O hempcrete (ou concreto de cânhamo) é composto por fibras de cânhamo industrial, cal e água. O elevado teor de sílica, presente na planta, faz com que sua junção ao cal seja plena, tornando-se um material construtivo de inúmeras vantagens e utilizado em projetos sustentáveis.

O hempcrete possui excelentes características mecânicas. Na concretagem, não requer juntas de dilatação, apenas o uso de fôrmas de madeira, empregadas na concretagem convencional.

Apresenta bom desempenho em relação à umidade e proporciona isolamento térmico. Suas construções têm temperatura estável e utilizam menos energia.

As paredes de hempcrete podem ser deixadas em sua textura natural, fibrosa, ou receber argamassa para um acabamento tradicional. Externamente, o concreto ecológico deve ser protegido contra intempéries.

As vantagens em relação a materiais de construção convencionais:

– Não gera resíduos de construção

– É reciclável e produzido com fontes renováveis

– É resistente ao mofo e a insetos

– Atóxico, possui resistência à combustão e é estanque

– Absorve dióxido de carbono

Concreto Verde:

Uma construção de Hempcrete emite 30% a menos dióxido de carbono na atmosfera, se comparada à construção de concreto tradicional. Durante o plantio, o cânhamo sequestra CO2, retém carbono e libera oxigênio.

Mais de 100 kg de CO2 são aprisionados em 1 m³ de parede de hempcrete, durante a construção. A vida útil de uma obra em hempcrete é estimada em, pelo menos, 500 anos.

Concretagem ecológica:

A planta é produzida de forma fácil e não necessita de fertilizantes e agrotóxicos. Agricultores podem cultivá-la em rodízio com outras culturas.

Cânhamo como produto sustentável:

A genealogia do cânhamo pode criar barreiras para o seu uso, por pertencer ao gênero Cannabis. Porém, para a produção do concreto, são utilizadas plantas com baixo ou nenhum teor de Tetrahidrocanabinol (THC) – substância psicoativa presente em algumas espécies dessa planta.

O cânhamo para fins industriais é produzido na Europa, Reino Unido e Canadá e suas plantações são realizadas por produtores licenciados.

Sua fibra é mais resistente que o algodão e, além de ser utilizado para a produção de tecidos e cordas, é empregado na fabricação de papel, óleos, alimentos, resinas e combustíveis.

O problema, ao se cultivar cânhamo industrial, estaria na possibilidade de algumas plantações ocultarem plantas com elevado teor de THC, produzidas para o fumo, prática ilegal no Brasil.

Fonte:  Global Wood

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