Apesar do fracasso da proibição e da crescente tendência em vários territórios dos EUA de descriminalizar as drogas psicodélicas, a administração do país continua determinada a proibir mais substâncias. A Drug Enforcement Agency (DEA) propôs incluir duas outras drogas psicodélicas (que não são novas) no Anexo 1 da Lei de Substâncias Controladas: a DOI e a DOC.
Ambas as drogas são substâncias classificadas como psicodélicas e foram sintetizadas e popularizadas por Alexander Shulgin, um famoso químico que dedicou grande parte de sua vida a explorar novos compostos psicoativos que abririam as portas da mente. Tanto a DOI quanto a DOC são feniletilaminas com efeito psicodélico e estimulante, com duração entre 12 e 24 horas, e que foram incluídos na classificação de Shulgin como substâncias potencialmente úteis para a exploração da mente e para uso em terapia.
Nenhuma das duas substâncias propostas para controle é bem conhecida ou muito popular. Seu perfil de efeito (mais arriscado e mais difícil de manusear em comparação com outros psicodélicos como o LSD) os torna difíceis de usar recreativamente e sua venda e demanda são muito baixas. Algo que também acontece com outra droga que a DEA quer proibir, a DiPT, um alucinógeno muito singular que só causa distúrbios auditivos, e não afeta a visão, o tato ou o olfato.
Neste mesmo ano, a DEA propôs incluir mais cinco substâncias nas listas de drogas proibidas, mas encontrou a oposição de vários investigadores e ativistas, que conseguiram que um juiz obrigasse a DEA a ouvir as razões pelas quais não deveriam ser proibidas. Os opositores argumentam que essas substâncias agem nos mesmos receptores no cérebro (os 5ht2a) que outras drogas psicodélicas atualmente sob investigação (como psilocibina ou LSD) por seus usos potenciais na terapia da saúde mental, e que bani-los tornará seu estudo muito difícil.
Referência de texto: Cáñamo
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