Dos cidadãos uruguaios maiores de idade que disseram ter usado maconha no ano de 2016, um em cada seis conseguiu adquirir maconha legalmente. Havia pelo menos 26 mil pessoas contadas. A lei aprovada há quatro anos que regulariza a maconha subtraiu 18% das vendas do tráfico de drogas.

O secretário do Conselho Nacional de Drogas, Diego Olivera, disse que “é uma porcentagem adequada para uma primeira etapa, mas ainda é insuficiente se considerarmos a demanda total”. Estima-se que 50 mil adultos sejam consumidores uruguaios que a usam várias vezes por mês, e esse é o número que é preciso alcançar.

As vendas de maconha na farmácia ainda têm problemas com entidades bancárias, mas já adquiriram 63% das pessoas registradas e autorizadas.

“O volume de inscrições é visivelmente maior em áreas próximas às farmácias aderidas e muito mais limitado onde não há”, disse Olivera. “O National Drug Board procura uma cobertura geográfica homogênea, que permitirá cumprir mais plenamente os objetivos propostos pela lei”.

Por enquanto, o progresso foi satisfatório mesmo com os problemas levantados pelos bancos, a rotulagem do produto e as poucas farmácias operacionais para distribuição. “Não houve improvisação e o progresso foi feito cautelosamente, controlando os resultados, fazendo ajustes e atuando com segurança e responsabilidade”, diz Olivera.

Atualmente, a regulamentação da maconha no Uruguai enfrenta dois novos desafios, um será os novos estabelecimentos que devem ser autorizados para venda de maconha.

O segundo seria como o projeto se moverá durante o verão, momento em que os cultivadores de outdoor não terão feito suas colheitas ainda e os turistas chegarão para adquirir nas farmácias.

Em Montevidéu, é onde mais da metade dos compradores estão localizados e no interior do país está a outra metade mais aberta ao assunto de auto cultivo e adquirindo através de clubes canábicos.

As estatísticas no Uruguai também conseguiram derrubar dois mitos:

Os usuários de maconha são preguiçosos. Dos 16.275 compradores, 52% trabalham no setor privado e 12% no setor público. Apenas 26% não trabalham, embora geralmente sejam estudantes, aposentados ou universitários.

A maconha está associada à pobreza e falta de estudo. Metade dos compradores de maconha nas farmácias são estudantes universitários. Apenas 8% não entraram nem na escola.

Fonte: El País Uruguay

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