Sabemos que o mundo ao redor da maconha, assim como em várias outras áreas, é um ambiente machista e até misógino, mas um novo estudo realizado nos Estados Unidos vem para mostrar que a cannabis é coisa de mulher. E não só em termos qualitativos, mas também em termos quantitativos.

Conforme publicado pela Forbes, um novo relatório descobriu que o uso de cannabis pela primeira vez está aumentando entre as mulheres e a geração Z.

As usuárias de maconha pela primeira vez estão mergulhando em seu novo hábito com entusiasmo incomparável, de acordo com esse estudo. Assim, 50% das novas usuárias usam cannabis cinco ou mais dias por semana. Enquanto 22% das novas consumidoras consomem várias vezes ao dia. Além disso, as usuárias de maconha são mais jovens e consomem mais do que os homens, o que mostra que a maconha é sim “coisa de mulher”.

O “Relatório de Tendências do Consumidor de Cannabis dos Estados Unidos” foi produzido e compilado pelo Brightfield Group, pesquisadora de mercado focado em cannabis e CBD com sede em Chicago.

A descoberta de que a maconha é coisa de mulher é apenas uma parte dos avanços que estão sendo feitos em torno da maconha nos EUA. Os outros são os que também examinam a legalização federal, bem como as implicações da Lei SAFE, uma medida que permitiria aos bancos trabalhar com negócios de maconha legais sem processo judicial.

A geografia também desempenha um papel fundamental na demografia dos novos usuários. A proporção de mulheres usuárias de cannabis aumentou de forma constante até 2020, mas variou por estado. Por exemplo, 59% dos usuários de cannabis em Michigan eram mulheres, mas, curiosamente, no estado azul da Califórnia, são 43%.

A tendência de que a cannabis é coisa de mulher está crescendo em quase todas as regiões dos Estados Unidos. Jamie Schau, gerente sênior de conhecimento do Brightfield Group, disse que a demografia expandida e equilibrada de gênero do uso de cannabis está mostrando normalização, aumentando a popularidade e a diversidade. Além disso, 6% das usuárias recreativas de maconha em 2020 eram novas usuárias, enquanto 22% faziam parte da Geração Z.

A maconha é coisa de mulheres… e jovens

A chamada Geração Z também é conhecida por outros nomes como geração pós-milenar ou centúrica (do inglês centennial).

Este é o grupo demográfico que segue a geração do milênio e precede a geração Alfa. Demógrafos e pesquisadores muitas vezes apontam para a Geração Z como aqueles nascidos de meados dos anos 1990 a meados dos anos 2000.

“Este é um grande afastamento do perfil clássico do consumidor de maconha”, disse Schau, “e aqueles que participam do espaço se beneficiarão com a adaptação ao mercado em evolução”.

Em relação à legalização federal, o estudo constatou que, embora um impulso considerável tenha sido recuperado nesta área depois que o Partido Democrata ganhou o controle da presidência e do Congresso nas eleições de 2020, o processo permanecerá incremental. O governo federal está trilhando um caminho lento e desajeitado para a descriminalização.

O relatório previu que a Lei SAFE será a próxima referência jurídica na história do setor. A lei proporcionará mais oportunidades para que grandes investidores entrem no setor ou expandam sua presença no meio. Também pode encorajar mais estados a legalizar a maconha.

Em 2019, o SAFE Act foi aprovado pela Câmara dos Representantes apenas para definhar no então Senado controlado pelos republicanos. No início de março, o projeto de lei deu sinal de vida quando foi reintroduzido na Câmara. Enquanto os legisladores tentam acompanhar a legalização, os norte-americanos mostram que estão maduros e prontos para isso à medida que o consumo se expande.

A reforma federal potencial flutua em segundo plano à medida que ocorre a normalização da planta. Schau observa que, à medida que as barreiras da indústria forem removidas, como a proibição dos bancos, a legalização federal continuará a evoluir.

Mais estados exercerão suas opções para legalizar e, assim, regulamentar as vendas em nível local. Mas a aprovação da Lei SAFE é um prólogo necessário para a normalização.

“Isso abrirá o caminho para um crescimento imenso”, explicou Schau, “já que esse tipo de barreira em nível nacional impediu muitos participantes importantes de investir no que, em sua opinião, é um mercado arriscado e manteve a legalização sob controle estatal”.

E esse crescimento será, sem dúvida, diverso, porque, como dissemos, hoje a maconha é coisa de mulher.

Referência de texto: Forbes / La Marihuana

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