por DaBoa Brasil | ago 11, 2024 | Economia, Política
Quase 100 dispensários varejistas licenciados no estado norte-americano começaram a vender produtos de maconha na última terça-feira (6) para pessoas com 21 anos ou mais.
57% dos habitantes de Ohio decidiram a favor de uma medida de votação em novembro de 2023 que legalizava a posse, o cultivo doméstico e a venda de cannabis no varejo para adultos. A iniciativa exigia que as vendas de maconha começassem até 7 de setembro de 2024.
“As autoridades estaduais devem ser elogiadas por mover esse processo de forma relativamente rápida”, disse o vice-diretor da organização NORML, Paul Armentano. “Os varejistas oferecem aos consumidores a opção de obter produtos testados em um ambiente seguro e regulamentado. Quanto mais cedo os consumidores tiverem acesso ao mercado de produtos de cannabis, mais rapidamente começaremos a ver interrupções no mercado não regulamentado”.
A previsão é que as vendas de maconha para uso adulto gerem entre US$ 276,2 milhões e US$ 403,6 milhões em receita tributária anual dentro dos próximos cinco anos.
Ohio é o 24º estado dos Estados Unidos a promulgar a legalização da maconha e o 14º a fazê-lo por meio de iniciativa dos eleitores.
Referência de texto: NORML
por DaBoa Brasil | ago 10, 2024 | Cultivo
O açafrão, ou cúrcuma, é uma maravilha natural que combate patógenos e melhora a saúde das plantas, oferecendo uma alternativa sustentável aos pesticidas químicos. No post de hoje você vai descobrir como isso pode transformar suas práticas de cultivo de maconha e promover o cultivo orgânico.
O interesse pelo cultivo ecológico aumentou muito nos últimos anos devido ao aumento da consciência sobre a saúde, a sustentabilidade ambiental e a qualidade dos alimentos. Ao contrário da agricultura convencional, que depende fortemente de produtos químicos sintéticos, o cultivo ecológico utiliza métodos naturais para melhorar a fertilidade do solo, controlar pragas e doenças e produzir colheitas de qualidade. As vantagens do cultivo orgânico incluem a redução de resíduos químicos de pesticidas, fertilizantes e herbicidas, o que reduz o risco de exposição a estes compostos nocivos.
Alguns estudos indicam que os produtos orgânicos podem conter níveis mais elevados de certos nutrientes (como antioxidantes, vitaminas e minerais) do que as fórmulas convencionais. Especificamente, foi demonstrado que a maconha orgânica possui uma maior proporção de terpenos, o que influencia positivamente o seu sabor e aroma. Além disso, o cultivo orgânico aumenta a sustentabilidade ambiental, melhorando a estrutura e a fertilidade do solo, promovendo a biodiversidade da área e reduzindo a poluição da água e do solo.
O controle de pragas e doenças no cultivo ecológico é essencial para preservar a saúde das plantas e a sustentabilidade do ecossistema. Ao contrário da agricultura tradicional, que depende de pesticidas e fungicidas sintéticos, a agricultura biológica utiliza alternativas naturais para combater estes problemas e promover um ambiente agrícola equilibrado e seguro. Dentre essas alternativas, a cúrcuma se destaca como um agente natural e versátil graças às suas propriedades antifúngicas, antibacterianas e antimicrobianas.
O que é açafrão?
O açafrão ou cúrcuma (Curcuma longa) é uma planta com longa história de uso medicinal e culinário, principalmente na Ásia. Ela tem sido usada há milênios por sua suposta influência positiva no bem-estar, e numerosos estudos científicos apoiam a capacidade da cúrcuma como um agente potente no combate a patógenos que afetam a saúde humana.
Na culinária, é um tempero bastante conhecido e principal componente do curry na culinária indiana e do sudeste asiático. A sua cor e sabor amarelo intenso tornam-no indispensável em muitos pratos. Além de seu uso como tempero, o açafrão tem sido historicamente utilizado como conservante natural devido às suas propriedades antimicrobianas. Na Índia, o “leite dourado” (uma mistura de leite com açafrão e outros ingredientes) é uma bebida tradicional famosa pelos seus benefícios para a saúde.
Por que usar açafrão no cultivo orgânico?
Vários estudos científicos demonstraram que o principal composto ativo do açafrão, a curcumina, possui potentes propriedades antimicrobianas, antibacterianas e antifúngicas, tornando-o uma ferramenta potencialmente valiosa para o cultivo biológico. O uso da cúrcuma no cultivo da maconha está sendo analisado como uma alternativa natural e ecológica para combater os patógenos que afetam essas plantas.
Em comparação com os tratamentos convencionais, os benefícios da cúrcuma para o cultivo orgânico incluem:
– É um produto natural e biodegradável que não gera resíduos tóxicos.
– Ajuda a reduzir o desperdício químico
– Reduz o risco de exposição a compostos nocivos
– Promove a saúde do solo
– Ajude a conservar a biodiversidade local
– Reduz a poluição da água e do solo
Além disso, devido aos seus múltiplos mecanismos de ação, os patógenos não têm grande probabilidade de desenvolver resistência à curcumina. É um produto acessível e de baixo custo em comparação com muitos produtos químicos sintéticos.
As possíveis desvantagens do uso de açafrão incluem:
– A concentração de curcumina pode variar dependendo da fonte
– Pode exigir aplicação mais frequente do que alguns pesticidas sintéticos
– Em altas concentrações pode causar um efeito fitotóxico nas plantas de cannabis
Estas desvantagens podem ser facilmente controladas examinando o cultivo em busca de sinais de doenças, ajustando as aplicações de açafrão conforme necessário e usando concentrações ideais para maximizar os benefícios e minimizar os efeitos fitotóxicos. Além disso, a cúrcuma pode ser combinada com outras práticas biológicas e culturais para melhorar a sua eficácia geral.
Como funciona a cúrcuma?
Vários estudos analisaram a eficácia do açafrão sob condições controladas e, em geral, foram observadas uma redução significativa na carga microbiana e uma melhoria na saúde das plantas. Essas pesquisas também indicam que suas propriedades antibacterianas e antifúngicas ultrapassam 60%. Especificamente, uma solução de extrato de cúrcuma reduziu a incidência de mofo cinzento em 70% e a infecção por Pseudomonas aeruginosa em 60%.
A curcumina (o composto ativo da cúrcuma) atua principalmente através de vários mecanismos, incluindo:
– Alterando as membranas celulares: perturba a integridade das membranas celulares microbianas.
– Inibindo a síntese proteica: interfere na síntese proteica das células microbianas.
– Bloqueando a replicação do material genético: inibe a replicação do DNA em bactérias e fungos, impedindo o seu crescimento.
A cúrcuma provou ser muito eficaz no combate a diversas bactérias, fungos e vírus, incluindo patógenos que geralmente afetam os cultivos de maconha (como Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli e Staphylococcus aureus) e fungos como Fusarium e Botrytis cinerea entre muitos outros. Portanto, a aplicação de cúrcuma pode ajudar a reduzir a incidência de mofo cinzento (Botrytis cinerea) e murcha causada pelo fungo Fusarium. Curiosamente, ao agir através de múltiplos mecanismos de ação, as chances de os microrganismos desenvolverem resistência são reduzidas.
Além da sua ação antimicrobiana, a cúrcuma também pode estimular o crescimento das plantas de maconha. Em ensaios de campo, os cultivadores que implementaram tratamentos com cúrcuma observaram diversas melhorias na saúde dos seus cultivos, tais como:
Melhor saúde do solo: os compostos bioativos da cúrcuma podem promover a saúde do solo, promovendo a absorção de nutrientes e a atividade microbiana benéfica.
Fortalecimento das defesas naturais: a cúrcuma pode provocar uma resposta defensiva nas plantas, o que melhora a sua resistência a futuros ataques de patógenos.
Redução de doenças foliares: a aplicação frequente de açafrão resultou em menor incidência de doenças foliares, o que por sua vez reduziu a necessidade de aplicação de fungicidas sintéticos.
Além disso, vários estudos indicam que o açafrão também é um poderoso pesticida natural. Isto torna-o o candidato perfeito para o controlo de pragas de insetos agrícolas, uma vez que também é provável que afete positivamente os animais e humanos que consomem alimentos tratados com cúrcuma.
Uso de açafrão no cultivo orgânico
A cúrcuma contém diversos compostos bioativos, entre os quais a curcumina é o mais estudado por suas poderosas propriedades antibacterianas.
– Uso de açafrão como substância antibacteriana
Além da curcumina, a cúrcuma contém desmetoxicurcumina e bisdemetoxicurcumina, que também contribuem para a sua atividade antimicrobiana. A cúrcuma provou ser altamente eficaz contra diversas bactérias patogênicas que afetam os cultivos, como Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa. Esses patógenos causam múltiplas doenças que podem reduzir significativamente a produtividade dos cultivos.
No cultivo de maconha, a cúrcuma pode ser especialmente benéfica na redução da incidência de doenças bacterianas comuns, como murcha bacteriana e manchas foliares. A aplicação da cúrcuma como substância antibacteriana pode melhorar a saúde geral das plantas e a qualidade final da colheita, sem os efeitos adversos dos antibióticos sintéticos.
– Uso de açafrão como substância antifúngica
A cúrcuma demonstrou ser eficaz contra vários fungos patogênicos, como Geotrichum candidum, Rhizoctonia solani, Alternaria tenuissima, Gibberella fujikuroi, Aspergillus sp., Fusarium spp., Phytophthora spp., e Botrytis cinerea. A curcumina e outros compostos da cúrcuma inibem o crescimento e a reprodução desses fungos.
Um estudo indica que os componentes naturais da cúrcuma (bisdemetoxicurcumina, calebina A, curcumina e desmetoxicurcumina) podem se ligar ao local ativo da enzima cutinase do fungo patogênico Fusarium spp. Esta enzima é essencial para ajudar o fungo a penetrar no tecido radicular da planta. Os resultados revelam a capacidade da cúrcuma em modificar a enzima cutinase e sua atividade, interferindo na síntese das paredes celulares dos fungos e causando lise celular e morte de patógenos.
Além disso, a curcumina interfere na síntese das paredes celulares dos fungos, causando lise celular e morte de patógenos. Ao inibir a formação da parede celular, a curcumina previne o crescimento e a reprodução de fungos. Outro estudo indica que os extratos de cúrcuma podem alterar a permeabilidade da membrana celular do fungo, resultando no vazamento de componentes celulares vitais e, por fim, na morte do fungo. Este mecanismo garante que os fungos não sobrevivam ou proliferem nas plantas tratadas com açafrão.
No cultivo de maconha, a cúrcuma pode ser usada no combate a fungos como Botrytis cinerea (mofo cinzento) e oídio (grupo de doenças causadas por fungos que infectam a parte aérea das plantas). Como resultado, a cúrcuma apresenta-se como uma alternativa segura e eficaz aos fungicidas sintéticos contra esses fungos.
– Uso de açafrão como substância antimicrobiana
A cúrcuma também contém vários compostos bioativos que possuem propriedades antimicrobianas de amplo espectro. Esses compostos são muito eficazes no combate a muitas bactérias, fungos e vírus patogênicos.
Como usar açafrão no cultivo orgânico de maconha
A cúrcuma pode ser uma substância fundamental para combater patógenos e doenças vegetais comuns. Abaixo mostramos as maneiras mais simples de adicionar esta erva ao seu cultivo de maconha.
Preparação de extratos
– Extrato de cúrcuma em pó: seque e triture o rizoma da cúrcuma. Este pó pode ser aplicado diretamente ou dissolvido em água para pulverizar as plantas.
– Extrato líquido: macere o pó de cúrcuma em água quente, filtre e aproveite o líquido resultante.
Métodos de aplicação
A aplicação da cúrcuma pode ser feita semanalmente ou quinzenalmente, dependendo da gravidade da infecção ou como medida preventiva. No entanto, a concentração de açafrão recomendada para o cultivo de maconha varia dependendo do método de aplicação.
Pulverização foliar
- Extrato de cúrcuma em pó: recomenda-se uma concentração de 1-2% de cúrcuma em pó diluído em água. Isto significa dissolver 10 a 20 gramas em um litro de água.
- Extrato líquido: use 5-10% de extrato de cúrcuma diluído em água. Para obter, por exemplo, um litro de solução, deve-se misturar 50 ou 100 ml de extrato concentrado de cúrcuma com 950 ou 900 ml de água.
Quando tiver o extrato pronto com a concentração adequada, pulverize-o nas folhas e caules das suas plantas.
Solução de irrigação do solo
Para encharcar o solo, prepare uma solução com concentração de 0,5 a 1% de açafrão em pó. Isso equivale a dissolver 5 a 10 gramas de açafrão em pó em um litro de água de irrigação e aplicá-lo diretamente no substrato para combater patógenos.
Tratamento de sementes
Mergulhe as sementes de maconha em uma solução de cúrcuma de 0,5 a 10% por meia hora antes de semear. Esta prática pode ajudar a prevenir infecções precoces e melhorar as taxas de germinação.
Desafios e observações sobre o uso da cúrcuma
Mais pesquisas são necessárias para compreender melhor os mecanismos de ação da cúrcuma e sua interação com outros tratamentos e práticas de cultivo. No entanto, as empresas de biopesticidas já estão criando formulações comerciais padronizadas com açafrão para controle de agentes patogênicos.
Essas fórmulas são projetadas para serem fáceis de aplicar e eficazes contra diversos patógenos, sem prejudicar o meio ambiente ou a saúde humana. Além disso, os avanços nas tecnologias de fumigação e irrigação poderiam melhorar a eficácia e a eficiência da aplicação da cúrcuma em cultivos de grande escala.
Cúrcuma: a próxima grande novidade para o cultivo orgânico de maconha?
A cúrcuma oferece uma abordagem muito promissora e natural para o controle de patógenos no cultivo de maconha, graças às suas propriedades antimicrobianas, antibacterianas e antifúngicas, que combatem diversas bactérias, fungos e vírus nocivos.
Além dessas propriedades, a aplicação da cúrcuma no cultivo da maconha representa um avanço em direção a um cultivo mais sustentável e ecológico. Ao reduzir a dependência de pesticidas químicos, os cultivadores serão capazes de limitar o impacto ambiental e promover práticas agrícolas mais saudáveis e seguras.
Como resultado, as inúmeras propriedades da cúrcuma, o seu perfil ecológico, o baixo custo e a elevada acessibilidade fazem dela uma alternativa natural aos tratamentos químicos tradicionais. Graças à investigação em curso e à integração de novas tecnologias, o açafrão poderá desempenhar um papel muito importante no futuro do cultivo sustentável e no cultivo de maconha de qualidade.
Referência de texto: Royal Queen
por DaBoa Brasil | ago 9, 2024 | Saúde
Uma nova revisão científica que examina os potenciais efeitos terapêuticos da maconha na síndrome de Tourette conclui que a planta mostra “resultados promissores e potencialmente eficaz na mitigação da gravidade dos tiques e impulsos premonitórios”.
Os autores da revisão da literatura, publicada no mês passado no European Journal of Clinical Pharmacology, avaliaram nove estudos envolvendo 401 pacientes com síndrome de Tourette (ST).
Embora os autores tenham notado que pesquisas adicionais — envolvendo amostras maiores, doses fixas e “componentes unificados” — são necessárias para estimar com precisão sua eficácia, eles disseram que os estudos indicaram que a medicina baseada em cannabis (MBC) pode ser uma terapia promissora para pessoas com ST.
“O presente estudo sugere resultados favoráveis e potencialmente eficazes com maconha na redução da gravidade de tiques e impulsos premonitórios”, eles escreveram, acrescentando que as descobertas podem ser especialmente úteis à luz do fato de que pacientes com ST têm poucas opções de tratamento disponíveis.
“Encontramos reduções significativas na gravidade dos tiques e nos impulsos premonitórios”.
“Apesar do uso de vários agentes para reduzir a frequência e a gravidade dos tiques relacionados à ST e melhorar a qualidade de vida do paciente, há uma falta de evidências de alta qualidade que sustentem sua eficácia”, diz o estudo. “Apenas três agentes — haloperidol, pimozida e aripiprazol — foram aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) para controle de tiques. No entanto, devido à ausência de tratamento universal, muitos agentes, incluindo a maconha, foram sugeridos”.
A pesquisa incluiu ensaios clínicos e estudos de coorte, analisando medições antes e depois da ingestão de canabinoides e avaliando a significância com um intervalo de confiança de 95%.
Dos três estudos envolvidos em uma meta-análise, um “revelou uma redução significativa nas pontuações totais”, outro “revelou uma diminuição significativa nas pontuações” e um terceiro “não revelou nenhuma diferença significativa na redução da pontuação” com o uso de medicamentos à base de maconha.
Os autores disseram que acreditam que a pesquisa representa “a primeira revisão sistemática e meta-análise avaliando a eficácia da maconha entre pacientes com ST usando várias escalas”.
Eles reconheceram, no entanto, que o conjunto de dados “era pequeno, levantando preocupações sobre a generalização dos resultados do estudo”.
“Devido às limitações e aos poucos estudos disponíveis, não pudemos comparar o grupo que usou maconha com grupos placebo (ou outro medicamento)”, diz o relatório. “Além disso, foi observada heterogeneidade em alguns resultados, apesar da realização de uma análise de sensibilidade”.
A equipe de oito autores por trás do novo estudo representa diversas instituições no Egito (Universidade de Mansoura, Universidade Damanhour, Hospital Universitário Principal de Alexandria, Universidade do Canal de Suez, Universidade do Vale do Sul e Universidade Kafrelsheikh), uma em Jerusalém (Universidade Al-Quds) e outra na Polônia (Universidade de Ciências Médicas de Poznan).
De acordo com a Tourette Association of America, vários de estados dos EUA — incluindo Arkansas, Illinois, Minnesota, Missouri, Nova Jersey e Ohio — listam especificamente a síndrome de Tourette como uma condição qualificada para o uso medicinal da maconha. Outros permitem que os provedores de cuidados certificados recomendem cannabis para qualquer condição que eles acreditem que beneficiaria um paciente ou após outros medicamentos terem se mostrado ineficazes.
Enquanto isso, a necessidade de reduzir as barreiras à pesquisa sobre a maconha nos Estados Unidos foi um dos principais assuntos levantados por reguladores estaduais e outros grupos que enviaram comentários públicos recentemente, enquanto o governo avalia se deve mover a maconha para o menos restritivo Anexo III da Lei de Substâncias Controladas.
Embora o reagendamento em si não legalize o uso medicinal da maconha em nível estadual ou os mercados para uso adulto, ele pode ter uma variedade de efeitos sobre pesquisas, impostos, funcionários do governo e muito mais.
Referência de texto: Marijuana Moment
por DaBoa Brasil | ago 8, 2024 | Psicodélicos, Saúde
Uma nova revisão científica descobre que cinco de seis estudos sobre MDMA para transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) “fornecem evidências para a segurança e eficácia aparentes” da terapia. Mas enquanto os autores chamaram os resultados de “encorajadores”, eles dizem que pesquisas mais robustas são necessárias antes que a terapia assistida com MDMA tenha uma adoção generalizada em relação às formas de tratamento atualmente disponíveis.
“Embora ressalvas importantes devam ser notadas, ensaios clínicos randomizados de MDMA para TEPT até o momento demonstram amplamente a eficácia e a segurança aparentes da abordagem”, de acordo com a nova revisão, publicada no Journal of Psychedelic Studies. “Participantes em tratamento com MDMA em dose completa mostraram melhorias estatisticamente maiores na medida de desfecho primário em 5 de 6 estudos (83,3%)”.
Além disso, o relatório observa que os ensaios de Fase III mostraram que os efeitos são significativos e duradouros — “duradouros até um ano após a intervenção” — e que os riscos são relativamente pequenos.
“A administração de MDMA foi associada a poucos eventos adversos sérios em todos os estudos”, acrescenta. “Parece bem tolerada entre voluntários saudáveis, jovens a de meia-idade, sem comorbidades médicas, embora potencialmente arriscada entre aqueles com histórico prévio de saúde cardiovascular precária”.
A equipe de quatro pesquisadores da Baylor University analisou seis ensaios clínicos randomizados de terapia assistida por MDMA, dos quais quatro eram ensaios de Fase II e dois eram ensaios de Fase III. Os resultados foram promissores, descobriram os autores, mas originaram-se de ensaios que eles disseram não serem suficientes para demonstrar a superioridade da terapia com MDMA em relação aos tratamentos existentes.
“Embora a pesquisa até o momento seja encorajadora, ainda não há evidências suficientes para sugerir que o MDMA deva (…) ter adoção generalizada em relação às formas atuais e validadas de tratamento”, eles escreveram. “Embora muitos ensaios demonstrem resultados promissores de eficácia e segurança para o MDMA para TEPT, a literatura até o momento é dominada por estudos mal cegos e projetados circularmente, orquestrados por uma única organização com interesses aparentemente conflitantes”.
Essa “organização única” é uma referência à Associação Multidisciplinar de Estudos Psicodélicos (MAPS), que o novo relatório diz ser “principalmente responsável pelo financiamento, desenho do estudo, manual de tratamento e recrutamento de participantes para cada [ensaio clínico randomizado] de MDMA até o momento”.
“De acordo com o site do MAPS, a organização busca conduzir ensaios de pesquisa para testar a eficácia de terapias psicodélicas e promover iniciativas de políticas para a legalização e maior disponibilidade de compostos psicodélicos”, diz o estudo. O “compromisso da organização com a defesa fez com que alguns revisores questionassem se suposições a priori sustentaram pressupostos sobre a eficácia do tratamento e alimentaram propostas de políticas antes que uma investigação completa do MDMA tenha ocorrido”, acrescenta.
O financiamento e o recrutamento de participantes pelo MAPS também atraíram críticas, continuaram os autores, apontando para relatos de que os participantes “posteriormente admitiram ter ocultado efeitos negativos e relatado em excesso mudanças positivas sob uma obrigação autoimposta de ajudar o MDMA a ser aprovado pelo FDA”.
“Embora talvez não seja verdade para todas as experiências dos participantes”, eles escreveram, “isso ilustra vividamente como o potencial viés de seleção, as características da demanda, os efeitos da desejabilidade da resposta e o comprometimento com os objetivos políticos do MAPS entre os sujeitos da pesquisa podem distorcer os resultados”.
As implicações clínicas do estado atual da literatura científica sobre a terapia assistida por MDMA para TEPT são “pouco claras”, conclui o novo estudo, “dadas as muitas questões sem resposta relativas aos mecanismos de ação do MDMA, a diversidade de competências de treinamento que são relevantes para fornecer a terapia não diretiva e a ausência de quaisquer estudos que comparem diretamente o MDMA às terapias atuais”.
Para melhorar a robustez das evidências disponíveis, recomenda-se que estudos futuros “sejam realizados por pesquisadores independentes para diminuir a influência do viés de fidelidade e dos efeitos de expectativa” e que a pesquisa também inclua ensaios comparativos contra terapias existentes.
“Dados os altos custos do MDMA, a simplificação e agilização do tratamento podem promover maior acessibilidade ao tratamento e aumentar a viabilidade de sua adoção generalizada”, diz.
A revisão ocorre logo após um painel consultivo da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA rejeitar um pedido de autorização para terapia assistida por MDMA. Um grupo de legisladores bipartidários e defensores de veteranos, no entanto, pediu neste mês que as autoridades repensassem essa orientação.
“O que estamos pedindo para o FDA reconhecer é a ciência”, disse o deputado Morgan Luttrell, que no mês passado criticou o Comitê Consultivo de Medicamentos Psicofarmacológicos do FDA por recomendar contra a terapia assistida por MDMA em um artigo de opinião.
Espera-se que a FDA tome uma decisão sobre a aprovação do pedido de MDMA em algum momento deste mês.
Antes da decisão, a Lykos Therapeutics, que foi fundada pela MAPS e anteriormente conhecida como MAPS Public Benefit Corporation, anunciou recentemente “novas iniciativas e medidas de supervisão adicional” em torno da terapia assistida por MDMA se for aprovada pela FDA. Entre as adições estão o estabelecimento de um conselho consultivo independente e a colaboração com outras instalações de saúde.
“Dada a novidade dessa abordagem, estamos tomando medidas para ajudar a garantir supervisão adicional para essa modalidade de medicamento mais terapia, se aprovada pela FDA, e para ajudar a integrar no cenário de saúde do mundo real”, disse Amy Emerson, CEO da Lykos Therapeutics, em uma declaração. “É fundamental que milhões de pessoas que sofrem de TEPT, incluindo veteranos e sobreviventes de agressão física e sexual, tenham acesso a uma nova opção de tratamento em potencial. Para esse fim, trabalharemos com especialistas externos em um conselho consultivo independente, concentraremos nossa implementação comercial inicial em centros de atendimento onde há várias camadas de supervisão e colaboraremos com outros em torno do treinamento terapêutico. Esse processo estabelecerá uma base sólida para, em última análise, atingir mais pacientes que precisam de acesso a novas opções de tratamento”.
No início desta semana, entretanto, uma coalizão bipartidária e bicameral de legisladores do Congresso dos EUA expressou urgência ao governo federal enquanto ele analisa a possibilidade de autorizar a terapia assistida com MDMA.
Um total de 80 membros do Congresso — incluindo 19 senadores e 61 representantes da Câmara — enviaram cartas separadas ao governo Biden e ao chefe do FDA, pedindo uma consideração séria da aprovação do psicodélico como uma opção de tratamento para TEPT.
Em meio a crescentes apelos de grupos de defesa de veteranos e legisladores para acelerar a pesquisa e o acesso à terapia assistida por psicodélicos, os legisladores da Câmara também aprovaram recentemente emendas a um projeto de lei de gastos em larga escala que autorizaria os médicos do Departamento de Assuntos de Veteranos dos EUA (VA) a emitir recomendações de uso medicinal da maconha para veteranos militares e apoiar a pesquisa e o acesso a psicodélicos.
Referência de texto: Marijuana Moment
por DaBoa Brasil | ago 7, 2024 | Política, Redução de Danos
O uso de maconha no ano passado se manteve praticamente estável no país norte-americano entre 2022 e 2023, de acordo com um novo relatório publicado pela Substance Abuse and Mental Health Services Administration (SAMHSA). O consumo de cannabis entre menores, enquanto isso (definido como pessoas de 12 a 20 anos de idade) caiu ligeiramente, de acordo com os novos dados.
E apesar das mudanças metodológicas nos últimos anos que dificultam as comparações ao longo do tempo, o uso entre os jovens parece ter caído significativamente na última década, já que dezenas de estados legalizaram a maconha para uso adulto ou medicinal. Notavelmente, a porcentagem de jovens de 12 a 17 anos que já experimentaram maconha caiu 18% de 2014, quando as primeiras vendas legais de uso adulto nos EUA foram lançadas, para 2023. As taxas do ano anterior e do mês anterior entre os jovens também diminuíram durante esse período.
Entre adultos de todas as idades, a maconha continua sendo “a droga ilícita mais comumente usada”, diz a Pesquisa Nacional sobre Uso de Drogas e Saúde (NSDUH) de 2023, que o governo do país publicou recentemente. Mais de 1 em cada 5 estadunidenses (21,8%) relataram ter usado maconha nos últimos 12 meses. Isso é comparado a 22% em 2022.
A taxa é praticamente a mesma dos estadunidenses que relataram consumo excessivo de álcool no mês anterior (21,7%).
Entre os entrevistados menores de idade — aqueles com idade entre 12 e 20 anos — 18,4% relataram ter usado maconha pelo menos uma vez no último ano em 2023, abaixo dos 19,2% do ano anterior. Quanto ao uso mensal, 11,3% dos menores pesquisados disseram ter consumido maconha no último mês. Em comparação, 14,6% dos entrevistados menores de idade disseram ter usado álcool no último mês.
Entre todos os entrevistados, a taxa de uso de qualquer droga ilícita — que inclui “maconha, cocaína, heroína, alucinógenos, inalantes e metanfetamina, bem como o uso indevido de medicamentos prescritos”, de acordo com o relatório — foi de 24,9%, ou cerca de 1 em cada 4 estadunidenses. Essa é a mesma proporção de 2022. A porcentagem de pessoas que disseram ter usado uma droga ilícita diferente de maconha nos últimos 12 meses também se manteve estável de 2022 a 2023, em 8,8%.
Em relação ao álcool, quase metade (47,5%) de todos os entrevistados disseram que beberam no mês anterior, em comparação com 48,7% em 2022 e 47,4% em 2021. O consumo excessivo de álcool, definido como beber várias bebidas em um dia, permaneceu estável em 21,7% — o mesmo que em 2022 e 2021 — assim como o uso excessivo de álcool, definido como consumo excessivo de álcool em pelo menos cinco dias no mês anterior.
Em 2023, 5,8% dos pesquisados disseram que bebiam muito, em comparação com 5,7% em 2022 e 2021. Entre os menores, 1,7% relataram beber muito.
A pesquisa anual, disse a SAMHSA, “fornece dados nacionalmente representativos sobre o uso de tabaco, álcool e drogas; transtornos por uso de substâncias; problemas de saúde mental; e recebimento de tratamento para uso de substâncias e saúde mental entre a população civil não institucionalizada com 12 anos ou mais nos Estados Unidos”.
Embora a pesquisa NSDUH tenha sido conduzida por décadas, sua metodologia mudou ao longo dos anos, tornando algumas comparações históricas difíceis ou impossíveis. Dados de anos recentes, incluindo 2023, 2022 e 2021, “não devem ser combinados com dados de 2020 ou anos anteriores por uma variedade de razões metodológicas”, disse um porta-voz da SAMHSA.
No entanto, o grupo de defesa NORML fez as seguintes comparações a partir dos dados disponíveis:
“Dados da NSDUH relatam que a porcentagem de pessoas de 12 a 17 anos que relataram ter experimentado maconha caiu 18% de 2014 a 2023. Aqueles que relataram ter consumido cannabis durante o ano passado caíram 15%. A porcentagem de adolescentes que relataram uso atual de maconha caiu 19%”.
“Alegações sensacionalistas de que as leis de legalização do uso adulto estão ligadas ao maior uso de maconha por adolescentes simplesmente não são apoiadas por dados confiáveis”, disse o vice-diretor da NORML, Paul Armentano. “Essas descobertas do governo devem tranquilizar os legisladores de que o acesso à cannabis pode ser legalmente regulado de uma maneira que seja segura, eficaz e que não afete inadvertidamente os hábitos dos jovens”.
Referência de texto: Marijuana Moment
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