por DaBoa Brasil | maio 18, 2017 | Arte, Entretenimento, Eventos
No próximo sábado (20) os amantes da boa leitura e da boa erva, que estiverem na Cidade Maravilhosa, poderão participar da I Bienol do Livro – Feira Literária Antiproibicionista.
A Bienol do Livro reúne autores de livros, revistas, quadrinhos e afins, além de criadores de diversos conteúdos impressos, para um encontro que consistirá em programação de um dia relacionada às obras antiproibicionistas publicadas em território brasileiro bem como do exterior.
A feira conta com a presença de autores de vários estados do Brasil e com obras de diversos países à venda. Além de obras raras em exposição e sorteios de revistas e brindes.
O evento acontece às 16:20 na Headshop La Cucaracha na Rua Teixeira de Melo 31H, em Ipanema! Não perca essa oportunidade de legalizar a informação! Para mais informações clique aqui!
por DaBoa Brasil | maio 16, 2017 | Arte, Ativismo, Entretenimento
Quem escreve este texto é um dos muitos transgressores da lei. Um criminoso pacifista, que tem como máscara os olhos vermelhos e os lábios secos. Digo criminoso porque detenho a arma que mais incomoda governantes e policiais: o conhecimento ilegal.
Diante de um estado repressor, a detenção de um usuário de maconha se mostra benéfica quando colocada nas estatísticas. Quanto mais usuários forem detidos, maior será a popularidade política entre seus apoiadores. Na mídia, matérias sobre apreensão de drogas e prisão de traficantes, além de reforçar o sistema repressor em vigor em nosso país, causam o mesmo efeito orgástico de vídeos pornográficos nos grupos reacionários da classe média brasileira.
Aqueles que conhecem os efeitos da maconha sabem o quão inofensivo o mero usuário é. Porém, o que coloca a sociedade em verdadeiro perigo é o conhecimento de um maconheiro. Enquanto a população continua sedada e sendo alimentada com imagens de guerra, os maconheiros se entorpecem com a flor da planta canábis e abrem a cabeça para um novo modelo de sociedade.
Quem fuma maconha todos os dias sabe como a proibição de uma planta é ridícula, e tentar exterminar da face da terra algo que nasce naturalmente soa ainda mais patético. Se as sociedades consomem maconha, para vários fins, desde muito antes do nascimento de Cristo, o que leva as pessoas a acharem que um tratado feito entre países em 1961 vai de fato acabar com tal hábito? Se o mundo funcionasse pelas lógicas escritas do sistema imposto, viveríamos em um lugar muito mais pacífico, mas não é isso que vemos.
O homem sempre achou que poderia ter controle sobre todas as coisas ao redor, até sobre seus próprios comportamentos. Quando há em jogo interesses financeiros, tal controle fica ainda mais forte. Aliado ao domínio religioso e à falta de conhecimento da população, torna-se uma tarefa fácil manter o status quo por décadas.
Fumar maconha é muito mais do que simplesmente ficar chapado, é um ato de resistência.
Mesmo com tantas mortes, prisões e ameaças, ter convicção de que este sistema está falido e cada vez mais mortal é ser um mártir, e por isso se expressar, seja por música, literatura ou até mesmo plantando maconha, é uma forma de tentar mudar o mundo sem violência e fazendo uso apenas do conhecimento.
Como já disse o pensador Gabriel, “a paz é contra a lei e a lei é contra a paz”. No Brasil, as coisas só mudam por meio do radicalismo. É preciso milhares de mulheres serem mortas buscando aborto clandestino para então o Supremo Tribunal Federal- mesmo contra a vontade do Congresso- reconhecer que o aborto é um direito legítimo de toda pessoa do sexo feminino.
Mesmo com a Anvisa reconhecendo recentemente a maconha como planta medicinal, o caminho para o fim da guerra é longo, e muitas armas serão apontadas para aqueles que não querem mais se submeter às políticas governamentais. Até que a maconha seja totalmente legalizada, é preciso que todos os usuários continuem na militância e buscando conhecimento. Seja marginal, seja herói, seja maconheiro.
Por Francisco Mateus
por DaBoa Brasil | abr 25, 2017 | Arte, Ativismo, Entretenimento, Música
O que seria da cultura pop se Bob Dylan não tivesse passado um baseado aos Beatles durante a passagem da banda por Nova York em 1964? Provavelmente seria menos colorida, e muito menos revolucionária. Foi por causa da maconha que a carreira dos Beatles tomou outro rumo, com mais experimentações sonoras e reflexões filosóficas, evidentes nos discos Rubber Soul, Revolver e Sgt. Peppers Lonely Heart Club Band.
Ninguém se torna gênio após fumar um baseado, mas o que a maconha faz, naqueles que já tem predisposição à criatividade, é tornar as ideias muito mais fáceis de serem executadas e aprimoradas. Não é exagero quando falam que com a maconha a inspiração vem como um “presente divino”, pois de fato a erva de Jah eleva a consciência humana a outro patamar.
O desenvolvimento tecnológico teve também influência da maconha e outras drogas. Steve Jobs, por exemplo, fumava maconha e tomava LSD diariamente durante sua vida de universitário, o que acabou sendo impactante na criação do computador moderno como conhecemos, com uma interface colorida e interativa, como uma trip psicodélica.
É uma imensa hipocrisia em uma mão criminalizar a erva e seus usuários, e na outra venerar pessoas que de algum jeito revolucionaram o mundo por fumarem maconha. O pior é propagar, principalmente por meio de programas educativos, que o uso da erva torna te torna um “sequelado sem futuro e com baixa quantidade de esperma no saco”, se esquecendo que nosso antigo Ministro da Cultura, Gilberto Gil, e a fábrica ambulante de fazer filhos, Mick Jagger, são usuários de maconha.
Criminalizar a maconha, é criminalizar a liberdade de pensamento e criação, e um mundo melhor só poderá ser feito quando não houver barreiras no ato de se fazer arte. Maconha não é a porta de entrada para outras drogas, mas sim, a chave para abrir as portas da percepção. Mas diante da crítica situação da arte e da regulamentação da maconha no Brasil, pelo visto muita gente em Brasília prefere cobrir os olhos com suas orelhas de burro.
Por Francisco Mateus
por DaBoa Brasil | abr 8, 2017 | Arte, Ativismo, Entretenimento, Música
A maconha está intrinsecamente ligada à música. Na Música Popular Brasileira, que tem na formação de sua identidade a influência de vários estilos musicais, a combinação da erva com o violão é evidente. Em entrevista, Gilberto Gil já chegou a afirmar que a maconha é capaz de desencadear uma maior liberdade auditiva, e que tanto a Bossa Nova quanto o Reggae, pela suavidade, são gêneros que foram beneficiados pela droga.
Prova disso está no fato de o pai da Bossa Nova, João Gilberto, ter usado maconha durante os anos 50, tendo sido até apelidado de “Zé Maconha”. Para o músico, a maconha lhe despertava uma sensação mística inexplicável, capaz de aguçar sua sensibilidade para a percepção de sons e cores. Não é à toa que o disco “Chega de Saudade” é considerado um divisor de águas na MPB.
Pode ser que o “País dos Baurets” a qual os Mutantes fazem referência no disco “Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets”, seja o próprio Brasil. Provavelmente depois de Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias terem queimado um ‘bauret’ com Tim Maia, é que eles perceberam que há uma forte ligação entre a planta e a música que nasce no país. O ambiente influencia a pira criativa de quem fuma, seja no Leme ou no Pontal,
Na introdução da música “Tropicália”, de Caetano Veloso, fala-se: “Quando Pero Vaz Caminha/ Descobriu que as terras brasileiras/ Eram férteis e verdejantes /Escreveu uma carta ao rei:/ Tudo que nela se planta,/ Tudo cresce e floresce”. Só o que Pero Vaz Caminha não sabia ao chegar no Brasil em uma caravela com velas de cânhamo, é que a planta seria no século XX fortemente repreendida.
Mas até em meio à repressão, a maconha não deixou de ser fonte de inspiração para ritmos e letras de música. Na verdade, foi em meio à perseguição da polícia com os maconheiros, principalmente dos morros, que Bezerra da Silva propagou um dos maiores ensinamentos aos usuários de maconha na música “Malandragem Dá Um Tempo”, com os versos “Vou apertar, mas não vou acender agora/ Se segura malandro, pra fazer a cabeça tem hora”.
Em mais de 50 anos, as “letras cannábicas” da MPB continuam atuais. Após abandonar o rock da Jovem Guarda, Erasmo Carlos cantou, sob influência da música latina, o que todo maconheiro sente em relação à erva: “Eu quero Maria Joana” pois “só ela me traz beleza nesse mundo de incerteza”. A maconha vai ser sempre fonte de inspiração para muitos músicos, independente de sua criminalização. Enquanto houver sol, praia, violão e maconha, o Brasil vai continuar sendo o “País dos Baurets”.
Por Francisco Mateus
por DaBoa Brasil | jul 7, 2016 | Arte, Curiosidades, Entretenimento
A maconha é a protagonista da exposição da história científica e contemporânea na Califórnia.
“Altered State: Marijuana in California” (estado alterado: a maconha na Califórnia) é o título da singular exposição que estará aberta ao público nos próximos meses no Museu da Califórnia de Oakland.
No contexto da votação que se efetuará este ano sobre a legalização do consumo recreativo da maconha, a exibição mostra obras de arte, documentos e cartazes políticos, assim como investigações científicas multimídia e interativa, todo no contexto de provocar perguntas e discussões sobre a planta.
“Temos desenhado uma experiência aberta e participativa para todos os que tenham opiniões ou queiram saber mais sobre os problemas complexos e a informação sobre este tema”, disse a encarregada de ciências naturais Sarah Seiter.
“Interessa-nos criar um fórum para que todos os interessados discutam sobre a maconha, sua história, política, cultura e o impacto sobre nosso estado”, disse Seiter.
Na atualidade, 35 estados norte americanos já tem leis e normas sobre o uso medicinal da maconha e quatro estados além da capital estadunidense já são legalizados o consumo recreativo.
A exposição está organizada em 10 áreas de interesses distintos: a ciência da maconha, a maconha medicinal, a erva rentável, a ganja sagrada, a droga criminal, a erva criativa, a erva daninha, tendência política, juventude e erva recreativa. O projeto desenvolvido ao longo de dois anos, uma centena de funcionários.
A exposição começa dia 25 de setembro.
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