Cientistas britânicos descobrem como um canabinoide da maconha atua em áreas chave do cérebro para reduzir a atividade anormal em pacientes com risco de psicose, sugerindo que o ingrediente poderia se tornar um novo medicamento antipsicótico.
Embora o uso regular de variedades potentes de cannabis possa aumentar as chances de desenvolver psicose em algumas pessoas, o canabidiol, ou CBD, parece ter o efeito oposto.
O CBD é o mesmo composto da maconha que também demonstrou benefícios na epilepsia.
Pesquisas anteriores no King’s College London mostraram que o CBD parecia contrabalançar os efeitos do tetrahidrocanabinol, ou THC, a substância psicoativa da maconha. Embora seu mecanismo para isso ainda não tenha sido decifrado.
Ao examinar os cérebros de 33 jovens experimentaram sintomas psicóticos angustiantes e não tinham sido diagnosticados com uma psicose completa, o Dr. Sagnik Bhattacharyya e seus colegas demostraram que administrar as cápsulas de CBD reduziu a atividade anormal no corpo estriado, no córtex temporal médio e no mesencéfalo.
As anormalidades em todas as três regiões do cérebro foram relacionadas ao aparecimento de distúrbios psicóticos, como a esquizofrenia.
A maioria dos antipsicóticos atuais tem como alvo o sistema de sinalização química da dopamina no cérebro, enquanto o CBD atua de maneira diferente.
Significativamente, o composto é muito bem tolerado, evitando efeitos colaterais adversos como o ganho de peso e outros problemas metabólicos associados aos medicamentos existentes.
Necessidade de tratamentos seguros
“Uma das razões pelas quais o CBD é excitante é porque ele é muito bem tolerado em comparação com os outros antipsicóticos que temos disponíveis”, disse Bhattacharyya, do King’s College.
“Há uma necessidade urgente de tratamento seguro para jovens em risco de psicose”.
O Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King’s College está planejando um grande estudo clínico de 300 pacientes para avaliar o verdadeiro potencial do CBD como tratamento. O recrutamento deve começar no início de 2019.
As descobertas mais recentes ressaltam a complexidade do coquetel de produtos químicos encontrados na planta de maconha, em um momento em que as leis de cannabis estão mudando em muitos países.
Fonte: Japan Today
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