O Ministério da Saúde do Peru publicou no mês passado um guia para promover o uso seguro da bebida ayahuasca, usada ancestralmente pelos povos nativos da Amazônia. O material foi elaborado pelo Centro Nacional de Pesquisas Sociais e Interculturalidade em Saúde (Censi) e destacou a necessidade de informar a população sobre o uso responsável dessa substância e os perigos que ela pode trazer para a saúde.

A ayahuasca é uma bebida enteogênica milenar preparada com plantas, mais precisamente um extrato dos caules da Banisteriopsis caapi e das folhas do Psychotria viridis, nativas da floresta amazônica e que contém DMT. Vários povos nativos da América usaram seus efeitos tanto para realizar cerimônias espirituais e religiosas, como para transmitir processos de cura psicológica. Nos últimos anos, a ayahuasca ganhou grande popularidade e centenas de pessoas viajam para a selva do país para participar de rituais com os xamãs locais que os acompanham nas doses. Por este motivo, as autoridades peruanas prepararam este guia para que a experiência seja realizada de forma responsável e para reduzir os possíveis danos causados ​​pelos fortes efeitos do DMT.

Um dos pontos mais notáveis ​​do guia para o uso seguro da ayahuasca é que o Estado, por meio do Ministério da Saúde, reconhece o potencial terapêutico da mistura e principalmente para o tratamento de transtornos de dependência devido ao uso problemático de substâncias. Além disso, destacou “a importância do uso da ayahuasca em seu contexto cerimonial e espiritual, respeitando tanto os conhecimentos ancestrais quanto as recomendações indígenas e científicas”. Outras recomendações incluíram a avaliação das condições de saúde pessoais e a determinação se a pessoa sofre de doença mental ou toma medicamentos, pois “esses fatores podem gerar complicações graves”.

O Ministério da Saúde também aconselhou tomar precauções em relação ao turismo de ayahuasca. “Dada a crescente popularidade do turismo ayahuasca, alertamos para os perigos de participar em cerimônias conduzidas por pessoas sem formação adequada ou que sejam realizadas sem o devido respeito pela tradição e pela segurança do participante”. Por fim, a centro de saúde comprometeu-se a “abrir espaços de diálogo com especialistas, comunidades indígenas e outras peças relevantes para desenvolver diretrizes que garantam um ambiente seguro e respeitoso para todos os envolvidos”.

Referência de texto: Cáñamo

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