O comandante do Serviço Nacional da Zâmbia (ZNS), tenente-general Maliti Solochi, anunciou que está obtendo vários hectares para iniciar o cultivo de cannabis no país. Segundo o comandante, vários líderes tradicionais concordaram em ceder suas terras para estabelecer plantações de maconha, que devem ser lançadas este mês.

Na Zâmbia, o uso de cannabis ainda é ilegal, mas no ano passado foi regulamentada a produção de maconha para fins medicinais, industriais e científicos, que só pode ser usada para exportação. O projeto de regulação está focado na recuperação econômica do país e o governo espera que mais de 3.000 empregos sejam criados no futuro setor.

Para já, a ZNS obteve 20 mil hectares em diferentes províncias para iniciar o cultivo, sendo esta a única com autorização para iniciar o cultivo de cannabis. “A ZNS é a única instituição encarregada de cultivar cannabis. Estamos à procura de plantações e para isso enviamos um SOS aos chefes (tradicionais), e verificamos que pelo menos alguns deles aceitaram que estejamos lá”, disse o comandante segundo ao portal Diggers.

A Zâmbia não é o único país da região que está deixando as plantações de cannabis nas mãos dos militares. No Zimbábue, onde a produção de maconha para fins medicinais foi regulamentada em 2018, também está fazendo o mesmo. “A Zâmbia vê a cannabis como uma cultura de segurança, daí a decisão dos militares de antecipar a legalização para confiscar terras de cannabis”, disse Deogracias Kalima, editora da revista Unsustainable e da Organização das Nações Unidas para a Agricultura. No caso da Zâmbia, o ZNS é um braço da Força de Defesa da Zâmbia especializado na formação agrícola e pecuária.

Referência de texto: Diggers / Cáñamo

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