O Senado mexicano organizou um fórum sobre medicina enteogênica, reunindo legisladores, líderes indígenas, psiquiatras, cientistas e especialistas em políticas de drogas.
Nos dias 24 e 25 de janeiro, o Senado mexicano sediou o primeiro Fórum Intercultural de Medicina Enteogênica, uma reunião na qual participaram legisladores, líderes indígenas, psiquiatras, cientistas e especialistas em políticas de medicamentos para abordar a necessidade de regulamentar medicamentos enteogênicos, como a psilocibina. A reunião, promovida pela senadora mexicana Alejandra Lagunes, do Partido Ecologista Verde, serviu de prelúdio para o projeto de regulamentação da psilocibina que ela e seu partido estão preparando.
Durante os dois dias, a Câmara Legislativa recebeu dezenas de palestrantes que apresentaram essas questões aos demais legisladores do Senado. O programa incluiu uma mesa dedicada ao uso ancestral de enteógenos naturais entre os povos indígenas, outra dedicada a evidências científicas, interculturais e de saúde no uso dessas substâncias e uma terceira sobre legalidade e possíveis marcos regulatórios para psilocibina e cogumelos.
O México é o país com maior diversidade de flora e fauna com propriedades psicoativas do mundo, mencionou a legisladora Alejandra Lagunes, e essas substâncias têm grande potencial para lidar com a crescente crise de saúde mental que o país e grande parte do mundo está sofrendo. Além disso, o fórum se concentrou em “abordar a riqueza que envolve o uso ancestral de plantas e cogumelos com propriedades psicoativas e que são fundamentais para as cosmovisões indígenas” do México e da região latino-americana. Todos enfocaram “do ponto de vista científico, antropológico, jurídico e indígena, a importância de dar vida a novos acordos para o respeito, a legalidade e a biopreservação do conhecimento ancestral que envolve os referidos enteógenos”, segundo o programa do fórum.
Os palestrantes variaram de legisladores americanos como Earl Blumer (um dos promotores da medida para legalizar cogumelos psicoativos no Oregon), a médicos mazatecas tradicionais, como Alejandrina Pedro Castañeda, e líderes tribais como Nike Koi, representado por Adriano Rosa da Silva, Chefe Itsomi Vari Isko, ou especialistas em leis e políticas de drogas como Natalia Rebollo e pesquisadores científicos como o doutor José Carlos Bouso.
Referência de texto: Cáñamo
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