Seja marginal, seja herói, seja maconheiro

Seja marginal, seja herói, seja maconheiro

Quem escreve este texto é um dos muitos transgressores da lei. Um criminoso pacifista, que tem como máscara os olhos vermelhos e os lábios secos. Digo criminoso porque detenho a arma que mais incomoda governantes e policiais: o conhecimento ilegal.

Diante de um estado repressor, a detenção de um usuário de maconha se mostra benéfica quando colocada nas estatísticas. Quanto mais usuários forem detidos, maior será a popularidade política entre seus apoiadores. Na mídia, matérias sobre apreensão de drogas e prisão de traficantes, além de reforçar o sistema repressor em vigor em nosso país, causam o mesmo efeito orgástico de vídeos pornográficos nos grupos reacionários da classe média brasileira.

Aqueles que conhecem os efeitos da maconha sabem o quão inofensivo o mero usuário é. Porém, o que coloca a sociedade em verdadeiro perigo é o conhecimento de um maconheiro. Enquanto a população continua sedada e sendo alimentada com imagens de guerra, os maconheiros se entorpecem com a flor da planta canábis e abrem a cabeça para um novo modelo de sociedade.

Quem fuma maconha todos os dias sabe como a proibição de uma planta é ridícula, e tentar exterminar da face da terra algo que nasce naturalmente soa ainda mais patético. Se as sociedades consomem maconha, para vários fins, desde muito antes do nascimento de Cristo, o que leva as pessoas a acharem que um tratado feito entre países em 1961 vai de fato acabar com tal hábito? Se o mundo funcionasse pelas lógicas escritas do sistema imposto, viveríamos em um lugar muito mais pacífico, mas não é isso que vemos.

O homem sempre achou que poderia ter controle sobre todas as coisas ao redor, até sobre seus próprios comportamentos. Quando há em jogo interesses financeiros, tal controle fica ainda mais forte. Aliado ao domínio religioso e à falta de conhecimento da população, torna-se uma tarefa fácil manter o status quo por décadas.

Fumar maconha é muito mais do que simplesmente ficar chapado, é um ato de resistência.
Mesmo com tantas mortes, prisões e ameaças, ter convicção de que este sistema está falido e cada vez mais mortal é ser um mártir, e por isso se expressar, seja por música, literatura ou até mesmo plantando maconha, é uma forma de tentar mudar o mundo sem violência e fazendo uso apenas do conhecimento.

Como já disse o pensador Gabriel, “a paz é contra a lei e a lei é contra a paz”. No Brasil, as coisas só mudam por meio do radicalismo. É preciso milhares de mulheres serem mortas buscando aborto clandestino para então o Supremo Tribunal Federal- mesmo contra a vontade do Congresso- reconhecer que o aborto é um direito legítimo de toda pessoa do sexo feminino.

Mesmo com a Anvisa reconhecendo recentemente a maconha como planta medicinal, o caminho para o fim da guerra é longo, e muitas armas serão apontadas para aqueles que não querem mais se submeter às políticas governamentais. Até que a maconha seja totalmente legalizada, é preciso que todos os usuários continuem na militância e buscando conhecimento. Seja marginal, seja herói, seja maconheiro.

Por Francisco Mateus

Igreja Internacional da Cannabis celebrará “casamentos canábicos”

Igreja Internacional da Cannabis celebrará “casamentos canábicos”

Os casamentos são alegres festas onde a maioria das pessoas sonha passar um dia. A Igreja Internacional da Cannabis é uma igreja muito especial e faz com que a maconha seja parte importante do grande dia de celebração que é a união matrimonial.

Graças e devido à recente abertura da Igreja Internacional da Cannabis no Colorado, a congregação já está organizando a realização de casamentos canábicos entre os seus paroquianos ou entre casais que decidem que em um dos dias mais importantes de suas vidas, não pode faltar a erva em forma de “sacramento”.

A igreja “elevacionista” com sede em Denver inaugurou em 4/20 e acaba de anunciar que pela primeira vez oferecerá serviços de casamento em um ambiente “amigável da cannabis”.

A oferta é resultado de haver recebido uma enorme demanda do público para celebrar os casamentos canábicos.

“Pensámos que haveria o interesse de pessoas que queriam se casar na igreja Internacional da Cannabis, mas nós não esperávamos tal resposta”, disse Lee Molloy, um porta-voz da igreja.

“O pedido e a demanda de casais interessados ​​em realizar o seu casamento com a gente tem sido muito maior do que esperávamos.”

“Estamos muito animados para começar a transformar esses sonhos em realidade.”

Então, como é que funciona? Por cerca de US $ 4.200 você pode obter um pacote de casamento. Que inclui uma cerimônia em “um espaço mágico” com capacidade de até 200 convidados e os noivos se quiserem podem fornecer seu próprio juiz do casamento, embora a igreja também possa fornecer um conforme o gosto do casal.

Outra opção, se o casal não puder arcar com o custo da celebração e os padrinhos não puderem doar, dá para tentar a sorte na “zona presente de casamento” no site da Igreja, onde um casal de sorte pode ter uma cerimônia totalmente de graça. Tudo que você tem a fazer é explicar por que você deve ter o primeiro registro no livro de casamento da Igreja Internacional da Cannabis.

Nestes casamentos tão especiais, nós imaginamos que não haverá muito estresse e muita angústia, haverá pouco de tédio e muitas boas risadas que certamente será o principal fator da festa.

Com as novas possibilidades que chegam com a legalização da maconha recreativa, o casal feliz, se lhe for conveniente, pode também contratar uma viagem de lua de mel sobre o mesmo tema, que inclui viajar por estados e estabelecimentos que são amigáveis com a planta.

Também para as preparações e outras coisas que fazem um casamento especial, eles criaram exposições e eventos como a Cannabis Wedding Expo onde você pode encontrar tudo que precisa para o dia tão especial ser perfeito.

“Viva os noivos e que passem o baseado.”

Fonte: Metro UK

Como a maconha, a arte precisa ser passada

Como a maconha, a arte precisa ser passada

O que seria da cultura pop se Bob Dylan não tivesse passado um baseado aos Beatles durante a passagem da banda por Nova York em 1964? Provavelmente seria menos colorida, e muito menos revolucionária. Foi por causa da maconha que a carreira dos Beatles tomou outro rumo, com mais experimentações sonoras e reflexões filosóficas, evidentes nos discos Rubber Soul, Revolver e Sgt. Peppers Lonely Heart Club Band.

Ninguém se torna gênio após fumar um baseado, mas o que a maconha faz, naqueles que já tem predisposição à criatividade, é tornar as ideias muito mais fáceis de serem executadas e aprimoradas. Não é exagero quando falam que com a maconha a inspiração vem como um “presente divino”, pois de fato a erva de Jah eleva a consciência humana a outro patamar.

O desenvolvimento tecnológico teve também influência da maconha e outras drogas. Steve Jobs, por exemplo, fumava maconha e tomava LSD diariamente durante sua vida de universitário, o que acabou sendo impactante na criação do computador moderno como conhecemos, com uma interface colorida e interativa, como uma trip psicodélica.

É uma imensa hipocrisia em uma mão criminalizar a erva e seus usuários, e na outra venerar pessoas que de algum jeito revolucionaram o mundo por fumarem maconha. O pior é propagar, principalmente por meio de programas educativos, que o uso da erva torna te torna um “sequelado sem futuro e com baixa quantidade de esperma no saco”, se esquecendo que nosso antigo Ministro da Cultura, Gilberto Gil, e a fábrica ambulante de fazer filhos, Mick Jagger, são usuários de maconha.

Criminalizar a maconha, é criminalizar a liberdade de pensamento e criação, e um mundo melhor só poderá ser feito quando não houver barreiras no ato de se fazer arte. Maconha não é a porta de entrada para outras drogas, mas sim, a chave para abrir as portas da percepção. Mas diante da crítica situação da arte e da regulamentação da maconha no Brasil, pelo visto muita gente em Brasília prefere cobrir os olhos com suas orelhas de burro.

Por Francisco Mateus

Curitiba tem trânsito adaptado para usuários de maconha

Curitiba tem trânsito adaptado para usuários de maconha

A Área Calma de Curitiba, implantada durante a gestão do prefeito Gustavo Fruet em 2015, foi uma medida cujo os efeitos se mostraram evidentes em menos de um ano. Não muito bem recebida por motoristas, mas vista com bons olhos por ciclistas e pedestres, estima-se que com a área que limita a velocidade dos carros em 40km/h, o número de acidentes tenha tido uma redução de 33% nos primeiros 11 meses, de acordo com dados do BPTran.

Os benefícios da redução de velocidade nas áreas centrais da cidade não atingem apenas aqueles que não andam de carro, mas também, os maconheiros curitibanos. Apesar de ser crime dirigir sob o efeito de qualquer tipo de substância (seja álcool ou maconha), não há como negar que a redução na velocidade dos carros gera maior segurança para o motorista que conduz o veículo chapado e às pessoas ao redor.

Ao contrário do álcool, a maconha é uma droga relaxante. A mente viaja em um turbilhão de pensamentos e ideias, enquanto o corpo reage a estímulos com muita calma, e também lerdeza. Portanto, o indivíduo que dirige chapado, quase sempre vai preferir trafegar em uma velocidade mais baixa do que o normal, devido às limitações motoras e psíquicas induzidas pela erva.

A velocidade limite de 40km/h faz com que o maconheiro aproveite “a pira” de dirigir chapado enquanto ouve Pink Floyd. Paranoia é algo ruim em qualquer lugar, ainda mais em uma via de 60km/h onde os carros trafegam loucamente sem dar sinalização alguma. Ter a Área Calma é, indiretamente, benéfico ao maconheiro, que vai dirigir mais relaxado e com mais segurança.

Por Francisco Mateus

 

Maconha e música: Brasil é o País dos Baurets

Maconha e música: Brasil é o País dos Baurets

A maconha está intrinsecamente ligada à música. Na Música Popular Brasileira, que tem na formação de sua identidade a influência de vários estilos musicais, a combinação da erva com o violão é evidente. Em entrevista, Gilberto Gil já chegou a afirmar que a maconha é capaz de desencadear uma maior liberdade auditiva, e que tanto a Bossa Nova quanto o Reggae, pela suavidade, são gêneros que foram beneficiados pela droga.

Prova disso está no fato de o pai da Bossa Nova, João Gilberto, ter usado maconha durante os anos 50, tendo sido até apelidado de “Zé Maconha”. Para o músico, a maconha lhe despertava uma sensação mística inexplicável, capaz de aguçar sua sensibilidade para a percepção de sons e cores. Não é à toa que o disco “Chega de Saudade” é considerado um divisor de águas na MPB.

Pode ser que o “País dos Baurets” a qual os Mutantes fazem referência no disco “Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets”, seja o próprio Brasil. Provavelmente depois de Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias terem queimado um ‘bauret’ com Tim Maia, é que eles perceberam que há uma forte ligação entre a planta e a música que nasce no país. O ambiente influencia a pira criativa de quem fuma, seja no Leme ou no Pontal,

Na introdução da música “Tropicália”, de Caetano Veloso, fala-se: “Quando Pero Vaz Caminha/ Descobriu que as terras brasileiras/ Eram férteis e verdejantes /Escreveu uma carta ao rei:/ Tudo que nela se planta,/ Tudo cresce e floresce”. Só o que Pero Vaz Caminha não sabia ao chegar no Brasil em uma caravela com velas de cânhamo, é que a planta seria no século XX fortemente repreendida.

Mas até em meio à repressão, a maconha não deixou de ser fonte de inspiração para ritmos e letras de música. Na verdade, foi em meio à perseguição da polícia com os maconheiros, principalmente dos morros, que Bezerra da Silva propagou um dos maiores ensinamentos aos usuários de maconha na música “Malandragem Dá Um Tempo”, com os versos  “Vou apertar, mas não vou acender agora/ Se segura malandro, pra fazer a cabeça tem hora”.

Em mais de 50 anos, as “letras cannábicas” da MPB continuam atuais. Após abandonar o rock da  Jovem Guarda, Erasmo Carlos cantou, sob influência da música latina, o que todo maconheiro sente em relação à erva: “Eu quero Maria Joana” pois “só ela me traz beleza nesse mundo de incerteza”. A maconha vai ser sempre fonte de inspiração para muitos músicos, independente de sua criminalização. Enquanto houver sol, praia, violão e maconha, o Brasil vai continuar sendo o “País dos Baurets”.

Por Francisco Mateus

“Esferas do Dragão” de três quilos de puro THC

“Esferas do Dragão” de três quilos de puro THC

Em Seattle existem verdadeiros artistas da maconha que produziram as chamadas “esferas do Dragão” ou “Dragon Ball”. Cada uma contém cerca de 3.000 gramas e com 99% de THC.

Algumas caldeiras, espirais e aparelhos foram necessários, além de uma classe de química e magia para transformar a maconha nessas bolas surpreendentes.

O teor de THC e o poder de energia são, provavelmente, uma razão suficiente para inspirar e fabricar esse tipo de concentrados.

Estas bolas foram feitas nos laboratórios X-tracted de Seattle, começaram como um hidrocarboneto e concentrado conhecido como “The Clear” que é feito por um processo de extração dos canabinóides e que durante o processo de fabricação passa por câmaras, bobinas, vasos de cristal até reunir-se todo em uma bola de vidro como uma poção grossa com cor de ouro. Como na maior parte destes processos para a preparação ou a extração, podem desaparecer os terpenos que são os que proporcionam os aromas, sabores e também modificar os efeitos de THC e outros canabinóides, o laboratório X-tracted adicionou posteriormente estas substâncias para que não falte esse golpe da qualidade sensorial.

A fórmula original da X-tracted era fabricar um extrato de maconha com terpenos melhorados com sabores como creme de banana, pêra, uva, e mais. No final, e certamente após a emoção do arquiteto, a criação não poderia ser mais espetacular visualmente falando, enormes esferas do dragão de três quilos cada uma e que certamente, deixariam fora de combate o guerreiro galáctico mais lendário.

Fonte: Leafly

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