O programa piloto dos Países Baixos para produzir maconha legal para abastecer coffeeshops está sendo alvo de vários investidores estrangeiros. Embora nenhum cultivo ainda tenha começado, as empresas que obtiveram algumas das licenças para participar receberam ofertas de milhões de dólares e muitas de suas ações agora são de propriedade de empresas que desejam se posicionar no futuro mercado legal da cannabis na Europa.

A entrada de investidores estrangeiros nas empresas selecionadas para o programa está atrasando seu andamento. O desenho do programa exige a investigação das empresas e investidores que estão por trás das empresas que produzirão a erva, a fim de impedir a entrada de grupos envolvidos em atividades ilícitas ou que possam desviar parte da produção para o mercado ilegal. Além disso, o programa piloto também está sofrendo atrasos devido à localização dos cultivos e às previsões de produção.

O programa faz parte de um acordo do governo de 2017 e visa autorizar um total de dez empresas que devem produzir 6.500 quilos de cannabis legal por ano para abastecer coffeeshops em um único município por quatro anos. O objetivo é avaliar uma política de legalização da produção de maconha no país, que não existe atualmente: embora seja legal que os coffeeshops vendam cannabis, eles não têm meios legais de obtê-la e sempre usaram o mercado ilegal como um provedor.

As dez empresas que vão participar do programa foram escolhidas por sorteio, e ainda há uma delas cuja participação está pendente de confirmação do Governo. Conforme divulgado pelos meios de comunicação social da NOS, apesar de ainda não estar assegurada a sua participação, uma empresa canadense já adquiriu 80% das suas ações. As demais empresas que participarão também venderam parte de suas ações ou foram adquiridas por empresas estrangeiras.

“O foco do experimento deve estar nos efeitos da legalização na saúde pública e no combate ao crime, não em ganhar o máximo de dinheiro possível”, disse André Knottnerus, professor de medicina e integrante do comitê que desenhou o programa piloto de produção legal. “Além disso, a concorrência de bons preços e qualidade exige que as empresas de cultivo não se envolvam financeira ou administrativamente”.

Referência de texto: Cáñamo

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