por DaBoa Brasil | fev 20, 2023 | Economia, Política
Em uma mudança sísmica na maneira como quase todas as principais plataformas de mídia social lidam com conteúdo relacionado a anúncios de cannabis, o Twitter anunciou que será o primeiro a permitir anúncios relacionados à maconha nos EUA.
O Twitter anunciou que permitirá que os anunciantes promovam conteúdo de marca e informativo relacionado à cannabis nas seguintes categorias: CBD e produtos canabinoides semelhantes; THC e produtos similares; bem como produtos e serviços relacionados à cannabis, como serviços de entrega, laboratórios, tecnologia crescente, mecanismos de pesquisa e eventos.
A mudança da política de anúncios da cannabis muda tudo para as empresas com dinheiro para anunciar. A AdCann, com sede em Toronto, Ontário, no Canadá, foi a primeira a dar a notícia.
“Até agora, apenas marcas tópicas de CBD tinham permissão para anunciar na plataforma do Twitter”, escreveu a AdCann em seu site. “No futuro, a rede social permitirá a promoção de produtos, acessórios, serviços e serviços regulamentados de cannabis contendo THC e CBD”.
A AdCann continuou: “As empresas, marcas e fornecedores norte-americanas de cannabis precisarão passar por um processo de aprovação de anunciantes do Twitter para garantir que sejam legítimos e educados na plataforma. Uma vez aprovados, os profissionais de marketing do setor terão acesso a todo o conjunto de produtos de publicidade do Twitter, incluindo tweets promovidos, oportunidades de produtos promovidos, aquisições específicas de local, patrocínios de vídeo in-stream e recursos de publicação de parceiros”.
A AdCann reiterou que, no Canadá, a maconha é legal no nível federal desde 2018, então o Twitter já permite a publicidade de maconha no país.
Empresas de cannabis reagem à mudança de política
A empresa líder de cannabis PAX, fabricantes de dispositivos padrão da indústria como o PAX Pro e o PAX Era, está entre as primeiras marcas a anunciar conteúdo relacionado à cannabis no Twitter.
“Este é um grande momento, pois uma grande plataforma de publicidade está tomando a decisão de tratar a cannabis como qualquer outra categoria de produtos de consumo”, disse Luke Droulez, vice-presidente de marketing da PAX em um comunicado obtido pela High Times. “Estamos entusiasmados por estar entre os primeiros parceiros de publicidade de cannabis do Twitter e poder envolver os clientes mais diretamente. Depois de décadas de propaganda proibicionista, surge a oportunidade de desestigmatizar e normalizar a planta e seu uso”.
O Twitter postou a atualização da política em sua seção Drogas e Acessórios para Drogas do site, que descreve o processo para anunciantes que promovem produtos de cannabis. Informando:
Permitimos que os anunciantes aprovados de cannabis (incluindo CBD – canabinoides) segmentem os Estados Unidos, sujeitos às seguintes restrições:
- Os anunciantes devem ser licenciados pelas autoridades competentes e pré-autorizados pelo Twitter.
- Os anunciantes podem segmentar apenas jurisdições nas quais estão licenciados para promover esses produtos ou serviços online.
- Os anunciantes não podem promover ou oferecer a venda de cannabis (incluindo CBD – canabinoides) Exceção: Anúncios de produtos tópicos de CBD derivados do cânhamo (não ingeríveis) que contenham um limite igual ou inferior a 0,3% de THC definido pelo governo.
- Os anunciantes são responsáveis por cumprir todas as leis, regras, regulamentos e diretrizes de publicidade aplicáveis.
- Os anunciantes não podem segmentar clientes com menos de 21 anos.
Referência de texto: High Times
por DaBoa Brasil | fev 19, 2023 | Política
Para muitos turistas, o Red Light District, ou, o distrito da luz vermelha, de Amsterdã há muito é um destino para escapar das leis e restrições de suas vidas normais, um lugar onde vale tudo. Mas as pessoas que moram lá, ao que parece, estão prontas para descansar.
O conselho da cidade de Amsterdã disse recentemente que proibirá o uso de maconha nas ruas do distrito da luz vermelha, citando a atmosfera “incômoda” e “sombria” que caracteriza a área à noite.
Os funcionários disseram que pretendem que a regra entre em vigor em meados de maio.
“Os moradores da cidade velha sofrem muito com o turismo massivo e o abuso de álcool e drogas nas ruas. Os turistas também atraem traficantes de rua que, por sua vez, causam criminalidade e insegurança. A atmosfera pode ficar sombria, especialmente à noite. As pessoas que estão sob a influência ficam por muito tempo. Os moradores não conseguem dormir bem e o bairro se torna inseguro e inabitável”, disse o conselho em um comunicado.
“A proibição de fumar na rua deve reduzir o incômodo. Também estamos analisando uma proibição de coleta em determinados horários para drogas leves. Se o incômodo não diminuir o suficiente, vamos investigar se podemos proibir o fumo nas esplanadas dos coffee shops”, acrescentou o conselho.
Como observou a Reuters, a mudança é “parte de uma campanha da primeira prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, para tornar o bairro mais habitável para os residentes”.
De acordo com a CNN, “houve várias iniciativas para reduzir o impacto do turismo massivo e visitantes incômodos e para renovar a imagem da área” nos últimos anos, incluindo uma regra que proibia visitas guiadas de passar pelas vitrines das profissionais do sexo.
Desde que se tornou prefeita da capital holandesa em 2018, Halsema fez da reforma do distrito da luz vermelha da cidade uma prioridade.
Em 2019, Halsema apresentou “quatro opções destinadas a proteger as profissionais do sexo de condições degradantes, combater o crime e reduzir o impacto do turismo no distrito de prostituição de De Wallen, em Amsterdã”, informou a CNN na época, que incluía “fechar as cortinas das janelas para que as trabalhadoras do sexo não possam ser vistas da rua, menos quartos “estilo vitrine”, mudando os bordéis para novos locais em Amsterdã e a possibilidade da criação de um ‘hotel’ para trabalhadoras do sexo”.
“Para muitos visitantes, as profissionais do sexo se tornaram apenas uma atração para se olhar. Em alguns casos, isso é acompanhado por um comportamento perturbador e uma atitude desrespeitosa com as profissionais do sexo nas janelas”, disse o gabinete do prefeito em um comunicado na época, citado pela CNN.
Além da proposta de proibição de fumar anunciada recentemente, o conselho da cidade de Amsterdã disse que uma “das medidas já decididas é fazer com que estabelecimentos de alimentação e estabelecimentos de sexo com licença de restauração fechem suas portas às 02:00 às sextas e sábados”, em oposição ao horário de fechamento atual de 3 ou 4 da manhã.
“As empresas de prostituição podem permanecer abertas até às 3h da manhã. Agora é até às 6h”, disse o conselho. “Para espalhar melhor as multidões, não são permitidos novos visitantes depois da 1h. Também queremos fechar as esplanadas à 01h nos meses de verão. Agora são às 02h da manhã”.
O conselho informou ainda que as vendas de álcool por lojas, bares e cafetarias vão continuar proibidas “de quinta a domingo a partir das 16h00”.
De acordo com a CNN, “estima-se que cerca de 10% a 15% da indústria turística de Amsterdã esteja baseada no distrito da luz vermelha”, que os holandeses costumam chamar de bairro De Wallen.
Referência de texto: High Times
por DaBoa Brasil | fev 13, 2023 | Política
O projeto é contra as leis da União Europeia que proíbem a produção comercial e a venda de maconha.
Os problemas que o governo alemão enfrenta para propor uma lei de maconha que se encaixe na legislação internacional e da União Europeia podem levar a uma desmontagem do projeto em duas partes. A principal dificuldade enfrentada pelo projeto é a regulamentação da produção comercial e venda de maconha para adultos, algo que pode colidir com leis supranacionais.
Por isso, já está sendo considerada a opção de adiar a regulamentação da produção e comercialização e começar por uma reforma mais modesta na forma de descriminalizar o uso adulto da planta. É o que explicou a deputada do Partido Social Democrata, especialista em questões jurídicas, Carmen Wegge, ao jornal alemão Augsburger Allgemeine.
A ideia é semelhante ao que Luxemburgo já está fazendo, um país que também prometeu a regulamentação total da cannabis, mas depois voltou atrás, dizendo que começaria com a descriminalização do uso, posse e cultivo para uso pessoal. A razão para atrasar o projeto de regulamentação do comércio é que a venda de drogas proibidas internacionalmente, como a maconha, é expressamente proibida pela legislação da União Europeia.
Segundo a deputada social-democrata, neste momento há oito ministérios a trabalhar na lei da maconha, que deverá ser apresentada no final de março. A ideia é submeter um projeto de lei à Comissão Europeia antes de continuar com o seu processamento, para garantir que o projeto tenha lugar na legislação da União Europeia. “Pode ser que apresentemos apenas parte da lei à UE”, explicou o deputado, referindo-se à possibilidade de dividir o projeto em dois.
Referência de texto: Cáñamo
por DaBoa Brasil | fev 12, 2023 | Política, Psicodélicos
O Senado mexicano organizou um fórum sobre medicina enteogênica, reunindo legisladores, líderes indígenas, psiquiatras, cientistas e especialistas em políticas de drogas.
Nos dias 24 e 25 de janeiro, o Senado mexicano sediou o primeiro Fórum Intercultural de Medicina Enteogênica, uma reunião na qual participaram legisladores, líderes indígenas, psiquiatras, cientistas e especialistas em políticas de medicamentos para abordar a necessidade de regulamentar medicamentos enteogênicos, como a psilocibina. A reunião, promovida pela senadora mexicana Alejandra Lagunes, do Partido Ecologista Verde, serviu de prelúdio para o projeto de regulamentação da psilocibina que ela e seu partido estão preparando.
Durante os dois dias, a Câmara Legislativa recebeu dezenas de palestrantes que apresentaram essas questões aos demais legisladores do Senado. O programa incluiu uma mesa dedicada ao uso ancestral de enteógenos naturais entre os povos indígenas, outra dedicada a evidências científicas, interculturais e de saúde no uso dessas substâncias e uma terceira sobre legalidade e possíveis marcos regulatórios para psilocibina e cogumelos.
O México é o país com maior diversidade de flora e fauna com propriedades psicoativas do mundo, mencionou a legisladora Alejandra Lagunes, e essas substâncias têm grande potencial para lidar com a crescente crise de saúde mental que o país e grande parte do mundo está sofrendo. Além disso, o fórum se concentrou em “abordar a riqueza que envolve o uso ancestral de plantas e cogumelos com propriedades psicoativas e que são fundamentais para as cosmovisões indígenas” do México e da região latino-americana. Todos enfocaram “do ponto de vista científico, antropológico, jurídico e indígena, a importância de dar vida a novos acordos para o respeito, a legalidade e a biopreservação do conhecimento ancestral que envolve os referidos enteógenos”, segundo o programa do fórum.
Os palestrantes variaram de legisladores americanos como Earl Blumer (um dos promotores da medida para legalizar cogumelos psicoativos no Oregon), a médicos mazatecas tradicionais, como Alejandrina Pedro Castañeda, e líderes tribais como Nike Koi, representado por Adriano Rosa da Silva, Chefe Itsomi Vari Isko, ou especialistas em leis e políticas de drogas como Natalia Rebollo e pesquisadores científicos como o doutor José Carlos Bouso.
Referência de texto: Cáñamo
por DaBoa Brasil | fev 9, 2023 | Política
As preocupações foram levantadas novamente depois que a Autoridade da Cannabis do país realizou uma conferência com líderes da indústria.
Malta tornou-se o primeiro país europeu a regulamentar o acesso ao uso adulto da cannabis no final de 2021. A lei estabeleceu duas formas de acesso, ambas não comerciais: autocultivo e clubes de cannabis. Desta forma, pretendeu-se fazer prevalecer as políticas destinadas a reduzir os malefícios do consumo, procurando impedir a entrada de interesses privados que façam do uso adulto da maconha uma atividade da qual se obtenham benefícios econômicos.
Mas desde que a primeira presidente da autoridade de Uso Responsável de Cannabis de Malta, Mariella Dimech, foi demitida em novembro passado, as dúvidas sobre o futuro da regulamentação não pararam de crescer. Após a demissão, Dimech declarou que durante o período em que trabalhou na instituição esteve “sem pessoal, sem orçamento”, e que teve de lidar “com uma estratégia política e uma estratégia de decisão com a qual não concordava”. A pessoa nomeada para substituir Dimech é o ex-diretor da Caritas Malta, Leonid McKay, e esta mudança já preocupou grupos ativistas, que apontaram que a ONG Caritas já se manifestou no passado contra a regulamentação da maconha.
As preocupações aumentaram novamente na sociedade civil maltesa esta semana depois que a Autoridade de Uso Responsável de Cannabis realizou uma conferência para delinear algumas regras para futuros clubes sociais. Num editorial do jornal Times of Malta, nota-se que os principais oradores da conferência foram “líderes da indústria” e especialistas em áreas como cultivo, distribuição, neurociência, negócios ou direito, não estando nenhum dos convidados diretamente relacionado com o aspecto comunitário do uso da maconha.
“O novo líder da ARUC, Leonid McKay, declarou sua oposição à comercialização, mas uma imagem diferente emerge da conferência. O controle sobre a cannabis parece estar escapando da comunidade para as mãos de interesses comerciais”, informou o jornal, observando que altas taxas foram propostas para a abertura de clubes canábicos, o que pode levar à discriminação por razões econômicas contra as pessoas que gostariam de estabelecer um negócio.
Referência de texto: Cáñamo / Times of Malta
por DaBoa Brasil | fev 8, 2023 | Política
Na última terça-feira (7), a Câmara de Sorocaba, município de SP, aprovou um projeto de lei que proíbe a realização da Marcha da Maconha e eventos semelhantes. O projeto do prefeito Rodrigo Manga, do partido Republicanos, tramitava desde novembro de 2022 e passou nas duas votações da sessão extraordinária.
O projeto estabelece a proibição de marchas, eventos, feiras, reuniões e práticas “que façam apologia à posse para consumo e uso pessoal de relativas a substâncias ilícitas ou ilegítimas psicotrópicas ou entorpecentes, que possam causar dependência de qualquer natureza”.
As vereadoras Iara Bernardi, do PT, e Fernanda Garcia, do PSOL, criticaram o projeto aprovado e afirmaram já haver jurisprudência do STF a favor de atos populares, como é o caso da Marcha da Maconha.
Ativistas que acompanharam a sessão criticaram a censura e cobraram explicações de Rodrigo Manga sobre as denúncias de superfaturamento de mais de R$ 10 milhões na negociação de um prédio comprado pela Prefeitura da cidade.
Conforme publicado pelo portal g1, o Executivo enviou um texto como justificativa onde afirma que “a realização de atos (como a Marcha da Maconha) e adoção de condutas ofensivas a todo um sistema pautado pela máxima tutela das crianças e adolescentes não depende apenas do Estado, mas também da família e da sociedade”.
Os vereadores aprovaram também um projeto que proíbe a comercialização de revistas, livros, ou artigos congêneres em bancas da cidade que “façam apologia à posse e uso pessoal de substâncias ilícitas entorpecentes ou psicotrópicas, que possam causar dependência”.
O texto aprovado traz censura ao trabalho da imprensa e também impede, por exemplo, a realização de audiência pública para tratar do tema. Em caso de descumprimento da lei poderá ser aplicada uma multa de até R$ 100 mil.
Sobre o projeto que proíbe atos como a Marcha da Maconha, a Comissão de Justiça da Casa deu parecer de constitucionalidade, mas ativistas afirmaram que entrarão com ação de recurso na Justiça.
Referência de texto: G1 Sorocaba / Jundiaí
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