O Ministro da Ciência e Tecnologia do Paquistão, Shibli Faraz, prometeu apresentar uma política nacional da cannabis até o final de 2021.

O Paquistão parece ser o próximo país a sucumbir à onda de legalização da maconha que vêm atingindo o planeta com uma velocidade cada vez maior.

Durante uma reunião recente do Comitê Permanente de Ciência e Tecnologia da Assembleia Nacional, o Ministro da Ciência e Tecnologia do Paquistão, Shibli Faraz, discutiu especificamente não apenas o valor do mercado global da cannabis em apenas alguns anos, mas também o lugar do Paquistão nisso.

Além disso, o governo já se moveu para começar o cultivo de cânhamo para fins industriais. Inicialmente, esses suprimentos serão importados – mas, além disso, estufas serão construídas em Lahore, Karachi e Islamabad. A produção de cânhamo é legal desde setembro de 2020, assim como o uso para fins medicinais.

Os experimentos com óleo de cannabis já começaram e o governo já aprovou quatro locais para o cultivo da planta, com planos de controle rígido dos mesmos para que tais materiais não sejam exportados, exceto por mandato de mecanismos de estrito controle internacional.

Com tantas coisas em andamento, não é surpreendente que o governo pretenda formalizar a indústria nascente por meio de uma estrutura legislativa até o final do ano.

A História da Cannabis no Paquistão

Embora os movimentos recentes do governo para legalizar formalmente a planta e criar uma indústria por trás dela estejam claramente sendo influenciados pela reforma global moderna da maconha, há uma longa história do uso de cannabis no país (e, claro, na Índia, da qual o Paquistão foi separado após o fim da Segunda Guerra Mundial).

O haxixe é amplamente consumido na forma fumada (charas) ou na forma líquida (bhang).

Durante a década de 1980, leis criminais foram postas em prática em torno das drogas, incluindo a maconha, em parte devido à pressão do então presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan. Desde então, até a nova onda de legalização e a reforma da última década, os políticos do país não mudaram de postura.

Alguns até sugeriram (falsamente) que a legalização é contra as crenças muçulmanas, talvez porque o uso de cannabis seja bem documentado nos primeiros e antigos textos hindus e sufistas. Na verdade, os sufis ainda usam a erva como parte do culto religioso, acreditando que seu uso proporciona relaxamento e uma abertura da mente.

Durante as décadas de 1960 e 1970, o país era uma parada obrigatória na Hippie Highway – incluindo o mercado de haxixe em Peshawar. Esta é uma das razões pelas quais muitas das cepas mais populares comercializadas são originárias desta parte do mundo. A famosa Hindu Kush é apenas um exemplo delas.

A cannabis cultivada nesta parte do mundo também tem uma cor roxa e cinza muito distinta e pode atingir uma altura excepcionalmente alta.

O Paquistão está agora à frente da Índia na formalização de seu mercado canábico (embora a Índia quase certamente seguirá em breve o exemplo).

Por que este desenvolvimento é tão intrigante?

O Paquistão é o lar de variedades landraces (tradicionais) de cannabis. Esta é a cannabis que nasce e se desenvolve naturalmente na natureza. Isso geralmente significa que as cepas são mais estáveis. Isso também significa que essas plantas têm características que podem contribuir para a investigação científica geral sobre a planta, à medida que as reformas continuam a avançar em todo o mundo.

Por esse motivo o Paquistão, de fato, pode se tornar um mercado de exportação valioso para o resto do mundo apenas do ponto de vista das sementes. Na verdade, as sementes para exportação já estão no quadro de planejamento e serão produzidas inicialmente perto da cidade de Rawat.

Além disso, é claro, existem várias maneiras de usar a planta de cannabis – e está claro que o Paquistão está olhando para muitas delas.

A cannabis, especialmente quando é nativa de uma área, é uma cultura altamente sustentável e está começando a se tornar uma cultura obrigatória para o desenvolvimento econômico geral (tanto nas economias desenvolvidas quanto nas emergentes).

Referência de texto: High Times

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