A maconha tem menos impacto nos cérebros mais jovens do que se pensava. Um relatório reúne dados de muitos estudos prévios sobre o uso da maconha em longo prazo. As descobertas dos cientistas fornecem conclusões sobre o impacto do consumo de maconha entre os jovens e adultos. Isso é o que sabemos sobre a influência da maconha no cérebro em desenvolvimento.

Um estudo publicado pela JAMA Psychiatry contém dados de 69 estudos prévios. Todos esses estudos mostraram um efeito significativo do uso da maconha no funcionamento do cérebro. Segundo o autor do estudo, Cobb Scott, “este é o primeiro estudo realizado em adolescentes e jovens adultos”.

Como a maconha pode afetar as funções cognitivas? As pessoas que se identificaram como usuárias de maconha frequentemente tinham uma velocidade de processamento mais lenta e tinham mais dificuldade em aprender, memorizar e concentrar do que aquelas que não fumavam maconha.

O professor Scott Cobb, associado de psiquiatria da Universidade da Pensilvânia, disse à CNN: “Basicamente, temos mostrado que o maior efeito – cerca de um terço do desvio padrão – se trata de memorizar informações novas, a memória e a velocidade processamento de informação”.

A função cognitiva é alterada até 72 horas

Após de interromper o uso de cannabis por 72 horas, a diferença nas funções cognitivas entre os usuários regulares de maconha e os abstêmios não é mais discernível. Esses resultados contradizem estudos anteriores, segundo os quais é possível mostrar as diferenças entre usuários frequentes de maconha e abstêmios após um período de abstinência de 72 horas.

Scott levanta a hipótese: “alguns dos efeitos observados em estudos prévios pode ser devido aos efeitos residuais da maconha ou os efeitos de abstinência dos usuários regulares de cannabis”. Isso significa que os sujeitos em estudos anteriores continuaram a ser influenciados pela maconha, que distorceu a avaliação e suas funções cognitivas.

Estudos anteriores mostraram os efeitos opostos

Este é só o mais recente de uma série de estudos sobre a influência da cannabis nas funções cognitivas. Três estudos separados mostram que usar maconha é perigoso para o cérebro em desenvolvimento.

Um estudo publicado em 2008 no “Addiction Biology” relacionou o uso da maconha durante a adolescência com um aumento do risco de transtornos mentais e um impacto negativo nas funções cognitivas. Também foi sugerido que o uso de cannabis em idade precoce poderia aumentar as chances de consumir drogas pesadas e tornar- se viciado em maconha.

Em outro estudo de 2012. Em comparação com o QI dos usuários de maconha e de não usuários entre 13 a 38 anos. Verificou-se que as pessoas que usavam maconha sendo adolescentes tinham um QI mais baixo de 8 pontos. De acordo com a NPR, a comunidade científica ignora este estudo porque vários fatores-chave não foram incluídos nele.

Um estudo intitulado “Influência da cannabis em um cérebro maduro” de 2014 também mostrou que o uso de maconha afeta o desenvolvimento e funcionamento do cérebro. Este relatório argumenta que o uso de cannabis tem um efeito em longo prazo nas funções cognitivas, em particular alterando o desenvolvimento do córtex pré-frontal.

Outros artigos científicos não confirmam que o uso de maconha tem efeitos negativos em longo prazo. Pesquisas recentes que descobriram que a cannabis tem menos impacto nos cérebros mais jovens do que se pensava não são os únicos estudos que o indicam. Nicholas Jackson, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, realizou um estudo no qual comparou gêmeos, um dos quais usou maconha e o outro não. O estudo não indicou que o gêmeo que usava maconha tinha um QI menor.

A influência da maconha no cérebro em maturação é uma das áreas mais estudadas da pesquisa sobre a cannabis. No entanto, não podemos dizer com certeza que o uso de cannabis não cause efeitos colaterais em longo prazo. No entanto, o tamanho da última meta-análise sugere que a cannabis tem menos impacto nos cérebros mais jovens do que se pensava anteriormente.

Fonte: Fakty Konopne

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