Foi numa noite de sexta-feira, quando após fazer uma sauna no carro ao som de Caetano Veloso, eu e meu amigo J.W decidimos ir ao McDonald’s comprar alguns Quarteirões (ou Royale With Cheese, como preferir) para matar a larica que se alastrava por dentro de nossos corpos chapados.

Entramos na fila do Drive Thru com os vidros fechados, concentrando toda a fumaça dentro do carro. Mas foi só chegar na primeira cabine para realizar os pedidos que o carro logo se transformou em uma verdadeira Maria Fumaça.

“Boa noite, qual vai ser o pedido de vocês?” enquanto a atendente anotava nossos pedidos, ela tentava não rir de toda a fumaça que saia de dentro do carro, ainda mais evidenciada pelo frio de Curitiba. “Eh, hân, quatro Quarteirões!” falei. “Quatro Royale With Cheese?” imagino que deve ter pensado a atendente olhando aqueles dois maconheiros dentro de um carro marofado.

Nossas cabeças estavam só pensando nos Quarteirões, pouco nos dando conta do rastro de fumaça que estávamos deixando para trás ao longo do Drive Thru. Na cabine seguinte, a atendente confirma o valor de nosso pedido, mas faz cara de desconfiada. Depois de muito nos encarar, ela solta a pergunta: “Ei, esse cheiro de natureza está vindo do carro de vocês?”. “Cheiro de natureza?” me pergunto. Olho então para J.W e entendemos o que ela queria dizer com a expressão.

“Uh, é do nosso carro mesmo. A gente fez uma sauna e agora estamos aqui para bater uma lárica.”. Então a atendente começa a rir. “Tá certo, tá certo. Vocês vieram ao lugar certo então.”. Então percebo que realmente era fumaça pra caralho que saía do carro. “Tá incomodando o cheiro?” pergunta J.W à atendente. “Claro que não, quem é que não gosta de um cheiro de natureza?” responde a moça.

Em seguida, a moça desaparece da janela e volta com dois sorrisos de papelão. “Presente para vocês.” diz a atendente enquanto entregava os brindes. “Sorrisos! Muito obrigado moça!”, respondo. “Imagina, hehe, um bom rolê para vocês!”.

Atendende de McDonalds, advogado ou jornalista. O emprego não importa quando se é uma pessoa de bem que gosta de fumar maconha. Depois da polêmica desta semana com o “Se nada der certo” promovido pelo Colégio Marista, em que alunos foram vestidos ao colégio de garis, ambulantes e atendentes do McDonalds, percebo que falta nestes jovens empatia e principalmente maconha.

Por Francisco Mateus

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