por DaBoa Brasil | jun 5, 2020 | Arte, Ativismo, Contos Canábicos, Cultura
A velha subiu a rua reclamando, enquanto a água suja corria e manchava o piso, deixando lisas as pedras brancas. E a velha me abordou de surpresa, com sua voz de velha portuguesa, enquanto eu matava tempo no meio-fio. Perguntou de onde vinha a água e eu respondi que estavam limpando as escadas de algum prédio. A velha se incomodou, e falou que era um perigo lavarem as escadas, pois alguém poderia escorregar. Perguntei se ela morava no prédio em questão e ela respondeu que não, mas que achava necessário fazer a observação.
“Uma pena tudo isso” me disse a velha quando achei que nada mais ela tinha para falar. “O que é uma pena, minha senhora?” perguntei um tanto incomodado, pois não queria gastar a língua à toa. “A doença tá mal, tá tudo mal, isso é triste, ver a Itália na doença é triste” disse a velha como quem lamentava por um mundo inteiro. “Aqui em Lisboa também está muito mal. Se a polícia me vê livre pela rua ela logo trata de me levar de volta para casa”.
E eu que estava ali só esperando o amigo chegar com o boldo, me vi em uma realidade alternativa. A pandemia de Corona deixou todo mundo na nóia, pois todo mundo agora é alvo do vírus em questão. Não pode sair na rua, pois o vírus está a solto por aí, e se você é idoso, você é isca fácil do malandro. E com o estado de emergência de Portugal, velha que passeia pelo bairro, como se nada estivesse a passar, pode ser levada pela polícia por desobediência civil.
Rapaz, chegamos ao ponto mais fundo, onde, por causa de um vírus, uma idosa é considerada mais subversiva que um maconheiro esperando seu corre. Com essa mudança de pensamento, disse para a velha ir para casa, pois “viagem em carro de polícia não vale a pena, pois os caras tem mal gosto musical”. Mas a velha disse que estava na rua à procura de um homenzinho, e disse que só voltaria para casa quando achasse o homenzinho.
Então o amigo apareceu com o boldo, e a velha o abordou e perguntou se ele tinha visto um homenzinho por aí. Ele disse que não para a velha e depois perguntou de onde estava vindo a água que corria pela calçada. “Estão limpando as escadas de um prédio. Um perigo isso” disse a idosa. Olhei para o amigo e disse para irmos embora dali, pois pode pegar mal dois maconheiros serem vistos com uma idosa. E assim começamos a marchar de volta para Arroios, como duas pessoas comuns que só saíram de casa para comprar um produto de necessidade básica.
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Por Francisco Mateus
Ativista, escritor e jornalista
por DaBoa Brasil | jun 1, 2020 | Ativismo, Economia
A revolta se espalhou pelo mundo, e nos EUA, saques estão ocorrendo em vários lugares. O proprietário de um dispensário atacado diz que prefere a justiça social antes de seu próprio negócio.
Após o assassinato de George Floyd por um policial, os Estados Unidos acenderam o pavio de uma bomba que estava em produção há muito tempo. Floyd não é o primeiro negro a morrer pelas mãos de um policial nos últimos dias. O caso Floyd é o que acendeu a chama de toda a situação e, para variar, o presidente Donald Trump não apenas não conseguiu conter a situação, mas também colocou gasolina no fogo.
Uma das instalações saqueadas durante os tumultos em Los Angeles é o dispensário Cookies. Bener, o rapper e coproprietário da cadeia de dispensários, ambos bem conhecidos, defendeu os saques em suas instalações. Ao contrário do que alguns empresários poderiam imaginar, Berner diz que se importa mais com os direitos civis que foram violados com a morte de Floyd do que com o que poderia acontecer com sua loja.
“É extremamente lamentável o que aconteceu à nossa loja hoje à noite em Melrose. Mas, como um ser humano vivendo no mundo em que vivemos hoje, mal posso esperar até que a justiça seja feita”, disse Berner no vídeo postado em seu Instagram. “Podemos reconstruir nossa loja, mas não podemos reviver alguém”.
Nas imagens que foram vistas em algumas redes sociais, observa-se como o dispensário queima após o assalto. Segundo Berner, o dispensário tinha seis guardas de segurança dentro, mas ele pediu que não intervissem. “Não quero ver ninguém morrer! Disse a todos para se retirarem”, publicou. “Não quero que ninguém morra enquanto estou assistindo… todas as vidas valem. E o dinheiro vai e vem“.
Fonte: Cáñamo
por DaBoa Brasil | maio 25, 2020 | Ativismo, Cultivo, Curiosidades
Aqui citamos cinco razões pelas quais cultivar sua própria maconha pode ser bastante vantajoso.
1 – Controle de Qualidade
Isso é óbvio: se você cultiva, sabe perfeitamente o que está consumindo. Tu colhes o que tu semeias. Também evita pesticidas de grandes empresas, que, apesar de totalmente seguros, incorporam elementos na planta que talvez você não queira fumar.
A desvantagem é que, até que você se torne um cultivador eficiente, você provavelmente estragará alguns cultivos.
2 – Economizar dinheiro
Embora o autocultivo, no caso do indoor, exija um gasto extra de eletricidade que aumenta a conta de luz, se você se dedicar apenas a algumas plantas por mês, a despesa não é tão grande. Mesmo assim, ainda é mais barato cultivar para seu próprio consumo do que comprar.
3 – É mais difícil sua reserva acabar
Se sua planta produz 100/150g a cada 10 semanas, é mais difícil sua reserva acabar. Depende de quanto você fuma, é claro. Mas mesmo que você ache que não é suficiente, sempre pode plantar mais para garantir que sempre terá maconha.
Obviamente, se você plantar uma maior quantidade, tome cuidado com a lei para não acabar na cadeia. Aqueles que, como nós, que vivem em países onde é ilegal, devem ter ainda mais cuidados a esse respeito, apesar do fato de as autoridades tenderem a ser mais permissivas, desde que não superemos uma quantidade excessiva de plantas ou que elas sejam destinadas ao tráfico.
4 – Aprendizado
Tornar-se um cultivador é uma jornada de aprendizado. O mero fato de levar suas plantas adiante pode não torná-lo o melhor botânico do planeta, mas você aprenderá muito nesse meio tempo. Além disso, talvez quando você começar a aprender, perceberá que a aprendizagem é bastante agradável e continuará a expandir seu conhecimento sobre cultivo, efeitos, variedades, etc.
5 – Está ao seu alcance
Nem todo mundo tem acesso a uma erva de qualidade por perto. Quando você cultiva, sempre terá sua própria maria em mãos; portanto, faça como pode e utilizando o que tem, e tenha certeza que não haverá impedimento para manter seu estoque para uso pessoal.
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Referências: Cáñamo
por DaBoa Brasil | maio 24, 2020 | Ativismo, Curiosidades
Um fato inusitado ocorreu no Estádio Lorenzo Arandilla, casa do Brown de Adrogué em Buenos Aires. Com os jogos parados devido à pandemia do coronavírus, e sem fluxo de torcedores, a arquibancada do estádio recebeu uma ilustre presença: uma planta de maconha.
A planta, mais que guerreira (ou guerreiro, pois trata-se de uma planta macho), nasceu no vão das arquibancadas de concreto que costumam ser frequentadas pelas torcidas organizadas do clube participante da Primeira B Nacional do futebol argentino, equivalente a Segunda Divisão.
Com tantas coisas acontecendo no período de isolamento social pelo mundo, uma coisa é certa: independente da vontade humana, independente da legislação, a natureza sempre resiste e segue seu fluxo natural.
por DaBoa Brasil | maio 15, 2020 | Ativismo, Política
Se um tribunal alemão considerar que uma lei, cuja validade depende de uma decisão, é inconstitucional, suspende e solicita a decisão do Tribunal Constitucional Federal.
O Tribunal Constitucional Federal (BVerfG) recebeu uma proposta relacionada à proibição da cannabis. O juiz Andreas Müller, do Tribunal de Magistrados de Bernau, considera que a proibição da cannabis na Alemanha não é constitucional. Ele pretende provar isso perante o maior tribunal do país.
Müller, luta pela legalização da maconha há muitos anos. Ele ligou para a BVerfG em 2002 pedindo a um juiz para verificar se a proibição da maconha era compatível com a Lei Básica Alemã. Naquela época, porém, o BVerfG considerou que a apresentação do juiz era inadmissível. Isso se deve em parte ao fato de ter sido vinculada por uma decisão anterior e própria de 1994, em conformidade com a Seção 31 (1) da Lei do Tribunal Constitucional Federal (decisão de 29 de junho de 2004, Az. 2 BvL 8/02) Naquela época, o juiz de Bernau não apresentou nenhum fato novo “que pudesse permitir uma decisão que se desvia das conclusões anteriores do Tribunal Constitucional Federal”, disse em 2004.
O Tribunal Constitucional deve admitir esse novo recurso e, para o juiz Müller, terá que demonstrar que “novos feitos ocorreram desde 1994”.
Decriminalizações ou legalizações em Portugal, Uruguai, Canadá e vários estados dos EUA demonstram a Müller que a punição “não é necessária para alcançar objetivos como a proteção de menores”.
Relatório de 140 páginas
No prefácio de seu relatório de 140 páginas, o juiz Müller explica que “é imperativo que o Tribunal Constitucional Federal, que não lida com a proibição da maconha há mais de 26 anos, considere se a perseguição de milhões de pessoas na República Federal da Alemanha pelo consumo de cannabis está atualizado e se atende aos requisitos de uma sociedade livre e ao mandato da Lei Básica, em particular para proteger as minorias”.
O juiz Muller argumenta a existência atual de evidências de que a periculosidade da cannabis deve ser avaliada diferentemente da anterior; “A expressão mais clara e atualizada da reavaliação da periculosidade da cannabis é encontrada no Comitê de Peritos da OMS. Em 2018, publicaram um relatório crítico sobre a atual classificação da maconha”.
O juiz também acrescenta que “a suposição geral de que o uso de maconha causa uma deterioração na saúde mental” não foi comprovada.
Evidência de efeito prejudicial?
“Embora possa ser demonstrado que as pessoas mais problemáticas a usam com mais frequência, não é possível encontrar evidências de um efeito prejudicial da cannabis”, diz Müller. Além disso, deve-se notar que; “dados os milhões de usuários, relativamente poucos vão para ambulatório ou são hospitalizados devido a um diagnóstico relacionado à cannabis”.
Segundo o juiz do Tribunal de Bernau, a criminalização de cerca de quatro milhões de usuários de maconha na Alemanha não só viola muitos dos direitos fundamentais das pessoas envolvidas, como o “direito à intoxicação”, conforme o artigo 2, seção 1 do Grundgesetz. “Isso também implicaria custos imensos para o Estado e a sociedade devido à natureza desproporcional das sanções penais”. Em várias páginas, Müller trata da relação entre maconha e álcool no aspecto da igualdade fundamental (artigo 3 do Grundgesetzf), com uma conclusão; “O tratamento diferente da cannabis do álcool deve ser considerado muito arbitrário”.
Hoje, a única possibilidade de descriminalizar a maconha reside no BVerfG. Nenhuma liberalização pode ser esperada do atual governo federal, pois o comissário federal das drogas rejeitou recentemente qualquer desejo de legalização.
Fonte: LTO
Referência de texto: La Marihuana
por DaBoa Brasil | maio 8, 2020 | Ativismo, Economia, Meio Ambiente, Política
Nestes tempos de pandemia do coronavírus, mais e mais vozes são levantadas a favor da legalização da maconha para todos os usos.
A pandemia está fazendo com que cada vez mais países vejam a produção de maconha, tanto industrial como medicinalmente, como uma nova oportunidade de prosperidade. Novos países estão se abrindo para a possibilidade de produzir cultivos em larga escala. Costa Rica e Equador são dois novos países que nos últimos dias avançaram nessa direção.
Além disso, a demanda por cannabis “medicinal” está se expandindo aos trancos e barrancos, na verdade países como a Alemanha têm uma demanda maior que a oferta. Em outros países mais avançados na produção da planta, como Israel, estão tentando acelerar os requisitos necessários para poder exportar e abastecer os mercados que procuram suprimento.
Em tempos de pandemia, aumenta a demanda
Não apenas a produção de cânhamo industrial nesses tempos de coronavírus é vista pelos diferentes países como um possível mecanismo econômico para as indústrias relacionadas ao mundo agrícola. A demanda por maconha recreativa também registrou um aumento enorme. De fato, desde o primeiro dia em que os governos pediram à população seus confinamentos, nos dispensários ou coffeeshops de todo o mundo onde existem, foram vistas longas filas de clientes em suas entradas. E o que é mais esclarecedor, em territórios norte-americanos, essas empresas foram catalogadas no mesmo nível das farmácias ou padarias. Portanto, mantiveram-se abertos e classificados como “serviços essenciais“.
Decepção entre investidores
Além disso, é verdade que existem altas doses de decepção entre os investidores que, alguns meses atrás, pensavam que os números nesse momento seriam diferentes. As grandes empresas do setor tiveram que fazer demissões em massa para tornar as contas mais consistentes com o faturamento. Essa seria uma das razões pelas quais os preços das ações de muitas dessas empresas de cannabis estão baixos. Muitos especialistas neste mercado acreditam que os investidores agora são mais realistas com o potencial desse setor.
A pandemia aumentou a demanda
Se pacientes precisam estar confinados, isso dificulta o acesso ao medicamento. É normal que isso produza armazenamento que cause um aumento na demanda. Por outro lado, o usuário recreativo também tem o mesmo problema de confinamento que o usuário medicinal e, portanto, a demanda também está aumentando. Países como o Canadá, o único industrializado onde a maconha é legal, viu como as demandas por cannabis eram espetaculares quando as lojas e os bares fecharam.
O cultivo industrial agora é visto com outros olhos
Essa pandemia, e a recessão global causada por ela, estão fazendo com que em muitos países onde em outras datas essa produção industrial ou medicinal diretamente teria sido descartada; atualmente está sendo vista como um choque econômico.
Muitos países da América Latina, no centro e no sul do continente, estão vendo como permitir seu cultivo e produção em larga escala possam ser uma grande ajuda econômica. Isso aconteceria não apenas pela grande demanda que esse produto pode ter, mas também pela indústria que pode ser criada à sua sombra. Além da quantidade de impostos que você pode enviar aos cofres do governo e dos empregos que você pode criar.
Na Polônia e em seu Ministério da Agricultura, foi solicitado que o cultivo de maconha industrial ou medicinal atinja até 1% de THC. O Parlamento vai debater esse apelo do governo polonês.
Legalização do uso recreativo de maconha
Países, como a Nova Zelândia, já avançaram e planejam este ano realizar um referendo em que a população será solicitada a dizer sim ou não para legalizar o uso recreativo da planta. Outros, como o México, também devem legislar nessa direção, depois que o Tribunal Superior emitiu a recomendação ao Parlamento.
São tempos de coronavírus, mas também são tempos de legalizar e regular a produção e indústria de uma planta com alta demanda. Isso pode e será uma grande ajuda financeira proveniente de diferentes caminhos.
Referência de texto: La Marihuana
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