por DaBoa Brasil | jan 23, 2020 | Culinária, Cultivo, Saúde
Anteriormente, acreditava-se que os terpenos eram responsáveis apenas pelo sabor da maconha. Agora, pesquisas mostram que os terpenos também têm um grande potencial medicinal. O canfeno, um terpeno em menor quantidade na planta, demonstra características impressionantes que podem ser eficazes na prevenção de doenças cardíacas.
Os terpenos são compostos orgânicos encontrados na cannabis e em muitas outras plantas. São elementos fundamentais da resina vegetal e desempenham uma função importante na diversidade de aromas das linhagens de maconha. Embora anteriormente fosse acreditado que eram responsáveis apenas pelo sabor da cannabis, pesquisas modernas indicam que os terpenos têm um potencial medicinal significativo, que se soma ao dos canabinoides como THC e CBD, entre muitos outros. Além disso, os terpenos oferecem benefícios à saúde sem causar efeitos colaterais.
OS TERPENOS VÃO MUITO ALÉM DO SABOR
Entre os terpenos principais mais conhecidos, estão o mirceno, o pineno, o limoneno e o linalol; compostos altamente voláteis com aromas muito fortes. Acredita-se que as plantas produzem terpenos para espantar insetos e outros predadores. Foi demonstrado que quase todos os terpenos principais têm valor terapêutico e que possuem propriedades anti-inflamatórias, fungicidas e antibacterianas.
CANFENO: UM TERPENO “MENOR” COM GRANDE POTENCIAL MEDICINAL
O canfeno pertence a um grupo de mais de 150 terpenos menos abundantes na maconha. O canfeno emana um cheiro picante de almíscar, agulhas de abeto e terra úmida, mas seu cheiro não é percebido como um aroma agradável. Às vezes, esse terpeno é confundido com o mirceno, que tem um aroma semelhante, mas é mais abundante.
Como os outros terpenos da cannabis, o canfeno tem várias propriedades medicinais e se destaca como um antioxidante muito potente. Na medicina tradicional, o canfeno foi usado para tratar infecções bacterianas e fúngicas e é considerado um remédio natural eficaz contra eczema, psoríase e outras condições da pele.
O canfeno também pode ser encontrado em vários alimentos, fragrâncias, pomadas e cremes tópicos, onde é usado como aditivo e intensificador de sabor.
As pesquisas mais recentes sugerem que o canfeno é particularmente significativo devido à sua capacidade de reduzir os níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue e, portanto, reduzir o risco de desenvolver doenças cardíacas. Em um estudo publicado em 2011, foi possível demonstrar a capacidade do canfeno em reduzir os níveis de colesterol e triglicerídeos, as duas principais causas de doenças cardíacas, como acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio.
Para o estudo, os pesquisadores também examinaram outros terpenos, incluindo vários do grupo dos principais terpenos (linalol, mirceno, pineno e beta-cariofileno), mas descobriram que eles eram muito menos eficazes na redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos. Os pesquisadores concluíram que o canfeno poderia ser eficaz como um “agente redutor de lipídios alternativo que merece mais investigação”.
O CANFENO FORNECE BENEFÍCIOS À SAÚDE SEM EFEITOS SECUNDÁRIOS
A medicina finalmente começa a aceitar que os compostos encontrados na cannabis, incluindo canabinoides e terpenos, demonstraram um potencial medicinal significativo e que podem substituir ou aprimorar os medicamentos farmacêuticos tradicionais. Além disso, os terpenos fornecem valor terapêutico sem produzir efeitos colaterais negativos.
Atualmente, alguns dos tratamentos convencionais mais comuns para reduzir a glicose no sangue são as estatinas, que pertencem a um grupo de medicamentos para baixar os lipídios. Embora geralmente sejam eficazes na redução do colesterol, esses medicamentos geralmente produzem efeitos colaterais negativos que podem variar de dores musculares, cãibras e dores de cabeça a insuficiência renal ou hepática. O canfeno, que fornece um benefício semelhante, não demonstrou causar efeitos colaterais adversos. O fato de os terpenos não apresentarem características viciantes, como os de opiáceos e outros medicamentos comumente prescritos, é outra grande vantagem que deve ser levada em consideração.
Como em quase todas as questões relacionadas à maconha, é necessário desenvolver mais pesquisas antes de entender completamente o potencial do canfeno. No entanto, mais e mais estudos sugerem que esse terpeno menor pode ser muito promissor.
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Fonte: Royal Queen
por DaBoa Brasil | dez 28, 2019 | Culinária, Cultivo, Saúde
O cineol é um terpeno aromático presente em diversas variedades de cannabis, ao qual traz alguns aromas maravilhosos. Esta substância foi estudada em profundidade e demonstrou oferecer propriedades anticancerígenas, anti-inflamatórias e antibacterianas.
Quase todos os consumidores de maconha estão cientes dos diferentes canabinoides presentes na planta e como eles agem produzindo diferentes efeitos e propriedades medicinais. Mas e se dissermos que a maconha vai além dos canabinoides? Existem outras famílias moleculares que contribuem para a diversidade de experiências produzidas por cada variedade.
Entre os principais elementos da maconha estão os terpenos, compostos aromáticos voláteis presentes em todo o reino vegetal. Os terpenos são responsáveis pelos cheiros e aromas impressionantes que as flores emitem. O conteúdo dos terpenos pode variar muito entre as variedades, de modo que diferentes linhagens oferecem experiências sensoriais totalmente diferentes.
Variedades com aroma de manga contêm mais mirceno, enquanto aromas cítricos são mais ricos em limoneno. Esses compostos não apenas têm um bom cheiro, mas também podem alterar os efeitos psicoativos e medicinais dos canabinoides através do efeito comitiva.
Outro terpeno frequentemente encontrado na maconha é o cineol, também chamado eucaliptol. Este terpeno é responsável pelos aromas agradáveis e refrescantes que emanam do eucalipto, hortelã, alecrim, melaleuca, artemisia, louro, manjericão, sálvia e certas variedades de maconha. Este composto orgânico foi identificado em 1870 por François Stanislas Cloez.
Seu aroma poderoso e refrescante, mas ainda picante, tem sido usado em diferentes indústrias e geralmente são encontrados em produtos cosméticos, loções, misturas de óleos essenciais e bálsamos. Além do seu perfil aromático, o eucaliptol foi estudado minuciosamente e demonstrou oferecer várias aplicações potenciais no campo da medicina.
A ciência demonstrou que o cineol é eficaz em vários problemas de saúde e, portanto, variedades com alto conteúdo desse terpeno podem ajudar os pacientes que sofrem desses problemas.
DOENÇA DE ALZHEIMER
O cineol pode ter um efeito positivo na doença de Alzheimer, devido ao seu potencial de estimular a memória e o aprendizado. Os terpenos são tão pequenos que podem atravessar facilmente a barreira hematoencefálica, o que significa que podem ter efeitos diretos no cérebro.
Alguns estudos administraram o cineol durante os testes de memória, para ver quais efeitos poderia catalisar. Em 2012, foi realizado um estudo com 22 participantes para analisar o efeito do cineol na memória e no humor. Os participantes selecionados foram expostos ao óleo essencial de alecrim, que contém cineol. Enquanto os participantes receberam tarefas matemáticas, a sala onde eles realizaram o teste foi aromatizada com óleo de alecrim em quantidades variadas.
Foi observada uma correlação positiva entre o número de respostas corretas e os níveis mais altos de cineol no sangue. Portanto, esse terpeno poderia contribuir para a melhoria cognitiva e possivelmente aliviar alguns dos sintomas experimentados durante o aparecimento da doença de Alzheimer.
O cineol também pode ajudar com outro aspecto da doença de Alzheimer. Durante esta doença, as proteínas beta-amiloides começam a acumular-se no cérebro, formando placas, bloqueando assim os sinais entre as células sinapse. Essas proteínas também podem causar inflamação. Foi apontado que o cineol pode reduzir a inflamação causada pelas placas beta-amiloides.
ANTIBACTERIANO
As pesquisas sobre o cineol têm demonstrado que esta molécula é eficaz contra certas variedades de bactérias, incluindo Escherichia coli, Enterobacter aerogenes, Serratia marcescens e Staphylococcus aureus, mostrando o seu potencial antibacteriano.
A staphylococcus aureus é um tipo de bactéria resistente a certos medicamentos antibióticos convencionais. Esta bactéria está associada a vários problemas de saúde, como impetigo, abscessos na pele, infecções de feridas e foliculite. O potencial antibacteriano do cineol pode significar que um dia será usado como uma forma de medicamento para combater e prevenir essas infecções no organismo.
ANTIOXIDANTE
Os compostos antioxidantes tornaram-se muito populares no setor de saúde e bem-estar. Os antioxidantes agem para neutralizar os radicais livres no corpo, impedindo-os de causar danos no DNA por oxidação.
Existe uma teoria que sugere que um aumento no consumo de antioxidantes poderia proteger contra o desenvolvimento de câncer. Os antioxidantes também estão associados ao abrandamento do processo de envelhecimento e à prevenção de doenças cardíacas e derrames.
Está provado que o cineol atua como antioxidante e, portanto, pode trazer esses benefícios. Um estudo de 2011 publicado na revista “Toxicology and Industrial Health” administrou cineol em ratos, que foram expostos a um poluente ambiental persistente. Os pesquisadores concluíram que esse terpeno apresentou atividade antioxidante e eliminou o estresse oxidativo em ratos, de maneira variável de acordo com o tempo de exposição.
ANTICANCERÍGENO
Possivelmente, um dos aspectos mais profundos do cineol é a ação anticancerígena desta molécula. Um artigo de 2002 publicado no “Oncology Reports” detalha um estudo em que o cineol foi administrado às cadeias celulares de leucemia humana. Os pesquisadores descobriram que o cineol suprimiu o crescimento de linhas celulares leucêmicas ao induzir apoptose.
A apoptose é descrita como a morte celular programada e é necessária em nosso organismo para manter a renovação celular normal, bem como para o bom funcionamento do sistema imunológico. Se ocorrer muita apoptose, ou muito pouco, poderá causar vários problemas de saúde, incluindo muitos tipos de câncer, resultantes da mutação celular. A capacidade do cineol de suprimir o crescimento de linhas celulares de câncer e induzir a apoptose fornece um potencial terapêutico futuro em tratamentos contra o câncer.
ASMA
O cineol também pode produzir um efeito terapêutico eficaz no caso da asma. A asma é uma doença inflamatória comum, que afeta as vias aéreas dos pulmões. Os sintomas incluem tosse, pressão no peito, falta de ar e chiado no peito. A asma pode ser ativada por alérgenos, irritantes, exercícios e infecções respiratórias.
Um relatório publicado em 2012 no “Journal of Asthma” mostrou que o cineol pode causar uma melhoria na função pulmonar e na saúde, e pode reduzir a dispneia em pacientes asmáticos.
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Fonte: Royal Queen
por DaBoa Brasil | ago 24, 2019 | Saúde
Pesquisadores descobrem que o consumo crônico de compostos da maconha melhora a função cardíaca.
A equipe de especialistas concentrou suas pesquisas na Drosophila melanogaster, a chamada mosca da fruta, cujo coração compartilha muitas características com a do ser humano, o que permite avaliar seu comportamento.
Pesquisadores do CONICET de La Plata relataram, a partir de uma publicação, os alcances e os efeitos do consumo prolongado de fitocanabinoides na função cardíaca e sua relação com o manejo dos níveis de cálcio no coração.
“Nosso projeto tem como objetivo caracterizar os efeitos que os fitocanabinoides geram no coração, ou seja, compostos da planta cannabis sativa que podem ser usadas para fins terapêuticos”, disse Paola Ferrero, pesquisadora do CONICET no Centro de Pesquisa Cardiovascular Dr Horacio E. Cingolani.
Segundo o cientista, a maconha carrega “princípios ativos que atuam na dor, no apetite, no humor e no sono, entre outras coisas”.
Explicou que, logo após a regulamentação da Lei 27.350, que, entre outras coisas, estabeleceu o marco regulatório para a pesquisa científica sobre o uso da cannabis para fins medicinais, com o CONICET como uma das entidades autorizadas a fazê-lo, acaba de ser publicado um trabalho na revista Biology Open que reúne resultados e constitui a primeira evidência dos efeitos do consumo em longo prazo sobre a função cardíaca e sua relação com o manejo dos níveis de cálcio no coração.
“Sabe-se que esses componentes têm implicações para a função cardíaca e o que está acontecendo em situações de consumo agudo, ou seja, em curto prazo, onde pode causar taquicardia e hipotensão é bastante estudada, mas a ideia era começar a descrever o que acontece em um tratamento crônico”, disse Ivana Gómez, do Conselho Nacional Interuniversitário e uma das autoras do artigo publicado.
Como indicado hoje no CONICET, as moscas selecionadas foram divididas em dois grupos.
Ambos foram expostos, por diferentes períodos de tempo, ao vapor de cannabis, que continha os principais fitocanabinoides, gerado a partir das variedades cultivadas e caracterizadas no Centro de Pesquisa Ambiental.
Um dos grupos inalou duas doses diárias de vapor de cannabis dentro de 5 a 8 dias, enquanto o outro foi entre 11 e 13 dias.
Uma vez concluído esse processo, “analisou-se o comportamento das células cardíacas, batimento cardíaco, frequência cardíaca, índice de arritmia e como isso afeta o consumo em comparação com um grupo de moscas-controle que não haviam sido expostas à cannabis”, disse Maia Rodríguez, outra autora do estudo.
Segundo Gómez, “no grupo que inalou a cannabis por menos tempo, o que vimos corresponde aos efeitos conhecidos para um consumo agudo. Isso pode ser verificado nos experimentos desde que se observe um aumento no índice de arritmia”.
“O que vemos nas moscas expostas entre 11 e 13 dias é que há um efeito habitual e aumenta a contratilidade do coração, ou seja, a força com a qual se contrai. Um coração com maior contração responde melhor às condições de estresse, por exemplo,” disse Rodríguez.
Para os pesquisadores, essa maior contratilidade está relacionada a “um aumento nos níveis de cálcio dentro das células do coração, o que permitiu ter uma ideia sobre o mecanismo celular que causaria esse processo”.
Fonte: La Marihuana
por DaBoa Brasil | jun 20, 2019 | Saúde
As doenças renais afetam 800 milhões de pessoas em todo o mundo e é uma das principais causas de morte. Os médicos prescrevem opioides para controlar a dor, mas a cannabis pode ser uma alternativa mais segura. As investigações ainda estão em andamento, e o THC e o CBD poderiam ajudar a tratar algumas condições renais.
Geralmente não pensamos muito sobre nossos rins, apesar do grande trabalho que eles fazem por nós, limpando nosso sangue removendo toxinas e resíduos. Problemas genéticos, lesões, alguns medicamentos e outros fatores podem levar a doenças nos rins, impedindo o bom funcionamento desses órgãos. Entre as condições renais mais comuns estão a doença renal crônica e a lesão renal aguda, além de infecções, cistos, cálculos ou câncer. Quando os rins falham completamente, é necessário fazer uma diálise ou um transplante de rim. Nos Estados Unidos, as doenças renais são a nona causa de morte, o que as coloca no centro das atenções e estimula a pesquisa sobre os rins e seu funcionamento.
Estudos mostram que a cannabis pode se tornar uma alternativa mais segura aos opioides e aos medicamentos anti-inflamatórios prescritos para aliviar a dor em casos de doença renal crônica. Uma maior compreensão do impacto dos canabinoides no sistema renal pode levar ao desenvolvimento de novos medicamentos para tratar os sintomas da doença renal, com poucos efeitos colaterais em comparação com os medicamentos atualmente disponíveis.
OS RINS E O SISTEMA URINÁRIO
O sistema urinário é composto principalmente pelos rins, ureteres, bexiga e uretra. Este sistema remove resíduos do corpo, ajuda a regular o volume sanguíneo e a pressão sanguínea, controla os eletrólitos e metabólitos e regula a acidez do sangue. Nos rins há uma circulação sanguínea intensa e dentro há muitas pequenas estruturas chamadas néfrons, que filtram nosso sangue ao ritmo de meia xícara por minuto. A urina é formada como resultado dessa filtragem saudável e é temporariamente armazenada na bexiga. Apenas uma pequena parte do sangue filtrado se torna urina, enquanto a água purificada retorna à corrente sanguínea juntamente com outras substâncias úteis. Os rins constantemente limpam nosso sangue de toxinas e também mantêm um equilíbrio saudável de água e minerais, como sódio, cálcio, fósforo e potássio. E, além disso, esses órgãos produzem hormônios que regulam a pressão sanguínea, desenvolvem glóbulos vermelhos e participam da absorção da vitamina D.
A maioria das doenças renais afetam os néfrons. A lesão renal aguda (LRA), também chamada de insuficiência renal aguda, é uma perda súbita da função renal que ocorre durante alguns dias. Esta doença resulta em complicações, como acidose, excesso de potássio ou uremia, e pode ter efeitos perigosos em outros órgãos. A taxa de mortalidade após sofrer de insuficiência renal grave é alta.
Na doença renal crônica (DRC) os danos geralmente ocorrem lentamente, por um longo período de tempo, e os pacientes geralmente não sentem desconforto até que a doença esteja mais avançada. As causas mais comuns incluem diabetes e pressão alta, enquanto as complicações incluem doenças cardíacas, doenças ósseas e anemia. Os sintomas mais comuns são: inchaço nas pernas, vômitos, perda de apetite e energia, e até confusão mental.
OS RINS E O SISTEMA ENDOCANABINOIDE
Os receptores canabinoides CB1 e CB2 são encontrados em vários órgãos e tecidos, incluindo os rins. O sistema endocanabinoide regula os receptores de sinalização celular, que são vitais para a homeostase energética. Estudos experimentais sugerem que os canabinoides podem ter efeitos benéficos ou prejudiciais nos rins, dependendo do tipo de doença renal, dosagem e outros fatores. A pesquisa não explicou completamente como o sistema endocanabinoide poderia estar envolvido no desenvolvimento da doença renal ou no processo de cura. No entanto, o desequilíbrio na produção de endocanabinoides (superativação do CB1 e inibição do CB2) parece desempenhar um papel na doença renal crônica. Este tipo de desequilíbrio é semelhante ao produzidos em casos de obesidade e diabetes de tipo II.
VARIABILIDADE DOS RESULTADOS DAS INVESTIGAÇÕES
Um estudo publicado no “American Journal of Medicine” coletou dados sobre 14.000 adultos que haviam participado da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição dos EUA. Os pesquisadores verificaram os níveis de albumina na urina (que é um indicador de doença renal) e não encontrou relação entre o uso prévio ou atual de maconha e agravamento da função renal ou doença, sem dúvida esta é uma boa notícia, mas um pesquisador da Escola de Medicina Icahn de Mount Sinai, Nova York, que estudou a doença renal em usuários de maconha, descobriu que nos pacientes com doença renal crônica a função renal se deteriorava mais rapidamente, comparado com não usuários de cannabis. No entanto, esse resultado pode estar mais relacionado à inalação de fumaça do que aos efeitos do THC e de outros canabinoides.
BUSCANDO ALTERNATIVAS TERAPÊUTICAS
Aqueles que sofrem de doença renal crônica em estágio avançado experimentam vários sintomas, como náuseas, anorexia, dor crônica e insônia. Os efeitos adversos dos opioides prescritos costumam ser especialmente fortes em pacientes com doença renal crônica, pois podem aumentar a gravidade desses sintomas. As opções de tratamento são limitadas, aumentando a demanda por terapias alternativas; embora muitos pacientes prefiram não esperar pelo desenvolvimento de uma terapia de cannabis aprovada e começam a experimentar maconha medicinal para controlar os sintomas. No entanto, embora a maconha medicinal tenha sido usada em muitas aplicações terapêuticas, as evidências de sua eficácia no tratamento da doença renal crônica não foram examinadas em detalhes, e não há literatura científica suficiente para ser capaz de recomendar corretamente sua dosagem e formato.
REDUZINDO OS SINTOMAS COM CBD
Embora haja pouca pesquisa até o momento, não apenas os pacientes, mas também a comunidade científica começou a considerar seriamente os canabinoides como um agente contra os sintomas da doença renal crônica. A combinação do seu valor terapêutico e a ausência virtual de efeitos colaterais colocam o CBD sob o controle da investigação nefrológica, especialmente depois de ter sido relatado que o CBD contribui para melhorar os sintomas da doença renal grave em muitos pacientes automedicado.
Um estudo descobriu que o CBD reduz a carga tóxica nos rins causada pela quimioterapia. A nefrotoxicidade é um efeito colateral comum da cisplatina (uma droga potente usada na quimioterapia), de modo que o estresse oxidativo e nitrosativo limita seu uso clínico. O tratamento de camundongos com canabidiol (CBD) atenuou o estresse celular, inflamação e morte celular nos rins causados pela cisplatina, melhorando consideravelmente a função renal. Os resultados deste estudo sugerem que o CBD pode atuar contra a nefrotoxicidade induzida pela cisplatina. E, obviamente, também sugerem que o CDB merece mais pesquisas nessa área.
EXPERIMENTANDO CUIDADOSAMENTE
A maconha tem pouquíssimos efeitos colaterais em nossos órgãos e não há risco de que uma overdose de canabinoides possa danificar nossos rins. Mesmo assim, pacientes com doença renal devem ter um cuidado especial ao iniciar terapias alternativas e consultar um médico especialista antes de tomar qualquer suplemento. A melhora dos sintomas das doenças renais com CBD e/ou THC pode ser real e deve ser considerada clinicamente, desde que esses ou outros suplementos não interajam com medicamentos prescritos e levando em conta que a vaporização ou a alimentação elimina os danos associados ao ato de fumar.
Fonte: Royal Queen
por DaBoa Brasil | maio 31, 2019 | Saúde
Pacientes com ataque cardíaco com histórico de uso de maconha apresentam maiores taxas de sobrevida hospitalar, de acordo com dados publicados na revista PLOS One.
Pesquisadores da Divisão de Cardiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Colorado, compararam os registros hospitalares de mais de 3.800 pacientes de ataque cardíaco que informaram ter usado maconha ou que haviam testado positivo em testes com mais de 1,2 milhões de controles semelhantes.
Consistente com os dados anteriores, “O uso de maconha antes de IAM (infarto agudo do miocárdio) foi associada com uma diminuição da mortalidade hospitalar após IAM”. Em adição, “a duração média de estadia dos consumidores de maconha foi menor do que os não usuários (4,51 dias vs. 6,25 dias, respectivamente)”.
Os pacientes que usaram cannabis eram, em média, 10 anos mais jovens do que aqueles que não consumiam. No entanto, os autores relataram que “a análise específica da idade e o controle de outros possíveis fatores de confusão não explicaram esses achados”. Pacientes com exposição à cannabis no passado também eram menos propensos a sofrer de hipertensão, insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana, diabetes e fibrilação atrial.
Os pesquisadores concluíram que: “Nesta grande análise multirregional, o uso de maconha relatado durante a hospitalização por IAM foi associado a um risco significativamente menor de mortalidade intra-hospitalar. Dada a crescente prevalência e aceitação do uso de maconha, estes resultados sugerem que seja feito um estudo adicional para investigar mais profundamente estes resultados e identificar os mecanismos potenciais pelos quais a maconha está associada com melhores resultados em curto prazo após o IAM e para mitigar os possíveis efeitos negativos do uso concomitante de substâncias”.
Os resultados são consistentes com estudos anteriores que relataram que um histórico de uso de cannabis estão associados a redução da mortalidade intra-hospitalar entre os pacientes internados por lesões cerebrais traumáticas, vítimas de queimaduras, aqueles que passam por certas cirurgias ortopédicas e aqueles hospitalizados com outras formas de traumatismo grave.
Fonte: Norml
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