Em 2021, o número de mulheres presas aumentou quase 28% no país.

No Uruguai, país pioneiro nas políticas internacionais de drogas, as pessoas presas por drogas não pararam de aumentar nos últimos dois anos. ONGs e ativistas denunciam a vulnerabilidade das pessoas que usam drogas após a aprovação de uma lei em 2020 que intensificou as penas para crimes relacionados a drogas e atinge mais as mulheres.

“Há muitas mulheres pobres que são mães e chefes de famílias monoparentais com filhos dependentes que estão presas em um país bipolar que as condena à prisão”, explicou a advogada Virginia de los Santos, que denuncia a repressão aos usuários de drogas e a vulnerabilidade das mulheres ao jornal argentino Tiempo.

Segundo relatório, em 2021 o número de mulheres presas aumentou quase 28% em relação ao ano anterior, das quais quase a metade foi condenada por crimes relacionados a drogas. Por outro lado, no caso da população carcerária masculina, o aumento no mesmo período foi três vezes menor que o das mulheres. A lei responsável por esse aumento é a Lei da Urgência (LUC), que aumentou as penas mínimas para crimes relacionados a drogas, entre outros aspectos que também têm sido motivo de protesto.

“Não estamos falando de homicídios, mas de pequenos delitos não violentos cometidos por pessoas sem antecedentes criminais. Na maioria dos casos, elas também são vítimas de violência doméstica. O homem que está dentro do sistema penitenciário a intimida, a pressiona, a obriga a lhe trazer drogas para seu consumo pessoal e isso, na hora de provar, é o que nós advogados chamamos de ‘prova impossível ou diabólica’. Como provamos que ela foi pressionada?”, disse a advogado ao Tiempo.

Referência de texto: Cáñamo

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