Projeto de Lei do Senado (PLS) 514/2017, relatado pela senadora Marta Suplicy (MDB-SP), teve o apoio da maioria dos senadores presentes na reunião, embora tenha recebido voto contrário em separado do senador Eduardo Amorim (PSDB-SE). A matéria segue para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e também deverá ser apreciada pelo Plenário do Senado antes de seguir para a Câmara dos Deputados.

O projeto foi apresentado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e decorre de Ideia Legislativa proposta no portal e-Cidadania (SUG 25/2017). Na CAS, Marta Suplicy, presidente da comissão, relatou favoravelmente à proposição na forma de substitutivo que permite à União liberar a importação de plantas e sementes, o plantio, a cultura e a colheita da cannabis sativa exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo pré-determinados, mediante fiscalização.

O substitutivo da senadora também altera a Lei de Drogas (Lei 11.343, de 2006) e passa a liberar o semeio, o cultivo e a colheita da cannabis, visando o uso pessoal terapêutico, por associações de pacientes ou familiares de pacientes que fazem o uso medicinal da substância, criadas especificamente com esta finalidade, em quantidade não mais que a suficiente ao tratamento segundo a prescrição médica.

Fiscalização

No voto em separado, o senador Eduardo Amorim, que é médico, apresentou dois pontos de preocupação em relação ao projeto. O primeiro é o da incapacidade do Estado controlar e fiscalizar o cultivo da maconha nas casas das pessoas. O segundo é o da dificuldade de se determinar a quantidade necessária para o paciente. O senador, que afirmou não ser contra o uso da planta para o tratamento de doenças, defendeu ainda que o Sistema Único de Saúde (SUS) deveria ser o responsável por distribuir o medicamento aos pacientes que precisam.

O senador Waldemir Moka (MDB-MS), também médico, discordou de Amorim, por considerar que o SUS não tem condições de importar medicamentos, e que a burocracia atrapalharia os pacientes em tratamento.

– Eu me coloco aqui na condição de um pai ou de uma mãe, porque eu já vi crianças terem crises epiléticas, estados convulsionantes repetidos, oito, dez vezes ao dia. E olha, eu procurei realmente conversar com colegas médicos, sobretudo pediatras e neuropediatras, e o que realmente faz cessar esse tipo de convulsão, quando refratária, é isso. E nós estamos falando especificamente desses casos – argumentou Moka.

O senador Humberto Costa (PT-PE) apoiou o relatório de Marta e disse que, em breve, inclusive a descriminalização da maconha para uso recreativo deverá ser aprovada pelo Supremo Tribunal Federal. Ele afirmou ainda que o projeto procurou se cercar de todo o tipo de segurança para que não haja qualquer aproveitamento da maconha para uso recreativo ou para o tráfico.

– Eu acredito que ele é extremamente pertinente. Ele vai eliminar um problema a que nós não temos conseguido dar uma resposta adequada. Porque é muito difícil que o SUS, que tem tantas e tantas outras obrigações e limitações para poder fazer a importação, possa fazê-lo. Então eu creio que esse projeto merece ser aprovado – afirmou.

A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) se manifestou favoravelmente ao projeto, argumentando que o SUS terá dificuldades em financiar a importação desses medicamentos. A senadora Regina Sousa também votou pela aprovação do PLS, mas mostrou preocupação com a capacidade de fiscalização do Estado. No entanto, Regina disse que o projeto merece ser aprovado pela finalidade que ele tem.

O senador Sérgio Petecão (PSD-AC) foi o único a apoiar o voto em separado de Eduardo Amorim. Ele afirmou que o projeto prejudica o país e que os pacientes que precisam do medicamento teriam condição de acesso pela Justiça.

Marta Suplicy refutou os argumentos do voto de Eduardo Amorim e afirmou que não vê dificuldade de o Estado verificar se o plantio está sendo feito para uso medicinal ou para outros fins.

– Nós temos, sim, que fazer alguma coisa, porque se formos pensar que o SUS vai prover, é bom lembrar: o SUS não está impedido de prover, ele pode continuar a fazer a importação legal, desde que as pessoas possam pagar – esclareceu.

Avanços científicos

Em seu relatório, Marta defende que o tema não pode ser relegado a uma discussão ideológica ou política. No texto, a senadora cita pesquisas científicas relacionadas aos benefícios da cannabis no tratamento de muitas enfermidades, como autismo, epilepsia, Alzheimer, doença de Parkinson, nas dores crônicas e nas neuropatias. E reforça que os tratamentos reduzem o sofrimento não só dos pacientes, mas também dos familiares.

“Não há justificativa plausível para deixar a população brasileira alijada dos avanços científicos nesta área”, acrescenta a senadora no documento, reiterando que a identificação dos canabinoides endógenos revolucionou a pesquisa sobre a cannabis e seus efeitos no organismo.

Fonte: Agência Senado

Uso terapêutico da maconha tem votação adiada para a próxima semana

Uso terapêutico da maconha tem votação adiada para a próxima semana

O senador Eduardo Amorim, PSDB-SE, pediu vista ao Projeto de Lei do Senado 514/2017, que libera o uso medicinal da maconha. A matéria deve voltar à pauta da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) na próxima semana. Depois da CAS, o assunto será votado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), de onde segue para votação em Plenário. Se aprovado, será enviado para a Câmara dos Deputados.

Um pedido do senador Waldemir Moka, MDB-MS, favorável à proposta, transformou o pedido de Amorim em vista coletiva. O projeto relatado pela senadora Marta Suplicy, sem partido-SP, descriminaliza o semeio, o cultivo e a colheita de Cannabis sativa para uso terapêutico pessoal, em quantidade não maior que a suficiente ao tratamento segundo a prescrição médica.

Marta leu seu o relatório favorável à liberação. Depois pediu aos senadores que realmente votem na semana que vem, levando em conta o pedido de famílias e pacientes que reconhecem o benefício da Cannabis no tratamento médico de muitas enfermidades, como autismo, epilepsia, Alzheimer, Parkinson, nas dores crônicas e nas neuropatias. O texto reforça que os tratamentos reduzem o sofrimento não só dos pacientes, mas também dos familiares.

Avanços científicos

No relatório, a senadora lembra que “o sistema canabinóides participa ativamente da regulação de funções cognitivas superiores (aprendizagem, memória), da resposta ao estresse e à dor, da regulação do sono, dos mecanismos de recompensa, da ingestão de alimentos, dos movimentos e do controle postural”. Além disso, a Cannabis “regula a função de numerosas ligações neuronais (sinapses) e tem função moduladora nos sistemas imunológico, cardiovascular, gastrintestinal e reprodutivo”.

O substitutivo da senadora também altera a Lei de Antidrogas (Lei 11.343, de 2006) e passa a liberar o acesso à Cannabis para associações de pacientes ou familiares de pacientes criadas especificamente com esta finalidade. No relatório lido nesta terça na CAS, Marta defende que o tema não pode ser relegado a uma discussão ideológica ou política.

— Mais que tudo, é preciso que tenhamos empatia e nos coloquemos no lugar do outro. É assim que defendemos a verdadeira essência do cuidado em saúde, que é mitigar o sofrimento humano — aponta.

Fonte: Agência Senado

CBD mostra eficácia semelhante a outras drogas antiepilépticas

CBD mostra eficácia semelhante a outras drogas antiepilépticas

O canabidiol (CBD) mostra eficácia semelhante a outros fármacos antiepilépticos no tratamento de epilepsias pediátricas severas, diz um novo metaestudo publicado na revista Developmental Medicine & Child Neurology, e pelo site do Instituto Nacional de Saúde dos EUA.

“Existem centenas de compostos encontrados na planta de maconha, cada um contribuindo de forma diferente para os efeitos antiepiléticos e psiquiátricos”, afirma o resumo do estudo. “Apesar do considerável interesse da comunidade no uso de CBD para a epilepsia pediátrica, tem havido pouca evidência de seu uso, além de relatos, até o ano passado. Os investigadores observaram que três ensaios aleatórios, controlados com placebo, duplo-cego em síndrome de Dravet e síndrome de Lennox-Gastaut, encontraram que o CBD produziu uma redução média de 38% a 41% em todas as convulsões em comparação com 13% a 19% com placebo”.

Da mesma forma, “o CBD resultou em uma taxa de resposta de 39% a 46% (redução convulsiva de 50% ou redução de convulsões) em comparação com 14% a 27% do placebo. O CBD foi bem tolerado; no entanto, a sedação, diarreia e diminuição do apetite foram frequentes”.

Os pesquisadores concluíram que “o CBD mostra eficácia similar às drogas antiepilépticas estabelecidas”.

O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, da Universidade de Melbourne, do Austin Health e do Royal Children’s Hospital e dos institutos de pesquisa infantil Florey e Murdoch, todos na Austrália.

Fonte: The Joint Blog

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