Um novo estudo publicado no periódico Addiction e conduzido por pesquisadores da Escola de Medicina Chobanian & Avedisian da Universidade de Boston e do Centro Médico de Boston (BMC) descobriu que o uso de maconha entre jovens adultos na Geórgia (EUA) não aumentou após a legalização do uso adulto, apesar do acesso mais fácil.

“Vimos que um país pode legalizar cuidadosamente o uso de cannabis, sem um aumento no uso em médio prazo. Seria razoável regular e controlar ativamente a produção e a distribuição, restringir o mercado ilegal, controlar a qualidade dos produtos e, ao mesmo tempo, manter as populações, especialmente os jovens, seguras. Precisamos de mais estudos, de preferência longitudinais, de diferentes populações e contextos sociopolíticos, para informar as sociedades e os formuladores de políticas sobre como equilibrar liberdade e saúde”, disse o autor correspondente Dr. Nadareishvili, do National Institute on Drug Abuse (NIDA).

O estado da Geórgia legalizou o consumo de maconha e descriminalizou a posse da erva em 2018, tornando-se um dos primeiros lugares do mundo e o primeiro da região a fazê-lo. Restrições ao uso por pessoas menores de 21 anos, incluindo a venda e distribuição, foram mantidas. Os pesquisadores conduziram uma pesquisa em todo o país norte-americano em larga escala em 2015 e novamente em 2022, comparando os dados para ver como o uso de maconha mudou entre jovens adultos após a legalização. Embora o uso não tenha aumentado após a legalização, eles descobriram que a idade do primeiro uso aumentou significativamente.

De acordo com os pesquisadores, a legalização do uso adulto da maconha, conforme implementada na Geórgia, pode ser um exemplo útil de equilíbrio entre liberdade pública e interesses de saúde pública. “Esta pesquisa fornece evidências científicas cruciais para informar as discussões em andamento em torno do impacto da legalização da cannabis, particularmente seu efeito limitado nas taxas de uso entre adultos emergentes. As descobertas oferecem uma contribuição crítica para o discurso local e internacional sobre política de drogas e saúde pública”, acrescentou Irma Kirtadze, da Ilia State University (Geórgia).

Referência de texto: Boston University Chobanian & Avedisian School of Medicine

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