A legalização da maconha não está associada a um aumento na porcentagem de funcionários que consomem a erva durante ou antes do trabalho, de acordo com dados fornecidos em um documento informativo pela organização de pesquisa sem fins lucrativos Institute for Work & Health, no Canadá.

Pesquisadores do grupo avaliaram as atitudes e comportamentos dos trabalhadores em relação à cannabis após a adoção da legalização da maconha para uso adulto no país norte-americano. O Canadá legalizou as vendas de maconha no varejo para maiores de 18 anos em 2018. Os investigadores relataram que não há “nenhuma mudança no consumo de cannabis pelos trabalhadores antes ou no trabalho” durante os anos pesquisados.

Consistente com estudos anteriores, os pesquisadores reconheceram que aqueles que relataram consumir produtos de maconha enquanto estavam fora de seus empregos não possuíam maior risco de lesão ocupacional do que aqueles que se abstiveram. Em contraste, os funcionários que relataram usar cannabis durante o horário de trabalho possuíam um risco quase duas vezes maior de acidente em comparação com aqueles que não o fizeram.

“Essas descobertas ressaltam a importância de distinguir o uso de cannabis no trabalho do uso fora do trabalho”, concluíram os autores do artigo. “Em vez de considerar qualquer uso de maconha como um risco de segurança ocupacional, os locais de trabalho precisam reformular seu foco para o uso que provavelmente levará ao comprometimento no trabalho e elaborar políticas que se concentrem na prevenção e no gerenciamento do comprometimento, bem como na aptidão para o trabalho”.

A maioria das políticas de testes de drogas no local de trabalho depende da triagem de urinálise, que detecta a presença do metabólito inerte carboxi-THC. Este metabólito permanece presente na urina por dias, semanas ou até meses após o uso anterior – muito depois de quaisquer efeitos psicoativos da substância terem passado.

Em contraste, exames de sangue detectam a presença de THC, o principal composto da maconha. No entanto, o THC também é solúvel em gordura. Como resultado, ele também pode permanecer detectável por vários dias após exposição passada.

Defensores da legalização tem argumentado repetidamente que os empregadores não devem presumir que a detecção de THC ou de seu metabólito primário seja evidência de comprometimento. Em vez disso, tem exigido o uso expandido de testes baseados em desempenho.

Legisladores em vários estados com legalização da maconha – incluindo Califórnia e Nova York – alteraram recentemente suas leis trabalhistas para que a maioria dos empregadores públicos não possam mais demitir funcionários apenas com base em um teste de drogas positivo para a presença de metabólitos de THC.

Referência de texto: NORML

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