As pessoas que misturam maconha com tabaco tem um risco mais alto de dependência e tem uma motivação mais baixa para encontrar apoio com o objetivo de deixar essas drogas, segundo pesquisadores.

Bilhões de pessoas no mundo consomem tabaco e 182 milhões fumam maconha, o que fazem com que sejam as sustâncias mais populares do mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde e a Oficina de Drogas e Crime das Nações Unidas.

Muitas pessoas misturam ambas as substâncias para economizar dinheiro. O tabaco também faz com que a inalação da maconha seja mais eficiente. Mas está prática poderia aumenta a probabilidade de que os usuários se tornem dependentes, segundo pesquisadores.

“A dependência da maconha e a dependência do tabaco se mostram de formas parecidas, com isso é difícil diferenciar as pessoas que consomem ambas as drogas”, disse Chandni Hindocha, a autora principal do estudo.

“A maconha é menos viciante que o tabaco, mas mostramos aqui que misturar tabaco com maconha reduz a motivação para deixar de consumir estas drogas”, disse Hindocha, estudante de doutorado na unidade de psicofarmacologia clínica do University College London.

Para realizar o estudo, os pesquisadores examinaram as respostas de um levantamento realizado com 34.000 usuários de maconha de 18 países distintos da Europa, América do Norte e do Sul e Austrália, que participaram no Inquérito Mundial sobre Drogas, uma pesquisa anônima realizada on-line.

A maconha é consumida de diversas maneiras em todo o mundo, disseram os autores do estudo. Misturar maconha com tabaco é muito mais popular na Europa que em outras partes do mundo, informaram os pesquisadores no dia 5 de julho na revista Frontiers in Psychiatry.

Misturar maconha com tabaco é popular em até 91% dos consumidores europeus da erva, em comparação com 52% dos australianos e só em 21% dos neozelandeses.

Os métodos de misturar com o tabaco são bem menos populares no continente americano, onde somente usam 16% dos usuários de maconha do Canadá, 4% dos Estados Unidos e aproximadamente 17% no México e Brasil, disseram os investigadores.

13% dos entrevistados no Canadá e 11% dos Estados Unidos afirmaram que usam vaporizadores de maconha, que não usam tabaco. Este método é menos popular em outras partes do mundo, segundo os entrevistados.

As pessoas que preferiram os métodos de consumir maconha sem tabaco eram 62% mais propensas a buscar ajuda profissional para consumir menos maconha. E eram 81% mais propensas a buscar ajuda profissional para consumir menos tabaco, mostraram os resultados.

“Nossos resultados reforçam a importância das vias de administração quando são analisados os efeitos da cannabis na saúde”, disse em um comunicado de imprensa do jornal, Michael Lynskey, o especialista em vícios do Royal College de Londres.

“Uma vez que existe um ambiente legislativo no que diz respeito ao acesso à maconha em muitas jurisdições, a pesquisa deve se concentrar mais na redução do uso de vias de administração envolvendo a coadministração de tabaco”, disse Lynskey.

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