A ilegalidade que cai como uma pesada cortina de ferro sobre a maconha em grande parte do mundo priva a política de sua ferramenta mais usada: a estatística.

No entanto, a edição de 2019 do World Drug Survey produziu um resultado surpreendente: a cannabis é a substância mais consumida no mundo depois do álcool.

O jornal colombiano El Espectador é um dos meios que ecoam o relatório elaborado pela Global Drug Survey (GDS), uma organização sem fins lucrativos que existe para este relatório, criado para conhecer os hábitos dos usuários de substâncias de 35 países.

Em termos legais, as três substâncias mais utilizadas no mundo, sem contar com álcool e tabaco, são a cannabis, o MDMA e a cocaína.

Em outra ordem, um terço das mulheres que fizeram a pesquisa declarou ter sido assediada ou abusada sexualmente sob a influência de álcool e outras substâncias.

O relatório diz que 98% das pessoas que responderam à pesquisa declararam ter tomado álcool nos últimos 12 meses; 63,9%, cannabis; 33%, MDMA.

A pesquisa de 2019 coletou os dados, anonimamente, de 123.814 pessoas. A idade média foi de 29 anos e 87% da amostra é reconhecida como “branca”.

Global Drug Survey, a organização sem fins lucrativos que realiza a pesquisa anualmente, diz que os resultados não são representativos de um país, mas aceitam que é uma das maiores pesquisas do mundo sobre consumo de substâncias.

No mundo, as 10 principais drogas utilizadas nos últimos 12 meses (excluindo álcool e produtos de tabaco/nicotina) foram: Cannabis 63%; MDMA 33,0%; cocaína 29,1%; anfetaminas 22,1%; LSD 17,9%; Opioides prescritos 16,4%; benzodiazepinas 16,1%; cogumelos mágicos 14,9%; cetamina 12,9% e óxido nitroso 11,9%.

Sobre a cannabis

Cerca de 55.000 entrevistados pela GDS que consumiram cannabis no ano passado avaliaram os rótulos informativos sobre produtos de cannabis que abordam o risco de dependência, danos causados ​​pelo fumo, efeitos em maiores de 21 anos e menos, etc.

Segundo a GDS, a credibilidade de todas as mensagens foi alta (75%), com exceção do risco de dependência (64%). Um quarto (25%) indicou que os riscos do fumo de cannabis e o risco de dependência (1 em 10) eram novas informações para eles.

50% relataram que a mensagem “dirigindo uma vez drogado” os faria pensar em não dirigir drogado e mais de um terço disse que os “rótulos de efeitos colaterais” do GDS destacaram o impacto na memória e na motivação que os levaria a pensar em usar menos.

Sobre os fornecedores

57% dos entrevistados relataram comprar drogas de um distribuidor que se identificou como mulher.

A descrição mais comum da pessoa principal de quem obtiveram as drogas era um amigo, com apenas 22% descrevendo-os sozinhos como seu provedor de drogas. Mais de 50% haviam encontrado a pessoa principal de quem obtiveram substâncias por 3 anos ou mais.

5% dizem que costumam flertar ou fazer sexo quando obtêm suas substâncias.

As taxas gerais de confiança em seus distribuidores não se tornam abusivas ou violentas se uma queixa foi apresentada era alta, com entrevistados do Brasil, Escócia e Irlanda percebendo seus distribuidores como menos confiáveis ​​a esse respeito.

Sobre a relação entre abuso sexual, intoxicação e consentimento

Um terço das pessoas que se identificam com o sexo feminino na pesquisa relatou que outras pessoas tiraram vantagem sexual delas enquanto estão sob a influência de álcool e outras drogas.

Os números foram semelhantes para aqueles que se identificaram como não binários/uma identidade de gênero diferente.

As taxas de aproveitamento foram maiores entre as jovens bissexuais (14%).

O fato curioso é que o álcool, a única das substâncias analisadas que é legal em quase todo o mundo, foi a droga que esteve envolvida em quase 90% dos casos.

Fonte: La Marihuana

Pin It on Pinterest

Shares