por DaBoa Brasil | jul 13, 2021 | Curiosidades, História, Religião
A maconha oferece introspecção espiritual. Portanto, não nos surpreendemos que muitas religiões do mundo usaram, ou usam, a planta de várias maneiras. Os hindus fazem bhang nos dias sagrados, os citas costumavam fazer saunas de fumaça dentro de suas tendas como rito fúnebre e os muçulmanos sufis consumiam a erva para iluminar o espírito.
A natureza psicoativa da maconha muda a maneira como vemos as coisas. Estimula nossas faculdades criativas, permite-nos considerar aspectos de um ponto de vista diferente e inspira grandes questões existenciais. Portanto, não é surpreendente que religiões de todas as idades tenham usado a cannabis para promover uma conexão mais estreita com o divino.
Se você parar para pensar sobre isso, a verdadeira essência da realidade faz tremer a mente. Não há respostas convincentes que expliquem por que existimos. Nos encontramos navegando em um universo infinito. Contra todas as probabilidades, nosso veículo cósmico desenvolveu uma fina camada atmosférica que permitiu que a vida se desenvolvesse e se ramificasse em milhões de espécies de fungos, plantas e animais.
E então o ser humano apareceu. Somos criaturas estranhas. De alguma forma, ao longo do caminho, um animal parecido com um macaco bípede se deu conta de si mesmo. Este fato não só nos ajudou a desenvolver a linguagem e a capacidade de autorreflexão, mas também deu origem a pensamentos abstratos sobre outros mundos, seres superiores e super inteligentes.
O desenvolvimento das religiões
Milhares de anos atrás, nossos ancestrais estavam mais bem sintonizados com a natureza mística da realidade. Sem distrações modernas, grande parte de suas vidas foram governadas por fenômenos naturais, a vontade dos deuses e superstições espirituais. Os humanos ao redor do mundo desenvolveram suas crenças como uma estrutura para dar sentido ao misterioso mundo ao seu redor.
Alguns estudiosos acreditam que as religiões derivam de processos evolutivos. Os estudiosos mais rebeldes propõem origens mais controversas. Terence McKenna apresentou sua teoria do macaco chapado; que é a ideia de que o consumo de cogumelos com psilocibina deu origem a pensamentos abstratos sobre deuses e reinos espirituais.
Outros pesquisadores, como o psicólogo evolucionista Robin Dunbar, atribuem a origem das religiões a uma adaptação sociológica. Dunbar argumenta que as crenças se desenvolveram como uma “adaptação em nível de grupo”, que funcionou como “uma espécie de cola para manter a sociedade unida”.
Independentemente de como as religiões se originaram, está claro que a maconha desempenhou um grande papel em muitos sistemas de crenças do mundo antigo. Mas o uso espiritual da cannabis continua até hoje. Continue lendo e descubra como diferentes religiões usaram a maconha ao longo da história, em suas celebrações, rituais e oferendas.
Maconha na espiritualidade chinesa antiga
A China Antiga foi o berço do uso histórico da maconha. Antes do surgimento de outras religiões mais estruturadas, os habitantes dessa área tinham uma visão xamânica e animista do mundo. A evidência disso é encontrada nas práticas religiosas da cultura Yangshao no Vale do Rio Amarelo. Lá, tumbas datadas de 4500-3750 a.C. contêm bens mortíferos indicando uma crença na vida após a morte.
Os sistemas de crenças da China antiga tinham traços de animismo, que é o culto das personificações da natureza. Com o tempo, esses sistemas arcaicos adquiriram uma estrutura maior que deu origem a um panteão composto por mais de 200 deuses. As pessoas daquela época também acreditavam fortemente no sobrenatural, com ênfase especial em fantasmas, adoração de ancestrais, espíritos de dragão e adivinhação.
Os xamãs também existiam na China antiga. Conhecidas como “wu”, essas figuras místicas supostamente controlavam o clima e eram capazes de se comunicar com os espíritos, e passavam muito tempo coletando ervas mágicas para tratar doenças.
O uso exato da cannabis neste mundo de espíritos, deuses e magia permanece um mistério. No entanto, as evidências indicam que a maconha e a espiritualidade estavam de alguma forma associadas. Arqueólogos descobriram folhas, brotos e buds de cannabis em tumbas de 2.500 anos localizadas em Yanghai, a noroeste da China atual. Surpreendentemente, a estrutura celular e os tricomas desses espécimes permaneceram intactos por milênios.
A presença da maconha nessas tumbas sugere um uso espiritual da planta, o que aumenta a probabilidade de ter sido consumida nos sistemas xamânicos e animistas da China antiga. Embora também seja possível que os achados mais preservados tenham se deteriorado há milhares de anos, tornando impossível determinar exatamente como e onde a erva foi usada espiritualmente.
O Taoísmo e a Maconha
O princípio básico do Taoísmo é seguir o fluxo. A ideologia taoísta vê o universo como uma grande força conciliadora e emaranhada. O próprio “tao” é a fonte, a substância e a energia fundamental que move e anima todas as coisas. Se olharmos apenas para essa abordagem, parece que eles fumaram muita erva para chegar a essa conclusão.
A ascensão do taoísmo remonta pelo menos ao século IV a.C. Os historiadores atribuem ao antigo filósofo e escritor chinês Lao Tzu (que pode não ter existido) o estabelecimento dessa religião. Aqueles que governam suas vidas pelo Taoísmo procuram viver de forma natural, simples e espontânea. Esses discípulos também valorizam os Três Tesouros: compaixão, frugalidade e humildade.
Os taoístas praticam a alquimia com a intenção de alcançar a imortalidade e participam de rituais, exercícios e jornadas espirituais, que acreditam alinhá-los com as forças cósmicas e expandir sua existência biológica.
Dado que a China antiga é o berço do uso histórico da cannabis e as práticas taoístas são tão abstratas e psicodélicas, faz sentido pensar que a maconha fazia parte dessa religião. Parece que os taoístas não ficavam exatamente enojados com a erva.
Algumas seitas até personificaram a cannabis em uma divindade. Durante a Dinastia Tang, o culto de Magu (Senhora do Cânhamo) associava esta xian taoísta (imortal) ao elixir da vida. Segundo a lenda, Magu ocupou o monte sagrado Tai, onde seus discípulos coletaram cannabis no sétimo dia do sétimo mês, em sincronia com os banquetes taoístas.
Textos taoístas também mostram a importância da maconha dentro dessa visão de mundo. A Wushang Biyao Encyclopedia (que se traduz como “Segredos Essenciais Supremos”), escrita em 570 d.C., documenta o uso de cannabis em queimadores de incenso durante rituais, bem como a tendência taoísta de fazer experiências com fumos psicotrópicos.
Xintoísmo: espiritualidade canábica desde o Japão antigo
O Japão tem uma longa história com a planta de cannabis. Os povos indígenas desta ilha usavam para fazer roupas e cestos, além de consumir suas sementes. Portanto, não é nenhuma surpresa que a antiga religião do xintoísmo respeitasse muito a maconha.
Como religião indígena do Japão, o xintoísmo (ou “o caminho dos deuses”) é tão antigo quanto o próprio país. Sendo um sistema de crenças um tanto descentralizado, difere muito de outras religiões. Essa fé não foi fundada por ninguém, e adoração e pregação são raras. Em vez disso, o xintoísmo surge organicamente da cultura e do povo japoneses. Os seguidores do xintoísmo acreditam em espíritos sagrados chamados kami, que assumem a forma de elementos, organismos e estruturas da natureza, como montanhas, vento ou árvores.
O xintoísmo carece de moralidade objetiva estrita, não tem doutrina e o bem e o mal não existem, mas aceita que não existem pessoas perfeitas. Essa religião tem uma visão supersticiosa e espiritual do mundo. Embora considere as pessoas fundamentalmente boas, elas podem ser vítimas das ações de espíritos malignos.
Mas o que um humano mortal pode fazer contra tais adversários? Fumar maconha, é claro! Cannabis tem um significado espiritual no Xintoísmo. Seus discípulos veem a erva como uma planta de purificação capaz de afastar os maus espíritos. Os sacerdotes xintoístas agitam ramas de erva sobre as pessoas possuídas para exorcizar esses seres malévolos.
O Budismo e a Maconha
Os budistas têm opiniões diferentes quando se trata da maconha. Algumas seitas são mais tolerantes com seu consumo, enquanto outras se opõem completamente. Apesar dessas visões opostas, a erva desempenhou um papel importante na jornada do Buda; Sidarta Gautama, Buda, seguiu uma dieta de uma semente de cannabis por dia durante seis meses, em seu caminho para a compreensão.
O budismo se originou na Índia entre os séculos 6 e 4 a.C. Com o tempo, os ensinamentos do Buda se desenvolveram em um conjunto de tradições e práticas espirituais. Alguns dos pontos-chave do budismo são karma, renascimento, liberação do ciclo de renascimento e a obtenção do nirvana (a transcendência do sofrimento).
Os budistas também seguem uma série de crenças conhecidas como os Cinco Preceitos. O quinto preceito proíbe a intoxicação por álcool e drogas. Parece que essa regra deve remover completamente a cannabis da equação. No entanto, as páginas do Mahakala Tantra (uma escritura de oito capítulos) falam da prescrição de maconha e outras substâncias psicoativas para fins medicinais.
As três vertentes principais do budismo veem a cannabis de diferentes perspectivas.
A escola budista mais antiga, a Teravada (Escola dos Anciãos), tem uma visão conservadora da maconha e leva o quinto preceito muito mais a sério, resultando em uma postura antidrogas mais firme do que as outras vertentes.
O Mahayana (Grande Veículo) aceita os primeiros ensinamentos e as principais escrituras budistas, mas adiciona suas próprias doutrinas e textos. O Mahayana dá ênfase especial ao ideal do bodhisattva (o caminho para a iluminação) e tem uma abordagem mais frouxa da cannabis. Seu código de ética ensina que tudo o que é benéfico para uma pessoa deve ser aceito; o que, no mínimo, indica uma tolerância em relação à maconha para uso medicinal.
A escola Vajrayana (Carruagem do Diamante) afirma oferecer um caminho mais rápido para a compreensão e valoriza muito o conceito de Karma. Esta escola é a que tem a visão mais tolerante da maconha e de outros tabus. Ela encoraja seus discípulos a verem pureza em todas as coisas, incluindo o sexo e as drogas.
Antigo Egito: evidências de maconha e espiritualidade?
A espiritualidade egípcia antiga girava em torno de um panteão de deuses que controlavam a natureza e a sociedade. Seus seguidores divinizaram as forças e formas de vida do mundo ao seu redor, incluindo o clima e as características de alguns animais. Muitas de suas práticas espirituais visavam ganhar o favor dos deuses, enquanto outras se concentravam nos faraós, que se acreditava possuírem poderes divinos.
Os antigos egípcios usavam a maconha para fins industriais e terapêuticos, mas o uso cerimonial e religioso exato da erva permanece um mistério. No entanto, os arqueólogos encontraram evidências do uso de cannabis analisando faraós mumificados. Devido ao seu status divino, essas descobertas indicam que a erva era usada em um contexto religioso. Os pesquisadores também encontraram um nível significativo de THC, além de cocaína e nicotina, ao estudar uma múmia de 950 a.C. Também foi encontrado pólen de cannabis na múmia de Ramsés II, que morreu em 1213 a.C.
Hinduísmo e uso oral da cannabis
A maconha e a espiritualidade andam de mãos dadas quando se trata do hinduísmo, uma das religiões mais antigas do mundo, com crenças que datam de mais de 4000 anos. Os pontos-chave do sistema de fé hindu são reencarnação, karma, crença na alma (atman) e salvação que termina com o ciclo de renascimento (moksha).
Os hindus aceitam a maconha como um sacramento, uma oferenda e uma substância composta do sangue do deus Shiva, que é membro da trindade desta religião. Os textos sagrados dessa fé, conhecidos como Vedas, falam da santidade da maconha. Estas páginas descrevem cinco plantas sagradas. A cannabis pertence a esta categoria, e alguns hindus acreditam que um anjo da guarda habita suas folhas. Os Vedas também descrevem a cannabis como “libertadora” e “fonte de felicidade”.
O bhang também desempenha um papel importante nos festivais hindus. Essa bebida psicoativa, feita com maconha, leite e ervas saborosas, produz um estado alterado de consciência durante o Shivratri (a noite de Shiva) e o Holi (o festival das cores).
O Judaísmo e a Maconha
A religião monoteísta do Judaísmo tem muito em comum com o Cristianismo. Embora os judeus neguem Jesus como o Messias (uma das principais crenças que os separam dos cristãos), eles também enfatizam a importância do perdão, oração, jejum e obediência às leis de Deus.
O uso de maconha durante o antigo Judaísmo continua a ser debatido. Em 2020, arqueólogos israelenses encontraram vestígios da erva em artefatos de um santuário de Tel Arad do século 8 a.C. Alguns estudiosos acreditam que o termo “kaneh bosem”, uma planta usada no óleo sagrado da unção do Êxodo, se refere à cannabis. No entanto, outros estudiosos refutam esta tradução e argumentam que na verdade se refere à outra espécie de planta.
Independentemente do antigo uso da maconha no Judaísmo, os rabinos modernos têm uma posição muito mista sobre a cannabis. Em 1978, o rabino ortodoxo Moshe Feinstein lembrou a seus discípulos que a cannabis é proibida pela lei judaica e que essa erva impede os fiéis de orar e estudar a Torá. Outros rabinos modernos assumem uma posição oposta. Alguns aceitam totalmente a maconha para uso medicinal e até afirmam que ela tem status kosher durante a Páscoa.
O Cristianismo e a Maconha
Como os judeus, os cristãos têm opiniões diferentes sobre a cannabis. As vertentes mais conservadoras, como os ortodoxos, católicos e algumas igrejas protestantes, se opõem ao consumo de maconha. Mas outros ramos protestantes apoiam a maconha para uso medicinal, incluindo a Igreja Presbiteriana, a Igreja Unida de Cristo e a Igreja Episcopal.
Alguns eruditos também afirmam que a Bíblia menciona a cannabis indiretamente: “Eis que vos tenho dado todas as plantas que dão sementes que estão na superfície de toda a terra e todas as árvores cujos frutos dão semente. Eles vão te servir de alimento”. Outros contradizem essa suposta justificativa para consumir erva com passagens da Bíblia como Pedro 5:8: “Sê sóbrio e vigia. Porque o diabo, teu adversário, como um leão que ruge, está procurando alguém para devorar”.
Alguns eruditos que estudam as escrituras levaram o argumento da cannabis um passo adiante. Baseados na ideia de “kaneh bosem”, dizem que Jesus e seus discípulos usavam a maconha como ingrediente em suas pomadas curativas.
Espiritualidade da Cannabis no Islã
Embora o Islã defenda práticas bastante conservadoras, a maconha está em uma área cinzenta. O Corão (o texto principal desta religião) usa o termo “haram” para proibir certos comportamentos, como o consumo de álcool. Embora o Profeta Muhammad (Maomé) reconhecesse que o álcool tem algumas aplicações medicinais, ele também afirmou que seu potencial para o pecado superava em muito qualquer benefício.
Então, por que ele não proibiu o uso de maconha? É possível que ele não soubesse de sua existência. Embora as pessoas na Índia e no Irã usassem cannabis como narcótico já em 1000 a.C., as pessoas do Oriente Médio não provaram haxixe até 1800 anos depois, dois séculos após a morte de Maomé.
No entanto, em um de seus hadiths (ditos), Maomé declara: “Se é muito inebriante, mesmo que um pouco, é haram”. É possível que, se ele soubesse sobre a maconha, a classificaria como haram junto com o álcool.
A maconha desempenhou um papel espiritual no ramo místico do Islã. Conhecido como Sufismo, os discípulos dessa prática levam um estilo de vida ascético. Eles renunciam às coisas mundanas e procuram purificar a alma por meio do jejum e da oração.
O santo sufi persa Qutb ad-Dīn Haydar se apaixonou pela maconha e ajudou a espalhar sua popularidade pelo mundo islâmico. Diz a lenda que Haydar encontrou cannabis enquanto caminhava no campo e descobriu a natureza divina e alegre desta planta. Depois do que parece ser um momento maravilhoso, Haydar voltou para seus discípulos e disse: “Deus Todo-Poderoso concedeu-lhes como um favor especial as virtudes desta planta, que dissipará as preocupações que obscurecem sua alma e iluminam seu espírito”.
Os estudiosos afirmam que Haydar queria manter os efeitos divinos da cannabis em segredo esotérico. No entanto, a notícia logo se espalhou. As coisas chegaram a um ponto em que o uso espiritual da maconha se espalhou pela Síria, Egito e Iraque, onde ela ficou conhecida como a “Senhora de Haydar”.
O culto cita aos mortos e o uso cerimonial da cannabis
Os citas! Qualquer pessoa com uma queda por história vai gostar de ler sobre essa civilização ao estilo Dothraki. Este povo nômade de guerreiros a cavalo habitava a estepe pôntica, uma região que se estende da costa norte do Mar Negro ao oeste do Cazaquistão.
Quando as tribos citas não estavam inventando novos arcos assassinos ou conquistando civilizações rivais, montavam “saunas de fumaça” para sentir os efeitos da planta. Mas o uso da maconha tem um aspecto sombrio, visto que foi usada durante cerimônias fúnebres. Depois dos enterros, os citas se purificaram sentando em tendas e enchendo-as de fumaça de maconha.
O escritor grego Heródoto escreveu um relato desse ritual: “… os citas pegaram algumas sementes desse cânhamo, eles escorregavam para baixo do pano e colocaram as sementes em pedras em brasa”. Ele também falou sobre os supostos efeitos dessa prática: “Os citas, carregados por essa fumaça, gritam”.
Maconha no paganismo germânico
O paganismo germânico abrange as religiões praticadas pelos povos germânicos desde a Idade do Ferro até a Idade Média. Rico em mitologia e folclore, essas pessoas adoravam um vasto panteão de deuses, incluindo Odin, Thor, Balder, Loki e Freyja. Para apaziguar a ira desses deuses, eles realizaram atividades sombrias, como sacrifícios humanos de várias maneiras.
Nesse sistema de crenças, não há muitas evidências ligando o uso da maconha às práticas espirituais. No entanto, seus discípulos podem ter associado a cannabis com Freyja, a deusa nórdica do amor e da fertilidade.
Movimento Rastafari: a maconha como sacramento
Não podemos escrever um artigo sobre cannabis e religião sem mencionar o movimento Rastafari. Também conhecido como rastafarianismo, esse sistema de crenças ligado a erva tem muito em comum tanto com o judaísmo quanto com o cristianismo. Seguidores desta fé consideram a Bíblia seu livro sagrado. Eles são monoteístas que adoram Jah (abreviação de Jeová), que é o nome de Deus na Bíblia. Mas a ideologia rastafari difere do cristianismo porque consideram Haile Selassie, o imperador da Etiópia entre 1930 e 1974, como a segunda vinda do Cristo.
Os rastas governam suas vidas de acordo com várias práticas importantes. Muitos adoradores comem comida I-tal, que é comida cultivada localmente e organicamente. A maioria dos Rastas segue as leis dietéticas ditadas no Levítico, evitando carne de porco e crustáceos, enquanto outros seguem uma dieta vegetariana ou vegana.
A maconha também é um elemento importante das práticas espirituais dos rastafáris, que fumam cannabis ritualisticamente. Frequentemente, consomem erva durante seus cultos. Nessas reuniões, relacionamentos são cultivados entre discípulos que pensam da mesma forma. Eles geralmente tocam tambores, fumam ganja e cantam louvores à Jah.
Rastas acredita que as passagens da Bíblia que parecem falar sobre a cannabis, sem dúvida, se referem a erva. Eles consideram esta planta como um sacramento que ajuda a produzir um sentimento de paz, amor e introspecção, e que facilita a descoberta da divindade interior.
Canteismo: uma religião baseada na maconha e na espiritualidade
Embora a maconha tenha desempenhado um papel secundário nas religiões do passado, alguns sistemas espirituais modernos fizeram da erva seu cerne teológico. A nova religião do canteismo usa a cannabis como sacramento para promover a comunidade e a conexão.
Fundado pelo ativista da cannabis Chris Conrad em 1996, o canteismo carece de dogma, tem rituais e códigos bastante imprecisos e funde maconha com espiritualidade. Num “culto” canteista acontece o seguinte: os participantes reúnem-se num domingo à tarde, todos trazem buds para partilhar e no altar colocam uma planta viva e um fio de cânhamo.
Para iniciar a cerimônia, os participantes sentam-se em círculo e recitam o credo. O líder declara: “Considero a cannabis e o cânhamo um sacramento que utilizo para me conectar com a minha comunidade e comigo mesmo”, ao que os participantes respondem: “É por isso que o partilhamos com gratidão e com profundo respeito pelos seus poderes resinosos”.
Referência de texto: Royal Queen
por DaBoa Brasil | jul 10, 2021 | Cultivo, Curiosidades
Hoje existem tantas variedades diferentes de maconha que, especialmente para quem não conhece este mundo, é praticamente impossível saber quais são as originais e o que significam os diferentes nomes dessas variedades. Você sabe quais são as variedades Landrace e Heirloom? No post de hoje responderemos a essas perguntas!
O que são as variedades Landrace?
Landrace é um termo que se traduz em “raça local”. São variedades de maconha nativas de um lugar específico.
Isso significa que elas crescem naturalmente nessa área e nunca foram cruzadas com qualquer outra variedade de maconha. Em geral, são variedades muito antigas e foram cultivadas continuamente ao longo da história.
Elas são variedades de cannabis pura e cada planta é muito semelhante entre si. De um modo geral, as variedades landrace são 100% indica ou 100% sativa.
Por muito tempo, foram as variedades mais procuradas, oferecendo uma ampla gama de opções para cultivadores intrépidos que estavam ansiosos para encontrar novas variedades de cannabis.
Desde as puras Indicas Afegãs que cresceram na cordilheira Hindu Kush, que se estende pelo Paquistão e Afeganistão. Até as sativas do Nepal, Tailândia, Congo, Líbano, México ou Colômbia, entre muitos outros países. Elas ainda são a base de todos os híbridos modernos.
Houve uma época não muito distante em que os cultivadores viajavam para encontrar e saborear as diferentes variedades locais. Dessas viagens, levaram de volta sementes das variedades encontradas. Mais tarde, começaram a experimentar várias combinações e deram origem a todas as variedades comerciais que conhecemos atualmente.
Hoje, as variedades locais ou landraces são mais difíceis de encontrar. Guerras passadas e conflitos atuais fizeram com que muitas delas desaparecessem.
Também com a introdução de novos híbridos, mais produtivos do que as tradicionais, elas foram descontinuadas em muitas partes do mundo. Mas, felizmente, não se extinguiram. Alguns bancos de sementes ainda vendem muitas variedades de maconha de diferentes variedades autóctones ou landraces.
Lista de variedades landraces
Nativas da Ásia:
- Afghani
- Pure Afghan
- Hindu Kush
- Mazar I Sharif
- Lashkar Gah
- Pakistan Chitral Kush
- Pakistan Valley Kush
- Mag Landrace
- Aceh
- Thai
- Chocolate Thai
- Kauai Electric
- Luang Prabang
- Altai (centro-sul da Rússia / Mongólia)
Landraces nativas da América do Sul e Central
- Lamb’s Bread
- King’s Bread
- Punto Rojo
- Acapulco Gold
- Colombian Gold
- Panama Red
- Limón verde
Landraces originárias da África:
- Swazi Gold
- Red Congolese
- Kilimanjaro
- Durban Poison
- Malawi
- Rooibaard
O que são as variedades Heirloom?
Heirloom é uma palavra em inglês que significa “herança”. A diferença entre uma variedade heirloom e uma variedade landrace é basicamente a logística, por assim dizer.
As cepas de cannabis heirloom ainda são cepas landrace, mas cultivadas fora de seu ambiente. Principalmente, essas variedades começaram a ser cultivadas na Califórnia e no Havaí. Portanto, pode-se dizer que são variedades mais modernas. Na maioria dos casos, foram escravizados que levaram as landraces para muitos países do Caribe, assim como aconteceu no Brasil.
Como as variedades heirloom são cultivadas longe de seu habitat natural, elas estão a um passo de serem puras. Mas ainda são consideradas originais em comparação com os híbridos de qualquer maneira.
Os amantes da maconha encontraram as melhores variedades de todo o mundo e começaram a cultivá-las.
Essas genéticas eram conhecidas por ser extremamente poderosas e impressionantes. As melhores variedades heirloom foram cultivadas no Havaí, incluindo sativas das regiões equatoriais entre a África e o Vietnã.
Na Califórnia, por outro lado, as landraces de sativa do México e da Colômbia tiveram um desempenho extremamente bom graças ao clima mais ameno.
Além disso, elas cresceram menos e terminaram a floração mais cedo do que em suas ancestrais. Landraces do México, Colômbia e Afeganistão, por exemplo, deram origem à famosa Skunk.
Ainda existem algumas variedades heirloom da década de 1970 crescendo nas ilhas havaianas. Embora também deva ser observado que a maioria das plantações de maconha que podem ser encontradas neste estado dos Estados Unidos, são variedades com uma combinação de genética em vez da típica heirloom pura.
As variedades landrace atualmente
As variedades landrace sativa apresentam melhor desempenho em qualquer região equatorial, que terá um clima bastante semelhante ao de seu país de origem.
As Indicas, por outro lado, apresentam melhor desempenho em áreas entre 30 e 50 graus de latitude norte ou sul.
Isso não quer dizer que uma indica não possa ser cultivada em áreas equatoriais ou uma sativa não possa ser cultivada em áreas mais frias, apenas que elas não se comportarão da mesma maneira nesses ambientes. Devemos ter em mente que essas variedades ainda são uma seleção natural que às vezes tem centenas de anos.
Se as landraces são cultivadas e reproduzidas por várias gerações, também é possível ver como aos poucos se aclimatizam.
As variedades landrace são atualmente muito cobiçadas por muitos cultivadores, que de certa forma desejam conhecer e cultivar as originárias dos híbridos modernos.
Não se pode dizer que as landraces são melhores do que os híbridos modernos. E nem pior, mas diferente.
As landraces costumam ter mais tipos de canabinoides. O cruzamento de híbridos, por outro lado, tem conseguido isolar a ponto de não estar presente em muitas das variedades modernas.
Referência de texto: La Marihuana
por DaBoa Brasil | jun 30, 2021 | Curiosidades, História, Turismo
O Hash Marihuana & Hemp Museum está localizado em um incrível edifício do século XV na cidade de Barcelona. Este museu, cujo protagonista é a cannabis e tudo relacionado ao seu uso ao longo da história, é o maior do mundo dedicado à planta. A exposição permanente está localizada no Palau Mornau e também mostra a história do edifício, seu lado medieval, modernista e contemporâneo da cidade de Barcelona. Tudo isso pode ser visitado virtualmente.
Muito mais do que um museu
Neste museu, que é uma parada obrigatória para quem mora ou visita Barcelona, poderá viajar no tempo e aproximar-se do século XIX, quando um grupo de famosos escritores europeus e mais especificamente franceses, como Victor Hugo, Alexandre Dumas, Charles Baudelaire e Honoré de Balzac foram citados por consumir haxixe e outras substâncias recreativas em suas reuniões.
Neste maravilhoso museu da cannabis, é possível ver uma grande variedade de utensílios e parafernálias que esses dramaturgos usavam para seu consumo – e que, possivelmente, lhes serviram de ponte para a inspiração que levou às suas grandes obras. Alguns desses aparelhos têm uma idade que surpreenderá os visitantes.
Também é possível viajar longe nessa visita e observar como já no Império Otomano o consumo entre os habitantes daquela época era normalizado. Eram tempos em que a cannabis não era proibida e, sim, parte integral do cotidiano do povo.
Os usos para fins medicinais da maconha também acompanharam o homem ao longo da história, vários documentos e peças expostas no Hash & Hemp Museum atestam isso. As investigações que foram feitas com a planta e ao longo da história também têm seu lugar nessa visita. É possível mergulhar nos fundamentos e primórdios da ciência e da cannabis, que começou há muitos séculos.
O cânhamo é altamente representado no museu
O cânhamo, a variedade de cannabis com baixo teor de THC e amplamente utilizada como matéria-prima em milhares de produtos, tem um grande espaço dedicado a ele e seus usos. Não faz muitos anos e em todo o mundo, esta planta era amplamente cultivada pela sua versatilidade, nos tempos antigos tinha grande utilidade para tecidos, alimentos ou forragens; Hoje continua tendo um grande número de benefícios para a indústria. No museu você pode conhecer e fazer um tour pela história desta planta, seus usos e seu futuro.
O grande número de ferramentas ao longo do tempo e relacionadas com a sua produção e cultivo, são também elementos que vale a pena observar e ver a sua evolução em diferentes tempos.
Uma visita ao Hash Marihuana & Hemp Museum de Barcelona é mais do que recomendada se você pretende compreender como e porque a cannabis esteve sempre ao lado do ser humano ao longo da sua evolução. Poder visitar e passear neste maravilhoso Palácio do século XV, restaurado com maestria, será de grande valia para o seu conhecimento canábico.
Agora, a equipe que cuida dessa joia arquitetônica e que nos deslumbra com esta exposição permanente no Hash Marihuana & Hemp Museum, propõe uma visita virtual por seus corredores e exposições com a cannabis como protagonista. Deixamos você com esta maravilhosa visita virtual que esperamos que ame e provoque a vontade de visitar pessoalmente, como foi para nós.
Para fazer uma visita virtual ao Hash Marihuana & Hemp Museum, aperta um, clica aqui e boa viagem.
Referência de texto: La Marihuana / Hash Marihuana & Hemp Museum
por DaBoa Brasil | jun 24, 2021 | Curiosidades, Redução de Danos
Existem substâncias naturais nos alimentos que consumimos no dia-a-dia que podem afetar o efeito da maconha e é bom conhecer algumas delas.
Sabemos que muitas pessoas usam a maconha para ouvir música, assistir um bom filme, para ter uma boa noite de sono, para aliviar a dor ou simplesmente para se sentir bem, entre outras coisas. Mas existem também certas substâncias nos alimentos que podem afetar diretamente no efeito da cannabis após o consumo. No post de hoje, falaremos sobre alguns desses alimentos que podem potencializar, modular ou conter os efeitos da planta.
A manga como potencializadora da maconha
Pesquisadores da Universidade de San Diego, na Califórnia, descobriram que a manga tem uma estrutura química que pode se combinar com a cannabis no corpo, promovendo certos efeitos positivos. Os pesquisadores disseram que os componentes químicos da manga e da cannabis estão perfeitamente acoplados e podem produzir propriedades analgésicas e antidepressivas.
Segundo esses pesquisadores, o terpeno mirceno que está presente na manga é um anti-inflamatório natural, sedativo, relaxante muscular, hipnótico, analgésico e tem a capacidade de alterar a barreira hematoencefálica, favorecendo a penetração de muito mais canabinoides no cérebro e aumentando os efeitos da maconha em menos tempo.
Também aumenta seus efeitos psicoativos e, por isso, é uma combinação ideal. Além disso, o mirceno é muito comum no lúpulo, tomilho e citronela, entre outros.
Ácidos graxos essenciais ômega 3 e 6 para uma boa saúde
Os ácidos graxos essenciais ômega 3 e 6 são muito necessários para o bom funcionamento da saúde. O problema é que nosso corpo não os produz naturalmente e é por isso que precisamos comer alimentos que contenham esses ácidos graxos ômega-3 e ômega-6.
Normalmente, alimentos ricos em ômega-6, como óleo de girassol, milho, ovos, abacate, cereais ou atum, para citar alguns exemplos, são os mais ingeridos. Mas a ingestão de produtos com ômega-3 é mais complicada e seria encontrada em nozes, peixes azuis, azeite, vegetais de folhas verdes ou em sementes diversas como o cânhamo, entre vários outros exemplos.
Os dois tipos de ácidos graxos interagem com o sistema endocanabinoide e a desejada e amada anandamida seria derivada do ácido araquidônico, um ácido graxo ômega-6. Os pesquisadores descobriram que as gorduras ômega-3 podem de alguma forma modular o tônus dos endocanabinoides, estando associadas a um menor risco de problemas cardíacos e diabetes. O bom funcionamento do sistema endocanabinoide está relacionado a esses dois problemas importantes para uma boa saúde.
Portanto, os ácidos graxos ômega 3 e 6 seriam muito necessários para o bom funcionamento de nossa saúde e deste importante sistema endocanabinoide. O bom equilíbrio entre essas duas gorduras é essencial para o seu bom funcionamento.
O chocolate
O chocolate, ou cacau em pó, contém substâncias que ativam receptores como os canabinoides e, por sua vez, aumentam a produção de anandamida, substância conhecida coloquialmente como molécula da felicidade.
A planta cannabis produz fitocanabinoides e o corpo humano produz endocanabinoides, dois desses canabinoides fabricados pelo corpo seriam a anandamida (AEA) e a 2-araquidonoiletanolamina (2-AG).
A ciência descobriu no início deste século que o chamado “barato do corredor” se deve ao sistema endocanabinoide que produz mais anandamida em resposta aos esportes. Animais de laboratório, como ratos, também viram seus níveis sanguíneos dessa molécula aumentarem quando correram.
Uma investigação concluiu que havia uma implicação prática de que “a quantidade de maconha necessária para fins medicinais pode ser reduzida usando-a com chocolate”.
Portanto, os níveis de anandamida que você obtém ao consumir chocolate com cannabis podem aumentar a sensação de alegria.
Especiarias como manjericão, orégano ou pimenta-do-reino
As especiarias são amplamente utilizadas na cozinha em todo o mundo para temperar alimentos e pratos. Muitas dessas ervas também produzem substâncias químicas semelhantes à cannabis. Entre eles, falaremos sobre a pimenta, o manjericão e o orégano.
Essas ervas usadas na cozinha podem potencializar os efeitos da maconha, graças aos terpenos que produzem, como a-pineno , limoneno, cânfora, citronela, carvacrol e beta-cariofileno. Estes iriam desde os efeitos ansiolíticos do a-pineno ao alívio da dor do limoneno e produtor do aroma cítrico. Esses terpenos também são comuns no manjericão e orégano.
Por outro lado, os grãos de pimenta-do-reino contêm o terpeno beta-cariofileno, que teria efeito relaxante e também sedativo. É por isso que um dos truques que são aconselhados para diminuir a paranoia ou estado paranoico, e revelados pelo músico canadense Neil Young, era o que fazia para amenizar os efeitos da maconha quando batia com muita força. “Experimente os grãos de pimenta-do-reino se você ficar paranoico. Basta mastigar dois ou três pedaços”. A pimenta pode ajudar nessa tarefa.
Essas três especiarias ou ervas de cozinha podem aumentar, modular ou amortecer o efeito dos mesmos terpenos de cannabis quando consumidos juntos, mais cedo ou mais tarde. Esses são alguns alimentos que de uma forma ou de outra deveriam estar na agenda dos usuários de maconha.
Referência de texto: La Marihuana
por DaBoa Brasil | jun 21, 2021 | Curiosidades, Saúde
Pesquisadores disseram que dirigir sob efeito da maconha é ligeiramente mais arriscado do que dirigir sóbrio, mas os benzodiazepínicos e os opioides podem mais do que dobrar o risco de causar um acidente.
Dirigir chapado é muito mais seguro do que dirigir sob a influência de medicamentos prescritos ou outras drogas legais, de acordo com um novo estudo publicado no International Journal of Drug Policy.
Uma equipe de pesquisadores australianos começou a testar a validade das leis de tolerância zero para dirigir com THC, estudando a frequência com que os australianos envolvidos em acidentes de trânsito tiveram resultados positivos para cannabis, opioides ou outras drogas. Uma análise de dados de acidentes revelou que os riscos de dirigir sob a influência de maconha são consideravelmente menores do que para muitos medicamentos legais.
O autor do estudo, Iain McGregor, professor da The Lambert Initiative for Cannabinoid Therapeutics da University of Sydney, disse ao portal Australian Associated Press que o risco de dirigir sob a influência de cannabis é “consideravelmente menor do que com muitos medicamentos, como antidepressivos, opioides e benzodiazepínicos”.
De acordo com o estudo, os motoristas sob a influência de opioides e benzodiazepínicos têm duas vezes mais chances de se envolver em um acidente de trânsito do que os motoristas sóbrios. Em contraste, os motoristas com teste positivo para maconha têm apenas 1,1 a 1,4 vezes mais probabilidade de sofrer um acidente. Os autores do estudo relatam que dirigir chapado é tão arriscado quanto dirigir com um limite de álcool no sangue (TAS = teor alcoólico sanguíneo) de 0,02 a 0,05%.
Nos Estados Unidos, é perfeitamente legal dirigir com um TAS de até 0,08% e, na Austrália, é legal dirigir com um TAS de até 0,05%. Mas dirigir sob a influência de qualquer quantidade de cannabis continua ilegal em quase todos os lugares, embora não seja mais arriscado do que dirigir depois de beber uma ou duas cervejas.
“Os riscos de segurança rodoviária associados à cannabis parecem semelhantes ou menores do que numerosos outros medicamentos potencialmente prejudiciais”, concluíram os autores do estudo. “A aplicação de crimes com base na presença de cannabis em pacientes parece derivar do status histórico da cannabis como uma droga proibida sem nenhuma aplicação médica legítima”.
Os pesquisadores apontam que as leis de tolerância zero extrema às drogas forçam os pacientes que estão legalmente usando maconha a escolher entre dirigir e usar seu remédio. “Esta abordagem está resultando em danos aos pacientes, incluindo sanções criminais quando não prejudicados e usando a droga conforme orientado por seu médico, ou a perda do uso do carro e mobilidade relacionada”, explicam os pesquisadores. “Outros que precisam dirigir estão excluídos do acesso a um medicamento necessário e ao benefício terapêutico associado”.
O presente estudo apoia pesquisas anteriores que confirmam que os medos sobre dirigir chapado são exagerados. Em 2019, pesquisadores canadenses descobriram que álcool, sedativos prescritos e drogas recreativas eram muito mais prováveis de causar acidentes de trânsito do que a maconha.
Outros pesquisadores não encontraram nenhuma ligação significativa entre o uso de cannabis e acidentes de trânsito, e ainda outro estudo relata que as fatalidades no trânsito estão na verdade diminuindo nos estados dos EUA onde a maconha é legal.
Referência de texto: Merry Jane
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