A Polícia Federal (PF), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e a Receita Federal deflagraram na última terça-feira (12) a chamada operação Hinsberg, que investiga o desvio de produtos químicos para a produção de drogas. O principal alvo seria a empresa Anidrol, que tem como sócio o influenciador fitness Renato Cariani – que inclusive já fez lives com o ex-presidente Jair Bolsonaro e se diz contra às drogas.
Os endereços da empresa de produtos químicos e de Cariani foram alvos de busca e apreensão. A operação realizou 18 desses mandados em 7 municípios nos Estados de SP, MG e PR. Segundo consta, o grupo emitia notas fiscais fraudulentas em nome de empresas licenciadas, 60 dessas transações foram identificadas em 1 ano de investigação.
A denúncia foi feita por farmacêuticas cujos nomes estavam vinculados à compra dos insumos. Elas foram ouvidas pela Receita Federal e mostraram que a empresa investigada não consta em sua relação de fornecedores. A movimentações do grupo foram investigadas pela PF de 2014 a 2020. Os envolvidos responderão por tráfico, associação para fins de tráfico e lavagem de dinheiro.
De acordo com as investigações, notas fiscais em nome das multinacionais eram emitidas tendo como fornecedora a Anidrol. O valor era depositado em espécie no caixa, faturado e os insumos desviados para produção de cocaína e crack.
Foram expedidos 4 mandados de prisão com base na reiteração delitiva, diante dos 60 casos de notas fraudulentas confirmadas. De acordo com a Polícia Federal, os pedidos foram ratificados pelo MPF, mas foram indeferidos pela Justiça.
No total, 12 toneladas de produtos químicos foram desviados, com um valor aproximado de R$ 6 milhões. Fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila estão na lista de componentes, cujo uso corresponde ao refino e adulteração de 19 toneladas de cocaína e crack.
O responsável pelas investigações, Victor Vivaldi, disse: “É um esquema bem sofisticado, que envolve pessoas com conhecimento técnico e dos produtos. São pessoas formadas no ramo e que tem todo o aparato para poder operar dessa forma”.
Renato Cariani disse nas suas redes sociais ter sido surpreendido pelos mandados da operação em sua casa e pela investigação da Anidrol. Segundo ele, a outra sócia também foi alvo de buscas. Por correr em segredo de Justiça, Cariani não teria tido acesso às investigações.
Em nota, a PF diz que Renato e seus sócios tinham “conhecimento pleno” das ações de desvia e sua finalidade.
Referência de texto: Poder360
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