A música tem uma força poderosa. Pode alterar nosso humor e fazer com que nossas emoções mudem. Também produz alguns efeitos profundos nas plantas, possivelmente impulsionando seu crescimento e produção.
A música tem um profundo efeito na mente humana. Certas músicas podem fazer seus olhos lacrimejarem, enquanto outras podem dar um impulso para que você possa bater um novo recorde pessoal na academia. Mas as ondas sonoras geradas pela música não afetam apenas os seres humanos.
A música e o som em geral parecem criar mudanças profundas em certas espécies de plantas, desde o aumento da produção até a melhora da imunidade. Isso significa que você deve começar a colocar Mozart em sua plantação de maconha? Ou talvez seu cultivo prefira os sons relaxantes do mestre Bob Marley?
Continue lendo para descobrir se a música pode aumentar a produtividade e a saúde de suas plantas de maconha e como isso acontece.
AS PLANTAS PODEM OUVIR?
Você provavelmente já reparou que suas plantas de cannabis não têm ouvidos. No entanto, essa fácil observação não descarta a possibilidade de que o som possa afetá-las biologicamente. Os seres humanos são capazes de detectar sons graças a células especializadas (mecanismos receptores) no ouvido.
Simplificando, o som é a vibração das moléculas através de um determinado meio, seja sólido, líquido ou gasoso. Essas vibrações viajam através de um meio que comprime as moléculas no ar. Quando essas ondas atingem o ouvido humano, os mecanorreceptores respondem à mudança de pressão e enviam sinais ao cérebro.
A maneira como as plantas “ouvem” música e som permanece desconhecida. No entanto, uma teoria provável sugere que os receptores mecânicos das plantas percebem a mudança de pressão quando as ondas sonoras colidem com elas e passam a toda velocidade.
POR QUE AS PLANTAS PRECISAM OUVIR?
Essa capacidade de detectar sons permite que as plantas experimentem o mundo exterior e ajam de acordo quando surgem problemas. Longe de serem massas verdes inertes balançando ao vento, as plantas estão incrivelmente conscientes de seus arredores.
O som de uma lagarta mastigando as folhas de uma planta fará com que outras aumentem a produção de produtos químicos defensivos projetados para impedir dos agressores. Além disso, as plantas podem diferenciar entre a energia acústica que representa uma ameaça e os sons de fontes não ameaçadoras.
Uma pesquisa publicada na revista Planta-microbe-animal Interactions demonstra como as plantas aumentam a produção de glucosinolato e antocianina após serem expostas à vibração de uma mastigação de lagarta.
As ondas sonoras não apenas influenciam as plantas para reforçar suas defesas, mas a energia acústica também afeta o crescimento e a germinação das plantas. As experiências mostraram uma grande diferença nos tomates sujeitos a melodias específicas: os expostos cresceram até dobrar de tamanho em relação aos do grupo controle. Os pesquisadores chegaram a encontrar certas músicas para inibir os vírus em plantas de tomate.
BARULHO VS. MÚSICA
O ruído e a música são fenômenos completamente diferentes. Ambas são formas de som, mas possuem estruturas diferentes. O ruído não possui ritmo ou estrutura, como ruídos do tráfego, ventos fortes ou passos de uma multidão.
Em vez disso, a música é caracterizada por harmonizar tons, ritmos e melodias. As notas musicais têm sua própria frequência e pertencem a uma determinada escala. Cada escala possui notas simples que soam bem quando tocadas juntas. Quando tocadas em uma sequência específica, notas únicas na mesma escala formam uma melodia.
As músicas também apresentam ritmos, tons e instrumentos únicos. Quando dois instrumentos tocam a mesma frequência, eles criam uma onda sonora reforçada, conhecida como onda estacionária.
Pesquisas mostram que tanto o ruído quanto a música podem alterar a maneira como as plantas crescem. Um estudo publicado no Journal of Integrative Agriculture documenta que as ondas sonoras entre 0,1 e 1kHz aumentaram a produção de pimenta em 30%, a colheita de pepino em 37% e a colheita de tomate em 13%. O mesmo documento afirma que as ondas sonoras diminuíram os casos de ácaros, pulgões, mofo cinzento e outras pragas.
OS EFEITOS DA MÚSICA NAS PLANTAS
Outros cientistas exploraram os efeitos da música nas plantas, provando que a música impulsiona o crescimento e aumenta a presença de metabólitos como a clorofila e o amido. Depois de comparar a influência da música clássica da Índia e do rock nas rosas da China, os pesquisadores descobriram que o último impedia o crescimento. Pesquisas posteriores descobriram níveis mais altos de ácido indolacético (um hormônio chave do crescimento) em seis variedades vegetais, depois de expô-las a frequências acústicas musicais.
Outros estudos descobriram que o rock e a música clássica exercem um efeito positivo na germinação das sementes, altura das plantas e número de folhas. Em vez disso, ruídos de tráfego não rítmicos causaram um efeito negativo. Diferentemente dessa descoberta, outro experimento descobriu que qualquer ruído, comparado ao silêncio, promoveu o crescimento do feijão.
A MÚSICA AJUDARÁ A SUA PLANTA DE MACONHA A CRESCER MELHOR?
Os cultivadores fazem de tudo para aumentar a produção de suas plantas, desde doses comprovadas de fertilizantes até luzes extremamente poderosas e monitoramento ambiental automatizado. Mas você deve montar uma mesa de DJ e um alto-falante em seu espaço de cultivo?
Embora alguns estudos tenham observado os efeitos positivos da música nas plantas, a cannabis ainda não foi realmente testada. No entanto, a maconha compartilha os mesmos mecanismos de crescimento biológico que muitas outras plantas.
Faz sentido que a música possa dar um pequeno impulso à sua produtividade. Mas nós simplesmente não sabemos o melhor estilo musical, até onde colocar os alto-falantes e em que volume colocar as músicas selecionadas.
Se você quiser experimentar, prepare-se para tentativas e erros. Experimente diferentes gêneros, volumes, duração e andamento. Fazer isso adicionará outro toque científico à sua próxima safra e, no mínimo, você estará regando e podando suas plantas enquanto balança a cabeça.
A maconha afeta cada um de maneira diferente, mas muitas pessoas criativas têm algo em comum. Enquanto apreciam o THC, tendem a ter pensamentos divergentes; em outras palavras, suas inibições desaparecem e podem se concentrar em seus projetos com uma nova perspectiva. Mas moderação é fundamental, e nada é garantido.
A criatividade, como a conhecemos, é uma característica amplamente única do ser humano. A capacidade do nosso cérebro nos permite converter pensamentos e ideias em realidade física. De acordo com a famosa hierarquia de necessidades de Maslow, essa capacidade de criação está no topo da “pirâmide de valores” e dá sentido às nossas vidas.
Muitos artistas, pintores e poetas nascem com uma grande imaginação e uma enorme capacidade criativa que colocam em prática ao longo de suas vidas. Outros encontram sua criatividade através de experiências pessoais e ferramentas que produzem uma mudança em sua maneira de pensar.
MACONHA E CRIATIVIDADE: UMA RELAÇÃO DURADOURA
Para ajudar esse processo, a natureza fornece catalisadores de criatividade na forma de fungos e plantas. Uma dessas plantas, a maconha, é uma fonte de criatividade humana há milhares de anos. Já em 2.700 a.C., os médicos chineses a usavam para “curar” a distração. Hoje, muitos artistas visionários admitem consumi-lo por razões semelhantes.
PENSAMENTO DIVERGENTE VS CONVERGENTE
O pensamento é uma coisa estranha. Os ruídos, imagens e ideias que vêm e vão da nossa consciência são difíceis de definir. Sejam o resultado da ativação neuronal ou um produto da metafísica, são eles que nos tornam humanos.
Você pode nem sempre refletir sobre o pensamento, mas nem todos os pensamentos acontecem da mesma maneira. De fato, os cientistas identificaram dois padrões primários em nossas correntes de pensamento: convergentes e divergentes.
O pensamento convergente refere-se a um padrão de pensamento linear que é governado pela lógica. Esse tipo de pensamento é usado para lidar com dados, números e informações claras. Contamos com esse tipo de pensamento para resolver problemas lógicos, fazer cálculos e participar de outras atividades que exigem uma única resposta ou resultado.
Em contraste, o pensamento divergente gira em torno da imaginação. Criatividade, inspiração, novas ideias e tempestades de ideias (brainstorming) ocorrem neste domínio. O pensamento convergente consiste em pensar criticamente e no que é conhecido como pensamento “vertical”, enquanto o pensamento divergente é baseado no pensamento “horizontal”.
A maconha nos ajuda a mudar as mudanças dessa mentalidade lógica e vertical para uma mais aberta, horizontal e abstrata. Essa mudança é muito útil para se expressar e criar novas ideias, além de apoiar os avanços artísticos.
APOIADO PELA CIÊNCIA
Mas isso não é anedótico, pois existem pesquisas que apoiam.
Um estudo publicado em 2011 na Consciousness and Cognition examina os efeitos da maconha na criatividade. A equipe de pesquisa foi inspirada no fato de que a maconha parece produzir sintomas psicomiméticos. Esses sintomas, segundo eles, levam a uma maior capacidade de conectar conceitos não relacionados, o que é uma característica do pensamento divergente.
Os participantes deste estudo foram separados em dois grupos: alta criatividade e baixa criatividade. Ambos os grupos foram submetidos a testes de criatividade enquanto sóbrios e depois sob a influência da cannabis. Os pesquisadores mediram a criatividade usando testes de eloquência verbal, fluência de categoria e associação de palavras.
Verificou-se que participantes com baixa criatividade alcançam o mesmo nível de eloquência verbal sob a influência da maconha que participantes com alta criatividade sóbria. Após analisar os resultados, concluiu-se que o uso habitual de cannabis poderia melhorar o pensamento divergente.
O VÍNCULO DA DOPAMINA
A maconha parece estimular a criatividade, literalmente, mudando a maneira como pensamos. Especificamente, o THC altera quimicamente nossos processos de pensamento, modificando o nível de dopamina.
Todos nós já ouvimos falar em dopamina. Conhecida como o “hormônio da felicidade”, esse neurotransmissor ajuda a controlar as respostas mentais e emocionais, bem como as reações motoras. Quando o nível de dopamina diminui, nosso humor e criatividade são afetados.
Você não ficará surpreso ao saber que o sistema dopaminérgico desempenha um papel importante na criatividade. Como muitos já sabem, a ingestão de THC causa um aumento de dopamina no cérebro. Essa mudança neuroquímica melhora o humor, o que explica por que amamos tanto a alta da erva.
Depois de atingir a corrente sanguínea através dos pulmões ou do trato digestivo, o THC atravessa a barreira hematoencefálica. Uma vez permitido, ele se liga aos inúmeros receptores CB1 no cérebro. Isso leva a um aumento da dopamina, bem como um aumento da atividade neuronal e à sensação de euforia.
MUITA QUANTIDADE É ALGO BOM?
O uso regular de maconha envia uma onda de dopamina ao cérebro. Algumas pessoas se preparam para realizar uma tarefa inovadora e de qualidade fumando um baseado antes de iniciar o projeto.
Mas o uso frequente de maconha por um longo período de tempo pode afetar negativamente o sistema dopaminérgico. Um nível excessivo e prolongado de THC no cérebro fará com que os neurônios dopaminérgicos trabalhem mais, causando um bloqueio no sistema.
Cannabis e criatividade andam de mãos dadas quando músicos, artistas e escritores consomem maconha com moderação. Um equilíbrio igual entre elevações inspiradoras e períodos de sobriedade lúcida produz os melhores resultados.
QUANDO USAR MACONHA PARA SER MAIS CRIATIVO?
Pode ser mais eficaz guardar sua variedade favorita para quando você faz algum trabalho criativo. Timothy Leary, um famoso psicólogo e defensor dos psicodélicos, recomenda ter um ambiente e uma situação favoráveis antes de consumir drogas. Embora a erva não seja alucinógena, um ambiente adequado pode ajudar você a se concentrar e aproveitar ao máximo a alta e a sessão criativa.
No entanto, em outras pessoas criativas, não ajuda estarem chapadas enquanto escrevem ou compõem música. Para esses indivíduos, é mais benéfico separar as duas experiências. Estar “chapado” serve para criar novas ideias e encontrar inspiração; a expressão dessa criatividade virá depois, com uma mente lúcida e sóbria.
Diferentes tipos de atividades criativas precisam de abordagens diferentes; portanto, você decide fumar antes ou durante o processo criativo. Conclusão? Faça o que for melhor para você baseado em suas experiências.
MACONHA PARA A CRIATIVIDADE: A INFLUÊNCIA DAS DOSES
Antes de fumar metade de suas reservas e começar a pintar, você pode moderar um pouco a dose. Mas não nos escute, mas sim a revista científica Psychopharmacology.
Depois de fornecer doses baixas (5,5 mg) e altas (22 mg) de THC a um grupo de indivíduos, observou-se que, em geral, os testes de pensamento divergente em altas doses tiveram um desempenho muito pior. Os pesquisadores também mencionam que a maconha de baixa potência não produz mudanças no pensamento divergente observado. Parece que o que funciona melhor são pequenas doses de erva de boa qualidade.
DIFERENÇAS ENTRE OS CONSUMIDORES
Sendo uma experiência altamente subjetiva, a maconha afeta as pessoas de maneiras muito diferentes. Consumidores experientes geralmente desenvolvem uma forte tolerância e são capazes de fumar bongs e baseados por horas. Os iniciantes, por outro lado, correm o risco de ficar sobrecarregados após uma única tragada. Mas, mesmo para experientes, altas doses podem ser prejudiciais à criatividade, especialmente em comparação com pequenas quantidades controladas.
Não há nada tão relaxante quanto ouvir boa música. Mas o que pode fazer para soar melhorar? Acompanhar com ganja, é claro! Quando você combina música e maconha, experimenta algo muito especial. Nunca mais ouvirá música da mesma maneira. Mas por que esse fenômeno ocorre? Continue lendo para descobrir.
Cena típica: você fuma um baseado de sua variedade favorita, coloca seu álbum favorito e depois relaxa enquanto desfruta de suas músicas favoritas e sua erva. Mas por que a música sempre parece melhor quando você está no efeito da erva? Neste artigo, abordamos alguns dos possíveis fatores contribuintes. Não se preocupe, não será um artigo puramente científico e chato, mas poderia explicar por que “sentimos” a música um pouco mais depois de fumar maconha.
MACONHA E VOCÊ
Para entender bem, temos que olhar para dentro, não em um nível filosófico, mas químico.
Primeiro, é sabido que a maconha afeta a região do cérebro que processa a estimulação auditiva. Houve muitos testes nos quais as pessoas notaram uma capacidade aumentada de lembrar as letras, entender as diferenças de som, ritmo e outras nuances que fazem as peças musicais soarem melhor. Alguns indivíduos também afirmam que a maconha obscurece a linha entre o sentido da audição e o da visão, produzindo um fenômeno conhecido como sinestesia.
A MACONHA E A MÚSICA: QUAL A CONEXÃO?
Existem muitas teorias sobre por que a maconha produz um efeito tão reativo, fazendo-nos apreciar mais a música. Essas teorias vão desde a nossa percepção do tempo até um efeito placebo passivo. Aqui estão algumas ideias sobre por que sentimos a música de maneira diferente quando estamos “chapados”.
PERCEPÇÃO DO TEMPO
A maconha tem um impacto na nossa percepção do tempo, bem como na velocidade do nosso relógio interno. Isso pode muito bem aumentar a audição do ouvinte ao ouvir música e permitir que sinta as músicas de uma maneira muito mais detalhada, pois eles têm “mais tempo” para analisar o que estão ouvindo.
O SISTEMA ENDOCANNABINOIDE PODE INTERVENIR NISSO?
Como já sabemos a maconha ativa o sistema endocanabinoide. Trata-se de um sistema biológico que controla funções cerebrais, como dor, memória e humor. Quando estimulamos esse sistema, é lógico que mudanças fisiológicas na função cognitiva podem levar as pessoas a experimentar um estado mental mais concentrado. Quando podemos prestar mais atenção, temos a possibilidade de ouvir partes da música que, de outra forma, não perceberíamos.
PLACEBO E RELAXAMENTO
Outra razão poderia ser simplesmente um efeito placebo. Talvez pensemos que a música soa muito melhor e que a letra tem um significado mais profundo, porque é assim que queremos acreditar, o que nos torna mais envolvidos e nos sentimos “mais presentes”. Também pode ser devido ao ritual de ouvir música e fumar maconha ao mesmo tempo. Para muitas pessoas, o momento de compartilhar um baseado ou bong com alguém começa com uma boa música. Enquanto a fumaça enche nossos pulmões, a música enche nossa alma.
A MACONHA E OS ARTISTAS
Entre muitos artistas, do presente e do passado, como os Beatles, Bob Dylan, Bob Marley, Willie Nelson, Snoop Dogg ou Louis Armstrong, o uso de substâncias é frequentemente sinônimo de processo criativo. Isso alude à noção de que, embora muitos artistas criem música sob a influência de certas substâncias, os ouvintes também podem ter uma conexão maior com a música devido ao seu próprio estado de alteração mental, distinguindo e apreciando nuances muito sutis que poderiam passar despercebidas para qualquer outro ouvinte.
O famoso e conhecido astrônomo Carl Sagan, e uma mente brilhante em todos os sentidos, falou muitas vezes durante sua vida a importância de combinar maconha e música. Ele explicou como a mudança de humor lhe permitiu ouvir música de maneira diferente e entender partes da teoria musical que ele não conseguia entender antes, como contraponto e harmonia. Em nossa humilde opinião, se foi bom o suficiente para Carl Sagan, é bom o suficiente para nós também.
QUALQUER QUE SEJA O MOTIVO, A MACONHA E A MÚSICA FORMAM UM GRANDE DUO
Em conclusão, existem muitos fatores que contribuem para você apreciar a música. Afinal, não importa realmente por que a maconha torna a música mais bonita. Mas existe um consenso bastante unânime entre os usuários que acreditam que isso contribui com algo para a satisfação geral. Então coloque algumas boas músicas, fume um baseado, feche os olhos e aproveite.
A história da música está cheia de anedotas, algumas das quais sem dúvida mudaram o rumo de tudo. Uma delas é o dia em que Bob Dylan e The Beatles se conheceram. E também foi o mesmo dia em que os Beatles conheceram a maconha. Foi em 28 de agosto de 1964, depois de terminar o primeiro dos dois shows que os garotos do Liverpool haviam agendado no Forest Hills Stadium, em Queens. Cansados, decidiram voltar ao hotel Delmonico, na Park Avenue.
O Delmonico era um antigo hotel em um arranha-céu de luxo no meio de Manhattan, agora convertido por Donald Trump em um condomínio residencial. Foi visitado por muitas pessoas famosas, mas nunca como os dias em que ficaram ali os ídolos dos adolescentes Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr.
Os Beatles estavam em um quarto do sexto andar, onde passavam os dias trancados, rindo e bebendo. Enquanto isso, nos corredores do hotel, dezenas de seguranças particulares e a polícia controlavam o acesso, impedindo os milhares de jovens que estavam esperando do lado de fora por vários dias para vê-los. Apenas alguns puderam entrar no quarto, entre os quais o empresário Brian Epstein.
Foi o jornalista Al Aronowicz que possibilitou a Bob Dylan conhecer os Beatles naquele dia. Ele foi procurar Dylan em Woodstock, onde morava na época, pois conhecia a admiração pública entre ambos. Paul reconheceu em uma ocasião que “ele é nosso ídolo, nós o admiramos”, enquanto John disse que “um DJ francês entregou o segundo disco de Dylan a Paul. Não paramos de colocar, acho que gastamos”.
Dylan, por outro lado, foi atraído pelos Beatles. O novo ídolo da música de protesto ficou intrigado com uma enorme irrupção musical e reconheceu neles algo que os outros não tinham. De certa forma, queria estudar um fenômeno como o deles, acostumado ao fato de que em seus shows os participantes estavam todos quietos e silenciosos, enquanto nos shows dos garotos de Liverpool havia desmaios, frenesi e gritos.
Após as apresentações e as primeiras impressões no quarto do hotel, as conversas fluíram entre eles enquanto bebiam vinho, champanhe e uísque. A certa altura, Dylan pegou uma bolsa com cannabis pronta para enrolar um baseado. Os Beatles se entreolharam, confessando que nunca haviam provado a erva.
De certa forma, isso surpreendeu Dylan, convencido de que na música “I want to hold your hand” em um ponto que eles cantaram “I get high, I get high”, uma expressão que pode ser traduzida como “estou chapado”. Entre grandes risadas, eles esclareceram que a letra dizia: “I can’t hide, I can’t hide”. Traduzindo: “Não posso esconder, não posso esconder”.
Dylan começou a enrolar um baseado e o ofereceu primeiro a John, que por sua vez o entregou a Ringo dizendo “ele é nosso provador oficial, nosso porquinho-da-índia”. Ringo, sem saber muito bem o que fazer, fumou tudo como se fosse um cigarro, diante do olhar curioso de seus colegas de grupo e do estupor de Dylan. Não demorou muitos minutos para começar a rir alto. Então, finalmente, todo mundo acabou fumando os baseados que Dylan lhes dava, rindo e se dividindo a noite toda.
Ao longo dos anos, cada um dos cinco protagonistas contou suas próprias versões do encontro. Ringo Star disse que “foi a primeira vez que fumamos maconha. Foi fabuloso. Eu ri e ri sem parar”. John Lennon disse: “fumamos e rimos a noite toda. Bob passou respondendo o telefone. Foi ridículo. Não me lembro muito bem do que falamos, estávamos ali sendo roqueiros, fumando maconha, bebendo vinho e nos divertindo”.
Paul McCartney, por sua vez, disse que “foi Bob quem iniciou os Beatles na maconha. E foi muito divertido. Achei que finalmente havia encontrado o sentido da vida. Eu queria contar às pessoas do que se tratava. Fui o maior descobridor, naquele mar de maconha em Nova York. Pedi que me pegassem papel e lápis; escrevi algo no papel. Quando despertamos, vi que havia escrito apenas: “Existem sete níveis”. Não resumi exatamente tudo o que pensei, mas pelo menos nos divertimos muito”.
Um ano e meio depois, na música “And your bird can sing”, composta por Lennon, havia referência a essa situação quando diz que canta “You say you’ve seen seven wonders, and your bird is green. But you can’t see me, you can’t see me”, (traduzido: “você diz que viu sete maravilhas e seu pássaro é verde. Mas você não pode me ver, você não pode me ver “).
George Harrison foi o único que subestimou aquela noite, dizendo que já havia experimentado maconha há muito tempo em Liverpool, convidado por um baterista amigo deles. A versão de Bob Dylan, quando lhe perguntaram anos depois por aquela noite no hotel Delmonico, simplesmente disse: “é verdade que nos conhecemos uma noite. E nos divertimos. Não posso contar mais nada, porque não me lembro de mais nada”.
A verdade é que naquela noite muitas coisas mudaram. Os Beatles criaram uma grande amizade com Dylan. Mesmo na capa do álbum Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band pode ver a foto de Bob. Por muitos, é considerado o melhor disco de rock da história, com 32 milhões de cópias vendidas, 17 discos de platina e o primeiro trabalho pop que ganhou um Grammy como Álbum do Ano, além de tornar Paul McCartney e o produtor George Martin Senhores Cavaleiros do Império Britânico. Também foi um claro aceno ao movimento psicodélico e à cannabis.
Lennon reconheceu que o álbum Rubber Soul, o sexto trabalho dos Beatles e gravado em apenas quatro semanas para aproveitar o mercado de Natal, havia sido o álbum do baseado. Foi quase inteiramente composto e gravado sob a influência da cannabis. Embora a homenagem mais explícita tenha sido a música “Got to get you in my life”, lançada em 1976, seis anos depois que os Beatles se separaram. Sob o que parece uma canção de amor, “uma ode ao baseado” se esconde, como Paul, seu compositor diria mais tarde.
O interesse dos Beatles pela maconha era tal que, mesmo em 1967, chegaram a pagar um anúncio de página inteira no jornal The Times, pedindo a legalização da maconha, assinando com 64 outros membros importantes da sociedade britânica.
O músico Carlos Santana entrou no negócio da maconha e lançará sua própria variedade.
Ainda em 2020 será lançada a variedade que Santana apadrinhou e fará parte de outros produtos que levarão seu nome. É a Left Coast Ventures que está por trás dos produtos de Santana. Os mesmos que desenvolveram as variedades com o nome de Grateful Dead e de alguns dos descendentes de Bob Marley.
“A maconha é uma porta ou janela para um estado de consciência diferente”, diz Santana em uma declaração que parece duvidar de qual é a metáfora apropriada para descrever os efeitos iluminadores da maconha. “Ela te dá a oportunidade de perceber um filtro diferente de consciência, a percepção errônea de que distância é uma ilusão, o que impede que se concentre em sua essência principal. Ajuda a chegar à conclusão, aceitação e internalização de que viver com alegria é o caminho para obter qualidade de vida”.
Santana é a favor da legalização da maconha há muitos anos. Em 2009, ele disse que Barack Obama, presidente dos Estados Unidos na época, deveria legalizar a maconha para financiar o sistema educacional do país.
Não é uma reivindicação exclusiva da cannabis, mas todas as plantas gostam de música. E é que, além de ter sua própria forma de comunicação, uma linguagem sofisticada baseada em códigos químicos, ficou provado que elas possuem uma alta sensibilidade para perceber as ondas sonoras. E em muitos casos, reagem de certas maneiras.
Por exemplo, as vibrações produzidas por alguns insetos ao morder suas folhas fazem com que certas espécies ativem seus produtos químicos de defesa para se protegerem de ataques. Nesse caso, as ondas sonoras produzidas pelas picadas alertam para um perigo. Além disso, as plantas reagem da mesma maneira a formas de som mais complexas e expressivas, como a música.
Uma planta sabe decifrar as frequências de uma melodia e é sensível ao que elas expressam, como foi comprovado em vários estudos. E chega a promover um desenvolvimento mais saudável e rápido. Os primeiros estudos sobre esse assunto foram feitos pelo botânico indiano Jagadish Chandra Bose. Ele descobriu que as plantas têm uma sensibilidade tão ampla quanto a nossa.
Também Dorothy Retallack, organista, mezzo-soprano e autora, entre outras obras, de The sound of music and plants, também se interessou por esse assunto. Lendo um artigo sobre um fazendeiro chamado George Smith, que alegava que a música era tocada continuamente em seus campos de milho. Dessa forma, não apenas conseguiu cultivos mais folhosos, como também aumentou a quantidade de cultivos gerados.
Em 1973, Retallack decidiu testar o efeito produzido por diferentes notas musicais nas plantas. Para isso, expôs vários exemplares por 8 horas a diferentes gêneros musicais, de maneira a testar o efeito de diferentes notas musicais nas plantas, expondo-as por 8 horas de maneira total, intermitente e nula. Os resultados foram surpreendentes, pois as notas sem pausa deterioraram as plantas até a morte. Mas, em vez disso, as notas intermitentes as mantinham saudáveis.
Retallack também conduziu outros experimentos usando gêneros com percussão abundante, como o rock. Com isso pode comprovar como as plantas estavam tristes, curvadas, sem brilho e acabavam morrendo. Por outro lado, músicas clássicas como as de Bach ou tocadas com cítara, um instrumento musical típico da Índia e do Paquistão, causaram um efeito estimulante nas plantas, melhorando seu crescimento e aparência geral.
Gostos musicais
Algo realmente curioso é que são as próprias plantas que expressam seus gostos musicais. Com uma obra que elas gostam, tendem a se inclinar para a fonte de som. Mas, em vez disso, com a música de que não gostam, se inclinaram para o lado oposto, como se tentassem escapar ou se proteger de vibrações ou frequências sonoras. Isso implicaria sua sensibilidade, até certo ponto, em diferenciar a música que gostam e que não gostam.
Mais recentes são as descobertas de vários cientistas da Universidade da Califórnia, em San Diego. E eles conheceram o mecanismo de sinal que controla os “estômatos” de uma planta. As duas células que compõem os estômatos chamados “células de guarda” são responsáveis por regular o tamanho de sua abertura. Os poros estomáticos são maiores quando a água está disponível e se fecham quando a disponibilidade de água é extremamente baixa e as células de guarda ficam flácidas.
Além disso, as células de guarda estão sintonizadas com a frequência ressonante do cálcio. Quando expostos a essa frequência, fecham e abrem após algum tempo se a frequência não estiver exatamente correta. Isso acontece mesmo que a concentração de cálcio seja alta o suficiente para o estômato fechar em condições normais. Portanto, a exposição a altas frequências interfere no aumento das trocas de gases.
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