por DaBoa Brasil | out 1, 2017 | Economia, Entretenimento, Política
Um estudo publicado na semana passada no Child Development mostra que os hábitos estão mudando entre os adolescentes nos Estados Unidos, como o aumento da idade média em que começam a beber, assim como a queda de 93% para 67% entre os jovens norte-americanos em uma idade precoce que provaram o álcool.
Estatísticas de várias jurisdições policiais mostram um declínio na atividade criminal adolescente envolvendo álcool. Por exemplo, o número de acidentes de carro, motos e outros veículos no estado de Maryland envolvendo motoristas com idade entre 16 a 20 anos que consumiram álcool ou drogas diminuíram na última década de 1.166 em 2002 para apenas 380 em 2014, de acordo com o Escritório de Segurança Rodoviária do estado.
Em Alexandria, Virgínia, o número de encargos relacionados ao álcool contra adolescentes no ano passado foi inferior à metade de 2000, de acordo com o departamento de polícia. As estatísticas fornecidas pelo Condado de Arlington e o Distrito de Columbia não remontam os suficientes anos atrás como para mostrar uma linha de tendência praticamente igual, conforme capturado no estudo.
Alguns alunos da Woodrow Wilson High School no Distrito de Columbia são indiferentes quando perguntados sobre álcool. “Nunca me atraiu, eu prefiro manter meu juízo sobre mim”, diz um calouro de 14 anos. “Nunca precisei para me divertir”, diz outro jovem de 17 anos que joga no time de futebol da faculdade. “Se eu me concentrar no álcool, não vou me concentrar na minha carreira”, disse outro calouro. Seus amigos também afirmam que eles não bebem.
Algumas dessas mudanças podem estar relacionadas a uma consciência social mais profunda dos perigos do álcool em comparação com a última geração, afirma Colleen Sheehey-Church, presidente nacional da Mothers Against Drunk Driving. “Não acho que os pais há uma geração sabiam o suficiente. Eles não queriam que seus filhos bebessem, mas eles também não sabiam o suficiente sobre como iniciar essa conversa”.
O fato de que menos adolescentes são consumidores habituais de álcool não significa que eles evitem todas as substâncias que alteram a mente. Vários dos entrevistados disseram que o álcool foi suplantado como substância preferida pela maconha, que se tornou legal no Distrito da Columbia há quase três anos atrás. Em parte porque agora é muito mais acessível e que os adolescentes consideram calmante e menos propensos a colocá-los em posições comprometedoras do que o álcool. Como alguns reconhecem, depois de fumar maconha, “eu ainda mantenho minha moral”.
Jean Twenge, professor de psicologia da Universidade Estadual de São Diego, que liderou o estudo de desenvolvimento infantil e é autor da “iGen”, lança uma pergunta: “Por que as crianças de hoje crescem menos rebeldes, mais tolerantes, menos feliz e completamente despreparadas? Sem dúvida, é devido à maturidade, existe uma ligação entre álcool e agressão, algo que não acontece com a maconha”. “Passar para algo que os torna mais agressivos não é realmente o estilo da maioria dos jovens de hoje”.
Fonte: La Marihuana
por DaBoa Brasil | ago 31, 2017 | Entretenimento
Pode-se dizer que a banalização é apenas um dos vários efeitos da legalização de uma substância proibida. Mas no caso da maconha legalizada no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, a banalização foi apenas uma forma de a erva deixar para trás um rótulo marginal para ganhar um status “pop”.
E é exatamente essa ideia de “droga saudável e descolada” que a nova série do Netflix, ‘Disjointed’, apresenta a seus espectadores. A trama tem como foco a ativista Ruth Whitefeather Feldman (Katy Bathes), uma hippie “old school” que é dona de um dispensário de maconha medicinal na Califórnia, e que agora começa a sentir as mudanças e os efeitos da recém legalização da cannabis para uso recreativo no estado.
A série nada mais do que é uma clássica sitcom americana, tanto é, que a direção ficou sob o comando de Chuck Lorre, responsável pelas séries “Two And A Half Man” e “The Big Bang Theory”, em que toda a trama gira em torno dos funcionários e clientes do dispensário. A grande novidade está no humor da série, que não só faz piada com os estereótipos do clássico usuário de maconha, como também desconstrói os preconceitos em torno da erva.
O que para muitos é apologia, para meros espectadores a série pode ser vista como inovadora por apresentar o tema de forma mais aberta e do jeito que ele precisa ser retratado. Portanto, quem assistir a série vai se deparar com pessoas fumando maconha o tempo todo, mas vai se divertir com as paranoias e brisas dos personagens, principalmente com os delírios psicodélicos de Carter, o ex-veterano de guerra que trabalha como guarda no dispensário.
Já para quem é usuário assíduo da maconha, a série é tiro certeiro no que se trata de entretenimento para quando se está chapado. ‘Disjointed’ mostra os bastidores de um dispensário de maconha, desde o cultivo das plantas, até o momento de apresentar suas flores aos clientes.
E com tanta maconha boa, é impossível não sentir vontade de degustar as iguarias. Portanto, aproveitando a onda da série, a Netflix lançou suas próprias variedades de maconha, todas elas inspiradas no catálogo de suas séries e cultivadas especialmente para serem fumadas durante suas exibições. Foram mais de 10 variedades vendidas, mas que se esgotaram rapidamente.
Para assistir ao trailer oficial da série, clique aqui.
Por Francisco Mateus
por DaBoa Brasil | ago 16, 2017 | Entretenimento, Música
A maconha tem uma relação muito próxima com a música. Para compositores, a erva aumenta a criatividade durante o processo de criação. Para ouvintes, a experiência de se ouvir um disco se torna muito mais profunda quando feita sob o efeito da canábis. Pensando nisso, foi elaborada, especialmente para o DaBoa Brasil, uma lista com cinco discos para se ouvir chapado. Confira:
- Rolling Stones- Let it Bleed (1969): Definitivamente um dos melhores trabalhos dos Rolling Stones, sendo o último com o guitarrista Brian Jones, o álbum, carregado de violões e solos de guitarra, com forte influência do blues e do country, é perfeito para se ouvir fumando um baseado num domingo de sol. Destaque para as músicas “Gimme Shelter”, “Country Honk” e “You Can’t Always Get What You Want”.
- Caetano Veloso- Qualquer Coisa (1975): Já em uma fase mais distante do tropicalismo, o disco “Qualquer Coisa” é um trabalho mais intimista e acústico de Caetano Veloso, que com o seu violão, dá uma nova roupagem às músicas dos Beatles e de Chico Buarque. Com destaque para as músicas “Qualquer Coisa”, “Eleanor Rigby” e “Samba e Amor”, o álbum é uma boa trilha sonora para quem quer relaxar em casa fumando um depois de um dia cansativo de trabalho.
- Pink Floyd- Atom Heart Mother (1970): O famoso disco da vaca do Pink Floyd é o recomendado para quem quer viajar forte. Portanto, este é um álbum feito para se ouvir com a cabeça mais chapada que o usual para sentir cada nota das músicas. Este trabalho de 1970 é altamente lisérgico, com destaque para a longa e chapante “Atom Heart Mother Suite”, e também para as músicas “Fat Old Sun” e “Summer ‘68”.
- Secos & Molhados- Secos & Molhados II (1974): O segundo e último disco do Secos & Molhados em sua formação original é um tsunami de ritmos e sons. Ainda com as misturas musicais que fez do grupo de João Ricardo e Ney Matogrosso um fenômeno da música brasileira, “Secos & Molhados II” é um disco para se ouvir a qualquer hora, mas escutá-lo fumando um durante uma viagem de carro pode ser uma experiência indescritível. Destaque para as músicas “Flores Astrais”, “Não: Não Digas Nada” e “Delírio”.
- Gilberto Gil- Kaya N’Gan Daya (2002): Gilberto Gil pode ser considerado um dos principais nomes do reggae brasileiro. Prova disso está no disco “Kaya N’Gan Daya”, em que o baiano regrava as músicas de Bob Marley. O trabalho com certeza impressionaria o rei do reggae, com destaque para a versão em português de “No Woman no Cry”, que virou “Não Chore Mais”, além de “Could You Be Loved” e “Eleve-se Alto Ao Céu”. Um bom disco para quem gosta de fumar um sempre que tem a oportunidade.
Gostou da lista? Então aperte alguns, dê o play e depois nos conte como foi aqui nos comentários!
Por Francisco Mateus
por DaBoa Brasil | ago 7, 2017 | Curiosidades, Entretenimento, Esporte, Música
Foi em março de 1980, durante o fim do verão. O Rio de Janeiro, como de costume, foi palco de um encontro de gigantes. Entre as grandes atrações estavam Chico Buarque, Toquinho, Alceu Valença, Junior Marvin, Paulo César Caju e Bob Marley. O encontro foi musical, mas a interação entre os artistas se deu através do futebol.
Era a primeira vez de Bob Marley no Brasil, que numa pausa da gravação do disco ‘Uprising’, veio ao país tropical a convite da gravadora Ariola, que estava abrindo uma nova filial. Aproveitando o fato de estar no país do futebol, o músico jamaicano logo teimou em jogar uma pelada. Visto ser impossível recusar um pedido vindo do rei do reggae, a gravadora Ariola logo organizou às pressas uma partida na casa de Chico Buarque.
Para o jogo, foi montado um time de craques da música e do futebol. De um lado, Bob Marley, Junior Marvin, Paulo César Caju, Toquinho, Chico e Jacob Miller. Do outro, Alceu Valença, Chicão e mais outros quatro funcionários da gravadora. Usando uma camisa do Santos estampando o número 10, Bob Marley conquistou a todos com seu carisma, e também, talento para o futebol.
Com dribles, passes certos e muito ritmo, o time de Bob Marley ganhou a partida por 3×0, com um gol feito pelo próprio, e os outros feitos por Chico Buarque e Paulo César. “Sou fã do seu futebol”, disse Bob Marley a Paulo César. “E eu da sua música”, respondeu o jogador ao músico.
O que aconteceu após o jogo, ficou apenas entre os jogadores. Mas uma coisa é fato, deve ter faltado colírio para tanto artista bom de bola.
Por Francisco Mateus
por DaBoa Brasil | jul 26, 2017 | Arte, Ativismo, Curiosidades, Entretenimento, História, Música, Política
Faz cinquenta anos que os Beatles se posicionaram a favor da legalização da maconha no Reino Unido. Enquanto o debate sobre a legalização da cannabis pareça estar longe do fim, é certo que nunca houve uma chamada internacional tão importante em prol da legalização ou de outra forma de regulamentação na sociedade.
As pessoas pró-legalização devem saber e lembrar que em julho de 1967 no jornal The Times apareceu um anúncio de página inteira que foi assinado por 64 dos membros mais proeminentes da sociedade britânica da época e que pediam a legalização da maconha. Entre os signatários se encontravam os integrantes de uma das bandas mais importantes da história, The Beatles.
Como podemos ler na Bíblia dos Beatles, os membros da banda estavam entre os 64 signatários escolhidos como os melhores e mais brilhantes da Grã-Bretanha para dar impulso ao debate sobre a legalização da maconha e que apareciam em um anúncio de uma página completa no Times de Londres em 24 de Julho de 1967. O anúncio tomou impulso com a prisão do aclamado fotógrafo e fundador da International Times, John Hopkins, e sua sentença de nove meses por posse da erva, o grupo tentou chamar a atenção sobre o que consideravam uma política pública desnecessariamente dura.
No anúncio, podia-se ler que a maconha era “a menos prejudicial das drogas de prazer, e… em particular, muito menos prejudicial que o álcool”. “Fumar cannabis está muito expandido nas universidades e o costume foi retomado por escritores, médicos, empresários, músicos, cientistas e sacerdotes. Essas pessoas não se encaixam no estereótipo empregado do criminoso viciado em drogas”.
Nenhum integrante do famoso grupo de Liverpool estava na reunião em que foi planejada e produziu o anúncio, mesmo que as suas assinaturas não são oferecidas sem pensar; Na verdade, foi Paul McCartney quem finalmente acabou pagando a conta depois de se encontrar pessoalmente com um casal de líderes de grupo. Enquanto esperava, em vão, manter em segredo o seu apoio financeiro, os temores de uma reação pública contra o grupo eram infundadas.
Embora o anúncio não tenha sido bem sucedido em termos de legalização da maconha no Reino Unido, a sua publicação provocou uma discussão pública que geraram pequenas, mas significativas mudanças nas leis de drogas do país, como reduzir de dez para cinco anos de prisão a pena máxima para a posse.
Fonte: Ultimate Classic Rock
por DaBoa Brasil | jul 3, 2017 | Contos Canábicos, Entretenimento
Era um sábado de céu aberto, com um sol de lascar. Saí de Curitiba pela manhã para chegar em Florianópolis pouco antes do meio dia. E não deu outra, mal botei os pés para fora da rodoviária e a primeira coisa que fiz foi bolar um baseado. Unir a minha brisa com a brisa que sopra do mar para dentro da ilha catarinense.
Enquanto queimava o baseado, eu caminhava pela região central de Florianópolis planejando mentalmente qual seria o programa para o dia. Mas o sol chegou à posição do meio dia, e em pouco tempo ficou insuportável ficar fora de um lugar sem sombra. A língua começou a secar, e o estômago a roncar. Precisava urgentemente de uma cerveja para molhar a garganta, e de um rango para matar a larica.
Consegui a cerveja e fui me sentar em um banco na sombra de uma árvore. Comecei a pensar onde iria comer. Eis que, poucos metros à minha frente, uma forte fumaça de cheiro familiar me chamou atenção. Em meio à maresia, um grupo de cinco hippies conversava e fumava maconha tranquilamente. Logo pensei “porra, esses caras devem estar com fome também, e eles devem saber onde tem um rango do bom”.
Cheguei na maior humildade no grupo e comecei a trocar ideia. “Opa, licença. Eu sou de Curitiba e cheguei agora em Floripa. Tava fumando um e bateu uma larica, aí vi vocês sentados aqui fumando um também e pensei que vocês deveriam saber de um lugar de boa para comer um rango”. Após me explicar a situação, um dos hippies, que usava brinco de penas, sorriu para mim e acabou respondendo pelo grupo. “Pô maluco, tu veio de Curitiba hein? Ó, a gente sabe de um lugar com um feijão bom e barato. Cola aqui com a gente que depois vamos todos lá encher o bucho”.
Assim que me juntei ao grupo, um outro hippie tira da mala uma murruga. Consigo sentir o cheiro cítrico da outra extremidade da pequena roda. Ele pica a flor com a tesoura de um canivete e faz um baseado, que logo começa a passar de mão em mão, deixando todos chapados.
Ao fim do baseado, nos levantamos e começamos andar pelas ruas centrais de Florianópolis. Eu não tinha a mínima ideia para onde estava indo, mas o hippie dos brincos de penas falava que eu estava prestes a comer o melhor feijão da cidade em um local pouco conhecido pelas pessoas.
Chegamos a uma casa antiga de fechada laranja. Sem sofisticação, com mesas de madeira e toalhas de plástico. Nos ajeitamos em uma mesa grande e pedimos um feijão e cerveja. Estava todo mundo visivelmente chapado, com olhos vermelhos e movimentos lentos. Assim que a panela de feijão chegou, não deu outra, ela foi atacada imediatamente.
Panela vazia, mas a larica ainda roncava. Pedimos mais um feijão e mais uma cerveja. Assim que a garçonete levou nosso pedido para cozinha, um caminhão parou em frente ao restaurante, e dele desceram cinco indivíduos muito estranhos. Estavam todos muito elétricos, e assim que se ajeitaram em uma mesa, começaram a gritar para a garçonete: “FEIJÃO, FEIJÃO, FEIJÃO!”. A moça claramente ouviu o pedido e logo o levou para a cozinha.
Minutos depois, os cinco indivíduos começaram a gritar da mesa em que estavam para garçonete que saia da cozinha trazendo uma panela de feijão. “UH UH UH FEIJÃO! UH UH UH FEIJÃO!”. Mas ao invés de ir para a mesa deles, o feijão veio para a nossa mesa. Então, começou uma revolta no restaurante.
“Ei, que porra é essa?!” gritou um dos indivíduos. “Os caras pegaram o nosso feijão!”. Então, nossa mesa logo foi cercada pelos cinco caras, que agora mais de perto, percebi que estavam com os olhos arregalados e com as narinas vermelhas. “Ô seus maconheiros, cês estão com o nosso feijão.”. O hippie dos brincos de penas então, de forma muito calma, respondeu “bicho, calma ae, cês chegaram depois, nós pedimos o feijão antes de vocês”. Mas parece que a explicação não acalmou a situação.
“Que que você tá falando meu, você tá chapado, tá doidão! Esse feijão é nosso!”. Não houve confronto. Ainda estávamos chapados pela murruga, o que nos impossibilitava de brigar com os caras. Então, o japonês do grupo do caminhão tirou a panela do centro da nossa mesa e levou até a deles. Felicidade para os indivíduos, tristeza para os maconheiros.
Mas para a nossa felicidade, veio a garçonete trazendo uma panela de feijão. Ela viu que os indivíduos tinham pegado o nosso feijão, então a panela que era para ser deles, ela trouxe para a nossa mesa. A tristeza que tomava conta dos hippies, logo foi substituída pela alegria de ver a panela cheia de feijão na mesa.
Comemos o feijão na maior felicidade, como se nada tivesse acontecido. Depois de algum tempo os indivíduos, gritando e batendo os pés, foram embora no caminhão. Confesso que fiquei com uma certa raiva daqueles caras, mas sabia que era irrelevante cultivar um sentimento negativo por pessoas que eu nunca mais veria na vida.
Meses mais tarde vi na televisão que um avião havia caído com cinco caras dentro. Vi a foto dos envolvidos no acidente e juro que achei que eram os caras do feijão. Mas sou maconheiro, e confesso que às vezes não sei a diferenciar a memória do delírio.
Por Francisco Mateus
Comentários